Frederico Mendonça de Oliveira
Manoel prossegue em recesso neste fim de 2010, ano que para alguns encerra uma década e que trouxe curiosas mudanças no Brasil e no Mundo – para outros, a década acabou no fim de 2009, faça as contas. Uma das mudanças foi a eleição da primeira presidenta brasileira, o que mostra que brasileiros não consideram a testosterona dominante um ingrediente fundamental pra a ascensão ao Palácio do Planalto como autoridade mor nesta Pindorama desvairada. Tida como a última façanha do esparolado Lula da Çilva, a eleição de Dilma revela outras nuances, mas o trêfego “desocupante” da primeira cadeira quer porque quer para si os louros da novidade depois de 121 anos de República protagonizados por bofes. Outra mudança curiosa: os donos do Mundo elegerem – sim, sim!, são eles que “elegem”! – um negro, ops!, afroamericano para a Casa Branca, deixando racistas na bronca e integracionistas boquiabertos. A mudança que não ocorreu com Obama na Casa Branca é que anda confundindo as cucas dos zumbis humanos, andróides e humanóides – sem contar milhões mais assemelhados a antropóides, basta ver o que fazem de suas vidas. Esses seres esperavam que Obama inaugurasse uma nova era comandando – qual!... – os EUA, os otários babosos. E outra mudança que chapou geral foi o ataque aviônico e posterior implosão das Torres Gêmeas, ícones arquitetônicos maiores do capitalismo selvagem, evento até hoje absolutamente sem explicação, muito embora a mídia do Império tenha criado a fantasia demente de que foram aqueles árabes estampados na mídia do Império os responsáveis, valendo como prova rota disso um carro abandonado e tendo em seu interior um manual de pilotagem em árabe... no aeroporto de que teria supostamente saído um dos vôos E nessa loucura se insere um avião que não existiu atingindo o Pentágono – na verdade atingido por míssil terra-terra –, um avião que não foi abatido lá não sei onde e um prédio, o nº 5 do complexo WT, que caiu sem qualquer motivo. Ó Manoel!, help! Enter.
Bem, o que também valeu como novidade foi o pícnico retirante filho de mãe que nasceu analfabeta inverter radicalmente seu discurso tão logo subiu a malfadada rampa. A fala “curta e grossa” dos tempos de metalúrgico fajuto querendo ser chefe “defe paíf” e o tom de denúncia e de radicalidade vociferado por 25 anos contra a corrupção e o lobby tirânico burguês deram lugar a uma postura beirando o histriônico e recheada de falas inconseqüentes – quase sempre sob efeito de etanol – e a uma aceitação vil para com desmandos, tendo as duas gestões de PT no Planalto revelado uma tendência a cair na farra da corrupção como jamais se vira antes “nefte paíf”. Uma dessas falas-pérolas de “desradicalização” ocorreu quando o cara falou para um grupo de atletas paraolímpicos, fala histórica de pinguço, inspiração etílica vazia e escrota: "Estou vendo aqui companheiros portadores de deficiência física. Estou vendo o Arnaldo Godoy sentado, tentando me olhar, mas ele não pode me olhar porque ele é cego. Estou aqui à tua esquerda, viu, Arnaldo? Agora, você está olhando pra mim... ". A descerimonialização/coloquialização das falas em público substituiu o discurso do metalúrgico “de esquerda” fingindo ira santa, aquele grosseirão que parecia estar no extremo oposto de seus antecessores, especialmente o asqueroso e degenerador – eca! – FHC. Pois assistimos a uma inversão radical, e a era Lula nos tomou o que poderíamos considerar como um décimo de nossas vidas. E isso, somado a outro décimo consumido pelo tucano Gallochmouth e a mais duas décadas e tal de ditadura, nos deixa diante de um saldo desanimador. Quase meia vida sob estupidez e descalabro instituídos. São essas as Suas linhas tortas, ó Pai?? Enter.
Bem, se ficou o episódio das torres gêmeas sem explicação, por aqui tivemos uma década de várias merdas feias sem explicação também: a explosão da P36, até hoje sem qualquer conclusão pericial mínima; Alcântara, episódio horrendo até hoje envolto em mistério e silêncio E JÁ AMPLAMENTE DENUNCIADO COMO SABOTAGEM COMPROVADA pelo relatório Schlechting; a tragédia do vôo 1907 (29 de setembro de 2006, um Boeing 737-800 SFP da Gol Transportes Aéreos, prefixo PR-GTD, 154 pessoas a bordo, sumiu dos radares aéreos às 16h48min – UTC-3 – indo de Manaus para Brasília. Teria colidido com um Legacy que ia em sentido oposto para os EUA, e o Legacy saiu inteiro de uma colisão que é física e tecnicamente IMPOSSÍVEL. Foi divulgado posteriormente que não houve colisão: o Boeing foi explodido. Por isso o Legacy desligou o transponder e saiu da aerovia quase meia hora antes: para não receber estilhaços da explosão planejada. O Legacy era o laranja na história. O nome disso é SABOTAGEM); a tragédia do vôo 3054, em que TODOS os comandos do Airbus A 320-233 simplesmente desobedeceram aos pilotos, fato inédito na história da aviação mundial e inexplicável pela pluralidade da pane – o que aponta GRITANTEMENTE PARA SABOTAGEM. Decadazinha danada, hem??? Enter.
E agora entra Dilma no corredor da História, e prosseguimos com cara de cow watching the train passing by, muito embora nos tenham feito votar, e tenhamos votado contra a tucanagem, pois seria simplesmente pura desgraça termos mandando neste lugar um tipo como José Serra, cacete, puta merda!!! Então tiramos essa coisa de nossas vidas pisoteadas apostando em algo digno depois de uma história pífia e degenerada iniciada em 1500. Dilma será digna? Teremos esperança de uma atuação séria que nos traga perspectivas maiores de ganho de soberania? Teremos algo mais que bolsa isso e aquilo, que acobertamento monstruosamente criminoso de corrupção, que falas estúpidas sobre tudo que acontece? Teremos Dilma envergando bonés, pegando guitarras, subindo em skates, fazendo embaixadas com bolas, envergando camisas de times, ou o decoro e a compostura virão AFINAL, e virá uma estrutura de poder mais séria e digna? Enter final.
Saímos da ditadura militar e entramos na ditadura da corrupção. Os poderes estão cancerificados, totalmente carentes de conteúdo moral. O Executivo se estraçalhou com o mensalão e outros cocôs feios, só restando agora a frágil esperança na seriedade de Dona Dilma; o Legislativo está mergulhado em farra e orgia e totalmente dissociado do que representaria, e não há esperanças de regeneração daquilo; o Judiciário está em crise de conteúdo, máquina emperrada e beirando um colapso e, o que é pior, desacreditado de todos. Até dos próprios membros, pois, como disse Edson Vidigal, presidente do STJ, em declaração à rede Globo, “a Justiça brasileira é tarda e falha”. E chega por 2010. Que Deus nos olhe. E viva Santo Expedito! Oremos. Té pro ano, babes!
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 967 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 518 dias também sob mordaça...
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Poucas e boas na Pindorama e alhures
Frederico Mendonça de Oliveira
Manoel prossegue assoberbado com pesquisas que logo serão reveladas aqui, e a nós cabe assumir a coluna até que volte nosso herói de seu mergulho a profundezas científicas. Pois a nós não falta o que detonar, e já começamos estas “mal traçadas” (bem traçadinhas, cá pra nós, que ninguém nos ouça: mal traçadas são as porcarias que se publicam na imprensa do Império e nos jornalões da Pindorama...) trazendo à luz uma sujeira bem ao estilo da política degenerada deste lugar que ainda chamamos de Brasil. Pois é: nem subiu Dilma Roussef a famigerada rampa do Planalto e já se publica na imprensa amestrada escândalo envolvendo um futuro ministro, convidado para titular da pasta do Turismo, de nome desconhecido de todos nós, mas muito conhecido do monarca maranhense José Sarney. Seguramente terá vindo daí a indicação... A notícia saiu no Estadão, tradicional jornal brazuca paulistano censurado há 511 dias justamente por denunciar maracutaias da família que explora o estado de Gonçalves Dias: “O peemedebista Pedro Novais (MA), que integrará o governo Dilma, gastou R$ 2.156,00 no Motel Caribe, em São Luís; a nota fiscal foi anexada à prestação de contas de junho para justificar o uso de verbas destinadas à atividade parlamentar”. Bem, eles dizem que festa em motel é atividade parlamentar... e durma-se com um barulho desses... Enter.
E a patuscada já se consolida como tira-gosto do que virá sob Madame Dilma, ai de nós e do país-lugar em que nos vemos atolados. Vejam só a gracinha: “O futuro ministro do Turismo no governo de Dilma Rousseff pediu à Câmara dos Deputados o ressarcimento por despesas em um motel de São Luís (MA). Indicado pelo comando do PMDB e aliado de José Sarney, o deputado Pedro Novais (PMDB-MA) apresentou uma nota fiscal de R$ 2.156,00 do Motel Caribe na prestação de contas da verba indenizatória de junho”. O distinto parlamentar agora ministro orça pelos 80 anos. Puta merda, haja viagra, ou prótese! Ou que diabo de festa é essa que parece ter durado um tempão, talvez dias? Se a suíte mais cara, batizada de “Bahamas” – com piscina, ducha, sauna etc –, foi o cenário da esbórnia, como ficou sabido na reportagem do Estado, e se seu custo por 24 horas é de aproximadamente R$ 392, e se a despesa a ser ressarcida com – nosso – dinheiro público foi de R$ 2156, a festa teria durado cinco dias e meio!... a menos que nosso garanhão – ou seria apenas um generoso anfitrião sexual chegado a voyeurismo? – turístico incluísse também na frascarice os gastos de praxe, champanhe, uísque e tal (e o e tal seria o mais caro). E, segundo já apurado pela imprensa e por este blog, a festa reunia 15 casais... o que levou um tuiteiro a comentar que seria servido cardápio tendo surubim como pièce de résistence, hehehe... Enter.
Na coluna do Cláudio Humberto saiu esta perolita: “Ministro assustado: o futuro ministro Pedro Novais (Turismo) saía ontem de seu gabinete no anexo 4 da Câmara, e jornalistas o interpelaram sobre uma festa. Reagiu assustado: ‘Festa? Que festa?’ e sumiu no elevador privativo”. Eis aí nossa pátria amada idolatrada salve salve. O distinto mensalmente ganha, como “verba de apoio”, fora o salário, simplesmente R$ 32 mil, LIVREZINHOS DE DENTES E GARRAS DO LEÃO!!! E ele quer ressarcimento de uma festa de arromba num motel??? Ou seja, quer que paguemos a suruba, ops!, a confraternização??? Ora, ministro, está muito certo o comentário em uma notícia no Estadão, em que sua atividade terá um acréscimo descritivo: ministro do Turismo Sexual!... Haja libido e potência, hem, Sua Excelência!!!..., porque libido e potência monetária não lhe faltam, e essa força toda é tirada do suor dos brasileiros que batalham pra comer e pagar as próprias contas e mais as festanças do nobre ministro!!!... E lá vem a desculpa esfarrapada: “Depois de confirmar a festa, na reportagem do Estadão, e admitir que errou ao cobrar a despesa da Câmara, Novais vai divulgar nota, na tarde desta quarta-feira, negando tudo, e culpando um assessor”. Assessor, aliás, que deve ganhar – muito bem, muito bem, claro! – pra isso: pra segurar as consequências de qualquer rabo de foguete... Enter.
A foto que aparece do fuzarqueiro é eloquente, fala mais que dez mil palavras: olhando assustado, olhos arregalados, as pelancas do pescoço bem visíveis, cara de cachorro caído de mudança ou que quebrou o prato... mas as “imunidades” estão aí para justamente defender Sua Excelência da sanha justiceira desses invejosos que não fazem outra coisa que tentar alimentar escândalos de coisas tão triviais como festinhas de autoridades... E essa carantonha de picareta flagrado com a boca na botija deve estar entrando em cadeia nacional por esse país-lugar, porque os parlamentares congêneres de nosso herói sexual, ops!, turístico, sevandijas que votaram seu aumento de salários para outro patamar ainda mais astronômico se comparado com o dinheirão que já ganhavam, devem sentir algum tipo de frisson na coluna quando consideram que um dia o ódio de classe dos impiedosamente explorados/excluídos possa vir a se materializar em linchamento mesmo, não linchamento moral – porque esses sudras nada sabem a respeito de moral... Cá pra nós (one more time), não é possível que esses pelintras não tenham algum medo, porque, não resta dúvida, têm o chamado orifício anal, e reza o ditado: “Quem tem c(X) tem medo!”... Enter final.
Bem, mudando de assunto, lá está o Vaticano às voltas com as vítimas do Holocausto. E Pio XII, morto em 1958, está de novo na berlinda por ter sido ministro do Vaticano em Berlim antes da II Guerra. Acusam-no de não ter denunciado o holocausto judeu. Será que esse assunto vai varar o terceiro milênio? Cacete, é duro viver topando com essa discussão amplificada por uma jeremiada que não acaba! O fato é que o Vaticano teria, segundo os integrantes de uma associação, a Força Tarefa para Cooperação Internacional na Educação, Lembrança e Pesquisa do Holocausto (ITF), desistido de assinar um acordo para passar a integrar essa coisa, sustentam diplomatas americanos conforme documento vazado pelo WikiLeaks. “De acordo com reportagem do jornal britânico "Guardian", a número dois da embaixada dos EUA no Vaticano, Julieta Valls Noyes, afirmou que a Santa Sé voltou atrás em relação a um acordo prévio, por escrito, que o tornaria observador na organização”. E nós vemos que não haverá jamais qualquer possibilidade de paz no planeta enquanto não acabar a Segunda Guerra, que é mantida viva por outros meios que não o combate aberto. Hitler terá morrido em 1945, Stálin, Churchill e Roosevelt, sem contar Truman, já comem capim pela raiz há décadas, Mussolini foi pendurado com sua Clara Petacci de cabeça pra baixo, todo o alto comando alemão foi enforcado, e a Segunda Guerra não acaba nunca??? Pô, gente, muda o disco!!! E viva Santo Expedito! Oremus. Bye, babes.
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 960 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 511 dias também sob mordaça...
Manoel prossegue assoberbado com pesquisas que logo serão reveladas aqui, e a nós cabe assumir a coluna até que volte nosso herói de seu mergulho a profundezas científicas. Pois a nós não falta o que detonar, e já começamos estas “mal traçadas” (bem traçadinhas, cá pra nós, que ninguém nos ouça: mal traçadas são as porcarias que se publicam na imprensa do Império e nos jornalões da Pindorama...) trazendo à luz uma sujeira bem ao estilo da política degenerada deste lugar que ainda chamamos de Brasil. Pois é: nem subiu Dilma Roussef a famigerada rampa do Planalto e já se publica na imprensa amestrada escândalo envolvendo um futuro ministro, convidado para titular da pasta do Turismo, de nome desconhecido de todos nós, mas muito conhecido do monarca maranhense José Sarney. Seguramente terá vindo daí a indicação... A notícia saiu no Estadão, tradicional jornal brazuca paulistano censurado há 511 dias justamente por denunciar maracutaias da família que explora o estado de Gonçalves Dias: “O peemedebista Pedro Novais (MA), que integrará o governo Dilma, gastou R$ 2.156,00 no Motel Caribe, em São Luís; a nota fiscal foi anexada à prestação de contas de junho para justificar o uso de verbas destinadas à atividade parlamentar”. Bem, eles dizem que festa em motel é atividade parlamentar... e durma-se com um barulho desses... Enter.
E a patuscada já se consolida como tira-gosto do que virá sob Madame Dilma, ai de nós e do país-lugar em que nos vemos atolados. Vejam só a gracinha: “O futuro ministro do Turismo no governo de Dilma Rousseff pediu à Câmara dos Deputados o ressarcimento por despesas em um motel de São Luís (MA). Indicado pelo comando do PMDB e aliado de José Sarney, o deputado Pedro Novais (PMDB-MA) apresentou uma nota fiscal de R$ 2.156,00 do Motel Caribe na prestação de contas da verba indenizatória de junho”. O distinto parlamentar agora ministro orça pelos 80 anos. Puta merda, haja viagra, ou prótese! Ou que diabo de festa é essa que parece ter durado um tempão, talvez dias? Se a suíte mais cara, batizada de “Bahamas” – com piscina, ducha, sauna etc –, foi o cenário da esbórnia, como ficou sabido na reportagem do Estado, e se seu custo por 24 horas é de aproximadamente R$ 392, e se a despesa a ser ressarcida com – nosso – dinheiro público foi de R$ 2156, a festa teria durado cinco dias e meio!... a menos que nosso garanhão – ou seria apenas um generoso anfitrião sexual chegado a voyeurismo? – turístico incluísse também na frascarice os gastos de praxe, champanhe, uísque e tal (e o e tal seria o mais caro). E, segundo já apurado pela imprensa e por este blog, a festa reunia 15 casais... o que levou um tuiteiro a comentar que seria servido cardápio tendo surubim como pièce de résistence, hehehe... Enter.
Na coluna do Cláudio Humberto saiu esta perolita: “Ministro assustado: o futuro ministro Pedro Novais (Turismo) saía ontem de seu gabinete no anexo 4 da Câmara, e jornalistas o interpelaram sobre uma festa. Reagiu assustado: ‘Festa? Que festa?’ e sumiu no elevador privativo”. Eis aí nossa pátria amada idolatrada salve salve. O distinto mensalmente ganha, como “verba de apoio”, fora o salário, simplesmente R$ 32 mil, LIVREZINHOS DE DENTES E GARRAS DO LEÃO!!! E ele quer ressarcimento de uma festa de arromba num motel??? Ou seja, quer que paguemos a suruba, ops!, a confraternização??? Ora, ministro, está muito certo o comentário em uma notícia no Estadão, em que sua atividade terá um acréscimo descritivo: ministro do Turismo Sexual!... Haja libido e potência, hem, Sua Excelência!!!..., porque libido e potência monetária não lhe faltam, e essa força toda é tirada do suor dos brasileiros que batalham pra comer e pagar as próprias contas e mais as festanças do nobre ministro!!!... E lá vem a desculpa esfarrapada: “Depois de confirmar a festa, na reportagem do Estadão, e admitir que errou ao cobrar a despesa da Câmara, Novais vai divulgar nota, na tarde desta quarta-feira, negando tudo, e culpando um assessor”. Assessor, aliás, que deve ganhar – muito bem, muito bem, claro! – pra isso: pra segurar as consequências de qualquer rabo de foguete... Enter.
A foto que aparece do fuzarqueiro é eloquente, fala mais que dez mil palavras: olhando assustado, olhos arregalados, as pelancas do pescoço bem visíveis, cara de cachorro caído de mudança ou que quebrou o prato... mas as “imunidades” estão aí para justamente defender Sua Excelência da sanha justiceira desses invejosos que não fazem outra coisa que tentar alimentar escândalos de coisas tão triviais como festinhas de autoridades... E essa carantonha de picareta flagrado com a boca na botija deve estar entrando em cadeia nacional por esse país-lugar, porque os parlamentares congêneres de nosso herói sexual, ops!, turístico, sevandijas que votaram seu aumento de salários para outro patamar ainda mais astronômico se comparado com o dinheirão que já ganhavam, devem sentir algum tipo de frisson na coluna quando consideram que um dia o ódio de classe dos impiedosamente explorados/excluídos possa vir a se materializar em linchamento mesmo, não linchamento moral – porque esses sudras nada sabem a respeito de moral... Cá pra nós (one more time), não é possível que esses pelintras não tenham algum medo, porque, não resta dúvida, têm o chamado orifício anal, e reza o ditado: “Quem tem c(X) tem medo!”... Enter final.
Bem, mudando de assunto, lá está o Vaticano às voltas com as vítimas do Holocausto. E Pio XII, morto em 1958, está de novo na berlinda por ter sido ministro do Vaticano em Berlim antes da II Guerra. Acusam-no de não ter denunciado o holocausto judeu. Será que esse assunto vai varar o terceiro milênio? Cacete, é duro viver topando com essa discussão amplificada por uma jeremiada que não acaba! O fato é que o Vaticano teria, segundo os integrantes de uma associação, a Força Tarefa para Cooperação Internacional na Educação, Lembrança e Pesquisa do Holocausto (ITF), desistido de assinar um acordo para passar a integrar essa coisa, sustentam diplomatas americanos conforme documento vazado pelo WikiLeaks. “De acordo com reportagem do jornal britânico "Guardian", a número dois da embaixada dos EUA no Vaticano, Julieta Valls Noyes, afirmou que a Santa Sé voltou atrás em relação a um acordo prévio, por escrito, que o tornaria observador na organização”. E nós vemos que não haverá jamais qualquer possibilidade de paz no planeta enquanto não acabar a Segunda Guerra, que é mantida viva por outros meios que não o combate aberto. Hitler terá morrido em 1945, Stálin, Churchill e Roosevelt, sem contar Truman, já comem capim pela raiz há décadas, Mussolini foi pendurado com sua Clara Petacci de cabeça pra baixo, todo o alto comando alemão foi enforcado, e a Segunda Guerra não acaba nunca??? Pô, gente, muda o disco!!! E viva Santo Expedito! Oremus. Bye, babes.
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 960 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 511 dias também sob mordaça...
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Hienas, papagaios e mixórdia na mídia
Frederico Mendonça de Oliveira
Manoel continua atolado de pesquisas, e cumprimos nossa tarefa de cobrir com artigos-tampão essa pedida de tempo solicitada por nosso herói. E para tanto fazemos o de sempre: uma varredura nas primeiras páginas dos jornalões em busca de algo que mereça nossa atenção e empenho.
Confessamos que anda difícil. Desde o fim da Tribuna da Imprensa e o fim de publicações ainda um pouco sérias na área dos jornalões, ler coisa válida e artigos de gente lúcida vem sendo praticamente impossível. E como não vivemos atrás de blogs, embora esta vá se impor como única saída dentro de pouco tempo, ainda varremos as boçais e/ou escrotas primeiras páginas das folhas da vida, boletins descarados dos que mantêm sob torniquete este planetinha em convulsão. Este intróito pode até feder a nariz-de-cera, mas fede é mais ainda: já vem logo mostrando as carantonhas ensebadas e catinguentas de maquiagem – à la Berlusconi – dos Civita, dos Bloch, dos Marinho, desses que fazem da imprensa um meio de enriquecer às custas de bestializar e boçalizar a macacada o mais que puderem. E o assunto que escapou hoje da triagem do Império é a nova lei que Chávez submete hoje ao Congresso venezuelano, e isso aparece, claro, sob o dedo invisível do Império, dedo que aponta autoritariamente para a necessária senão imperiosa tarefa macabra de demonização do líder bolivariano. Isto para que Tio Sam, aquele monstro abjeto, reine sossegado sobre todos nós, especialmente mantendo aquela cartola sinistra, aquele dedo voltado para nossos narizes e aquele sorriso infernal. “We want you!”, diz aquele depravado yankee, sob quem toda a Humanidade hoje padece, e gente como Chávez deve ser eliminada do mapa, simplesmente porque, como Ahmadinejad, Kadhafi e outros seres refratários a submissão, o líder venezuelano se nega a se curvar ao Império e com isso mostrar a bunda aos seus patrícios. Enter.
“O departamento de Estado americano criticou na quarta-feira, 15, a tentativa do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de aprovar uma lei que lhe permite governar por decreto por 12 meses. O venezuelano respondeu com críticas à ‘arrogância do Império’. A Lei Habilitante será votada hoje em segundo turno pela Assembleia Nacional, de ampla maioria chavista”, diz a cabeça da notícia no Estadão. Bem, que o departamento de Estado americano critique o que lhe desagrada, problema deles. Quem é o departamento de Estado naquela pocilga de país onde impera o materialismo desenfreado e onde os ícones culturais são a Coca-Cola, o Jeans, o automóvel e o hambúrguer? Que vá à merda esse departamento com seus babaquaras engravatados obedientes a poderes ocultos que eles mal sonham existir - ou de que são agentes na caradura! Bem, Chávez não hesita em mandá-los à merda de barquinho, respondendo na lata dos gringos com um belo desaforo sem cerimônia. É como aquilo de a Carla Bruni, que dizem ter sido garota de programa antes se deitar com o presidente francês e que já apareceu nua na coluna social da Folha tapando com os braços e a mão os mamilos e o pelame – será que tem? – pubiano, atacar de militante em defesa da iraniana condenada pela lei e pela tradição religiosa do Irã. A resposta de Ahmadinejad foi clara: “Não damos ouvidos a prostitutas”, coisa assim. O que gente como la Bruni e outros estropícios a quem ela se curva querem é que a mulherada árabe vire esse tipo de coisa que pulula no Ocidente: uma legião de mulheres coisificadas, desfrutáveis, sem parâmetros morais, objetos assumidos de prazer, objetos vestidos – mal ou sumariamente, quase sempre – se entregando sem pestanejar para qualquer bunda-suja que lhe fizer qualquer corte (ô) “pra ver que bicho dá”, e, se vier a gravidez, bem, tem bolsa disso e daquilo e ainda a possibilidade de meter um advogado no idiota para quem ela deu para saciar o cio de ignorante sem miolos dentro da cachola. Enter.
