Frederico Mendonça de Oliveira
Em festa de entrega de troféus de melhor disso e daquilo em que pululavam colunáveis – e em que foi muito sentida a falta do ties’ rabbi Henry Sobel – e famosos de todos os gêneros, eis que lá está o Lobão, aquele que enche o saco dos manipuladores da canção e pisa nos calos dos integrados por não assumir o bom mocismo cínico e safado dos intérpretes emepebísticos ungidos do Sistema. Meio que estranho no ninho dos – quase todos – apedeutas da “canção” atual, e destoando severamente da postura globalizante da coluna de Mônica Bérgamo, ei-lo envergando uma camiseta negra com os dizeres que estampei no título deste artigo, mas que vale repetir: “Peidei – mas não fui eu”. Isso lembra uma piada que fez sucesso nas montanhas sul-mineiras, retratando duas filhas de colunáveis do arraial que se topam no salão do puteiro maior do pedaço; no que a primeira, afetando estupefação, pergunta: “Uai!!! Oooocêêê aquiiiii?????”, a outra, manifestando fingido espanto, responde: “Ieeeeeeuuuu???? Eeeuuu nããããoo!!!!!!!”. Contando a piada com o sotaque bisonho destas montanhas apinhadas de arraialeiros não raro traiçoeiros, dá pra rir. Especialmente quando quem conta é mulher classemédia invejosa que carrega na inflexão para remedar essas ricaças. Enter.
Lobão pode ser um artista de valor acanhado, se olhado de cima do olimpo dos conhecedores; pode ser um expoente, se avaliado por leigos ou pelos quase sempre ignorantes roqueiros – especialmente ignorantes da música –, porque, sendo baterista, canta e compõe, coisa meio incomum entre esses instrumentistas; e faz coisas bem assimiláveis e, admitam os mais rigorosos, bonitas e positivas em vários aspectos. Fora isso, e assim ele ganha o respeito de muitos, mete a língua nos poderosos e desobedece – que seja – por esporte, desafinando o coro tétrico dos contentes. Quando da bestial manifestação do tal de Wagner Tiso sobre ética na política, Lobão foi preciso e fulminante: “Isso é falta de higiene filosófica!”. Assim ele vai colecionando desafetos na cloaca dos ungidos, em que o Tiso se intrujou usando suas “qualidades” de cigano, que ele proclama com orgulho. E ele até que “orna” entre os Dirceus, Valérios e Garcias, a partir especialmente do autoritarismo que encharca essas mentes sombrias. Lobão tem asco dessa caterva toda, esse “grande primeiro escalão” brasileiro, todos trancafiáveis ou bem talhados para uma banca de legumes ou peixes em feira livre, ou, melhor ainda, para campos de trabalhos rurais na cana ou na soja, para produção de biodíesel e álcool combustível. Mas Deus é Pai. Enter
Eles peidaram e peidam e estão absolutamente confiantes de que não são nem foram eles. Só vemos sordidez e putarias, tudo isso peidaços, peidos atômicos, que projetariam para além da estratosfera esses humanóides e os deixariam em órbita ad aeternitatem. Mas o Brasil é terra admirável e sem lei, o que nos submete a toda sorte de putarias praticadas pelos que elegemos ou não. Henrique Meirelles foi um nomeado que o “governo” do chefe apedeuta Cinqüentaeum – aliás, “apeideuta” seria mais rico... – “blindou” para que o ministro escapasse da ação do MPF, acusado de corrupção, e não caísse de cara em execração pública. Meirelles, que La Bérgamo incensa a mil, dirige simplesmente o Banco Central. Deveria estar dirigindo um carrinho de mão carregando pepitas em alguma de nossas minas por este imenso país desgraçado. Quem sabe Serra Pelada reabre, hem, ô Boston Bank’s Boy? Enter.
Bem, esses caras peidaram e peidam e não foram nem são eles. Talvez sejamos nós... de tanta porcaria que engolimos sem alternativa. Como dizia o Justo Veríssimo, imitando a figura torpe do bigodudo Sarney nos tempos do rasteiro Figueiredo, “Pobre tem que morrer!”, e a gente aqui acrescenta: “Povo tem que sofrer!”. Eis a lógica a que estamos condenados desde 1964 – embora hoje muitos questionem se a ditadura entre 64 e 84 foi mesmo o horror que tanto apregoaram. Na verdade, são irrisórias as baixas – se comparadas com as de Pinochet e Videla –, e não sabemos a que forças serviam os que caíram nas malhas da repressão. Embora não haja qualquer possibilidade de tolerância com o regime de exceção dos generais, embora condenemos inapelavelmente a tortura e as monstruosidades do aparelho repressivo de Estado, prosseguimos sem saber o que regia a ação daquelas “esquerdas”, que hoje enfeitam Brasília com os laços da podridão de uma corrupção inédita em nossa História, escandalosamente alheios aos trabalhadores e aos setores para baixo da cobertura das elites concentradoras. A quem serviam Gabeira – respeitável parlamentar –, José Roberto, Vera Sílvia, Pedro Pomar, Lamarca, Angelo Arroyo, Elza Monerat, a quem servia o hoje enxovalhado Genoíno, envolvido com dólares na cueca de não sei quem e caladinho da silva em seu modelito guerrilheiro engravatado e bom moço? Enter final.
Pouquíssimos sabem, babes, e estes estão por trás do encarniçado e desalmado poder atual e de sempre, e dão ordens aos peidantes não assumidos. Vem pau aí, e feio: os globalizadores se prepara em surdina – enganando a maioria de leigos crédulos, os midiotas gerados às cintenas de milhões por esses mesmos seres ocultos –, estão armando um conflito amazônico, e é fácil adivinhar quem vai se pegar nisso. Alcântara não foi cedida por bem aos yankees, agora vai por mal – porque eles virão “nos defender” da ameaça chavista e vão se entrincheirar é exatamente lá. E adeus Alcântara. E adeus Brasil. Excrevam, o futuro próximo confirmará. Chávez está preparado pro pau, mas vai ter outra “tríplice aliança”, pra variar... – ou seriam novos “aliados”? Veremos. Poderá ser um novo nome... mas eles são os mesmos e vão agir como sempre agiram: com extrema crueldade. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té a próxima, crianças!
E na próxima vai ter chumbo grosso: cheiro de pólvora no ar!