“A oposição venezuelana acusa Chávez de tentar aprovar a lei às pressas para se sobrepor à nova legislatura, que toma posse em janeiro, na qual o Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV) perderá a maioria qualificada de dois terços”. Bem, a nova legislatura é resultado de investimento pesado norte-americano infiltrando insatisfação em setores atrasados da população, sobre os quais se opera um tipo de populismo assistencialista para compra eleitoral - leia-se, em outras palavras, intervenção em assuntos internos venezuelanos. A oscilação de opinião pode ser resultado de muitos fatores, mas um dos mais eficazes é a velha e depravada compra de votos. E a vida econômica na Venezuela não é nenhum paraíso. Então os agentes do Império infiltrados no país podem agir com alguma certeza de sucesso fazendo uso do que aqui, nesta maravilha de cloaca em que nos fazem chafurdar, é tradição de mais de século para eleger os montes de pulhas que vemos ocupar cadeiras no Congresso desde que Deodoro e Floriano foram sucedidos por civis. Até aí, tudo certo, ou erradíssimo, mas não é o que nos interessa. O que vale registro, por exemplo, é a opinião emitida por leitores, em sua maioria uns equinos, que não se vexam de exprimir asneiras como a que se segue: “Gostaria de ver o chavez como mussulini, de ponta cabeça”. Quem assina esse primor de psicopatologia é um certo – ou incertíssimo – Caetano Santos. Primeiro, não é chavez nem mussulini, é Chávez e Mussolini; segundo, esse psicopata não tem a menor idéia do que sua boca bosteja: simplesmente porque ele nem suspeita de quem terá praticado uma das mais horrendas manifestações de monstruosidade como o que foi feito contra um líder nacionalista. E essa besta não fareja um grãozinho que seja da podridão que ele proferiu: Mussolini não é acusado de massacres, a ele não se imputam crimes de guerra, nada. Por que matar e pendurar de cabeça pra baixo um líder que integrou uma aliança nacionalista internacional e só fez mobilizar a Itália para uma ideologia como outra qualquer? Esse suposto Caetano Santos parece um ser doentio com fantasia de genocídio em seu espírito infernizado. Simplesmente porque NÃO SE TRATA DISSO o caso de Chávez nem tem sentido a execução monstruosa de Mussolini – nome que o maluquete nem sabe escrever... Mas é isso que o Império quer: imbecis votando contra Chávez, imbecis defendendo a intervenção internacional anti nacionalista, bocós palrando como papagaios imitadores o que a mídia do Império defeca nas populações destas américas latrinas... Enter final.
Bem, Chávez, que não é um Tiririca nem um Jáder Barbalho, dispara sem contar até dois: “Em resposta às críticas dos EUA, Chávez acusou Washington de tramar um complô para desacreditá-lo. ‘Temos que nos proteger da arrogância imperial’, disse. Eles repetem o discurso da ultradireita e de seus lacaios daqui’”. Ora, encerramos com uma colocação inequívoca: se os que acusam Chávez de ditador são os mesmos que massacram o povo palestino, submetem o Afeganistão e o Iraque, intervêm em qualquer estrutura social que não se dobre a eles, que valor terá o que esses seres opinem a respeito do quê? Vão comer hambúrgueres e beber cocacola, seus loucos sanguissedentos! E saibam que os que pensam não duvidam de que de vocês só pode vir monstruosidade e destruição... E viva Santo Expedito! Oremos. Té pra semana, babes!
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 953 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 504 dias também sob mordaça...
Manoel continua atolado de pesquisas, e cumprimos nossa tarefa de cobrir com artigos-tampão essa pedida de tempo solicitada por nosso herói. E para tanto fazemos o de sempre: uma varredura nas primeiras páginas dos jornalões em busca de algo que mereça nossa atenção e empenho.
Confessamos que anda difícil. Desde o fim da Tribuna da Imprensa e o fim de publicações ainda um pouco sérias na área dos jornalões, ler coisa válida e artigos de gente lúcida vem sendo praticamente impossível. E como não vivemos atrás de blogs, embora esta vá se impor como única saída dentro de pouco tempo, ainda varremos as boçais e/ou escrotas primeiras páginas das folhas da vida, boletins descarados dos que mantêm sob torniquete este planetinha em convulsão. Este intróito pode até feder a nariz-de-cera, mas fede é mais ainda: já vem logo mostrando as carantonhas ensebadas e catinguentas de maquiagem – à la Berlusconi – dos Civita, dos Bloch, dos Marinho, desses que fazem da imprensa um meio de enriquecer às custas de bestializar e boçalizar a macacada o mais que puderem. E o assunto que escapou hoje da triagem do Império é a nova lei que Chávez submete hoje ao Congresso venezuelano, e isso aparece, claro, sob o dedo invisível do Império, dedo que aponta autoritariamente para a necessária senão imperiosa tarefa macabra de demonização do líder bolivariano. Isto para que Tio Sam, aquele monstro abjeto, reine sossegado sobre todos nós, especialmente mantendo aquela cartola sinistra, aquele dedo voltado para nossos narizes e aquele sorriso infernal. “We want you!”, diz aquele depravado yankee, sob quem toda a Humanidade hoje padece, e gente como Chávez deve ser eliminada do mapa, simplesmente porque, como Ahmadinejad, Kadhafi e outros seres refratários a submissão, o líder venezuelano se nega a se curvar ao Império e com isso mostrar a bunda aos seus patrícios. Enter.
“O departamento de Estado americano criticou na quarta-feira, 15, a tentativa do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de aprovar uma lei que lhe permite governar por decreto por 12 meses. O venezuelano respondeu com críticas à ‘arrogância do Império’. A Lei Habilitante será votada hoje em segundo turno pela Assembleia Nacional, de ampla maioria chavista”, diz a cabeça da notícia no Estadão. Bem, que o departamento de Estado americano critique o que lhe desagrada, problema deles. Quem é o departamento de Estado naquela pocilga de país onde impera o materialismo desenfreado e onde os ícones culturais são a Coca-Cola, o Jeans, o automóvel e o hambúrguer? Que vá à merda esse departamento com seus babaquaras engravatados obedientes a poderes ocultos que eles mal sonham existir - ou de que são agentes na caradura! Bem, Chávez não hesita em mandá-los à merda de barquinho, respondendo na lata dos gringos com um belo desaforo sem cerimônia. É como aquilo de a Carla Bruni, que dizem ter sido garota de programa antes se deitar com o presidente francês e que já apareceu nua na coluna social da Folha tapando com os braços e a mão os mamilos e o pelame – será que tem? – pubiano, atacar de militante em defesa da iraniana condenada pela lei e pela tradição religiosa do Irã. A resposta de Ahmadinejad foi clara: “Não damos ouvidos a prostitutas”, coisa assim. O que gente como la Bruni e outros estropícios a quem ela se curva querem é que a mulherada árabe vire esse tipo de coisa que pulula no Ocidente: uma legião de mulheres coisificadas, desfrutáveis, sem parâmetros morais, objetos assumidos de prazer, objetos vestidos – mal ou sumariamente, quase sempre – se entregando sem pestanejar para qualquer bunda-suja que lhe fizer qualquer corte (ô) “pra ver que bicho dá”, e, se vier a gravidez, bem, tem bolsa disso e daquilo e ainda a possibilidade de meter um advogado no idiota para quem ela deu para saciar o cio de ignorante sem miolos dentro da cachola. Enter.
“A oposição venezuelana acusa Chávez de tentar aprovar a lei às pressas para se sobrepor à nova legislatura, que toma posse em janeiro, na qual o Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV) perderá a maioria qualificada de dois terços”. Bem, a nova legislatura é resultado de investimento pesado norte-americano infiltrando insatisfação em setores atrasados da população, sobre os quais se opera um tipo de populismo assistencialista para compra eleitoral - leia-se, em outras palavras, intervenção em assuntos internos venezuelanos. A oscilação de opinião pode ser resultado de muitos fatores, mas um dos mais eficazes é a velha e depravada compra de votos. E a vida econômica na Venezuela não é nenhum paraíso. Então os agentes do Império infiltrados no país podem agir com alguma certeza de sucesso fazendo uso do que aqui, nesta maravilha de cloaca em que nos fazem chafurdar, é tradição de mais de século para eleger os montes de pulhas que vemos ocupar cadeiras no Congresso desde que Deodoro e Floriano foram sucedidos por civis. Até aí, tudo certo, ou erradíssimo, mas não é o que nos interessa. O que vale registro, por exemplo, é a opinião emitida por leitores, em sua maioria uns equinos, que não se vexam de exprimir asneiras como a que se segue: “Gostaria de ver o chavez como mussulini, de ponta cabeça”. Quem assina esse primor de psicopatologia é um certo – ou incertíssimo – Caetano Santos. Primeiro, não é chavez nem mussulini, é Chávez e Mussolini; segundo, esse psicopata não tem a menor idéia do que sua boca bosteja: simplesmente porque ele nem suspeita de quem terá praticado uma das mais horrendas manifestações de monstruosidade como o que foi feito contra um líder nacionalista. E essa besta não fareja um grãozinho que seja da podridão que ele proferiu: Mussolini não é acusado de massacres, a ele não se imputam crimes de guerra, nada. Por que matar e pendurar de cabeça pra baixo um líder que integrou uma aliança nacionalista internacional e só fez mobilizar a Itália para uma ideologia como outra qualquer? Esse suposto Caetano Santos parece um ser doentio com fantasia de genocídio em seu espírito infernizado. Simplesmente porque NÃO SE TRATA DISSO o caso de Chávez nem tem sentido a execução monstruosa de Mussolini – nome que o maluquete nem sabe escrever... Mas é isso que o Império quer: imbecis votando contra Chávez, imbecis defendendo a intervenção internacional anti nacionalista, bocós palrando como papagaios imitadores o que a mídia do Império defeca nas populações destas américas latrinas... Enter final.
Bem, Chávez, que não é um Tiririca nem um Jáder Barbalho, dispara sem contar até dois: “Em resposta às críticas dos EUA, Chávez acusou Washington de tramar um complô para desacreditá-lo. ‘Temos que nos proteger da arrogância imperial’, disse. Eles repetem o discurso da ultradireita e de seus lacaios daqui’”. Ora, encerramos com uma colocação inequívoca: se os que acusam Chávez de ditador são os mesmos que massacram o povo palestino, submetem o Afeganistão e o Iraque, intervêm em qualquer estrutura social que não se dobre a eles, que valor terá o que esses seres opinem a respeito do quê? Vão comer hambúrgueres e beber cocacola, seus loucos sanguissedentos! E saibam que os que pensam não duvidam de que de vocês só pode vir monstruosidade e destruição... E viva Santo Expedito! Oremos. Té pra semana, babes!
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 953 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 504 dias também sob mordaça...
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Manoel pede um tempo por uns tempos
Frederico Mendonça de Oliveira
Envolvido com estudos copiosos e de grande dificuldade de incorporação pelo volume e profundidade de conteúdo, Manoel pede um tempo por uns tempos e passa a nós o espaço semanal para troca de idéias e informações. E assumimos o trampo e o tranco de cara, sem pestanejar. Logo abordamos os fatos mais malucos do momento, fatos que não interessam à mídia do Império, ou os que interessam justamente para serem alvejados de alguma forma: tesourados, deformados, desviados, invertidos, manipulados, usados criminosamente, coisas assim. Começa logo com a questão WikiLeaks, essa tremenda confa gerada pela publicação de informações sobre ações criminosas da central de comando do Império, nos EUA. E eis que, indo à luta, logo deparamos com o insondável, com o desequilíbrio, com o vago. É que a imprensa do Império não tem nenhum interesse em esclarecer os fatos que começam a assombrar o mundo. De saída, fomos buscar indícios da encrenca na Folha, e logo aparece uma visão embaralhada e sem norte, protagonizada por Lula da Filva, o Çilva I, colocada a fala do quase ex-presidente como gancho de uma impalpável notícia sobre o assunto. Tudo fica vago, como convém. E sentimos o jeitinho brasileiro sendo posto pra funcionar. Enter.
Lá vem a Folha: “O presidente criticou a busca mundial feita por Assange (??). ‘Ele desnuda a diplomacia, que parecia inatingível e a mais certa do mundo, e começa uma busca. Não sei se colocaram cartaz como no tempo do faroeste, procura-se vivo ou morto, e prenderam o rapaz. Não vi um voto de protesto’, disse. Lula pediu aos assessores que comecem a fazer manifestação no Blog do Planalto. ‘Vamos fazer o primeiro protesto então contra a liberdade de expressão na internet (,) porque o rapaz estava colocando lá apenas o que ele leu. E se ele leu é porque alguém escreveu. O culpado não é quem divulgou, mas quem escreveu a bobagem. Então, que fique aqui meu protesto’, afirmou o presidente”. Estivesse Manoel aqui e logo denunciaria a completa dubiedade dessa matéria e da própria fala do Çilva I, sempre soando a cacarejo, senão a bostejo, como diriam professores do Colégio Militar do Rio nos anos 50. O trêfego petista maior conseguiu impor um estilo histriônico e banalizante em relação a tudo. É um Midas às avessas, que reduz todo assunto em que toca a conteúdo de miserê, de titica. Vejam a fala completamente desalinhada e paradoxal: “Vamos fazer o primeiro protesto então contra a liberdade de expressão na internet porque o rapaz estava colocando lá apenas o que ele leu”. Parece uma outra fala dele, dizendo que foi quem mais lutou contra a ética... Mas acabou que conseguimos ordenar a questão, chegamos a informações mais consistentes, e vai o que interessa a todos os seres do Cristo – não somos evangélicos, pô! – e do bem: “O site WikiLeaks já divulgou documentos sigilosos sobre guerras do Iraque e do Afeganistão e revela agora correspondências diplomáticas dos EUA e afeta, entre outros, o WikiLeaks Brasil. O WikiLeaks é um site que se dedica a revelar documentos secretos de vários países. Neste ano, o site divulgou cerca de 400 mil documentos secretos sobre a guerra do Iraque. Antes disso, o WikiLeaks já havia divulgado 90 mil relatórios confidenciais sobre abusos cometidos no Afeganistão. Divulgou no último domingo cerca de 250 mil documentos diplomáticos secretos dos EUA que revelaram segredos da política externa americana. Os documentos foram publicados pelos jornais The Guardian, New York Times, Le Monde e El País e pela revista alemã Der Spiegel e se referem desde os anos 1960 ao início de 2010”. Enter.
Os Conquistadores do Mundo, isto é, o Império, que envolve os donos do planeta e sua equipe monstruosa espalhada pelos quatro cantos do mundo, querem que tudo seja feito ao gosto e interesse deles, e isso não pode ser sabido pelas vítimas desse esquema. Os monstros dominadores intervencionistas, sempre tomados de ódio e fantasia de vingança, seres sanguissedentos, tacham cinicamente de “adeptos de teorias da conspiração” os que descobrem a armação conspiratória deles, que é tão clara quanto funesta, mas o sigilo que impõem a seu esquema é tal que a Humanidade vive bovinamente sob cabresto e não tem como se organizar. E é justamente para evitar qualquer organização, qualquer mobilização, que existe o descomunal esquema de “comunicação”, justamente para evitar a comunicação entre os seres por eles controlados. E esses seres são simplesmente TODA A HUMANIDADE. Então o papel do WikiLeaks é de suma importância no que desvenda o que os dominadores ávidos e desalmados fazem contra a macacada vestida que deambula bestamente na superfície desta bola malsinada, o planeta Terra. Enter.
Pois eis que prenderam semana passada o homem do WikiLeaks alegando prática de crime sexual. Estivesse Manoel na raia e logo viria a estupefação: “Na Suécia?? Crime sexual na Suécia??”, porque trata-se do país em que o sexo não tem fronteiras, segundo o que se diz no mundo inteiro. Preocupados com essa história tão estranha quanto intrigantemente oportuna e conveniente para os reis do Império, flagrados com a boca na botija pelo que o site revelou, fomos atrás de subsídios.
E chegamos a algo concreto, sempre via internet, setor em que a censura – ainda! – não pode incidir: “As acusações contra Assange na Suécia são absurdas e foram consideradas absurdas pela Procuradora-chefe sueca, que já havia encerrado o caso, até que uma figura política importante entrou em cena, e o caso foi reaberto”. E lá vai Pepe Escobar abrindo o jogo em seu Asia Times Online: “Como disse Mark Stephens, advogado londrino de Assange, falando a ATO News no fim-de-semana, os procuradores suecos caçam Assange ‘não por alguma acusação de estupro, como disseram antes’, mas por prática conhecida como ‘sex by surprise’, a qual, disse Stephens, ‘envolve multa de 5.000 kronor, cerca de 715 dólares’. Stephens acrescentou que ‘Nem sabemos o que significa ‘sex by surprise’. 'Ninguém nos falou sobre isso', disse.”. Na calçada, à frente do tribunal de Westminster, o consagrado jornalista John Pilger, que acompanha a maluquice, resumiu tudo: “Os suecos deveriam ter vergonha do que fizeram.” E prossegue Escobar: “Nada confirmado até agora, mas especula-se que a tal ‘figura política importante’ talvez tenha as maneiras sombrias do velho estilo da velha CIA. Mas a parte mais absurda é que a própria ‘Miss A’ (uma das envolvidas no sex by surprise) contou a um tabloide sueco que ‘jamais pensara ou desejara acusar Assange de estupro’. Talvez devesse contar também à nova Procuradora”. Enter final.
Para quem quiser ver as coisas mais de perto vão, abaixo, três links. Um mostra o trêfego Çilva I falando – com delícia, pois adora ter uma platéia diante de si – sobre o fato e misturando bolas, como sempre. Outro é o link da matéria sobre o escândalo, no ATO News. Outro ainda, e brabo, permite entrar na encrenca de cabeça. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
http://www.viomundo.com.br/politica/a-solidariedade-de-lula-ao-wikileaks.html
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/pepe-escobar-imperador-nu-prega-%e2%80%9csex-by-surprise%e2%80%9d.html
http://213.251.145.96/
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás, mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 946 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 497 dias também sob mordaça...
Envolvido com estudos copiosos e de grande dificuldade de incorporação pelo volume e profundidade de conteúdo, Manoel pede um tempo por uns tempos e passa a nós o espaço semanal para troca de idéias e informações. E assumimos o trampo e o tranco de cara, sem pestanejar. Logo abordamos os fatos mais malucos do momento, fatos que não interessam à mídia do Império, ou os que interessam justamente para serem alvejados de alguma forma: tesourados, deformados, desviados, invertidos, manipulados, usados criminosamente, coisas assim. Começa logo com a questão WikiLeaks, essa tremenda confa gerada pela publicação de informações sobre ações criminosas da central de comando do Império, nos EUA. E eis que, indo à luta, logo deparamos com o insondável, com o desequilíbrio, com o vago. É que a imprensa do Império não tem nenhum interesse em esclarecer os fatos que começam a assombrar o mundo. De saída, fomos buscar indícios da encrenca na Folha, e logo aparece uma visão embaralhada e sem norte, protagonizada por Lula da Filva, o Çilva I, colocada a fala do quase ex-presidente como gancho de uma impalpável notícia sobre o assunto. Tudo fica vago, como convém. E sentimos o jeitinho brasileiro sendo posto pra funcionar. Enter.
Lá vem a Folha: “O presidente criticou a busca mundial feita por Assange (??). ‘Ele desnuda a diplomacia, que parecia inatingível e a mais certa do mundo, e começa uma busca. Não sei se colocaram cartaz como no tempo do faroeste, procura-se vivo ou morto, e prenderam o rapaz. Não vi um voto de protesto’, disse. Lula pediu aos assessores que comecem a fazer manifestação no Blog do Planalto. ‘Vamos fazer o primeiro protesto então contra a liberdade de expressão na internet (,) porque o rapaz estava colocando lá apenas o que ele leu. E se ele leu é porque alguém escreveu. O culpado não é quem divulgou, mas quem escreveu a bobagem. Então, que fique aqui meu protesto’, afirmou o presidente”. Estivesse Manoel aqui e logo denunciaria a completa dubiedade dessa matéria e da própria fala do Çilva I, sempre soando a cacarejo, senão a bostejo, como diriam professores do Colégio Militar do Rio nos anos 50. O trêfego petista maior conseguiu impor um estilo histriônico e banalizante em relação a tudo. É um Midas às avessas, que reduz todo assunto em que toca a conteúdo de miserê, de titica. Vejam a fala completamente desalinhada e paradoxal: “Vamos fazer o primeiro protesto então contra a liberdade de expressão na internet porque o rapaz estava colocando lá apenas o que ele leu”. Parece uma outra fala dele, dizendo que foi quem mais lutou contra a ética... Mas acabou que conseguimos ordenar a questão, chegamos a informações mais consistentes, e vai o que interessa a todos os seres do Cristo – não somos evangélicos, pô! – e do bem: “O site WikiLeaks já divulgou documentos sigilosos sobre guerras do Iraque e do Afeganistão e revela agora correspondências diplomáticas dos EUA e afeta, entre outros, o WikiLeaks Brasil. O WikiLeaks é um site que se dedica a revelar documentos secretos de vários países. Neste ano, o site divulgou cerca de 400 mil documentos secretos sobre a guerra do Iraque. Antes disso, o WikiLeaks já havia divulgado 90 mil relatórios confidenciais sobre abusos cometidos no Afeganistão. Divulgou no último domingo cerca de 250 mil documentos diplomáticos secretos dos EUA que revelaram segredos da política externa americana. Os documentos foram publicados pelos jornais The Guardian, New York Times, Le Monde e El País e pela revista alemã Der Spiegel e se referem desde os anos 1960 ao início de 2010”. Enter.
Os Conquistadores do Mundo, isto é, o Império, que envolve os donos do planeta e sua equipe monstruosa espalhada pelos quatro cantos do mundo, querem que tudo seja feito ao gosto e interesse deles, e isso não pode ser sabido pelas vítimas desse esquema. Os monstros dominadores intervencionistas, sempre tomados de ódio e fantasia de vingança, seres sanguissedentos, tacham cinicamente de “adeptos de teorias da conspiração” os que descobrem a armação conspiratória deles, que é tão clara quanto funesta, mas o sigilo que impõem a seu esquema é tal que a Humanidade vive bovinamente sob cabresto e não tem como se organizar. E é justamente para evitar qualquer organização, qualquer mobilização, que existe o descomunal esquema de “comunicação”, justamente para evitar a comunicação entre os seres por eles controlados. E esses seres são simplesmente TODA A HUMANIDADE. Então o papel do WikiLeaks é de suma importância no que desvenda o que os dominadores ávidos e desalmados fazem contra a macacada vestida que deambula bestamente na superfície desta bola malsinada, o planeta Terra. Enter.
Pois eis que prenderam semana passada o homem do WikiLeaks alegando prática de crime sexual. Estivesse Manoel na raia e logo viria a estupefação: “Na Suécia?? Crime sexual na Suécia??”, porque trata-se do país em que o sexo não tem fronteiras, segundo o que se diz no mundo inteiro. Preocupados com essa história tão estranha quanto intrigantemente oportuna e conveniente para os reis do Império, flagrados com a boca na botija pelo que o site revelou, fomos atrás de subsídios.
E chegamos a algo concreto, sempre via internet, setor em que a censura – ainda! – não pode incidir: “As acusações contra Assange na Suécia são absurdas e foram consideradas absurdas pela Procuradora-chefe sueca, que já havia encerrado o caso, até que uma figura política importante entrou em cena, e o caso foi reaberto”. E lá vai Pepe Escobar abrindo o jogo em seu Asia Times Online: “Como disse Mark Stephens, advogado londrino de Assange, falando a ATO News no fim-de-semana, os procuradores suecos caçam Assange ‘não por alguma acusação de estupro, como disseram antes’, mas por prática conhecida como ‘sex by surprise’, a qual, disse Stephens, ‘envolve multa de 5.000 kronor, cerca de 715 dólares’. Stephens acrescentou que ‘Nem sabemos o que significa ‘sex by surprise’. 'Ninguém nos falou sobre isso', disse.”. Na calçada, à frente do tribunal de Westminster, o consagrado jornalista John Pilger, que acompanha a maluquice, resumiu tudo: “Os suecos deveriam ter vergonha do que fizeram.” E prossegue Escobar: “Nada confirmado até agora, mas especula-se que a tal ‘figura política importante’ talvez tenha as maneiras sombrias do velho estilo da velha CIA. Mas a parte mais absurda é que a própria ‘Miss A’ (uma das envolvidas no sex by surprise) contou a um tabloide sueco que ‘jamais pensara ou desejara acusar Assange de estupro’. Talvez devesse contar também à nova Procuradora”. Enter final.
Para quem quiser ver as coisas mais de perto vão, abaixo, três links. Um mostra o trêfego Çilva I falando – com delícia, pois adora ter uma platéia diante de si – sobre o fato e misturando bolas, como sempre. Outro é o link da matéria sobre o escândalo, no ATO News. Outro ainda, e brabo, permite entrar na encrenca de cabeça. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
http://www.viomundo.com.br/politica/a-solidariedade-de-lula-ao-wikileaks.html
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/pepe-escobar-imperador-nu-prega-%e2%80%9csex-by-surprise%e2%80%9d.html
http://213.251.145.96/
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás, mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 946 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 497 dias também sob mordaça...
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Manoel e o colapso dos institutos
Frederico Mendonça de Oliveira
“Pois é, pois pois. Fiquei sabendo, ó Maria, que uma funcionária de uma empresa foi despedida por ter aliviado seus gases intestinais não sei se com estampido, se com fetidez sulfídrica, se com os dois. Não sei quem sentiu ou ouviu o malfadado flato, o fato é que isto valeu uma demissão para a pobre emitente do gás liberado em ambiente adverso. Mas parece-me a mim e a muitos outros seres atentos para com tais fatos aberrativos ou naturais – quem não alivia seus intestinos pressionados por gases? – que livrar-se de gases é lícito, desde que não causando lesão ou dano a pessoas ou ambientes. Que te parece, ó linda? Concordas com a demissão da pobre?”, pergunta Manoel, considerando os curvilíneos volumes de sua amada, que se ajeita na cadeira para dar prosseguimento ao diálogo. Enter.
“Tu não acreditas, ó Manoel, mas acabo de dar de cara com uma notícia enviada por uma colega de escola secundária que sempre me envia fatos bizarros para curtição. Trata-se do teor de um despacho judicial tratando justamente desse assunto. Veja aqui no vídeo”. E Maria abre sua caixa postal e exibe o material para seu abestalhado Manoel. A combinação de termos e de ambientes, isto é, o juridiquês empolado usando até latim para se referir a emissões gasosas de intestinos e as imagens que passam por nossas mentes lembrando tribunais e, claro, as partes emitentes dos gases e a sonoridade característica e sempre hilariante deles acaba gerando uma propensão ao divertimento, e Manoel já olha para as palavras do texto com expressão a caminho do riso. E o texto acaba realmente risível, inusitada que é a combinação de tais conteúdos. Segue o texto. Enter.
“RECORRENTE: Coorpu's Com Serv de Produtos Para Estet/ RECORRIDO: Marcia da Silva Conceição/ EMENTA - PENA DISCIPLINAR. FLATULÊNCIA NO LOCAL DE TRABALHO.
Por princípio, a Justiça não deve ocupar-se de miuçalhas (de minimis non curat pretor). Na vida contratual, todavia, pequenas faltas podem acumular-se como precedentes curriculares negativos, pavimentando o caminho para a justa causa, como ocorreu in casu. Daí porque a atenção dispensada à inusitada advertência que precedeu a dispensa da reclamante. Impossível validar a aplicação de punição por flatulência no local de trabalho, vez que se trata de reação orgânica natural à ingestão de alimentos e ar, os quais, combinados com outros elementos presentes no corpo humano, resultam em gases que se acumulam no tubo digestivo, que o organismo necessita expelir, via oral ou anal.
Abusiva a presunção patronal de que tal ocorrência configura conduta social a ser reprimida, por atentatória à disciplina contratual e aos bons costumes. Agride a razoabilidade a pretensão de submeter o organismo humano ao jus variandi, punindo indiscretas manifestações da flora intestinal sobre as quais empregado e empregador não têm pleno domínio. Estrepitosos ou sutis, os flatos nem sempre são indulgentes com as nossas pobres convenções sociais.” Enter.
“Vê, Manoel, como tudo é tão relativo. Todos sabemos das pressões sociais agindo em nossa fisiologia, todos vivemos às voltas com evitar emitir gases em momentos ou locais considerados impróprios, mas punir quem deixa escapar um sonoro e/ou malcheiroso pum me parece algo além dos limites. Se o autor do disparo o faz de forma acintosa contra um superior, aquilo de assestar a via de liberação em direção ao endereço e deliberadamente efetuar o disparo, acredita-se até na procedência de uma justa causa. Mas se foi involuntário, se escapou, malgrado os efeitos da liberação, seja a contrariedade gerada com lidar com gases oriundos de entranhas outras e portanto portadores de conteúdos mefíticos indesejáveis para terceiros, seja pela quebra de uma convenção de compostura no trabalho, é bem vinda a indulgência para com o pobre emissor”, considera Maria diante de um olhar derretido de Manoel. O casal tem por princípio não incluir emissões quando juntos ou apenas próximos. Mas o fato de uma empresa despedir uma pobre peidante cheira a pedantismo. “Tu viste, ó Manoel, aquele vídeo no Youtube em que um funcionário recebe, em sua apertada repartição, seus colegas de trabalho que levam para ele o bolo de aniversário, e eis que o aniversariante, sem saber do séquito que invade seu espaço – ele estava de costas – ali adentrava com o bolo, emite uma bomba sonora em direção aos pobres?”, pergunta Maria. Você pode, querido leitor, assistir às cenas dessa situação que Maria lembrou, basta clicar no link abaixo. E Manoel, vendo as cenas, comenta: “Mas que podemos fazer diante de uma rata dessas senão sair correndo do local para evitar inspirar conteúdos de entranhas outras?? Aliás, foi o que me pareceu que os envolvidos fizeram...”, comenta nosso herói diante do fato inesperado vivido por todos. (http://www.youtube.com/watch?v=NkblnnAF1sE) Enter.
E Maria aponta no texto enviado por sua amiga algo que não vira antes e que corrobora suas palavras de forma inequívoca: “A imposição dolosa, aos circunstantes, dos ardores da flora intestinal, pode configurar, no limite, incontinência de conduta, passível de punição pelo empregador. Já a eliminação involuntária, conquanto possa gerar constrangimentos e, até mesmo, piadas e brincadeiras, não há de ter reflexo para a vida contratual.” E Manoel pensa nos seus longínquos tempos de escola fundamental, em que as brincadeiras com pum eram diárias, sendo verdadeiro sucesso em salas de aula – especialmente quando o risco era grande, no caso de o professor ter maus instintos – e de como isso enriqueceu sua vida com um acervo de lembranças em que a inocência ia se perdendo através de práticas de pequenos desvios, e ainda de como isso trouxe de forma indolor a compreensão da nossa falibilidade humana. Enter final.
E Manoel conta para Maria sua experiência com o Realismo português, quando, lendo O Crime do Padre Amaro, deparou com aquela abertura falando de o pároco José Miguéis, de Leiria, não ter compostura de sacerdote, chegando a arrotar no confessionário e a desencorajar com maus modos as fiéis carolas que lhe vinham falar de jejuns: “Ora, coma-lhe e beba-lhe, criatura!”. Maria se deliciava ouvindo a fala de Manoel, cheia de deslumbramento, e acabou por falar sobre a falência irremediável de todos os institutos: “Tu vês, ó Manoel, que a estrutura da lei, a considerar o crescimento desordenado das populações Brasil a dentro e mundo afora, chegou a um impasse de pane total. Todos os valores se relativizaram a tal ponto que seria necessário reformular tudo, desde a Constituição até os conteúdos de cargos de comando, e com isso estaríamos diante de tamanha e tão árdua tarefa que a vida passaria a andar para trás. Quanto maior o número de leis, pior a república, diz o adágio latino – mala raepublica plurimae leges –, e vemos o colapso geral quando toda uma estrutura da Justiça é acionada por conta de um simples pum!”. E Manoel: “É, minha linda: a civilização acabou!”, e os dois deixam a adorável copa-cozinha e fica lá o gato dormindo, dando um toque de beleza à cena. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás, mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 939 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 490 dias também sob mordaça...
“Pois é, pois pois. Fiquei sabendo, ó Maria, que uma funcionária de uma empresa foi despedida por ter aliviado seus gases intestinais não sei se com estampido, se com fetidez sulfídrica, se com os dois. Não sei quem sentiu ou ouviu o malfadado flato, o fato é que isto valeu uma demissão para a pobre emitente do gás liberado em ambiente adverso. Mas parece-me a mim e a muitos outros seres atentos para com tais fatos aberrativos ou naturais – quem não alivia seus intestinos pressionados por gases? – que livrar-se de gases é lícito, desde que não causando lesão ou dano a pessoas ou ambientes. Que te parece, ó linda? Concordas com a demissão da pobre?”, pergunta Manoel, considerando os curvilíneos volumes de sua amada, que se ajeita na cadeira para dar prosseguimento ao diálogo. Enter.
“Tu não acreditas, ó Manoel, mas acabo de dar de cara com uma notícia enviada por uma colega de escola secundária que sempre me envia fatos bizarros para curtição. Trata-se do teor de um despacho judicial tratando justamente desse assunto. Veja aqui no vídeo”. E Maria abre sua caixa postal e exibe o material para seu abestalhado Manoel. A combinação de termos e de ambientes, isto é, o juridiquês empolado usando até latim para se referir a emissões gasosas de intestinos e as imagens que passam por nossas mentes lembrando tribunais e, claro, as partes emitentes dos gases e a sonoridade característica e sempre hilariante deles acaba gerando uma propensão ao divertimento, e Manoel já olha para as palavras do texto com expressão a caminho do riso. E o texto acaba realmente risível, inusitada que é a combinação de tais conteúdos. Segue o texto. Enter.
“RECORRENTE: Coorpu's Com Serv de Produtos Para Estet/ RECORRIDO: Marcia da Silva Conceição/ EMENTA - PENA DISCIPLINAR. FLATULÊNCIA NO LOCAL DE TRABALHO.
Por princípio, a Justiça não deve ocupar-se de miuçalhas (de minimis non curat pretor). Na vida contratual, todavia, pequenas faltas podem acumular-se como precedentes curriculares negativos, pavimentando o caminho para a justa causa, como ocorreu in casu. Daí porque a atenção dispensada à inusitada advertência que precedeu a dispensa da reclamante. Impossível validar a aplicação de punição por flatulência no local de trabalho, vez que se trata de reação orgânica natural à ingestão de alimentos e ar, os quais, combinados com outros elementos presentes no corpo humano, resultam em gases que se acumulam no tubo digestivo, que o organismo necessita expelir, via oral ou anal.
Abusiva a presunção patronal de que tal ocorrência configura conduta social a ser reprimida, por atentatória à disciplina contratual e aos bons costumes. Agride a razoabilidade a pretensão de submeter o organismo humano ao jus variandi, punindo indiscretas manifestações da flora intestinal sobre as quais empregado e empregador não têm pleno domínio. Estrepitosos ou sutis, os flatos nem sempre são indulgentes com as nossas pobres convenções sociais.” Enter.
“Vê, Manoel, como tudo é tão relativo. Todos sabemos das pressões sociais agindo em nossa fisiologia, todos vivemos às voltas com evitar emitir gases em momentos ou locais considerados impróprios, mas punir quem deixa escapar um sonoro e/ou malcheiroso pum me parece algo além dos limites. Se o autor do disparo o faz de forma acintosa contra um superior, aquilo de assestar a via de liberação em direção ao endereço e deliberadamente efetuar o disparo, acredita-se até na procedência de uma justa causa. Mas se foi involuntário, se escapou, malgrado os efeitos da liberação, seja a contrariedade gerada com lidar com gases oriundos de entranhas outras e portanto portadores de conteúdos mefíticos indesejáveis para terceiros, seja pela quebra de uma convenção de compostura no trabalho, é bem vinda a indulgência para com o pobre emissor”, considera Maria diante de um olhar derretido de Manoel. O casal tem por princípio não incluir emissões quando juntos ou apenas próximos. Mas o fato de uma empresa despedir uma pobre peidante cheira a pedantismo. “Tu viste, ó Manoel, aquele vídeo no Youtube em que um funcionário recebe, em sua apertada repartição, seus colegas de trabalho que levam para ele o bolo de aniversário, e eis que o aniversariante, sem saber do séquito que invade seu espaço – ele estava de costas – ali adentrava com o bolo, emite uma bomba sonora em direção aos pobres?”, pergunta Maria. Você pode, querido leitor, assistir às cenas dessa situação que Maria lembrou, basta clicar no link abaixo. E Manoel, vendo as cenas, comenta: “Mas que podemos fazer diante de uma rata dessas senão sair correndo do local para evitar inspirar conteúdos de entranhas outras?? Aliás, foi o que me pareceu que os envolvidos fizeram...”, comenta nosso herói diante do fato inesperado vivido por todos. (http://www.youtube.com/watch?v=NkblnnAF1sE) Enter.
E Maria aponta no texto enviado por sua amiga algo que não vira antes e que corrobora suas palavras de forma inequívoca: “A imposição dolosa, aos circunstantes, dos ardores da flora intestinal, pode configurar, no limite, incontinência de conduta, passível de punição pelo empregador. Já a eliminação involuntária, conquanto possa gerar constrangimentos e, até mesmo, piadas e brincadeiras, não há de ter reflexo para a vida contratual.” E Manoel pensa nos seus longínquos tempos de escola fundamental, em que as brincadeiras com pum eram diárias, sendo verdadeiro sucesso em salas de aula – especialmente quando o risco era grande, no caso de o professor ter maus instintos – e de como isso enriqueceu sua vida com um acervo de lembranças em que a inocência ia se perdendo através de práticas de pequenos desvios, e ainda de como isso trouxe de forma indolor a compreensão da nossa falibilidade humana. Enter final.
E Manoel conta para Maria sua experiência com o Realismo português, quando, lendo O Crime do Padre Amaro, deparou com aquela abertura falando de o pároco José Miguéis, de Leiria, não ter compostura de sacerdote, chegando a arrotar no confessionário e a desencorajar com maus modos as fiéis carolas que lhe vinham falar de jejuns: “Ora, coma-lhe e beba-lhe, criatura!”. Maria se deliciava ouvindo a fala de Manoel, cheia de deslumbramento, e acabou por falar sobre a falência irremediável de todos os institutos: “Tu vês, ó Manoel, que a estrutura da lei, a considerar o crescimento desordenado das populações Brasil a dentro e mundo afora, chegou a um impasse de pane total. Todos os valores se relativizaram a tal ponto que seria necessário reformular tudo, desde a Constituição até os conteúdos de cargos de comando, e com isso estaríamos diante de tamanha e tão árdua tarefa que a vida passaria a andar para trás. Quanto maior o número de leis, pior a república, diz o adágio latino – mala raepublica plurimae leges –, e vemos o colapso geral quando toda uma estrutura da Justiça é acionada por conta de um simples pum!”. E Manoel: “É, minha linda: a civilização acabou!”, e os dois deixam a adorável copa-cozinha e fica lá o gato dormindo, dando um toque de beleza à cena. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás, mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 939 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 490 dias também sob mordaça...
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Manoel e a anunciada prisão de Tiririca
Frederico Mendonça de Oliveira
“Não há mais sentido em nada nesse Brasil, ó Maria! Será que nós é que estamos amalucados e o Brasil está em perfeito estado de saúde mental?? Agora o promotor Maurício Lopes, segundo a Folha, ‘pediu à Justiça que o deputado eleito Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca, seja condenado a cinco anos de prisão. Essa é a pena máxima para o crime de falsidade ideológica, do qual o humorista é acusado.’, diz a notícia. Não existe muito a duvidar nessa história de o Tiririca ser candidato: foi um golpe bem tramado por espertalhões, uma armação que tentou antes outros nomes conhecidos, como o Dráuzio Varela e uma certa Sabrina Sato, que dizem ser ‘apresentadora’ – cá pra nós, ó linda, apresentadora de quê?? –, e que acabou encontrando o Tiririca, e ele topou a aventura de cara, seguramente porque palhaçada é seu feitio e sua função nesta vida”, expõe Manoel a sua amada, que dobra roupas cheirosas que ela acabou de tirar do varal lá embaixo, com religiosidade total. A reportagem ainda aponta aspectos que seriam sustentação técnica para o pedido de prisão: “Segundo o promotor, Tiririca entregou à Justiça Eleitoral declarações falsas sobre sua alfabetização e a propriedade de bens. A lei prevê que a punição no caso pode ir de um a cinco anos de prisão. ‘Pedi a condenação na pena máxima tendo em vista a repercussão social do crime e a natureza da falsificação, que foi feita para produzir uma fraude eleitoral de rumorosa consequência jurídica e social’, afirmou Lopes”, segundo a mesma Folha. A colunista Mônica Bérgamo também aborda a coisa, pendendo para o lado do palhaço: “Ainda às voltas com acusações de que não saberia escrever e por isso não poderia assumir o cargo de deputado federal, o palhaço Tiririca teve parecer favorável da Justiça Eleitoral para a aprovação de suas contas de campanha”, diz a pregoeira dos ricos da Paulicéia e do Brasil, quiçá do mundo. Em outro momento, cai no saco o que se segue: “A atuação do promotor no caso já levou a Corregedoria do Ministério Público a abrir uma investigação para apurar eventuais excessos dele na busca por uma condenação do humorista”. Enter.
“Enquanto isso, ó Maria, o crime avança no nosso saudoso Rio de nossos primeiros vagidos de amor. Os revoltosos – que o sistema chama de bandidos – estão provando por A mais B que não há mais o que os detenha, que estão de tal forma integrados e inerentes ao tecido social que não há mais possibilidade histórica de extirpá-los. Eles são o pecado essencial do sistema se manifestando de forma irrefreável. Para exterminar essa manifestação, seria necessário exterminar a origem dela, e a origem dela é o próprio corpo social... que se deixou cooptar pela malignidade do capitalismo brasileiro e carioca em especial, e agora temos um terrível corpo social duplo indissociável, como gêmeos toracópagos dotados de um só coração. Se se tentar livrar um do outro, os dois morrem, porque o coração é único... E tudo isso nos leva a perguntar o que Pilatos perguntou: ‘Quid est veritas?’, na verdade contendo, isto, o sentido oculto da percepção da decadência iminente do império romano. Mas para nós aqui, ó linda, fica a coisa na superfície mesmo. É que o chamado Congresso congrega NADA: congrega mesmo é uma caterva de desconhecidos que em nada representam o povo que os guindou a tal condição. ‘Onde está a verdade?’ Esta inversão de valores revela o erro, a malignidade presente na gênese do processo político-social, e do que decorre a sociedade entrar em processo de autofagia e de conflagração. Células em confronto mortal, em suma, quando deveria ser o oposto!”, considera Manoel chapado com o paroxismo que explode no Rio e que brevemente acabará tomando todo o território nacional como nova instituição viva. Enter.
Toca o pianista John Bunch na Jazz Radio (www.jazzradio.com) com seu trio, uma linda balada, I’ll Get By, um requinte só. Enquanto isso, no Rio, a guerra se agrava. Manoel considera fatos e conteúdos: “A população até já considera que chacinar os revoltosos – na verdade, excluídos, não propriamente marginais, mas, sim, marginalizados –, seja solução. Mas não é: é desespero de causa, e isso não traz solução. O erro vem de longe, e não há como retomar o começo e repensar o rumo, corrigindo o desvio que gerou essa desgraça toda. Aliás, isso começou a se agravar estupidamente concomitantemente à entrada da Globo no ar. Alguns lúcidos dirão que a violência se desenhou, gestou e nasceu nos anos da ditadura. Certo, mas não se pode esquecer que a Globo entrou no ar no verão de 1964/1965, e agiu contra a população de forma imensamente mais destrutiva que 20 ditaduras militares... As ditaduras do Chile e na Argentina mataram horrores, mas os dois países não despencaram em valores sociais como nós, porque lá não teve Globo, não teve a destruição institucional que esse horror televisivo detonou aqui. A explosão populacional e a deseducação intervencional chegando à piada da boçalização teratogênica via TV não poderiam ter chegado senão a essa atual desgraça, uma conjuntura em que os opostos estão caoticamente abraçados numa dança mortal e trágica!”, fala Manoel depois de constatar que a ação policial e militar deixam cair a máscara. E Maria, depois de organizadas todas as roupas, intervém. Enter final.
“Pois isso vai dar em mais derramamento de sangue, vai gerar um círculo vicioso em que o lado chamado criminoso estará cumprindo é o papel que deveria ter sido desempenhado pela chamada boa sociedade. Hoje estamos à mercê de quem? Estamos desarmados, de joelhos! As instituições foram desmanteladas todas, o marginalizado está em sua condição de opositor do regime e está armado – e ataca pra valer. E nós? Adubamos isso com nossa omissão e aceitação do cinismo desse sistema comandado por pulhas, sudras, canalhas, patifes, vilões, seja qual for a colocação política deles, que pululam nos três poderes e em tudo que cerca essa arquitetura infernal??? Somos cínicos, cagões ou pusilânimes? Cínicos são os que só almejam benefícios; cagões, os que se defecam só de pensar em assumir qualquer responsabilidade; pusilânimes, os que preferem apodrecer confortavelmente com carrão na garagem e inserção social através de planos e mais planos. Seria isso uma estrutura LEGAL???”, indaga Maria com olhos ardentes de indignação. Enter final.
“O que nos resta é a mais cínica de todas as decisões, mas é a única alternativa: ficar na moita em casa, quietos, rezando para que o ódio social não nos atinja. A corrupção já nos alvejou, mas isso acaba saindo na urina, porque lidar com pulhas à distância é suportável e superável. Mas o cinismo, em certas horas, é a saída digna, por mais paradoxal que pareça. O Brasil já era, o mundo já era. Não poderemos reverter isso. É ter fé em Deus e que venha o que vier: juntos enfrentaremos qualquer coisa”, conclui Manoel sob o olhar concentrado de sua Maria. “A nós nos resta o nosso amor e Deus, filho!”, conclui Maria. E o mundo lá fora vira apenas um pesadelo, e a paz inunda o espaço em que manda o Cristo. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té a próxima, babes!
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás, mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 932 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 483 dias também na mordaça...
“Não há mais sentido em nada nesse Brasil, ó Maria! Será que nós é que estamos amalucados e o Brasil está em perfeito estado de saúde mental?? Agora o promotor Maurício Lopes, segundo a Folha, ‘pediu à Justiça que o deputado eleito Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca, seja condenado a cinco anos de prisão. Essa é a pena máxima para o crime de falsidade ideológica, do qual o humorista é acusado.’, diz a notícia. Não existe muito a duvidar nessa história de o Tiririca ser candidato: foi um golpe bem tramado por espertalhões, uma armação que tentou antes outros nomes conhecidos, como o Dráuzio Varela e uma certa Sabrina Sato, que dizem ser ‘apresentadora’ – cá pra nós, ó linda, apresentadora de quê?? –, e que acabou encontrando o Tiririca, e ele topou a aventura de cara, seguramente porque palhaçada é seu feitio e sua função nesta vida”, expõe Manoel a sua amada, que dobra roupas cheirosas que ela acabou de tirar do varal lá embaixo, com religiosidade total. A reportagem ainda aponta aspectos que seriam sustentação técnica para o pedido de prisão: “Segundo o promotor, Tiririca entregou à Justiça Eleitoral declarações falsas sobre sua alfabetização e a propriedade de bens. A lei prevê que a punição no caso pode ir de um a cinco anos de prisão. ‘Pedi a condenação na pena máxima tendo em vista a repercussão social do crime e a natureza da falsificação, que foi feita para produzir uma fraude eleitoral de rumorosa consequência jurídica e social’, afirmou Lopes”, segundo a mesma Folha. A colunista Mônica Bérgamo também aborda a coisa, pendendo para o lado do palhaço: “Ainda às voltas com acusações de que não saberia escrever e por isso não poderia assumir o cargo de deputado federal, o palhaço Tiririca teve parecer favorável da Justiça Eleitoral para a aprovação de suas contas de campanha”, diz a pregoeira dos ricos da Paulicéia e do Brasil, quiçá do mundo. Em outro momento, cai no saco o que se segue: “A atuação do promotor no caso já levou a Corregedoria do Ministério Público a abrir uma investigação para apurar eventuais excessos dele na busca por uma condenação do humorista”. Enter.
“Enquanto isso, ó Maria, o crime avança no nosso saudoso Rio de nossos primeiros vagidos de amor. Os revoltosos – que o sistema chama de bandidos – estão provando por A mais B que não há mais o que os detenha, que estão de tal forma integrados e inerentes ao tecido social que não há mais possibilidade histórica de extirpá-los. Eles são o pecado essencial do sistema se manifestando de forma irrefreável. Para exterminar essa manifestação, seria necessário exterminar a origem dela, e a origem dela é o próprio corpo social... que se deixou cooptar pela malignidade do capitalismo brasileiro e carioca em especial, e agora temos um terrível corpo social duplo indissociável, como gêmeos toracópagos dotados de um só coração. Se se tentar livrar um do outro, os dois morrem, porque o coração é único... E tudo isso nos leva a perguntar o que Pilatos perguntou: ‘Quid est veritas?’, na verdade contendo, isto, o sentido oculto da percepção da decadência iminente do império romano. Mas para nós aqui, ó linda, fica a coisa na superfície mesmo. É que o chamado Congresso congrega NADA: congrega mesmo é uma caterva de desconhecidos que em nada representam o povo que os guindou a tal condição. ‘Onde está a verdade?’ Esta inversão de valores revela o erro, a malignidade presente na gênese do processo político-social, e do que decorre a sociedade entrar em processo de autofagia e de conflagração. Células em confronto mortal, em suma, quando deveria ser o oposto!”, considera Manoel chapado com o paroxismo que explode no Rio e que brevemente acabará tomando todo o território nacional como nova instituição viva. Enter.
Toca o pianista John Bunch na Jazz Radio (www.jazzradio.com) com seu trio, uma linda balada, I’ll Get By, um requinte só. Enquanto isso, no Rio, a guerra se agrava. Manoel considera fatos e conteúdos: “A população até já considera que chacinar os revoltosos – na verdade, excluídos, não propriamente marginais, mas, sim, marginalizados –, seja solução. Mas não é: é desespero de causa, e isso não traz solução. O erro vem de longe, e não há como retomar o começo e repensar o rumo, corrigindo o desvio que gerou essa desgraça toda. Aliás, isso começou a se agravar estupidamente concomitantemente à entrada da Globo no ar. Alguns lúcidos dirão que a violência se desenhou, gestou e nasceu nos anos da ditadura. Certo, mas não se pode esquecer que a Globo entrou no ar no verão de 1964/1965, e agiu contra a população de forma imensamente mais destrutiva que 20 ditaduras militares... As ditaduras do Chile e na Argentina mataram horrores, mas os dois países não despencaram em valores sociais como nós, porque lá não teve Globo, não teve a destruição institucional que esse horror televisivo detonou aqui. A explosão populacional e a deseducação intervencional chegando à piada da boçalização teratogênica via TV não poderiam ter chegado senão a essa atual desgraça, uma conjuntura em que os opostos estão caoticamente abraçados numa dança mortal e trágica!”, fala Manoel depois de constatar que a ação policial e militar deixam cair a máscara. E Maria, depois de organizadas todas as roupas, intervém. Enter final.
“Pois isso vai dar em mais derramamento de sangue, vai gerar um círculo vicioso em que o lado chamado criminoso estará cumprindo é o papel que deveria ter sido desempenhado pela chamada boa sociedade. Hoje estamos à mercê de quem? Estamos desarmados, de joelhos! As instituições foram desmanteladas todas, o marginalizado está em sua condição de opositor do regime e está armado – e ataca pra valer. E nós? Adubamos isso com nossa omissão e aceitação do cinismo desse sistema comandado por pulhas, sudras, canalhas, patifes, vilões, seja qual for a colocação política deles, que pululam nos três poderes e em tudo que cerca essa arquitetura infernal??? Somos cínicos, cagões ou pusilânimes? Cínicos são os que só almejam benefícios; cagões, os que se defecam só de pensar em assumir qualquer responsabilidade; pusilânimes, os que preferem apodrecer confortavelmente com carrão na garagem e inserção social através de planos e mais planos. Seria isso uma estrutura LEGAL???”, indaga Maria com olhos ardentes de indignação. Enter final.
“O que nos resta é a mais cínica de todas as decisões, mas é a única alternativa: ficar na moita em casa, quietos, rezando para que o ódio social não nos atinja. A corrupção já nos alvejou, mas isso acaba saindo na urina, porque lidar com pulhas à distância é suportável e superável. Mas o cinismo, em certas horas, é a saída digna, por mais paradoxal que pareça. O Brasil já era, o mundo já era. Não poderemos reverter isso. É ter fé em Deus e que venha o que vier: juntos enfrentaremos qualquer coisa”, conclui Manoel sob o olhar concentrado de sua Maria. “A nós nos resta o nosso amor e Deus, filho!”, conclui Maria. E o mundo lá fora vira apenas um pesadelo, e a paz inunda o espaço em que manda o Cristo. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té a próxima, babes!
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás, mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 932 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 483 dias também na mordaça...
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Manoel e “A Corte dos Padrinhos”
Frederico Mendonça de Oliveira
“Veja aqui, ó Maria, o que saiu na tal da Veja: sob o título de ‘A Corte dos Padrinhos’, tendo como subtítulo ‘A nova corregedora do Conselho Nacional de Justiça diz que é comum a troca de favores entre magistrados e políticos’, e ainda mostrando pequeno detalhe com os dizeres ‘PROMISCUIDADE – Eliana Calmon: Para ascender na carreira, o juiz precisa dos políticos. E eles cobram a conta’, a revista dos ricos da Pindorama mostra as entranhas da atual Justiça, é de estarrecer! Estaria chegando o Armagedon??” pergunta-se Manoel, abestalhado com tamanha explicitação de desvalores. Comecemos por dar uma olhada na abordagem da matéria. Enter.
“A ministra Eliana Calmon é conhecida no mundo jurídico por chamar as coisas pelo que elas são. Há onze anos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana já se envolveu em brigas ferozes com colegas – a mais recente delas com o então presidente Cesar Asfor Rocha. Recém empossada no cargo de corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ministra passa a deter, pelos próximos dois anos, a missão de fiscalizar o desempenho de juízes de todo o país. A tarefa será árdua. Criado oficialmente em 2004, o CNJ nasceu sob críticas dos juízes, que rejeitavam a ideia de ser submetidos a um órgão de controle externo. Nos últimos dois anos, o conselho abriu mais de 100 processos para investigar magistrados e afastou 34. Em entrevista a VEJA, Eliana Calmon mostra o porquê de sua fama. Ela diz que o Judiciário está contaminado pela politicagem miúda, o que faz com que juízes produzam decisões sob medida para atender aos interesses dos políticos, que, por sua vez, são os patrocinadores das indicações dos ministros.” Sob o impacto de tal reportagem, Manoel não pode deixar de considerar que o Brasil da cracolândia e do mensalão de repente pode dar sinais de regeneração de seus tecidos corrompidos. E apresenta para sua sempre atenta e absorvente Maria o teor da matéria da revista – que ele jamais lê senão quando é necessário executar varreduras abrangentes na imprensa sobre algum assunto que entra em cadeia. Esta Veja apareceu por acaso – ou “por acaso”, que nosso herói não é nada cego... Enter.
“Eis a bomba, quase inacreditável: a corregedora solta os pitbulls, ó linda: respondendo a uma pergunta do repórter Rodrigo Rangel, sobre terem pipocado tantas denúncias de corrupção no Judiciário, ela disparou: ‘Durante anos, ninguém tomou conta dos juízes, pouco se fiscalizou. A corrupção começa embaixo. Não é incomum um desembargador corrupto usar o juiz de primeira instância como escudo para suas ações. Ele telefona para o juiz e lhe pede uma liminar, um habeas corpus ou uma sentença. Os juízes que se sujeitam a isso são candidatos naturais a futuras promoções. Os que se negam a fazer esse tipo de coisa, os corretos, ficam onde estão.’ Então quer dizer que... bem, deixemos que fale Eliana Calmon. ‘O ideal seria que as promoções acontecessem por mérito. Hoje é a política que define o preenchimento de vagas nos tribunais superiores. Os piores magistrados terminam sendo os mais louvados. O ignorante, o despreparado, não cria problema com ninguém porque sabe que num embate ele levará a pior. Esse chegará ao topo do Judiciário’. Com mil meirinhos, ó Maria, onde estamos???”, pergunta Manoel entre estupefato e boquiaberto, a pólvora da elucidação fedendo no ar. Enter.
“Indagada sobre os tribunais superiores, para os quais o presidente da República é que nomeia, olhe o que ela solta: ‘Estamos falando de outra questão muito séria. É como o braço político se infiltra no Judiciário. Recentemente, para atender a um pedido político, o STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal (O ministro Cesar Asfor Rocha se bateu com ela nessa questão, veremos a seguir). É uma tese equivocada, que serve muito bem a interesses políticos. O STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal. De fato, uma simples carta apócrifa não deve valer. Mas, se a Polícia Federal recebe a denúncia, investiga e vê que é verdade, e a investigação chega com todas as provas, você vai desconsiderar? Isso não tem cabimento. A denúncia anônima só vale se o denunciado é traficante? Há uma mistura e uma intimidade indecente com o poder”. E Eliana Calmon prossegue: ‘Para ascender na carreira, o juiz precisa dos políticos. Nos tribunais superiores, o critério é única e exclusivamente político’. É de doer, ó linda!”, murmura Manoel, acabrunhado. Enter.
A reportagem/entrevista prossegue, e a corregedora revela ter sido promovida pela via política SIM, mas se negando sempre a agir sob pressões e conchavos. E garante que jamais teve nenhuma cobrança pesando sobre ela, mostrando que vira bicho se isso acontecer – e que, por isso, não acontece. Mas lá veio mais chumbo: avaliando a conduta dos magistrados, ela enche a boca para criticar duramente a vaidade e a empáfia que dominam a classe: “Nós, magistrados, temos a tendência a ficar prepotentes e vaidosos. Isso faz com que o juiz se ache um super-homem decidindo a vida alheia. Nossa roupa tem renda, botão, cinturão, fivela, uma mangona, uma camisa por dentro com gola de ponta virada. Não pode. Essas togas, essas vestes talares, essa prática de entrar no recinto de julgamento) em fila indiana, tudo isso faz com que a gente fique cada vez mais inflado. Precisamos ter cuidado para ter práticas de humildade dentro do Judiciário. É preciso acabar com essa doença que é a ‘juizite’”. Enter.
“O já citado Cesar Asfor Rocha é candidato a vaga no Supremo. Segundo consta, minha linda, ele estaria contra haver, na raiz de um processo que tenha passado por investigações e caudaloso levantamento de provas, uma denúncia anônima. Eliana e ele discordaram, e ela vê nisso vestígio de aliança política na atitude dele. Na verdade, onde quer que se trabalhe ou viva hoje, topamos com deformidades as mais gritantes. Veja o caso de nosso amigo Fox, um paladino da legalidade neste arraial sofrendo perseguições covardes e até criminosas, porque se colocou de forma serena mas intransigente pelo cumprimento da lei. É nojento vermos os próprios cidadãos exercendo discriminação, constrangimento e agressões de toda sorte contra um cidadão UNICAMENTE PORQUE ELE CUMPRIU SEU DEVER DE CIDADÃO!!!, ó linda!, e isso é Brasil, mas isso também é mundo, e o Cristo sabia disso!...”, conclui Manoel ressabiado. Enter final.
Maria acaba que fala: “Parece que temos mais uma mulher para mudar o rumo das coisas na Pindorama, ó Manoel... mas não é bem isso: existem as Erenices por aí. Eliana Calmon é apenas infensa a corrupção. Existem outros, e oremos para que mais e mais vão chegando os libertadores. Eles são do Cristo!...”, encerra Maria com o gato embolotado em seu colo, sob o olhar enternecido de um Manoel esperançoso. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás, mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 925 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 476 dias também na mordaça...
Postado por Frederico Mendonça de Oliveira - Fredera
“Veja aqui, ó Maria, o que saiu na tal da Veja: sob o título de ‘A Corte dos Padrinhos’, tendo como subtítulo ‘A nova corregedora do Conselho Nacional de Justiça diz que é comum a troca de favores entre magistrados e políticos’, e ainda mostrando pequeno detalhe com os dizeres ‘PROMISCUIDADE – Eliana Calmon: Para ascender na carreira, o juiz precisa dos políticos. E eles cobram a conta’, a revista dos ricos da Pindorama mostra as entranhas da atual Justiça, é de estarrecer! Estaria chegando o Armagedon??” pergunta-se Manoel, abestalhado com tamanha explicitação de desvalores. Comecemos por dar uma olhada na abordagem da matéria. Enter.
“A ministra Eliana Calmon é conhecida no mundo jurídico por chamar as coisas pelo que elas são. Há onze anos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana já se envolveu em brigas ferozes com colegas – a mais recente delas com o então presidente Cesar Asfor Rocha. Recém empossada no cargo de corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ministra passa a deter, pelos próximos dois anos, a missão de fiscalizar o desempenho de juízes de todo o país. A tarefa será árdua. Criado oficialmente em 2004, o CNJ nasceu sob críticas dos juízes, que rejeitavam a ideia de ser submetidos a um órgão de controle externo. Nos últimos dois anos, o conselho abriu mais de 100 processos para investigar magistrados e afastou 34. Em entrevista a VEJA, Eliana Calmon mostra o porquê de sua fama. Ela diz que o Judiciário está contaminado pela politicagem miúda, o que faz com que juízes produzam decisões sob medida para atender aos interesses dos políticos, que, por sua vez, são os patrocinadores das indicações dos ministros.” Sob o impacto de tal reportagem, Manoel não pode deixar de considerar que o Brasil da cracolândia e do mensalão de repente pode dar sinais de regeneração de seus tecidos corrompidos. E apresenta para sua sempre atenta e absorvente Maria o teor da matéria da revista – que ele jamais lê senão quando é necessário executar varreduras abrangentes na imprensa sobre algum assunto que entra em cadeia. Esta Veja apareceu por acaso – ou “por acaso”, que nosso herói não é nada cego... Enter.
“Eis a bomba, quase inacreditável: a corregedora solta os pitbulls, ó linda: respondendo a uma pergunta do repórter Rodrigo Rangel, sobre terem pipocado tantas denúncias de corrupção no Judiciário, ela disparou: ‘Durante anos, ninguém tomou conta dos juízes, pouco se fiscalizou. A corrupção começa embaixo. Não é incomum um desembargador corrupto usar o juiz de primeira instância como escudo para suas ações. Ele telefona para o juiz e lhe pede uma liminar, um habeas corpus ou uma sentença. Os juízes que se sujeitam a isso são candidatos naturais a futuras promoções. Os que se negam a fazer esse tipo de coisa, os corretos, ficam onde estão.’ Então quer dizer que... bem, deixemos que fale Eliana Calmon. ‘O ideal seria que as promoções acontecessem por mérito. Hoje é a política que define o preenchimento de vagas nos tribunais superiores. Os piores magistrados terminam sendo os mais louvados. O ignorante, o despreparado, não cria problema com ninguém porque sabe que num embate ele levará a pior. Esse chegará ao topo do Judiciário’. Com mil meirinhos, ó Maria, onde estamos???”, pergunta Manoel entre estupefato e boquiaberto, a pólvora da elucidação fedendo no ar. Enter.
“Indagada sobre os tribunais superiores, para os quais o presidente da República é que nomeia, olhe o que ela solta: ‘Estamos falando de outra questão muito séria. É como o braço político se infiltra no Judiciário. Recentemente, para atender a um pedido político, o STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal (O ministro Cesar Asfor Rocha se bateu com ela nessa questão, veremos a seguir). É uma tese equivocada, que serve muito bem a interesses políticos. O STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal. De fato, uma simples carta apócrifa não deve valer. Mas, se a Polícia Federal recebe a denúncia, investiga e vê que é verdade, e a investigação chega com todas as provas, você vai desconsiderar? Isso não tem cabimento. A denúncia anônima só vale se o denunciado é traficante? Há uma mistura e uma intimidade indecente com o poder”. E Eliana Calmon prossegue: ‘Para ascender na carreira, o juiz precisa dos políticos. Nos tribunais superiores, o critério é única e exclusivamente político’. É de doer, ó linda!”, murmura Manoel, acabrunhado. Enter.
A reportagem/entrevista prossegue, e a corregedora revela ter sido promovida pela via política SIM, mas se negando sempre a agir sob pressões e conchavos. E garante que jamais teve nenhuma cobrança pesando sobre ela, mostrando que vira bicho se isso acontecer – e que, por isso, não acontece. Mas lá veio mais chumbo: avaliando a conduta dos magistrados, ela enche a boca para criticar duramente a vaidade e a empáfia que dominam a classe: “Nós, magistrados, temos a tendência a ficar prepotentes e vaidosos. Isso faz com que o juiz se ache um super-homem decidindo a vida alheia. Nossa roupa tem renda, botão, cinturão, fivela, uma mangona, uma camisa por dentro com gola de ponta virada. Não pode. Essas togas, essas vestes talares, essa prática de entrar no recinto de julgamento) em fila indiana, tudo isso faz com que a gente fique cada vez mais inflado. Precisamos ter cuidado para ter práticas de humildade dentro do Judiciário. É preciso acabar com essa doença que é a ‘juizite’”. Enter.
“O já citado Cesar Asfor Rocha é candidato a vaga no Supremo. Segundo consta, minha linda, ele estaria contra haver, na raiz de um processo que tenha passado por investigações e caudaloso levantamento de provas, uma denúncia anônima. Eliana e ele discordaram, e ela vê nisso vestígio de aliança política na atitude dele. Na verdade, onde quer que se trabalhe ou viva hoje, topamos com deformidades as mais gritantes. Veja o caso de nosso amigo Fox, um paladino da legalidade neste arraial sofrendo perseguições covardes e até criminosas, porque se colocou de forma serena mas intransigente pelo cumprimento da lei. É nojento vermos os próprios cidadãos exercendo discriminação, constrangimento e agressões de toda sorte contra um cidadão UNICAMENTE PORQUE ELE CUMPRIU SEU DEVER DE CIDADÃO!!!, ó linda!, e isso é Brasil, mas isso também é mundo, e o Cristo sabia disso!...”, conclui Manoel ressabiado. Enter final.
Maria acaba que fala: “Parece que temos mais uma mulher para mudar o rumo das coisas na Pindorama, ó Manoel... mas não é bem isso: existem as Erenices por aí. Eliana Calmon é apenas infensa a corrupção. Existem outros, e oremos para que mais e mais vão chegando os libertadores. Eles são do Cristo!...”, encerra Maria com o gato embolotado em seu colo, sob o olhar enternecido de um Manoel esperançoso. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás, mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 925 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 476 dias também na mordaça...
Postado por Frederico Mendonça de Oliveira - Fredera
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Manoel considera a Justiça e a “Justiça”
Frederico Mendonça de Oliveira
“Veja, ó Maria, que patacoada vai aflorando nos anais (êpa!) do poder constituído na Pindorama: as autoridades que deveriam zelar pelo rigor da aplicação da lei em todos os âmbitos, especialmente se são eles os autores de delitos, querem ser protegidos se flagrados cometendo esses mesmos delitos, o que dá à lei duas caras, e isso é simplesmente o escancaramento do estabelecimento de dois pesos e duas medidas no corpo da Justiça. Bem que muitos gritam que a lei é feita para os ricos, o que, a ser verdade, definitivamente não nos contempla, huahuahuá!!!”, e nosso herói, tomado de humor vertical logo na manhã da quinta-feira passada, quando viu a manchete do JB Online, come suas bananas depois de jogar outras para os sabiás, sanhaços, cambacicas, bem-te-vis, gaturamos e saíras que acorrem ao telhado da edícola para se alimentar da ração a eles carinhosamente destinada. Manoel e Maria têm o consolo de serem visitados por essas maravilhas aladas de Deus diariamente, enquanto que em torno de sua casa bestas aliciadas pela alucinação do poder pululam em festim diário da boçalidade. “Pois veja que notícia nos mandam nas fuças logo de manhã, minha linda: ‘Punição maior para juízes empaca na Câmara - Ana Paula Siqueira, de Brasília - Embora tenha sido aprovada por unanimidade pelo plenário do Senado, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê a demissão – e não a aposentadoria antecipada – de juízes que cometerem faltas graves recebeu parecer contrário na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, ontem, um dia depois que o presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, Mozart Valadares, visitou o presidente da CCJ, o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS). O parecer, no entanto, não significa o fim da linha para a PEC.
Em seu relatório, Padilha considera a proposta inconstitucional por violar a vitaliciedade dos membros da magistratura. O relator argumenta que os direitos constitucionais garantem independência ao julgador. Segundo ele, acabar com a garantia da vitaliciedade abrirá perigoso precedente para que os juízes não alinhados com a cúpula dos tribunais possam ser excluídos injustamente da magistratura.’, e Manoel, depois de ler esta fala tão estranha para sua atenta Maria, diverte-se com o emaranhado de maracutaias e imperfeições que enfeitam o cotidiano de nosso deletério poder constituído. “Só falta dizerem que querem dispor de toda a blindagem possível para que sejam intocáveis, desfrutando de um rol de benefícios e favorecimentos, isso é o que aflora dessa fala desse Padilha, pelo menos para o alcance de meu pobre bestunto!, e ainda querem brecar o Tiririca!”, dispara nosso herói, enojado com a desfaçatez de entidades doentias que pululam em Câmaras e quejandos. Enter.
Mas não fica por aí a bronca santa de nosso herói. Um amigo de arraial próximo, aliás provecto jazzista e atento observador da bosta brasilis, mandou esta pérola que tem como protagonista o excelso e divinal ex-presidente do Supremo, Gilmar Mendes: “Protógenes é condenado por crimes na Operação Satiagraha: pela primeira vez na história do Judiciário brasileiro, o distinto público tem notícia de uma decisão da Justiça Federal, primeiro no PIG (Partido da Imprensa Golpista). Trata-se de uma delirante decisão (figura nisso o nome Ali Mazlun) que condenou o ínclito delegado Protógenes Queiroz a atender a vítimas de queimaduras. A delirante decisão condenou o ínclito delegado por forjar provas, espionar presidente da República e assumir o controle da ABIN com o intento mediático de se eleger deputado federal. O delírio tem um objetivo explícito de impedir que o ínclito delegado se diplome deputado federal e possa subir à tribuna para ler o que ainda não se conhece da Operação Satiagraha. A decisão delirante foi tomada por um conhecido juiz federal que se livrou de boa por causa de uma decisão suprema do ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo Tribunal Federal. Aquele que maculou irremediavelmente a imagem do Judiciário brasileiro ao conceder em 48 horas dois Habeas Corpus ao passador de bola apanhado no ato de passar bola Daniel Dantas. Impedir que Protógenes Queiroz assuma a cadeira de deputado federal é o sonho de consumo do Daniel Dantas. Que agora, por coincidência, é o que pretende a delirante decisão publicada no Conjur, também conhecido como Estadão. Daniel Dantas continua solto. E o ínclito delegado vai ter que pensar queimaduras. Viva o Brasil!”. “Que tal, ó Maria?? Condenam o delegado que agiu contra a bandidagem e mantêm a liberdade para o notório salafra... não lhe parece algo parecido com a experiência pessoal de cada um de nós, ó linda?”, brinca Manoel diante de tão inspiradora constatação. E nosso herói logo bota pra funcionar sua bem treinada cachimônia, voltando à carga. Enter.
“Tu lembras do Protógenes, ó minha deusa? Pois bem. Quando da prisão do Paulo Maluf, anos atrás, um fotógrafo captou um flagrante da chegada da Blaser da PF, dentro da qual se viam, em primeiro plano, o motorista e o acompanhante deste. Ao fundo, ensombrecido, o rosto patético de Paulo Maluf, que ocupava o banco traseiro. Essa foto saiu em manchete de primeira página da Folha. Detalhe: o cara ao lado do motorista ostentava um boné, que tinha escrito na parte frontal, simplesmente ‘ISRAEL ARMY’. Ora porra, com mil engravatados: esse boné era apenas enfeite? Seria algum brinde que o cara exibia por esporte, por exercício de humor (negro, por sinal)? E quem seria o cara? Estaria mesmo a serviço de Israel ou apenas se dava o direito de brincar com a verdade ao usar tal boné em missão oficial? Pois veja, ó linda: anos depois, lendo uma porcaria de matéria sobre o escândalo envolvendo o filho do Tuma (parece que secretário de Justiça, coisa por aí), um que parece um cachaço, dei de cara com uma foto de um sujeito envolvido no curuquerê com o tal Tuminha, e que me pareceu MUITO FAMILIAR. Na legenda, o nome dele, veja só: Protógens Queiroz. Pensei, pensei, não matei a charada. E o dia foi indo, até que veio o estalo: ERA AQUELE DO BONÉ NA BLASER EM QUE LEVAVAM O MALUF!!! Que bosta é essa? Que cipoal emaranhado está virando o poder!” Enter final.
“Agora o mesmo Protógenes é eleito deputado federal no vácuo do Tiririca, é condenado não se sabe por que vestal (Houaiss, 2-2) do Olimpo das Divindades do Paço de Radamanto da Pindorama, e o banqueiro envolvido com sujeira braba está aí, soltinho da silva, com aquele semblante de foca distraída, foca fazendo cara de paisagem ártica. E ficamos sem saber onde entra – e por que diabos – aquele boné com aqueles dizeres ‘Israel Army’ enfiado na cuca do Protógenes naquele dia em que Maluf ingressou em curta temporada de algemas e sol nascendo quadrado”, conclui nosso herói, enquanto Maria prossegue com um olho no peixe, outro no gato, afundada em seus estudos com que a Federal a rouba de seu amado. E viva Santo Expedito! Oremos. Té pra semana, babes!
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás, mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 918 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 469 dias também na mordaça...
“Veja, ó Maria, que patacoada vai aflorando nos anais (êpa!) do poder constituído na Pindorama: as autoridades que deveriam zelar pelo rigor da aplicação da lei em todos os âmbitos, especialmente se são eles os autores de delitos, querem ser protegidos se flagrados cometendo esses mesmos delitos, o que dá à lei duas caras, e isso é simplesmente o escancaramento do estabelecimento de dois pesos e duas medidas no corpo da Justiça. Bem que muitos gritam que a lei é feita para os ricos, o que, a ser verdade, definitivamente não nos contempla, huahuahuá!!!”, e nosso herói, tomado de humor vertical logo na manhã da quinta-feira passada, quando viu a manchete do JB Online, come suas bananas depois de jogar outras para os sabiás, sanhaços, cambacicas, bem-te-vis, gaturamos e saíras que acorrem ao telhado da edícola para se alimentar da ração a eles carinhosamente destinada. Manoel e Maria têm o consolo de serem visitados por essas maravilhas aladas de Deus diariamente, enquanto que em torno de sua casa bestas aliciadas pela alucinação do poder pululam em festim diário da boçalidade. “Pois veja que notícia nos mandam nas fuças logo de manhã, minha linda: ‘Punição maior para juízes empaca na Câmara - Ana Paula Siqueira, de Brasília - Embora tenha sido aprovada por unanimidade pelo plenário do Senado, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê a demissão – e não a aposentadoria antecipada – de juízes que cometerem faltas graves recebeu parecer contrário na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, ontem, um dia depois que o presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, Mozart Valadares, visitou o presidente da CCJ, o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS). O parecer, no entanto, não significa o fim da linha para a PEC.
Em seu relatório, Padilha considera a proposta inconstitucional por violar a vitaliciedade dos membros da magistratura. O relator argumenta que os direitos constitucionais garantem independência ao julgador. Segundo ele, acabar com a garantia da vitaliciedade abrirá perigoso precedente para que os juízes não alinhados com a cúpula dos tribunais possam ser excluídos injustamente da magistratura.’, e Manoel, depois de ler esta fala tão estranha para sua atenta Maria, diverte-se com o emaranhado de maracutaias e imperfeições que enfeitam o cotidiano de nosso deletério poder constituído. “Só falta dizerem que querem dispor de toda a blindagem possível para que sejam intocáveis, desfrutando de um rol de benefícios e favorecimentos, isso é o que aflora dessa fala desse Padilha, pelo menos para o alcance de meu pobre bestunto!, e ainda querem brecar o Tiririca!”, dispara nosso herói, enojado com a desfaçatez de entidades doentias que pululam em Câmaras e quejandos. Enter.
Mas não fica por aí a bronca santa de nosso herói. Um amigo de arraial próximo, aliás provecto jazzista e atento observador da bosta brasilis, mandou esta pérola que tem como protagonista o excelso e divinal ex-presidente do Supremo, Gilmar Mendes: “Protógenes é condenado por crimes na Operação Satiagraha: pela primeira vez na história do Judiciário brasileiro, o distinto público tem notícia de uma decisão da Justiça Federal, primeiro no PIG (Partido da Imprensa Golpista). Trata-se de uma delirante decisão (figura nisso o nome Ali Mazlun) que condenou o ínclito delegado Protógenes Queiroz a atender a vítimas de queimaduras. A delirante decisão condenou o ínclito delegado por forjar provas, espionar presidente da República e assumir o controle da ABIN com o intento mediático de se eleger deputado federal. O delírio tem um objetivo explícito de impedir que o ínclito delegado se diplome deputado federal e possa subir à tribuna para ler o que ainda não se conhece da Operação Satiagraha. A decisão delirante foi tomada por um conhecido juiz federal que se livrou de boa por causa de uma decisão suprema do ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo Tribunal Federal. Aquele que maculou irremediavelmente a imagem do Judiciário brasileiro ao conceder em 48 horas dois Habeas Corpus ao passador de bola apanhado no ato de passar bola Daniel Dantas. Impedir que Protógenes Queiroz assuma a cadeira de deputado federal é o sonho de consumo do Daniel Dantas. Que agora, por coincidência, é o que pretende a delirante decisão publicada no Conjur, também conhecido como Estadão. Daniel Dantas continua solto. E o ínclito delegado vai ter que pensar queimaduras. Viva o Brasil!”. “Que tal, ó Maria?? Condenam o delegado que agiu contra a bandidagem e mantêm a liberdade para o notório salafra... não lhe parece algo parecido com a experiência pessoal de cada um de nós, ó linda?”, brinca Manoel diante de tão inspiradora constatação. E nosso herói logo bota pra funcionar sua bem treinada cachimônia, voltando à carga. Enter.
“Tu lembras do Protógenes, ó minha deusa? Pois bem. Quando da prisão do Paulo Maluf, anos atrás, um fotógrafo captou um flagrante da chegada da Blaser da PF, dentro da qual se viam, em primeiro plano, o motorista e o acompanhante deste. Ao fundo, ensombrecido, o rosto patético de Paulo Maluf, que ocupava o banco traseiro. Essa foto saiu em manchete de primeira página da Folha. Detalhe: o cara ao lado do motorista ostentava um boné, que tinha escrito na parte frontal, simplesmente ‘ISRAEL ARMY’. Ora porra, com mil engravatados: esse boné era apenas enfeite? Seria algum brinde que o cara exibia por esporte, por exercício de humor (negro, por sinal)? E quem seria o cara? Estaria mesmo a serviço de Israel ou apenas se dava o direito de brincar com a verdade ao usar tal boné em missão oficial? Pois veja, ó linda: anos depois, lendo uma porcaria de matéria sobre o escândalo envolvendo o filho do Tuma (parece que secretário de Justiça, coisa por aí), um que parece um cachaço, dei de cara com uma foto de um sujeito envolvido no curuquerê com o tal Tuminha, e que me pareceu MUITO FAMILIAR. Na legenda, o nome dele, veja só: Protógens Queiroz. Pensei, pensei, não matei a charada. E o dia foi indo, até que veio o estalo: ERA AQUELE DO BONÉ NA BLASER EM QUE LEVAVAM O MALUF!!! Que bosta é essa? Que cipoal emaranhado está virando o poder!” Enter final.
“Agora o mesmo Protógenes é eleito deputado federal no vácuo do Tiririca, é condenado não se sabe por que vestal (Houaiss, 2-2) do Olimpo das Divindades do Paço de Radamanto da Pindorama, e o banqueiro envolvido com sujeira braba está aí, soltinho da silva, com aquele semblante de foca distraída, foca fazendo cara de paisagem ártica. E ficamos sem saber onde entra – e por que diabos – aquele boné com aqueles dizeres ‘Israel Army’ enfiado na cuca do Protógenes naquele dia em que Maluf ingressou em curta temporada de algemas e sol nascendo quadrado”, conclui nosso herói, enquanto Maria prossegue com um olho no peixe, outro no gato, afundada em seus estudos com que a Federal a rouba de seu amado. E viva Santo Expedito! Oremos. Té pra semana, babes!
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás, mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 918 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 469 dias também na mordaça...
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Manoel, Maria e o caso de amor na escola do Rio
Frederico Mendonça de Oliveira
“Veja esta, ó Maria: a professora carioca levava a namoradinha de 13 anos pro motel e rolava coisa real entre as duas. Uma outra menina de mesma idade esteve nesses encontros algumas vezes, mas jura não ter participado nem ter sido alvo de qualquer interesse da professora. ‘Só olhava’, segundo ela. Bem, e agora? Vem a polícia salvar a moralidade da ‘pátria’ e são acionadas as autoridades e instituições, incluindo programas sensacionalistas de débeis mentais explorando essa titica... e daí? Até onde esse relacionamento pode produzir danos reais à sociedade ou a pessoas?”, pergunta Manoel a sua atenta Maria, mulher de alto quilate, que avalia a questão a partir de sua consciência do universo da mulher. “Eis aí uma questão para sérios estudos, ó Manoel. A meu ver, não é caso de polícia, porque a menina está aí tranquila e manifestando sua posição de forma serena e plena de convicção. Ela diz amar a professora, e isso é digno de consideração. A propósito, sai um cafezinho aí? Faço eu?”, pergunta Maria com olhar aquilino engendrando avaliações para o aprofundamento que já começa sobre um trelelê de imprensa nestes dias de lixo. Enter.
Café perfumando a copa, Maria abre: “Vamos à investigação. Veja o que diz a menina: ‘(Menor diz amar professora) A menor X., de 13 anos, afirmou que ama a professora de Matemática Cristiane Teixeira Maciel Barreiras, de 33 anos, e que vai esperar até que ela seja solta’. Bem, isso cria uma linha de avaliação. Uma pessoa, por ser menor, não tem sentimentos? E prossegue amando quem a estupra e corrompe, como acusam os mantenedores da moralidade pública? ‘Eu continuo amando ela (sic), não vou deixar de amar pelas coisas que estão acontecendo e, se for preciso, espero até ela sair da cadeia — disse a garota’. Caraco, ó Manoel, meu coração de mulher enxerga o sentimento real dessa menina! Pelo menos por agora, enquanto não balançam, digamos, a médio prazo, por pressões diversas, a estrutura emocional da menina. Além disso, não se trata de um episódio, de um fato isolado, em que uma pessoa experimentada em seduzir conduz uma adolescente inexperiente a um episódio inesperado, marcado por confusão e imprevisibilidade, coisas combinadas a espírito de aventura e transgressão de convenções estáticas, tudo típico de juventude. Enfim, não foi um incidente fortuito, algo inopinado: as duas vinham se relacionando desde maio, ou seja, tem ESTABILIDADE NA RELAÇÃO, são no mínimo cinco meses de affair! Isso tem de ser levado em conta! A firmeza da menor desmonta o espírito dos acusadores, que a querem indefesa sob a ação de um monstro deformador!... Pensando bem – e aliás pensar bem é o que mais fazemos, e o que menos fazem os brasileiros hoje, quiçá os terráqueos em sua maioria –, essa menina de 13 anos pode ser muito mais madura emocional e sexualmente do que toda essa matilha de hipócritas ladrando pela moral pública!”, fala a linda Maria com olhar ardente, sob a indignação ainda viva de ter visto um âncora, aliás notório tipo desprezível, em programa sensacionalista de TV em que acusa a professora Cristiane de crime hediondo. Enter.
A professora, segundo notícias esparsas, foi presa em flagrante, na quarta-feira, indiciada por estupro de vulnerável e corrupção de menores. Estupro de vulnerável é uma figura penal recente, de 2009, e seu texto diz: “Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos”. A pena cominada para o caso é reclusão, de oito a 15 anos. Maria e Manoel se entreolham entre abismados e indignados, pois fica bem claro que a lei passa a presumir questões, sendo já em seu texto um pré-julgamento! Antes da promulgação dessa lei, a realidade era outra, como se segue: “No Direito Penal brasileiro, estupro de vulnerável é um tipo penal criado com a lei 12015 de agosto de 2009, que substituiu o antigo artigo 224 do Código Penal, que por sua vez tratava da presunção de violência. Com o novo crime, a presunção de violência passa a ser, em tese, absoluta, e não mais relativa. Enter.
“Ora, pois! Então o sentimento da menina é completamente invalidado! A Justiça, portanto, neste caso, se apodera dos conteúdos que envolvem a menina, que é, aparentemente, pelo menos, muito mais madura e lúcida que a desses guardiães da moralidade pública!...”, comenta sorridente Manoel, vendo também nos olhos vivos de sua amada a percepção da patacoada. “Pois bem!”, ataca Maria: “Esses guardiães – prefiro guardiães a guardiões; parece menos grosseiro – da moral e dos costumes não piam diante da podridão a que TODA A SOCIEDADE, SEM LIMITE DE IDADE, tem acesso através da internet. Todos podem ver tudo que quiserem, sem qualquer medida preventiva. Crianças têm, também, na TV aberta, a mais virulenta campanha diária de exibição de violência e sexo, e essas maravilhas, que brandem essa lei 12015 em defesa de uma menor mais convicta de sua posição do que eles, ficam aí arrotando, bostejando e peidando leis e padrões enquanto a menina sofre com o afastamento e com o que fazem com sua amada. Estranho, isso: parece que o que move a mãe é um tipo de ciúme, e o que move os guardiães é uma grande insegurança... e, quem sabe, bem no meio deles, rola pedofilia direto e reto, como acontecia anos atrás com aquele cônsul de Israel no Rio, pedófilo de nome Arie Scherr, que a polícia tratou de livrar de qualquer encrenca mesmo estando tudo comprovado por fotos, filmes e material em computadores... Os menores aliciados por esse cônsul não tiveram ninguém por eles. Essa lei, ó Manoel, não vigorava ainda, deve ser isso...”, fala Maria com olhar mordaz, quase sorrindo mas mantendo a linha que é seu estilo nobre de compostura fidalga lá de Torres Vedras. Enter final.
“Pensando bem, ó Manoel, é um belo romance. Esta menina deve ser daquelas como a da piada, em que uma preocupada mãe chega pra filha de 13 anos e fala; ‘Minha filha, precisamos ter uma conversa sobre sexo’; ao que a filha pergunta: ‘O que você quer saber, mãe?’. Parece que é o que acontece nesse caso: a menina deve ter maturidade muito maior que a da mãe... e deve viver com a professora uma relação muito mais real, consistente e profunda que a que presenciou entre os pais. Conheço um caso em que meninas da vizinhança, pelos dez anos, faziam verdadeiras surubas, entre bonecas e panelinhas e fogõezinhos de brinquedo... e os guardiães não enxergam isso?? Não, isso não é caso de polícia!”, encerra Maria sob o olhar feliz de Manoel e a chegada sinuosa do gato. “Vai chegar a hora em que ninguém mais vai entender é porra nenhuma!!”, exclama nosso herói sob o olhar filosófico de sua Maria, já de gato ao colo. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Vale lembrar que estamos sob censura desde 11/04/08, e que a restrição já vai totalizando 911 dias. Abraço pra turma do Estadão, que também atura isso há 462 dias...
“Veja esta, ó Maria: a professora carioca levava a namoradinha de 13 anos pro motel e rolava coisa real entre as duas. Uma outra menina de mesma idade esteve nesses encontros algumas vezes, mas jura não ter participado nem ter sido alvo de qualquer interesse da professora. ‘Só olhava’, segundo ela. Bem, e agora? Vem a polícia salvar a moralidade da ‘pátria’ e são acionadas as autoridades e instituições, incluindo programas sensacionalistas de débeis mentais explorando essa titica... e daí? Até onde esse relacionamento pode produzir danos reais à sociedade ou a pessoas?”, pergunta Manoel a sua atenta Maria, mulher de alto quilate, que avalia a questão a partir de sua consciência do universo da mulher. “Eis aí uma questão para sérios estudos, ó Manoel. A meu ver, não é caso de polícia, porque a menina está aí tranquila e manifestando sua posição de forma serena e plena de convicção. Ela diz amar a professora, e isso é digno de consideração. A propósito, sai um cafezinho aí? Faço eu?”, pergunta Maria com olhar aquilino engendrando avaliações para o aprofundamento que já começa sobre um trelelê de imprensa nestes dias de lixo. Enter.
Café perfumando a copa, Maria abre: “Vamos à investigação. Veja o que diz a menina: ‘(Menor diz amar professora) A menor X., de 13 anos, afirmou que ama a professora de Matemática Cristiane Teixeira Maciel Barreiras, de 33 anos, e que vai esperar até que ela seja solta’. Bem, isso cria uma linha de avaliação. Uma pessoa, por ser menor, não tem sentimentos? E prossegue amando quem a estupra e corrompe, como acusam os mantenedores da moralidade pública? ‘Eu continuo amando ela (sic), não vou deixar de amar pelas coisas que estão acontecendo e, se for preciso, espero até ela sair da cadeia — disse a garota’. Caraco, ó Manoel, meu coração de mulher enxerga o sentimento real dessa menina! Pelo menos por agora, enquanto não balançam, digamos, a médio prazo, por pressões diversas, a estrutura emocional da menina. Além disso, não se trata de um episódio, de um fato isolado, em que uma pessoa experimentada em seduzir conduz uma adolescente inexperiente a um episódio inesperado, marcado por confusão e imprevisibilidade, coisas combinadas a espírito de aventura e transgressão de convenções estáticas, tudo típico de juventude. Enfim, não foi um incidente fortuito, algo inopinado: as duas vinham se relacionando desde maio, ou seja, tem ESTABILIDADE NA RELAÇÃO, são no mínimo cinco meses de affair! Isso tem de ser levado em conta! A firmeza da menor desmonta o espírito dos acusadores, que a querem indefesa sob a ação de um monstro deformador!... Pensando bem – e aliás pensar bem é o que mais fazemos, e o que menos fazem os brasileiros hoje, quiçá os terráqueos em sua maioria –, essa menina de 13 anos pode ser muito mais madura emocional e sexualmente do que toda essa matilha de hipócritas ladrando pela moral pública!”, fala a linda Maria com olhar ardente, sob a indignação ainda viva de ter visto um âncora, aliás notório tipo desprezível, em programa sensacionalista de TV em que acusa a professora Cristiane de crime hediondo. Enter.
A professora, segundo notícias esparsas, foi presa em flagrante, na quarta-feira, indiciada por estupro de vulnerável e corrupção de menores. Estupro de vulnerável é uma figura penal recente, de 2009, e seu texto diz: “Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos”. A pena cominada para o caso é reclusão, de oito a 15 anos. Maria e Manoel se entreolham entre abismados e indignados, pois fica bem claro que a lei passa a presumir questões, sendo já em seu texto um pré-julgamento! Antes da promulgação dessa lei, a realidade era outra, como se segue: “No Direito Penal brasileiro, estupro de vulnerável é um tipo penal criado com a lei 12015 de agosto de 2009, que substituiu o antigo artigo 224 do Código Penal, que por sua vez tratava da presunção de violência. Com o novo crime, a presunção de violência passa a ser, em tese, absoluta, e não mais relativa. Enter.
“Ora, pois! Então o sentimento da menina é completamente invalidado! A Justiça, portanto, neste caso, se apodera dos conteúdos que envolvem a menina, que é, aparentemente, pelo menos, muito mais madura e lúcida que a desses guardiães da moralidade pública!...”, comenta sorridente Manoel, vendo também nos olhos vivos de sua amada a percepção da patacoada. “Pois bem!”, ataca Maria: “Esses guardiães – prefiro guardiães a guardiões; parece menos grosseiro – da moral e dos costumes não piam diante da podridão a que TODA A SOCIEDADE, SEM LIMITE DE IDADE, tem acesso através da internet. Todos podem ver tudo que quiserem, sem qualquer medida preventiva. Crianças têm, também, na TV aberta, a mais virulenta campanha diária de exibição de violência e sexo, e essas maravilhas, que brandem essa lei 12015 em defesa de uma menor mais convicta de sua posição do que eles, ficam aí arrotando, bostejando e peidando leis e padrões enquanto a menina sofre com o afastamento e com o que fazem com sua amada. Estranho, isso: parece que o que move a mãe é um tipo de ciúme, e o que move os guardiães é uma grande insegurança... e, quem sabe, bem no meio deles, rola pedofilia direto e reto, como acontecia anos atrás com aquele cônsul de Israel no Rio, pedófilo de nome Arie Scherr, que a polícia tratou de livrar de qualquer encrenca mesmo estando tudo comprovado por fotos, filmes e material em computadores... Os menores aliciados por esse cônsul não tiveram ninguém por eles. Essa lei, ó Manoel, não vigorava ainda, deve ser isso...”, fala Maria com olhar mordaz, quase sorrindo mas mantendo a linha que é seu estilo nobre de compostura fidalga lá de Torres Vedras. Enter final.
“Pensando bem, ó Manoel, é um belo romance. Esta menina deve ser daquelas como a da piada, em que uma preocupada mãe chega pra filha de 13 anos e fala; ‘Minha filha, precisamos ter uma conversa sobre sexo’; ao que a filha pergunta: ‘O que você quer saber, mãe?’. Parece que é o que acontece nesse caso: a menina deve ter maturidade muito maior que a da mãe... e deve viver com a professora uma relação muito mais real, consistente e profunda que a que presenciou entre os pais. Conheço um caso em que meninas da vizinhança, pelos dez anos, faziam verdadeiras surubas, entre bonecas e panelinhas e fogõezinhos de brinquedo... e os guardiães não enxergam isso?? Não, isso não é caso de polícia!”, encerra Maria sob o olhar feliz de Manoel e a chegada sinuosa do gato. “Vai chegar a hora em que ninguém mais vai entender é porra nenhuma!!”, exclama nosso herói sob o olhar filosófico de sua Maria, já de gato ao colo. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Vale lembrar que estamos sob censura desde 11/04/08, e que a restrição já vai totalizando 911 dias. Abraço pra turma do Estadão, que também atura isso há 462 dias...
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Manoel, Tiririca e o fio da meada perdido
Frederico Mendonça de Oliveira
“Ó Maria, tu não terias votado às ocultas no Tiririca, sei que não é teu feitio. Mas muita gente fez isso. Sendo secreto o voto, muita coisa acontece que acaba surpreendendo depois... Será que todos os milhão e quatrocentos que votaram no palhaço revelaram sua intenção? Sei lá... Lembro-me de um candidato a vereador num arraialito próximo a este que, depois da contagem de votos, verificou ter tido apenas UM, o dele. Nem a mulher nem os filhos – que dirá amigos ou outros – votaram nele!... Na segunda-feira depois da apuração vi o pobre subindo a rua principal do arraial, semblante arrasado. Exibia isso publicamente, manifestava-se deprimido convicto. Pois a ‘mulher pera’ (ou a ‘melão’, uma das duas) não teve um voto sequer; então nem ela teria votado em si!”, fala divertido Manoel, sob o olhar atento e prenhe de sua Maria, envolvida com seus papéis de estudo. Enter.
E Manoel prossegue em solilóquio, ferino para com o cenário surrealista que se nos apresenta: “Mas a coisa agora entrou em outra dimensão: passado o impacto da votação de quase milhão e meio no palhaço, agora vêm a ‘justiça eleitoral’ e as outras ‘justiças’ querendo brecar o ingresso do infeliz na ‘vida pública’. Não o querem ‘parlamentar’, pelo que vemos. E o Estadão publica essa belezoca, pasmem todos: ‘Segundo ele (Tiririca), os anos de atividade circense causaram lesão que dificulta a aproximação do dedo indicador ao polegar. A confissão de Tiririca confirma laudo do Instituto de Criminalística, elaborado a pedido do promotor eleitoral Maurício Antonio Ribeiro Lopes. Peritos do IC concluíram que o autor dos manuscritos examinados possui uma habilidade gráfica maior do que aquela que ele objetivou registrar ao longo do texto da declaração. No dia 1º deste mês, o promotor apresentou à Justiça pedido de cassação do registro de Tiririca sob a acusação de falsidade documental e ideológica’. Ora, pois, quanta fanfarronice institucionalóide, parece uma ressaca depois do porre eleitoral com que o palhaço e a população brindaram a história recente deste covil de safardanas que virou o edifício político brasileiro e a arquitetura de poder em geral, em todas as dimensões e instâncias! Que confa! O palhaço afirma que tem dificuldade de aproximar polegar do indicador por causa de lesão. Os caras dizem que não? Qual é, afinal?? E veja bem, ó Maria, tem mais merda debaixo desse tapete. Afinal, a consagração do Tiririca é uma contrafação feíssima para o sistemão que está armado aí...!”. Maria remexe em seus papéis de estudo, recompõe os coxões cruzados, respira fundo pensativa e prossegue atenta. Enter.
“Ora pois: por que só depois de o palhaço lavar a égua no pleito os ‘técnicos’ nisso e naquilo vêm trêfegos investigar isso e aquilo? Por que não investigaram no ato da inscrição do cara? Por que não puseram em dúvida a capacidade dele antes de rolar o processo eleitoral? Todos dormiam? Agora, quando até os gringos globalizadores no Exterior caem de pau fazendo galhofa com a sensacional vitória do palhaço e do que isso estampa como síntese de cena política no Brizêu, os ‘defensores da lei e dos valores democráticos’ querem varrer de cena a vergonha. Sim, a VERGONHA: tantos professores, tantos juristas, tantos jornalistas, tantos estudiosos, tantos artistas da pesada, todos socados em empreguinhos e em instituiçõezinhas de merda lutando pra ganhar uma miséria de sobrevivência poderiam se habilitar, e justamente os apedeutas de estádios, de circos televisivos e de palcos da miséria sonora e da mídia estupidificante se apresentam pra representar a população brasileira!... O que salta aos olhos é que os bons citados acima não ousam tentar ingressar no dantesco meio político por se sentirem incapazes de navegar em águas tão imundas e tétricas... Aliás, não foi o maestro petista quem disse que o que interessa é o jogo do poder, não a ética? Se é assim, os bons e os capazes fogem disso. Não querem meter a mão na merda, como disse outro global em fala combinada à do tal ‘maestro’. Se o Martin Luther King disse que ‘O que me preocupa não é o grito dos maus. É, sim, o silêncio dos bons’, não significa admitir que só existam maus e bons. A meu ver, linda, existem maus operando, maus quietos e só na espera de oportunidades – e esses são muitos, muitos! – e maus sem iniciativa nenhuma. Também existem bons, mas não podemos esquecer certa frase lida em manual muito discutido: ‘É preciso ter em vista que os homens de maus instintos são mais numerosos que os de bons instintos’. Talvez por isso a Humanidade viva em regressão, a despeito de progressos, por sinal a cada dia mais duvidosos, como os da ciência e da tecnologia”. Enter.
Maria finalmente intervém: “Ora, é o caso de perguntar se Tiririca é bom ou mau. Ou se quem o julga agora avaliando suas condições para exercício da legislatura para que foi ribombantemente eleito é bom ou mau. ‘Quid est veritas?’, perguntou Pilatos diante do Cristo, embananado frente a uma contradição viva entre condenar um inocente por pressão da multidão conduzida por agentes e inocentar um salteador notório que a mesma multidão ‘queria’ livre. Pois o Cristo teria (usando as mesmas letras!) solucionado o enigma: ‘Est vir qui adest’, isto é, ‘é o Homem a sua frente’. Mas o diabo é que não temos hoje nem Cristo nem Pilatos, só temos judas de todas as laias, e nosso tempo não trará soluções, só catástrofes e desgraças. Estão tentando crucificar o Tiririca depois de alçá-lo – QUEM??? – a uma glória que ele não sonharia alcançar. Hoje ele é, por ação de terceiros, uma INSTITUIÇÃO, que saiu pela culatra dos que articularam isso. Por que, então, eliminar o pobre depois de o erigirem? E teremos mais um episódio de cinismo revelando a podridão geral: a sociedade se dividirá entre detratores e defensores do Tiririca, e não virá uma decisão de consenso, mas o que o dedo invisível apontar. O mesmo dedo que ‘libertou’ Barrabás. Doa em quem doer, seja certo ou errado, falso ou verdadeiro, o dedo invisível imporá o resultado”, conclui Maria entre séria e marota, convicta de estar sendo clara e muito bem entendida... Enter final.
“Pois aí está, ó linda: até lamento não ter votado no cara. Aliás, seria uma beleza TODO O BRASIL votar no Tiririca: seria o MAIOR PLEBISCITO JÁ REALIZADO NA HISTÓRIA DA PINDORAMA!, pense bem! Por isso fantasiei que poderias ter em segredo votado nele, porque isso ajudaria numa definição que o tempo, muito mais que a História, revelará como sendo a verdade! Podem esses moralistas de ocasião pular como quiserem, mas a verdade está definida: se o Brasil se tornou um circo, seria perfeito que toda a população elegesse um palhaço, ó linda! Que bufonada! Jamais Tiririca teria pensado em nos divertir com tamanha piada!!!”, exulta Manoel. Maria se mantém com semblante de Mona Lisa e considera: “Até me comichou por vão desaforo votar no palhaço – uma verdade para esse circo –, mas tu sabes que não vergo a pruridos. Mas que nos tentou a todos nós, lá no fundo, isso tentou!”. E Manoel se perde no profundo dos olhos castanhos límpidos e sinceros de sua amada. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Vale lembrar que estamos sob censura desde 11/04/08, e que a restrição já vai totalizando 904 dias. Abraço pra turma do Estadão, que também atura isso há 455 dias...
“Ó Maria, tu não terias votado às ocultas no Tiririca, sei que não é teu feitio. Mas muita gente fez isso. Sendo secreto o voto, muita coisa acontece que acaba surpreendendo depois... Será que todos os milhão e quatrocentos que votaram no palhaço revelaram sua intenção? Sei lá... Lembro-me de um candidato a vereador num arraialito próximo a este que, depois da contagem de votos, verificou ter tido apenas UM, o dele. Nem a mulher nem os filhos – que dirá amigos ou outros – votaram nele!... Na segunda-feira depois da apuração vi o pobre subindo a rua principal do arraial, semblante arrasado. Exibia isso publicamente, manifestava-se deprimido convicto. Pois a ‘mulher pera’ (ou a ‘melão’, uma das duas) não teve um voto sequer; então nem ela teria votado em si!”, fala divertido Manoel, sob o olhar atento e prenhe de sua Maria, envolvida com seus papéis de estudo. Enter.
E Manoel prossegue em solilóquio, ferino para com o cenário surrealista que se nos apresenta: “Mas a coisa agora entrou em outra dimensão: passado o impacto da votação de quase milhão e meio no palhaço, agora vêm a ‘justiça eleitoral’ e as outras ‘justiças’ querendo brecar o ingresso do infeliz na ‘vida pública’. Não o querem ‘parlamentar’, pelo que vemos. E o Estadão publica essa belezoca, pasmem todos: ‘Segundo ele (Tiririca), os anos de atividade circense causaram lesão que dificulta a aproximação do dedo indicador ao polegar. A confissão de Tiririca confirma laudo do Instituto de Criminalística, elaborado a pedido do promotor eleitoral Maurício Antonio Ribeiro Lopes. Peritos do IC concluíram que o autor dos manuscritos examinados possui uma habilidade gráfica maior do que aquela que ele objetivou registrar ao longo do texto da declaração. No dia 1º deste mês, o promotor apresentou à Justiça pedido de cassação do registro de Tiririca sob a acusação de falsidade documental e ideológica’. Ora, pois, quanta fanfarronice institucionalóide, parece uma ressaca depois do porre eleitoral com que o palhaço e a população brindaram a história recente deste covil de safardanas que virou o edifício político brasileiro e a arquitetura de poder em geral, em todas as dimensões e instâncias! Que confa! O palhaço afirma que tem dificuldade de aproximar polegar do indicador por causa de lesão. Os caras dizem que não? Qual é, afinal?? E veja bem, ó Maria, tem mais merda debaixo desse tapete. Afinal, a consagração do Tiririca é uma contrafação feíssima para o sistemão que está armado aí...!”. Maria remexe em seus papéis de estudo, recompõe os coxões cruzados, respira fundo pensativa e prossegue atenta. Enter.
“Ora pois: por que só depois de o palhaço lavar a égua no pleito os ‘técnicos’ nisso e naquilo vêm trêfegos investigar isso e aquilo? Por que não investigaram no ato da inscrição do cara? Por que não puseram em dúvida a capacidade dele antes de rolar o processo eleitoral? Todos dormiam? Agora, quando até os gringos globalizadores no Exterior caem de pau fazendo galhofa com a sensacional vitória do palhaço e do que isso estampa como síntese de cena política no Brizêu, os ‘defensores da lei e dos valores democráticos’ querem varrer de cena a vergonha. Sim, a VERGONHA: tantos professores, tantos juristas, tantos jornalistas, tantos estudiosos, tantos artistas da pesada, todos socados em empreguinhos e em instituiçõezinhas de merda lutando pra ganhar uma miséria de sobrevivência poderiam se habilitar, e justamente os apedeutas de estádios, de circos televisivos e de palcos da miséria sonora e da mídia estupidificante se apresentam pra representar a população brasileira!... O que salta aos olhos é que os bons citados acima não ousam tentar ingressar no dantesco meio político por se sentirem incapazes de navegar em águas tão imundas e tétricas... Aliás, não foi o maestro petista quem disse que o que interessa é o jogo do poder, não a ética? Se é assim, os bons e os capazes fogem disso. Não querem meter a mão na merda, como disse outro global em fala combinada à do tal ‘maestro’. Se o Martin Luther King disse que ‘O que me preocupa não é o grito dos maus. É, sim, o silêncio dos bons’, não significa admitir que só existam maus e bons. A meu ver, linda, existem maus operando, maus quietos e só na espera de oportunidades – e esses são muitos, muitos! – e maus sem iniciativa nenhuma. Também existem bons, mas não podemos esquecer certa frase lida em manual muito discutido: ‘É preciso ter em vista que os homens de maus instintos são mais numerosos que os de bons instintos’. Talvez por isso a Humanidade viva em regressão, a despeito de progressos, por sinal a cada dia mais duvidosos, como os da ciência e da tecnologia”. Enter.
Maria finalmente intervém: “Ora, é o caso de perguntar se Tiririca é bom ou mau. Ou se quem o julga agora avaliando suas condições para exercício da legislatura para que foi ribombantemente eleito é bom ou mau. ‘Quid est veritas?’, perguntou Pilatos diante do Cristo, embananado frente a uma contradição viva entre condenar um inocente por pressão da multidão conduzida por agentes e inocentar um salteador notório que a mesma multidão ‘queria’ livre. Pois o Cristo teria (usando as mesmas letras!) solucionado o enigma: ‘Est vir qui adest’, isto é, ‘é o Homem a sua frente’. Mas o diabo é que não temos hoje nem Cristo nem Pilatos, só temos judas de todas as laias, e nosso tempo não trará soluções, só catástrofes e desgraças. Estão tentando crucificar o Tiririca depois de alçá-lo – QUEM??? – a uma glória que ele não sonharia alcançar. Hoje ele é, por ação de terceiros, uma INSTITUIÇÃO, que saiu pela culatra dos que articularam isso. Por que, então, eliminar o pobre depois de o erigirem? E teremos mais um episódio de cinismo revelando a podridão geral: a sociedade se dividirá entre detratores e defensores do Tiririca, e não virá uma decisão de consenso, mas o que o dedo invisível apontar. O mesmo dedo que ‘libertou’ Barrabás. Doa em quem doer, seja certo ou errado, falso ou verdadeiro, o dedo invisível imporá o resultado”, conclui Maria entre séria e marota, convicta de estar sendo clara e muito bem entendida... Enter final.
“Pois aí está, ó linda: até lamento não ter votado no cara. Aliás, seria uma beleza TODO O BRASIL votar no Tiririca: seria o MAIOR PLEBISCITO JÁ REALIZADO NA HISTÓRIA DA PINDORAMA!, pense bem! Por isso fantasiei que poderias ter em segredo votado nele, porque isso ajudaria numa definição que o tempo, muito mais que a História, revelará como sendo a verdade! Podem esses moralistas de ocasião pular como quiserem, mas a verdade está definida: se o Brasil se tornou um circo, seria perfeito que toda a população elegesse um palhaço, ó linda! Que bufonada! Jamais Tiririca teria pensado em nos divertir com tamanha piada!!!”, exulta Manoel. Maria se mantém com semblante de Mona Lisa e considera: “Até me comichou por vão desaforo votar no palhaço – uma verdade para esse circo –, mas tu sabes que não vergo a pruridos. Mas que nos tentou a todos nós, lá no fundo, isso tentou!”. E Manoel se perde no profundo dos olhos castanhos límpidos e sinceros de sua amada. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Vale lembrar que estamos sob censura desde 11/04/08, e que a restrição já vai totalizando 904 dias. Abraço pra turma do Estadão, que também atura isso há 455 dias...
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Manoel, uma "ressurreição" e o caso Tiririca
Frederico Mendonça de Oliveira
“Ó Maria, veja o que transcrevi de uma notícia de primeira página em jornalão!”, e nosso herói passa a ler em voz alta um texto em que se exercita em sua tarefa de jornalista: “Em João Pessoa, um aposentado de 80 anos era dado como morto. De repente, já posto no caixão, apresentou mobilidade vital, momentos antes de se iniciar o velório. O protagonista da situação era Pedro Porcino da Silva, 80, morador da zona rural de Pilar, e ocorreu com ele um caso raro na medicina: catalepsia, ou perda temporária de sinais vitais. A família viveu momentos de dúvida e emoção, logo tentando recorrer à Justiça, a filha Celma declarando à imprensa que 'A gente está muito feliz, mas a gente quer justiça. Isso não se faz com ninguém'". "Que achas, ó linda?”, pergunta Manoel a sua deusa, que o contempla com olhar matreiro, na expectativa. E Manoel prossegue; “Daqui por diante mudo o tom do texto, assumo o coloquial crítico, particularizando o discurso: 'Pois o cara estava duro e frio: estaria morto, pois. Quem o examinou – parece que mal, sem muita atenção, ou nenhuma, apenas empurrando o trabalho com a barriga – passou logo um burocrático atestado de óbito. A responsável por tal bobeira foi uma médica de Itabaiana. O idoso teria sofrido infarto fulminante, acometido de dor terebrante, sucumbindo em seguida. Mas o inesperado veio logo depois'. Segundo o jornal, "Três horas após chegar ao necrotério, quando estava sendo preparado (embalado para o velório e para descer ao túmulo), seu Pedro se mexeu no caixão". E volta Manoel: 'A família, até ali empenhada em aviar o defunto para o destino de praxe, deparou com inversão abrupta de fatos: o defunto não prosseguia defunto, reassomava no mundo dos vivos. Instalava-se um intenso quadro conflitante', conclui Manoel cofiando o bigode grisalho e rebelde, herança de seus ancestrais árabes. Enter.
“Pois veja, ó Maria, como o redator circunstante conduziu bem o texto: ‘Na manhã seguinte, seu Pedro foi transferido para a UTI de um hospital em João Pessoa, em estado grave e coma induzido. Nos dias seguintes ele surpreendeu a equipe médica. Após receber alta, o idoso deve comemorar com a família o aniversário de 80 anos, completado dois dias antes de ser dado como morto’. A conclusão da matéria é impecável, ó Maria, é até musical, um texto fluido, fechando com valores de fábula, teor de happy end equilibrado e vertical, só deixando dúvida quanto à temporalidade: ele recebeu a alta e deve então comemorar ou comemorará depois de recebê-la? Mesmo assim, dá alegria na gente ver um irmão brasileiro na Paraíba esgrimindo uma tão clara digitação!”, festeja Manoel divertindo sua Maria, que tem um terno olho nele e outro no gato, que chega ondulante e carismático. E a manhã se tinge de cores alegres, também ao sabor do Rob Madna Trio, que esbanja elegância no rádio traçando com delícia Fallin’ in Love with Love”, de Rogers e Hart, jóia do século passado, coisa de tempos de uma ainda viva civilização. Enter.
“A ressurreição é uma questão sempre espantosa, porque tema de essência para os vivos que consideram a inevitável morte, contingência inescapável... e, se algo balança os que enfrentam uma leitura profunda do Evangelho, é Lázaro. Que o Cristo seja o Deus encarnado, isto é uma coisa; quanto a Lázaro ser fato ou metáfora, aí todos oscilamos. Estaria ele catatônico, e teria ‘morrido’ justamente para que se cumprisse a Lei, para que o Cristo o chamasse de volta, parecendo isso o prodígio dos prodígios aos olhos dos vivos e para desespero dos fariseus, que já tramavam a morte do Homem? Pois vá: se o ‘camelo’ a que se refere o Cristo na parábola do homem rico hesitando em segui-Lo não é o animal, mas a baita corda com que se amarravam embarcações àquele tempo, com isso abre-se uma perspectiva no que se abordam os textos dos evangelistas, que podem estar cifrados para leigos... Veja: andar sobre as águas, fazer parar a tempestade, multiplicar pães e peixes, tudo é deslumbrante ao pé da letra tanto quanto sugere um encantado e precioso subtexto. O diabo é podermos penetrar nisso... mas a ‘ressurreição’ de 'seo' Pedro, além de ser para mim o primeiro caso de catalepsia revertida registrado em imprensa – conhecia isso de relatos, quase sempre anedóticos –, traz em si um vírus do grande mistério. E a todos encanta como experiência, acaba de algum modo virando festa para os envolvidos com o fato...”, considera Manoel, enquanto o rádio agora dá notícias do vaivém envolvendo nosso novo deputado, o palhaço Tiririca. Enter.
“Eis aí: falamos sobre ressurreição, e Tiririca adentra o recinto com toda a contradição que envolve seu ingresso na ‘vida política’ da Pindorama... e agora temos outra questão: sob o impacto da estrondosa eleição deste palhaço, morre ou renasce o Legislativo e a instituição política brasileira como um todo? O fato é que está instalado um conteúdo de limiar, de extremo, algo acabou e algo começou através de sufragar este mestre da baixa estima... Na verdade, algo da voz de Deus moveu os dedos dos eleitores para eleger o absurdo... porque de absurdos em cascata grossa todos andam fartos, e eleger Tiririca não passou, claro, de uma bofetada nas nádegas faciais desses engravatados que depravam o Legislativo – e não só o Legislativo, óbvio... então irrompe o efeito Tiririca sendo sugerido como remédio salvador porque absurdo, como se todos o usassem como placebo de alto impacto justamente por se saber ser inócuo, a partir do próprio slogan do candidato”, fala meio consigo Manoel, enquanto Maria se ocupa de receber os afagos do gato. Enter.
“Ora, Manoel, a catatonia já tomava o Legislativo há décadas..., e a eleição expressiva de Clodovil e de Agnaldo Timóteo, dois antiparlamentares por definição, décadas atrás já sinalizavam a descrença do eleitorado ante a intangibilidade apresentada pelos ‘parlamentares’, esses seres de outro mundo, outro idioma, outro ‘princípio moral’ tão diverso do nosso... e com isso víamos uma como que metáfora da necessidade de alterar o conteúdo da massa humana presente naquela pinóia. Claro, não eram os seres indicados para minorar ou alterar significativamente a deterioração já presente naquela massamorda parlamentar. Mas, vá lá, era um protesto, era uma piada, uma provocação, até para revelar que tipo de conceito os eleitores guardam a respeito dos profissionais da tramóia em que se transformaram os políticos em geral. A necessidade explicitada por todos é e vem sendo dar um choque para ressuscitar a instituição... mas todos sabem, ai de nós, da irregenerabilidade daquilo, e que nem uma droga do tipo ‘levanta-defunto’, como um Tiririca eleito por milhão e quatrocentão de votos, é capaz de fazer com que aquele covil desperte e volte a andar...”, emite Maria por entre seus lábios suaves, incapazes de deixar passar por entre eles uma palavra má, embora de tempos para cá se permitindo articular fortes conceitos. Enter final.
“E agora querem porque querem achar alguma coisa que ‘impeça’ o palhaço de integrar o corpo – ou o ‘corpo’ – de legisladores, talvez porque a repercussão da vitória eleitoral de um palhaço em nossa Câmara seja depreciativa para nós no Exterior... ‘Nós’, quem?? Quem pensa que pode recombinar categorias de valor tão opositivas como a do poder e a do povo numa coisa só? Doeu em vossos tobas elegermos o palhaço, ó pás? Bem, então parece que teremos alguma ressurreição por aí, porque o remédio Tiririca já começa a fazer efeito!...”, conclui Manoel entre gostosas risadas com sua Maria, e ei-los enlaçados por olhares arrulhantes... E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, babes!
“Ó Maria, veja o que transcrevi de uma notícia de primeira página em jornalão!”, e nosso herói passa a ler em voz alta um texto em que se exercita em sua tarefa de jornalista: “Em João Pessoa, um aposentado de 80 anos era dado como morto. De repente, já posto no caixão, apresentou mobilidade vital, momentos antes de se iniciar o velório. O protagonista da situação era Pedro Porcino da Silva, 80, morador da zona rural de Pilar, e ocorreu com ele um caso raro na medicina: catalepsia, ou perda temporária de sinais vitais. A família viveu momentos de dúvida e emoção, logo tentando recorrer à Justiça, a filha Celma declarando à imprensa que 'A gente está muito feliz, mas a gente quer justiça. Isso não se faz com ninguém'". "Que achas, ó linda?”, pergunta Manoel a sua deusa, que o contempla com olhar matreiro, na expectativa. E Manoel prossegue; “Daqui por diante mudo o tom do texto, assumo o coloquial crítico, particularizando o discurso: 'Pois o cara estava duro e frio: estaria morto, pois. Quem o examinou – parece que mal, sem muita atenção, ou nenhuma, apenas empurrando o trabalho com a barriga – passou logo um burocrático atestado de óbito. A responsável por tal bobeira foi uma médica de Itabaiana. O idoso teria sofrido infarto fulminante, acometido de dor terebrante, sucumbindo em seguida. Mas o inesperado veio logo depois'. Segundo o jornal, "Três horas após chegar ao necrotério, quando estava sendo preparado (embalado para o velório e para descer ao túmulo), seu Pedro se mexeu no caixão". E volta Manoel: 'A família, até ali empenhada em aviar o defunto para o destino de praxe, deparou com inversão abrupta de fatos: o defunto não prosseguia defunto, reassomava no mundo dos vivos. Instalava-se um intenso quadro conflitante', conclui Manoel cofiando o bigode grisalho e rebelde, herança de seus ancestrais árabes. Enter.
“Pois veja, ó Maria, como o redator circunstante conduziu bem o texto: ‘Na manhã seguinte, seu Pedro foi transferido para a UTI de um hospital em João Pessoa, em estado grave e coma induzido. Nos dias seguintes ele surpreendeu a equipe médica. Após receber alta, o idoso deve comemorar com a família o aniversário de 80 anos, completado dois dias antes de ser dado como morto’. A conclusão da matéria é impecável, ó Maria, é até musical, um texto fluido, fechando com valores de fábula, teor de happy end equilibrado e vertical, só deixando dúvida quanto à temporalidade: ele recebeu a alta e deve então comemorar ou comemorará depois de recebê-la? Mesmo assim, dá alegria na gente ver um irmão brasileiro na Paraíba esgrimindo uma tão clara digitação!”, festeja Manoel divertindo sua Maria, que tem um terno olho nele e outro no gato, que chega ondulante e carismático. E a manhã se tinge de cores alegres, também ao sabor do Rob Madna Trio, que esbanja elegância no rádio traçando com delícia Fallin’ in Love with Love”, de Rogers e Hart, jóia do século passado, coisa de tempos de uma ainda viva civilização. Enter.
“A ressurreição é uma questão sempre espantosa, porque tema de essência para os vivos que consideram a inevitável morte, contingência inescapável... e, se algo balança os que enfrentam uma leitura profunda do Evangelho, é Lázaro. Que o Cristo seja o Deus encarnado, isto é uma coisa; quanto a Lázaro ser fato ou metáfora, aí todos oscilamos. Estaria ele catatônico, e teria ‘morrido’ justamente para que se cumprisse a Lei, para que o Cristo o chamasse de volta, parecendo isso o prodígio dos prodígios aos olhos dos vivos e para desespero dos fariseus, que já tramavam a morte do Homem? Pois vá: se o ‘camelo’ a que se refere o Cristo na parábola do homem rico hesitando em segui-Lo não é o animal, mas a baita corda com que se amarravam embarcações àquele tempo, com isso abre-se uma perspectiva no que se abordam os textos dos evangelistas, que podem estar cifrados para leigos... Veja: andar sobre as águas, fazer parar a tempestade, multiplicar pães e peixes, tudo é deslumbrante ao pé da letra tanto quanto sugere um encantado e precioso subtexto. O diabo é podermos penetrar nisso... mas a ‘ressurreição’ de 'seo' Pedro, além de ser para mim o primeiro caso de catalepsia revertida registrado em imprensa – conhecia isso de relatos, quase sempre anedóticos –, traz em si um vírus do grande mistério. E a todos encanta como experiência, acaba de algum modo virando festa para os envolvidos com o fato...”, considera Manoel, enquanto o rádio agora dá notícias do vaivém envolvendo nosso novo deputado, o palhaço Tiririca. Enter.
“Eis aí: falamos sobre ressurreição, e Tiririca adentra o recinto com toda a contradição que envolve seu ingresso na ‘vida política’ da Pindorama... e agora temos outra questão: sob o impacto da estrondosa eleição deste palhaço, morre ou renasce o Legislativo e a instituição política brasileira como um todo? O fato é que está instalado um conteúdo de limiar, de extremo, algo acabou e algo começou através de sufragar este mestre da baixa estima... Na verdade, algo da voz de Deus moveu os dedos dos eleitores para eleger o absurdo... porque de absurdos em cascata grossa todos andam fartos, e eleger Tiririca não passou, claro, de uma bofetada nas nádegas faciais desses engravatados que depravam o Legislativo – e não só o Legislativo, óbvio... então irrompe o efeito Tiririca sendo sugerido como remédio salvador porque absurdo, como se todos o usassem como placebo de alto impacto justamente por se saber ser inócuo, a partir do próprio slogan do candidato”, fala meio consigo Manoel, enquanto Maria se ocupa de receber os afagos do gato. Enter.
“Ora, Manoel, a catatonia já tomava o Legislativo há décadas..., e a eleição expressiva de Clodovil e de Agnaldo Timóteo, dois antiparlamentares por definição, décadas atrás já sinalizavam a descrença do eleitorado ante a intangibilidade apresentada pelos ‘parlamentares’, esses seres de outro mundo, outro idioma, outro ‘princípio moral’ tão diverso do nosso... e com isso víamos uma como que metáfora da necessidade de alterar o conteúdo da massa humana presente naquela pinóia. Claro, não eram os seres indicados para minorar ou alterar significativamente a deterioração já presente naquela massamorda parlamentar. Mas, vá lá, era um protesto, era uma piada, uma provocação, até para revelar que tipo de conceito os eleitores guardam a respeito dos profissionais da tramóia em que se transformaram os políticos em geral. A necessidade explicitada por todos é e vem sendo dar um choque para ressuscitar a instituição... mas todos sabem, ai de nós, da irregenerabilidade daquilo, e que nem uma droga do tipo ‘levanta-defunto’, como um Tiririca eleito por milhão e quatrocentão de votos, é capaz de fazer com que aquele covil desperte e volte a andar...”, emite Maria por entre seus lábios suaves, incapazes de deixar passar por entre eles uma palavra má, embora de tempos para cá se permitindo articular fortes conceitos. Enter final.
“E agora querem porque querem achar alguma coisa que ‘impeça’ o palhaço de integrar o corpo – ou o ‘corpo’ – de legisladores, talvez porque a repercussão da vitória eleitoral de um palhaço em nossa Câmara seja depreciativa para nós no Exterior... ‘Nós’, quem?? Quem pensa que pode recombinar categorias de valor tão opositivas como a do poder e a do povo numa coisa só? Doeu em vossos tobas elegermos o palhaço, ó pás? Bem, então parece que teremos alguma ressurreição por aí, porque o remédio Tiririca já começa a fazer efeito!...”, conclui Manoel entre gostosas risadas com sua Maria, e ei-los enlaçados por olhares arrulhantes... E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, babes!
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Manoel e os micos no comércio
Frederico Mendonça de Oliveira
“Posso ajudar em alguma coisa?”, pergunta cínica e/ou abobada a sirigaita empregada em qualquer loja em que se entre. Numa dessas, Manoel, embaraçado, responde educadamente que não, ao que a criatura acrescenta, com estudada falsidade: “Fique à vontade”. “Puta que pariu!, caraco, puta merda!! Eu já estava à vontade! Entro no diabo da bendita loja e nem posso olhar para as titicas expostas, lá vem a maluquete ‘instruída’ pelos psicopatas do comércio tirando-me o direito de olhar as merdas sem ser incomodado ou, pior, estorvado!! Que miséria, que dislate, que MICO!!”, vocifera Manoel para suas profundezas emputecidas pelo assédio agressivo no comércio impudente. Sentindo-se realmente assediado pela doidivanazinha, Manoel foi ao Houaiss, e lá está um dos significados do verbete estorvar: “tolher, impedir (liberdade de movimento, livre trânsito etc.). E é isso que ocorre atualmente “na avidez doentia no mundo das lojas”, segundo nosso herói. “Não se pode mais olhar porcaria nenhuma em lugar nenhum!!! Entramos para olhar!, comprar será escolha nossa, porra!!!! Ou não pode??? Poooooooooooorra!!!”, desabafa indignado o mais brasileiro lusitano nessa Pindorama desvairada. “Estão todos loucos, ó Maria, e parece gostarem, e obedecem como zumbis acéfalos, já se preparam para o próximo patamar, qual seja, o de voltar às árvores, seguramente o lugar de onde vieram...”, e Maria já se reta e engatilha sua ira santa quanto à conduta dessas pobres atendentes, na verdade umas metediças, e vem chumbo. Enter.
“São umas infelizes, ó Manoel! São coitadas tratando de se agarrar à tábua de salvação que é o emprego, decerto um subemprego perverso... Sei até de vexames por que passam essas infelizes! Um dono de loja aqui no arraial, por exemplo, volta e meia obriga suas funcionárias a dar pra ele nos fundos da loja para não despedi-las. A miséria moral desse meio é tal que elas sucumbem a tais horrores para manter colocação nesse inferno, pois inferno pior, para a maioria delas, será aturar desemprego! Então podemos entender que obedecem a tudo para se manter ‘colocadas’. Mas, vejamos: não são só moças: rapazes, embora não tenham de dar para se garantir, também assediam de forma escrota... mas... vamos à origem disso, ó meu caro? Afinal, para tudo existe uma causa, certo? É batata que isso é só ponta de iceberg!”, e os olhos firmes e pestanudos de nossa heroína se alojam belos nos de nosso herói. Enter.
“Falaste e disseste, ó Maria! Pois não é que outro dia, na caixa do supermercado, estando atrás de mim um monte de gente com carrinhos, ouvi da atendente, depois de receber o troco, a absurda pergunta: ‘Mais alguma coisa?’, e fiquei atônito, perdido. ‘Como assim?’, perguntei, sentindo o silêncio de uns cinco na fila atrás. Pois a garota travou, só pôde insistir mecanicamente na pergunta, já em pânico. ‘Você tem alguma sugestão?’, perguntei, tentando sair do impasse. Pois a garota ficou em total embaraço, aturdida. A fila parada, lá, aguardava. Apiedado diante da merda mental da infeliz, ajudei: ‘Não, é só isso.’, ao que a pobre respirou aliviada, voltando à irracionalidade que lhe garante o salariozinho seguramente uma titica.”. Maria contemplava o ar, imaginando a cena besta, “vendo” a bobalhona em colapso mental, e insistiu: “As causas disso, Manoel, as causas! Se EM TODAS AS BOCAS DE COMÉRCIO ACONTECE ASSIM, algo move isso, trata-se de uma ação planejada, posta em prática em plano sistemático, e essas pobres criaturas acríticas obedecem como gado, em aquiescência vacum, são objetos e engrenagens de um programa!”, conclui Maria com inflexão aquilina em seus olhos firmes e belos. Enter.
“Ah, ó Maria, veja que mataste a charada! Pois não é que, dia desses, uma bela operadora de caixa me revelou isso?! Ante a piada de um amigo a respeito do infame ‘posso ajudar em alguma coisa?’ com que nos otarizam direto e reto de uns tempos pra cá, a moça nos desvendou o mistério enquanto operava o troco: ‘Ah!, é o treinamento da Associação Comercial! Eles treinam a turma pra agir assim!’. Fiquei chapado, ó linda, porque apareceu o rabo da onça, a prova do crime! Tens razão, eis a origem! Trata-se de um que os pobres acéfalos aprendem a impor ao cidadão! As associações comerciais, por sinal instituições de origem obscura – o que está por trás disso, que não sabemos? – e de inserção suspeita no contexto social, sempre operando de forma intangível e obedecendo a uma instância silenciosa e cheirando a secretismo, seriam as responsáveis por essa deformidade perversa?! Seriam?? Bem, a moça não falaria pelo rabo, pois estava sentada sobre ele, obstando um possível discurso do traseiro... mas, cacilda!, que achas disso??”. Enter
Maria assumira um teor pesado no semblante, uma seriedade combinando entendimento com indignação. “É o que eu dizia, ó Manoel... tem carne por sob esse angu, como dizem por aqui. A maluquice está na deterioração premeditada das relações, coisa estudada, a estética da impertinência. Hoje constatamos uma caotização de conteúdos... E vem a calhar você tocar no assunto dessa relação absurda e absolutamente inaceitável para quem pensa ou sente um mínimo que seja, e ouvir as ‘razões’ que ‘eles’ lhe apresentam, razões deformadas, de golpistas assumidos, de contraventores profissionais. Assim como garotas têm de dar para o patrão no fundo da loja pra prosseguirem empregadas, da mesma forma são investidas na tarefa de estorvar os fregueses. Pois é: Criticam Hitler diariamente há mais de 60 anos mas ele continua aí, destruindo tudo... Não é mesmo? Hem? Hem?” Enter final.
“A verdade, Maria, é que vamos chegando ao limiar de uma era. Vai se formando uma Babel no planeta, não há como fugir. Eles avisam: ‘Causaremos tal desordem entre os povos e dentro deles que, no dia em que tomarmos o poder através do golpe de Estado internacional, todos beijarão nossos pés em total gratidão’ (!!!), é ou não é isso? Se hoje falamos do surrealismo no comércio, em que o consumidor já vive direto sob atentado contra sua identidade, personalidade, privacidade, seu direito de ir e vir e direito de escolha, puteado sob perguntas impertinentes, como se fossem incapazes de decidir e de escolher o que lhes convém, de saber discernir entre o que interesse ou não, imagine-se isso daqui a alguns anos... Bem, quem sabe de si não cai nessa, mas a boiada perdida na vida está sob esse jugo, e a coisa só fará piorar. E as associações comerciais? Piam a respeito dessa política escrota e maligna? No mínimo dirão que ‘não sabiam’, parafraseando certo ser abissal de voz roufenha e de caveira sempre ‘cheia de alpiste’, ou talvez digam o que dizem os que seguem a orientação delas: ‘Se você não atende o freguês, ele reclama!’. Ora, como dizem lá na Terrinha: ‘Vão lavar essa bunda!!!’, pois vocês enganam é os trouxas, gente que já deixou de ser gente!”, brada nosso herói sob a aquiescência de sua linda Maria, que já arma outras abordagens especiais pra frente... E viva Santo Expedito! Oremos. Té pra semana, babes!
Ah! Vale lembrar que estamos sob censura desde 11/04/08, e que a restrição já vai totalizando 897 dias. Abraço pra turma do Estadão, que também atura isso há 441 dias...
“Posso ajudar em alguma coisa?”, pergunta cínica e/ou abobada a sirigaita empregada em qualquer loja em que se entre. Numa dessas, Manoel, embaraçado, responde educadamente que não, ao que a criatura acrescenta, com estudada falsidade: “Fique à vontade”. “Puta que pariu!, caraco, puta merda!! Eu já estava à vontade! Entro no diabo da bendita loja e nem posso olhar para as titicas expostas, lá vem a maluquete ‘instruída’ pelos psicopatas do comércio tirando-me o direito de olhar as merdas sem ser incomodado ou, pior, estorvado!! Que miséria, que dislate, que MICO!!”, vocifera Manoel para suas profundezas emputecidas pelo assédio agressivo no comércio impudente. Sentindo-se realmente assediado pela doidivanazinha, Manoel foi ao Houaiss, e lá está um dos significados do verbete estorvar: “tolher, impedir (liberdade de movimento, livre trânsito etc.). E é isso que ocorre atualmente “na avidez doentia no mundo das lojas”, segundo nosso herói. “Não se pode mais olhar porcaria nenhuma em lugar nenhum!!! Entramos para olhar!, comprar será escolha nossa, porra!!!! Ou não pode??? Poooooooooooorra!!!”, desabafa indignado o mais brasileiro lusitano nessa Pindorama desvairada. “Estão todos loucos, ó Maria, e parece gostarem, e obedecem como zumbis acéfalos, já se preparam para o próximo patamar, qual seja, o de voltar às árvores, seguramente o lugar de onde vieram...”, e Maria já se reta e engatilha sua ira santa quanto à conduta dessas pobres atendentes, na verdade umas metediças, e vem chumbo. Enter.
“São umas infelizes, ó Manoel! São coitadas tratando de se agarrar à tábua de salvação que é o emprego, decerto um subemprego perverso... Sei até de vexames por que passam essas infelizes! Um dono de loja aqui no arraial, por exemplo, volta e meia obriga suas funcionárias a dar pra ele nos fundos da loja para não despedi-las. A miséria moral desse meio é tal que elas sucumbem a tais horrores para manter colocação nesse inferno, pois inferno pior, para a maioria delas, será aturar desemprego! Então podemos entender que obedecem a tudo para se manter ‘colocadas’. Mas, vejamos: não são só moças: rapazes, embora não tenham de dar para se garantir, também assediam de forma escrota... mas... vamos à origem disso, ó meu caro? Afinal, para tudo existe uma causa, certo? É batata que isso é só ponta de iceberg!”, e os olhos firmes e pestanudos de nossa heroína se alojam belos nos de nosso herói. Enter.
“Falaste e disseste, ó Maria! Pois não é que outro dia, na caixa do supermercado, estando atrás de mim um monte de gente com carrinhos, ouvi da atendente, depois de receber o troco, a absurda pergunta: ‘Mais alguma coisa?’, e fiquei atônito, perdido. ‘Como assim?’, perguntei, sentindo o silêncio de uns cinco na fila atrás. Pois a garota travou, só pôde insistir mecanicamente na pergunta, já em pânico. ‘Você tem alguma sugestão?’, perguntei, tentando sair do impasse. Pois a garota ficou em total embaraço, aturdida. A fila parada, lá, aguardava. Apiedado diante da merda mental da infeliz, ajudei: ‘Não, é só isso.’, ao que a pobre respirou aliviada, voltando à irracionalidade que lhe garante o salariozinho seguramente uma titica.”. Maria contemplava o ar, imaginando a cena besta, “vendo” a bobalhona em colapso mental, e insistiu: “As causas disso, Manoel, as causas! Se EM TODAS AS BOCAS DE COMÉRCIO ACONTECE ASSIM, algo move isso, trata-se de uma ação planejada, posta em prática em plano sistemático, e essas pobres criaturas acríticas obedecem como gado, em aquiescência vacum, são objetos e engrenagens de um programa!”, conclui Maria com inflexão aquilina em seus olhos firmes e belos. Enter.
“Ah, ó Maria, veja que mataste a charada! Pois não é que, dia desses, uma bela operadora de caixa me revelou isso?! Ante a piada de um amigo a respeito do infame ‘posso ajudar em alguma coisa?’ com que nos otarizam direto e reto de uns tempos pra cá, a moça nos desvendou o mistério enquanto operava o troco: ‘Ah!, é o treinamento da Associação Comercial! Eles treinam a turma pra agir assim!’. Fiquei chapado, ó linda, porque apareceu o rabo da onça, a prova do crime! Tens razão, eis a origem! Trata-se de um que os pobres acéfalos aprendem a impor ao cidadão! As associações comerciais, por sinal instituições de origem obscura – o que está por trás disso, que não sabemos? – e de inserção suspeita no contexto social, sempre operando de forma intangível e obedecendo a uma instância silenciosa e cheirando a secretismo, seriam as responsáveis por essa deformidade perversa?! Seriam?? Bem, a moça não falaria pelo rabo, pois estava sentada sobre ele, obstando um possível discurso do traseiro... mas, cacilda!, que achas disso??”. Enter
Maria assumira um teor pesado no semblante, uma seriedade combinando entendimento com indignação. “É o que eu dizia, ó Manoel... tem carne por sob esse angu, como dizem por aqui. A maluquice está na deterioração premeditada das relações, coisa estudada, a estética da impertinência. Hoje constatamos uma caotização de conteúdos... E vem a calhar você tocar no assunto dessa relação absurda e absolutamente inaceitável para quem pensa ou sente um mínimo que seja, e ouvir as ‘razões’ que ‘eles’ lhe apresentam, razões deformadas, de golpistas assumidos, de contraventores profissionais. Assim como garotas têm de dar para o patrão no fundo da loja pra prosseguirem empregadas, da mesma forma são investidas na tarefa de estorvar os fregueses. Pois é: Criticam Hitler diariamente há mais de 60 anos mas ele continua aí, destruindo tudo... Não é mesmo? Hem? Hem?” Enter final.
“A verdade, Maria, é que vamos chegando ao limiar de uma era. Vai se formando uma Babel no planeta, não há como fugir. Eles avisam: ‘Causaremos tal desordem entre os povos e dentro deles que, no dia em que tomarmos o poder através do golpe de Estado internacional, todos beijarão nossos pés em total gratidão’ (!!!), é ou não é isso? Se hoje falamos do surrealismo no comércio, em que o consumidor já vive direto sob atentado contra sua identidade, personalidade, privacidade, seu direito de ir e vir e direito de escolha, puteado sob perguntas impertinentes, como se fossem incapazes de decidir e de escolher o que lhes convém, de saber discernir entre o que interesse ou não, imagine-se isso daqui a alguns anos... Bem, quem sabe de si não cai nessa, mas a boiada perdida na vida está sob esse jugo, e a coisa só fará piorar. E as associações comerciais? Piam a respeito dessa política escrota e maligna? No mínimo dirão que ‘não sabiam’, parafraseando certo ser abissal de voz roufenha e de caveira sempre ‘cheia de alpiste’, ou talvez digam o que dizem os que seguem a orientação delas: ‘Se você não atende o freguês, ele reclama!’. Ora, como dizem lá na Terrinha: ‘Vão lavar essa bunda!!!’, pois vocês enganam é os trouxas, gente que já deixou de ser gente!”, brada nosso herói sob a aquiescência de sua linda Maria, que já arma outras abordagens especiais pra frente... E viva Santo Expedito! Oremos. Té pra semana, babes!
Ah! Vale lembrar que estamos sob censura desde 11/04/08, e que a restrição já vai totalizando 897 dias. Abraço pra turma do Estadão, que também atura isso há 441 dias...
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Manoel e Maria consideram o “voto Tiririca”
Frederico Mendonça de Oliveira
“Um milhão, trezentos e tal votos, ó pá! É o segundo deputado mais votado no Brasil desde o admirável Enéas, que os bufos mijados da mídia hetera chamaram de ‘nazista’, saindo até ilustração do grande mestre Cássio Loredano, em deslize lamentável... mas é imprescindível pensar nos significados que envolvem a extraordinária marca alcançada por um palhaço vulgar do presente, pobre beldroegas alçado a ícone dimensões nesta Pindorama”, discursa Manoel exercitando sua oratória um tanto enferrujada pelos tempos de silêncio forçado sob os bostejos dos postulantes às tetas da mãe República. E a formosa e abundante Maria não deixa passar o mote, e parte para uma glosa mordaz e anavalhada: “A imprensa hoje, cloaca a que se resumiu uma instituição de séculos, usa aspas na palavra nacionalista, como se isso fosse deslize, deformidade, o que vem a rimar com o que teria proferido Samuel Johnson em sua frase tão abrangente quanto vaga: ‘O patriotismo é o último refúgio dos canalhas’. Então, é no mínimo um belo pum isso de os jornalões e a TV nem promoverem nem desancarem Tiririca, registrando defensivamente os fatos e evitando posicionamentos. Chamarem Enéas de nazista é torpe, imundo, especialmente porque encarta valores outros, subtextuais, que os besteirões que lêem, vêem e ouvem imprensa não entendem – mas engolem, incorporam, introjetam”, avalia nossa fornida heroína. E Manoel, contemplando sua deusa, considera consigo: “Parece as imagens da mitologia, lembra as mulheres das pinturas de Renoir, mas está viva e, mesmo pujante e avantajada, enxuta!”, e ainda fala em si, entre os dentes de sua mente tomada de ternura, que “Quem gosta de caniço é pescador”, lembrando-se da tão badalada Gisele Bündchen, esta criatura tão cortejada quanto pobre de carnadura, sem contar o nariz grosseiro, que perto do de Maria parece uma inesperada batata doce, destoando de uma linda cerejinha... “Eu diria que aquilo é Gisele Sem Bündchen... e não entendo como brasileiros, em cuja tradição se finca a adoração à beleza e grandeza da bunda, podem eleger tal criatura, assemelhada estrangeiras retilíneas, a tal grau de admiração, com teores de endeusamento... Eu, hem!” Enter.
Bem, nossos heróis vivem seus dourados momentos no aconchego, no sacrossanto recesso de um lar produtivo, e se dão o direito de pairar acima dessa patacoada em que estrumadas e flatulências verbais dos candidatos empestearam por meses, atrozes meses, o éter do arraial já em franca decomposição, como de resto a republiqueta das bananas e o pobre e já claudicante planeta dos macacos. E Maria, recebendo em seu farto colo o gato, solfeja: “Quer dizer que não podemos mais amar a pátria sem virar canalhas, que não podemos mais ter nação sem virar nazistas?? Bem, se não estou derrapando para reducionismo ou generalização, que pretendem os que cunham tais falas, que soam como cornalgias ou ginglimalgias cotovelares, cubitais, tão específicas ou amplas se apresentam, associando cu com bunda...”, e nossa heroína logo se sente incomodada e emenda: “Bem que eu poderia amenizar os termos, como ‘ânus com nádegas’, para contornar um turpilóquio... mas que turpilóquio pode ser maior que um discurso de um engravatado congressista, mesmo que sem qualquer escorregada para o chulo tão presente nas falas daquele Ciro do Ceará?”, repensa Maria, concentrada com os olhos espetados no éter, como disse Machado sobre o Quincas Borba. E o gato se lambe, lambe a pata e passa elegantemente pela linda cara, com uma religiosidade que fecha com o torso ereto de nossa heroína, e Manoel bosteja um “ingrêis”, como dizem os arraialeiros dessas montanhas não escarpadas: “Although not many dogs have style, cats have it in abundance”..., “e dlim e dlom”, como Guimarães Rosa finalizou a respeito de um esquilinho: “... e já de ah subindo p’la árvore de jequitibá, de reta só assim esquilando até em cima, corisco, com o rabãozinho bem esticado para trás, pra baixo, até mais comprido que o corpo – meio que era um peso, para o donozinho dele não subir mais depressa do que a árvore...” Enter.
“Fazer o quê? Se Tiririca chegou a tal marca, ó Manoel, isso pode ser um sinal vital de um eleitorado novo, aguerrido e abespinhado em resposta radical a uma estrutura achavascada até o rés do chão, à sarjeta da História, que é o que vemos e vivenciamos”, engrena Maria, cantando seus inexistentes pneus. Ou peneus, como diz o Galvão Bueno. “Hão de tachar como atitude de boçais, de gente identificada com a dimensão do palhaço, de congêneres e assemelhados do festejado histrião. Pode, admitamos isso. Mas, conscientes ou não, refletidos ou não, racionais em seu gesto ou não, ocorreu mesmo foi voto-antídoto ou voto-veneno, uma curiosa manifestação de coerência através da incoerência, de afirmação usando negação, e não se pode descartar a relação fatal disso com a escatologia planaltina em décadas: uma escandalosa e superlativamente escrota palhaçada destroçando o Congresso e as instituições essenciais da arquitetura de poder. ‘Se é assim’, diriam, ‘elejamos um palhaço profissional, assumido’, que se mostrou impagável em seu humor, aliás sua possível consciente ironia quando propôs, em slogan de campanha: ‘Vote em mim, pra eu ajudar minha família’, uma bela escarrada, sonora bofetada nos que aberta e criminosamente praticam o nepotismo nas barbas do povo trabalhador sofrido. Não há como condenar a gigantesca votação alegando ser ela estupidez coletiva, já que até explode como contundente metáfora. Isso é muito diverso de considerar ‘Eguinha Pocotó’ manifestação cultural, como cometeu nosso ex-ministro da Cultura ante um contingente boquiaberto de pensadores e resistentes”. Enter.
“Agora ELES terão de engolir o próprio veneno, os fimícolas que chafurdam no cagalhão em que foram transformadas – aliás, por eles mesmos! – as instituições essenciais de uma nação. ‘Nação??’, ora, olha só, que eu viro nazista!, ó Maria, metendo-me a falar em nação!, e viro canalha se valorizar nossos conteúdos pátrios!”, ironiza Manoel incendiando o semblante da amada, que o fita com ponteagudos olhos castanhos perspicazes e divertidos, considerando a pachouchada que move esses cordéis esmerdeados levando países e planeta ao desfecho do Armagedon. Enter final.
“’Vote em Tiririca: pior do que tá não fica!’, eis uma tirada genial se considerada a gratuidade e a vacuidade vomitadas em slogans ultrabatidos de candidatos tão abundantes como estranhos a todos, horda de hienas sorridentes ou de ilustres bonifrates, ou de jagodes notórios, de pelintras consagrados, e mais um monte de bobões espertos que nessa assomaram sonhando escapar de sua atual titica existencial. É: atrás do bufão veio chusma de ex-famosos; uns, artistas; outros, esportistas, todos hoje no ostracismo e loucos por sair da merda ingressando na grande mamata, e o grande golpe é virar, todos, “parlamentares”, claro. Mas só Tiririca chegou lá, e em grandíssimo estilo. O resto dançou feio. Eis a lição: só um palhaço autêntico seduz o brasileiro radical, mesmo que radical em sua ignorância, em sua pequenez. Mas, jamais, sujo por mentir durante 25 anos e depois trair porcamente o País. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Vale lembrar que estamos sob censura desde 11/04/08, e que a restrição já vai totalizando 890 dias. Abraço pra turma do Estadão, que também atura isso há 434 dias...
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/sergiomalbergier/811070-deixem-o-palhaco-legislar.shtml
“Um milhão, trezentos e tal votos, ó pá! É o segundo deputado mais votado no Brasil desde o admirável Enéas, que os bufos mijados da mídia hetera chamaram de ‘nazista’, saindo até ilustração do grande mestre Cássio Loredano, em deslize lamentável... mas é imprescindível pensar nos significados que envolvem a extraordinária marca alcançada por um palhaço vulgar do presente, pobre beldroegas alçado a ícone dimensões nesta Pindorama”, discursa Manoel exercitando sua oratória um tanto enferrujada pelos tempos de silêncio forçado sob os bostejos dos postulantes às tetas da mãe República. E a formosa e abundante Maria não deixa passar o mote, e parte para uma glosa mordaz e anavalhada: “A imprensa hoje, cloaca a que se resumiu uma instituição de séculos, usa aspas na palavra nacionalista, como se isso fosse deslize, deformidade, o que vem a rimar com o que teria proferido Samuel Johnson em sua frase tão abrangente quanto vaga: ‘O patriotismo é o último refúgio dos canalhas’. Então, é no mínimo um belo pum isso de os jornalões e a TV nem promoverem nem desancarem Tiririca, registrando defensivamente os fatos e evitando posicionamentos. Chamarem Enéas de nazista é torpe, imundo, especialmente porque encarta valores outros, subtextuais, que os besteirões que lêem, vêem e ouvem imprensa não entendem – mas engolem, incorporam, introjetam”, avalia nossa fornida heroína. E Manoel, contemplando sua deusa, considera consigo: “Parece as imagens da mitologia, lembra as mulheres das pinturas de Renoir, mas está viva e, mesmo pujante e avantajada, enxuta!”, e ainda fala em si, entre os dentes de sua mente tomada de ternura, que “Quem gosta de caniço é pescador”, lembrando-se da tão badalada Gisele Bündchen, esta criatura tão cortejada quanto pobre de carnadura, sem contar o nariz grosseiro, que perto do de Maria parece uma inesperada batata doce, destoando de uma linda cerejinha... “Eu diria que aquilo é Gisele Sem Bündchen... e não entendo como brasileiros, em cuja tradição se finca a adoração à beleza e grandeza da bunda, podem eleger tal criatura, assemelhada estrangeiras retilíneas, a tal grau de admiração, com teores de endeusamento... Eu, hem!” Enter.
Bem, nossos heróis vivem seus dourados momentos no aconchego, no sacrossanto recesso de um lar produtivo, e se dão o direito de pairar acima dessa patacoada em que estrumadas e flatulências verbais dos candidatos empestearam por meses, atrozes meses, o éter do arraial já em franca decomposição, como de resto a republiqueta das bananas e o pobre e já claudicante planeta dos macacos. E Maria, recebendo em seu farto colo o gato, solfeja: “Quer dizer que não podemos mais amar a pátria sem virar canalhas, que não podemos mais ter nação sem virar nazistas?? Bem, se não estou derrapando para reducionismo ou generalização, que pretendem os que cunham tais falas, que soam como cornalgias ou ginglimalgias cotovelares, cubitais, tão específicas ou amplas se apresentam, associando cu com bunda...”, e nossa heroína logo se sente incomodada e emenda: “Bem que eu poderia amenizar os termos, como ‘ânus com nádegas’, para contornar um turpilóquio... mas que turpilóquio pode ser maior que um discurso de um engravatado congressista, mesmo que sem qualquer escorregada para o chulo tão presente nas falas daquele Ciro do Ceará?”, repensa Maria, concentrada com os olhos espetados no éter, como disse Machado sobre o Quincas Borba. E o gato se lambe, lambe a pata e passa elegantemente pela linda cara, com uma religiosidade que fecha com o torso ereto de nossa heroína, e Manoel bosteja um “ingrêis”, como dizem os arraialeiros dessas montanhas não escarpadas: “Although not many dogs have style, cats have it in abundance”..., “e dlim e dlom”, como Guimarães Rosa finalizou a respeito de um esquilinho: “... e já de ah subindo p’la árvore de jequitibá, de reta só assim esquilando até em cima, corisco, com o rabãozinho bem esticado para trás, pra baixo, até mais comprido que o corpo – meio que era um peso, para o donozinho dele não subir mais depressa do que a árvore...” Enter.
“Fazer o quê? Se Tiririca chegou a tal marca, ó Manoel, isso pode ser um sinal vital de um eleitorado novo, aguerrido e abespinhado em resposta radical a uma estrutura achavascada até o rés do chão, à sarjeta da História, que é o que vemos e vivenciamos”, engrena Maria, cantando seus inexistentes pneus. Ou peneus, como diz o Galvão Bueno. “Hão de tachar como atitude de boçais, de gente identificada com a dimensão do palhaço, de congêneres e assemelhados do festejado histrião. Pode, admitamos isso. Mas, conscientes ou não, refletidos ou não, racionais em seu gesto ou não, ocorreu mesmo foi voto-antídoto ou voto-veneno, uma curiosa manifestação de coerência através da incoerência, de afirmação usando negação, e não se pode descartar a relação fatal disso com a escatologia planaltina em décadas: uma escandalosa e superlativamente escrota palhaçada destroçando o Congresso e as instituições essenciais da arquitetura de poder. ‘Se é assim’, diriam, ‘elejamos um palhaço profissional, assumido’, que se mostrou impagável em seu humor, aliás sua possível consciente ironia quando propôs, em slogan de campanha: ‘Vote em mim, pra eu ajudar minha família’, uma bela escarrada, sonora bofetada nos que aberta e criminosamente praticam o nepotismo nas barbas do povo trabalhador sofrido. Não há como condenar a gigantesca votação alegando ser ela estupidez coletiva, já que até explode como contundente metáfora. Isso é muito diverso de considerar ‘Eguinha Pocotó’ manifestação cultural, como cometeu nosso ex-ministro da Cultura ante um contingente boquiaberto de pensadores e resistentes”. Enter.
“Agora ELES terão de engolir o próprio veneno, os fimícolas que chafurdam no cagalhão em que foram transformadas – aliás, por eles mesmos! – as instituições essenciais de uma nação. ‘Nação??’, ora, olha só, que eu viro nazista!, ó Maria, metendo-me a falar em nação!, e viro canalha se valorizar nossos conteúdos pátrios!”, ironiza Manoel incendiando o semblante da amada, que o fita com ponteagudos olhos castanhos perspicazes e divertidos, considerando a pachouchada que move esses cordéis esmerdeados levando países e planeta ao desfecho do Armagedon. Enter final.
“’Vote em Tiririca: pior do que tá não fica!’, eis uma tirada genial se considerada a gratuidade e a vacuidade vomitadas em slogans ultrabatidos de candidatos tão abundantes como estranhos a todos, horda de hienas sorridentes ou de ilustres bonifrates, ou de jagodes notórios, de pelintras consagrados, e mais um monte de bobões espertos que nessa assomaram sonhando escapar de sua atual titica existencial. É: atrás do bufão veio chusma de ex-famosos; uns, artistas; outros, esportistas, todos hoje no ostracismo e loucos por sair da merda ingressando na grande mamata, e o grande golpe é virar, todos, “parlamentares”, claro. Mas só Tiririca chegou lá, e em grandíssimo estilo. O resto dançou feio. Eis a lição: só um palhaço autêntico seduz o brasileiro radical, mesmo que radical em sua ignorância, em sua pequenez. Mas, jamais, sujo por mentir durante 25 anos e depois trair porcamente o País. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Vale lembrar que estamos sob censura desde 11/04/08, e que a restrição já vai totalizando 890 dias. Abraço pra turma do Estadão, que também atura isso há 434 dias...
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/sergiomalbergier/811070-deixem-o-palhaco-legislar.shtml
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Manoel e Maria se preparam para as “eleições”
Frederico Mendonça de Oliveira
“Será que só a Dilma tem telhado de vidro nessa pinóia de campanha pela Presidência desta Pindorama desvairada, ó pá??”, pergunta (-se) Maria diante de um Manoel interrogativo mas sempre ternamente contemplando sua perfumada flor. “Vamos e venhamos, ó Manoel, isso me cheira a certa campanha asquerosa movida há mais de meio século contra um único nome no cenário mundial, como se esse tão difamado infeliz fosse o responsável por todos os males que assolam este ‘planeta dos macacos’”!, desabafa nossa agora também heroína, que “saiu da lata” e mostra verve e ira santa nas diatribes que de há algum pouco tempo se permite desferir contra a estupidez que reina solta “nefte paíf” e alhures. “Realmente é patético ver a Dilma dançando com o Mercadante, cujo bigodão o Zé Simão define como ‘rodapé de xoxota’ – isso, consideremos, só em caso de um sessenta e nove; em caso de cunilingus, seria moldura de teto... –, e Lula com sua ‘galega’, cenas um tanto pra lá de grotescas... E, Manoel, tu observaste a considerável bunda dela, e a breguice da calcinha marcando as ilhargas sob um jeans (?)? Arre, naquele baile espúrio e estrambótico também se viu o Netinho, ‘cara nova no Senado’ – segundo o ‘Eu não Sabia da Silva’ –, dançando parece que com a Marta ‘Suplício’ Suplicy... E realmente não é isso – não seria justamente o oposto? – o que falta para dar sentido a essa verdadeira suruba política tão horrenda que nos assola! Com mil trovadores e menestréis, estaremos os dois ficando caducos, superados, ou o surrealismo foi instalado de vez como regime político neste lugar de zumbis??”. Enter.
Manoel se encafifa no diuturno ato de remoer e engolir pedrouços, aliás batráquios que nos impingem goela abaixo em bombardeio diário, e a fala de Maria atiça o fogo das indagações sobre os fatos que se vão sobrepondo em camadas como em sedimentação irreversível, fatal. “Estão fazendo de nós precoces fósseis, soterrados em levas e levas sucessivas de fatos que nos isolam e imobilizam! Se não há sequer vislumbre de possível reação da sociedade civil, se as instituições estão infiltradas e cooptadas, senão desmanteladas ou aniquiladas, que tipo de realidade política ou REGIME estamos vivendo? Afinal, diante de uma explosão sucessiva de escândalos, basta o ‘primeiro mandatário’ alegar que de nada sabia, e isso simplesmente encerra o assunto, como se não fosse ele, presidente, responsável pelo contingente de profissionais que trabalham com e para ele??”, considera Maria com irônico leve sorriso, que deixa Manoel meio abobalhado, viajando nos traços helênicos de sua amada. Ela se senta em sua costumeira cadeira ao canto da copa, e logo chega o gato e, ao vê-la ali, ruma direto para ela e pula em seu colo generoso, aninhando-se depois de roçadas afetuosas, ronronando alto. Manoel e Maria se entreolham, o sabiá canta lá fora. Enter.
“E agora temos de parar nossas obrigações e atividades produtivas e fecundas para participar dessa pantomima cacete, dessa comédia sem qualquer hilaridade saudável mas, sim, carregada de conteúdos que vão do cínico ao pútrido, do venal incipiente ao imoral de todo, e temos de interromper nossas ricas atividades nesta vida para nós tão cara e nos misturar com esses conteúdos emporcalhantes e degradantes, que sentido tem isso?? Com que finalidade mergulharemos nessa pinóia que para nós é algo que ficará sempre ao largo, coisa que em nada nos diz respeito e que só nos traz prejuízos e constrangimentos??!! E pensar que outrora íamos votar conscientes de estar contribuindo para alterações substanciais de valores sociais e políticos, nós que sofremos o peso brutal daqueles tempos de ditadura, embora enganados por um lado e por outro - mas era diferente: alí víamos possibilidades de mudanças, apioávamos nomes que perseguiam causas palpáveis, gente que não prometia por prometer, pelo contrário: eram candidatos com real militância e discursos consistentes, embasados em propostas concretas de alteração de rumos sociais e políticos! E hoje, Deus???, que diabos temos hoje aí para nos tirar do sossego de nosso lar??”, pergunta Maria lembrando Castro Alves, poeta que ela admira por sua verve e encantamento. Enter.
“Senhor Deus dos desgraçados/ dizei-me vós, senhor Deus/ se é loucura... se é verdade/ tanto horror perante os céus!”, eis um arrebatamento poético do romântico baiano que muito fundo bateu no coração sensível de nossa heroína. Referindo-se aos horrores da escravatura, a fala pareceu mudar a face daqueles tempos negros, pois, considerando a verdade como sendo a História que está nos livros escolares, veio a Abolição, e pronto: os negros viveram felizes para sempre, livres dos grilhões e da vergasta dos senhores desalmados e insensíveis. Pois eis que nossa Maria hoje, revendo seus conceitos adquiridos outrora, revolve o que se cristalizara como verdade absoluta e depara com outra escravatura, não a das cadeias de ferro e dos pelourinhos, dos senhores e seus feitores ferozes. Hoje a escravatura se dá através do ópio dos meios de comunicação induzindo criminosamente ao cativeiro do consumo e da matéria descartável, da fantasia de vergonhas que esmagam compensadas por imagens de seres ideais intangíveis, mas que todos fingem ser. “Vens observando, ó Manoel, que existe hoje uma inversão perversa? Meninas de 12 vivem a fantasia de serem mulheres de 25, e o fazem de tal maneira, com tal convencimento de si mesmas, que até esquecem seu frescor de juventude púbere e sua ainda viva inocência! E mulheres de 50 se vestem como adolescentes de 18, e de tal forma se imbuem disso que se tornam criaturas frívolas e mesmo negando a si mesmas, enveredando por encenação que nega sua verdade e experiência! Teria isso alguma utilidade? Ou seria mais uma loucura, mais um ‘horror perante os céus’?”, considera Maria com olhar taciturno, em que surge uma beleza nova, a beleza do enfrentamento da dor... Enter final.
“Vamos lá, Maria: decidamos em quem votar, fala Manoel com olhar maroto. Temos escolhas: Tiririca, Netinho, Romário, Marcelinho Carioca, estes no território do circo, do pagode e do futebol. Pois bem, temos mais: Popó e Maguila, astros da pancadaria brasileira, que querem dar porrada intransitiva no seio do plenário do Congresso. É outra escolha. Mas, se quisermos mostrar jogo de cintura, temos a Mulher Pera, a Mulher Melão, temos os irmãos K e L, do KLB, não ficaremos sem representantes desta vez, representantes da vacuidade social, da inconsistência em todos os níveis, mas muito especialmente da completa incompetência revelada desde antes de os admirados seres envergarem o terno-e-gravata para mamar nas tetas da nação depredada ao mais triste quadro de destruição já vivido desde Cabral”. E Maria rebate, meio sorrindo: “Tu brincas, ó Manoel, mas eu choro sem lágrimas a rolar-me dos olhos. Peguemos a lista de nomes indicados por amigos e vamos nos livrar dessa canseira. E voltemos logo”. E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, babes.
Ah! Vale lembrar que estamos sob censura desde 11/04/08, e que a restrição já vai totalizando 883 dias. Abraço pra turma do Estadão, que também atura isso há 428 dias...
“Será que só a Dilma tem telhado de vidro nessa pinóia de campanha pela Presidência desta Pindorama desvairada, ó pá??”, pergunta (-se) Maria diante de um Manoel interrogativo mas sempre ternamente contemplando sua perfumada flor. “Vamos e venhamos, ó Manoel, isso me cheira a certa campanha asquerosa movida há mais de meio século contra um único nome no cenário mundial, como se esse tão difamado infeliz fosse o responsável por todos os males que assolam este ‘planeta dos macacos’”!, desabafa nossa agora também heroína, que “saiu da lata” e mostra verve e ira santa nas diatribes que de há algum pouco tempo se permite desferir contra a estupidez que reina solta “nefte paíf” e alhures. “Realmente é patético ver a Dilma dançando com o Mercadante, cujo bigodão o Zé Simão define como ‘rodapé de xoxota’ – isso, consideremos, só em caso de um sessenta e nove; em caso de cunilingus, seria moldura de teto... –, e Lula com sua ‘galega’, cenas um tanto pra lá de grotescas... E, Manoel, tu observaste a considerável bunda dela, e a breguice da calcinha marcando as ilhargas sob um jeans (?)? Arre, naquele baile espúrio e estrambótico também se viu o Netinho, ‘cara nova no Senado’ – segundo o ‘Eu não Sabia da Silva’ –, dançando parece que com a Marta ‘Suplício’ Suplicy... E realmente não é isso – não seria justamente o oposto? – o que falta para dar sentido a essa verdadeira suruba política tão horrenda que nos assola! Com mil trovadores e menestréis, estaremos os dois ficando caducos, superados, ou o surrealismo foi instalado de vez como regime político neste lugar de zumbis??”. Enter.
Manoel se encafifa no diuturno ato de remoer e engolir pedrouços, aliás batráquios que nos impingem goela abaixo em bombardeio diário, e a fala de Maria atiça o fogo das indagações sobre os fatos que se vão sobrepondo em camadas como em sedimentação irreversível, fatal. “Estão fazendo de nós precoces fósseis, soterrados em levas e levas sucessivas de fatos que nos isolam e imobilizam! Se não há sequer vislumbre de possível reação da sociedade civil, se as instituições estão infiltradas e cooptadas, senão desmanteladas ou aniquiladas, que tipo de realidade política ou REGIME estamos vivendo? Afinal, diante de uma explosão sucessiva de escândalos, basta o ‘primeiro mandatário’ alegar que de nada sabia, e isso simplesmente encerra o assunto, como se não fosse ele, presidente, responsável pelo contingente de profissionais que trabalham com e para ele??”, considera Maria com irônico leve sorriso, que deixa Manoel meio abobalhado, viajando nos traços helênicos de sua amada. Ela se senta em sua costumeira cadeira ao canto da copa, e logo chega o gato e, ao vê-la ali, ruma direto para ela e pula em seu colo generoso, aninhando-se depois de roçadas afetuosas, ronronando alto. Manoel e Maria se entreolham, o sabiá canta lá fora. Enter.
“E agora temos de parar nossas obrigações e atividades produtivas e fecundas para participar dessa pantomima cacete, dessa comédia sem qualquer hilaridade saudável mas, sim, carregada de conteúdos que vão do cínico ao pútrido, do venal incipiente ao imoral de todo, e temos de interromper nossas ricas atividades nesta vida para nós tão cara e nos misturar com esses conteúdos emporcalhantes e degradantes, que sentido tem isso?? Com que finalidade mergulharemos nessa pinóia que para nós é algo que ficará sempre ao largo, coisa que em nada nos diz respeito e que só nos traz prejuízos e constrangimentos??!! E pensar que outrora íamos votar conscientes de estar contribuindo para alterações substanciais de valores sociais e políticos, nós que sofremos o peso brutal daqueles tempos de ditadura, embora enganados por um lado e por outro - mas era diferente: alí víamos possibilidades de mudanças, apioávamos nomes que perseguiam causas palpáveis, gente que não prometia por prometer, pelo contrário: eram candidatos com real militância e discursos consistentes, embasados em propostas concretas de alteração de rumos sociais e políticos! E hoje, Deus???, que diabos temos hoje aí para nos tirar do sossego de nosso lar??”, pergunta Maria lembrando Castro Alves, poeta que ela admira por sua verve e encantamento. Enter.
“Senhor Deus dos desgraçados/ dizei-me vós, senhor Deus/ se é loucura... se é verdade/ tanto horror perante os céus!”, eis um arrebatamento poético do romântico baiano que muito fundo bateu no coração sensível de nossa heroína. Referindo-se aos horrores da escravatura, a fala pareceu mudar a face daqueles tempos negros, pois, considerando a verdade como sendo a História que está nos livros escolares, veio a Abolição, e pronto: os negros viveram felizes para sempre, livres dos grilhões e da vergasta dos senhores desalmados e insensíveis. Pois eis que nossa Maria hoje, revendo seus conceitos adquiridos outrora, revolve o que se cristalizara como verdade absoluta e depara com outra escravatura, não a das cadeias de ferro e dos pelourinhos, dos senhores e seus feitores ferozes. Hoje a escravatura se dá através do ópio dos meios de comunicação induzindo criminosamente ao cativeiro do consumo e da matéria descartável, da fantasia de vergonhas que esmagam compensadas por imagens de seres ideais intangíveis, mas que todos fingem ser. “Vens observando, ó Manoel, que existe hoje uma inversão perversa? Meninas de 12 vivem a fantasia de serem mulheres de 25, e o fazem de tal maneira, com tal convencimento de si mesmas, que até esquecem seu frescor de juventude púbere e sua ainda viva inocência! E mulheres de 50 se vestem como adolescentes de 18, e de tal forma se imbuem disso que se tornam criaturas frívolas e mesmo negando a si mesmas, enveredando por encenação que nega sua verdade e experiência! Teria isso alguma utilidade? Ou seria mais uma loucura, mais um ‘horror perante os céus’?”, considera Maria com olhar taciturno, em que surge uma beleza nova, a beleza do enfrentamento da dor... Enter final.
“Vamos lá, Maria: decidamos em quem votar, fala Manoel com olhar maroto. Temos escolhas: Tiririca, Netinho, Romário, Marcelinho Carioca, estes no território do circo, do pagode e do futebol. Pois bem, temos mais: Popó e Maguila, astros da pancadaria brasileira, que querem dar porrada intransitiva no seio do plenário do Congresso. É outra escolha. Mas, se quisermos mostrar jogo de cintura, temos a Mulher Pera, a Mulher Melão, temos os irmãos K e L, do KLB, não ficaremos sem representantes desta vez, representantes da vacuidade social, da inconsistência em todos os níveis, mas muito especialmente da completa incompetência revelada desde antes de os admirados seres envergarem o terno-e-gravata para mamar nas tetas da nação depredada ao mais triste quadro de destruição já vivido desde Cabral”. E Maria rebate, meio sorrindo: “Tu brincas, ó Manoel, mas eu choro sem lágrimas a rolar-me dos olhos. Peguemos a lista de nomes indicados por amigos e vamos nos livrar dessa canseira. E voltemos logo”. E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, babes.
Ah! Vale lembrar que estamos sob censura desde 11/04/08, e que a restrição já vai totalizando 883 dias. Abraço pra turma do Estadão, que também atura isso há 428 dias...
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