quinta-feira, 27 de março de 2008

A Praça do Juiz III

Matéria retirada do ar conforme medida liminar expedida pelo juiz Nelson Marques da Silva

quinta-feira, 20 de março de 2008

A Praça do Juiz (II)

Matéria retirada do ar conforme medida liminar expedida pelo juiz Nelson Marques da Silva

A Praça do Juiz (II)

Matéria retirada do ar conforme medida liminar expedida pelo juiz Nelson Marques da Silva

quinta-feira, 13 de março de 2008

Um juiz e o juízo final

Matéria retirada do ar conforme medida liminar expedida pelo juiz Nelson Marques da Silva

Um juiz e o juízo final

Matéria retirada do ar conforme medida liminar expedida pelo juiz Nelson Marques da Silva

sexta-feira, 7 de março de 2008

Nota sobre a inutilidade da lucidez e da consciência

Frederico Mendonça de Oliveira, Fredera

Os sudras que ocupam os cargos de comando e o poder constituído neste país-bacanal ainda chamado de Brasil – já poderia ser chamado de “Scoundrel’s Backyard Country” ou algo que tal em ingrêis, e que em portuguêis seria País Quintal de Canalhas – já se conduzem como se o estelionato moral fosse algo estrutural, de rotina e passível de manipulação, pouco importando que a “opinião púbrica” dê sinais de revolta ou indignação com o que presencia ao longo dos últimos “governos”. Desde primórdios do retorno do “poder” às mãos dos “civis” – talvez coubesse melhor uma expressão como “paisanos sem nenhum caráter” –, constatamos que o opróbrio recai constantemente sobre esses párias de cariz achamboado ou acalhordado, mas esse opróbrio se desfaz pelo fato de eles o ignorarem como categoria de valor. O diabo é que, pelo fato de eles ignorarem isso, o poviléu que seria detentor da “opinião púbrica” acaba por absorver e assimilar tal postura, e deleta de suas mentes cooptadas o sentimento de repulsa e condenação que a podridão moral acarretaria em países digamos saudáveis. Enter.
Se o flagrante de um delito atingisse um japona, mesmo que somente a compra de uma simples tapioca usando ilegalmente um cartão corporativo – mais uma humilhação canalha ao povo trabalhador brasileiro –, ele cometeria harakiri (suicídio honroso), aqui vemos acontecer o oposto. Certos da impunidade, os sudras safados que nos “governam” conduzem a figura da lei ao patamar do mais abstrato dos conceitos, ao âmbito das coisas impalpáveis e inconsistentes. Explico: o fato de um José Dirceu ou um José Genoíno estarem acima do alcance da lei, permanecendo aí, lampeiros ou enrustidos, produz na mente coletiva (isso existe mesmo?) uma como que “consciência” de que a lei é uma fantasia, uma inutilidade, uma bobagem. Lembremos o caso Celso Pitta: debaixo de uma tempestade de horrendas denúncias que o fizeram perante a população um ser execrável senão abjeto, ele ignorava os fatos para fazê-los inexistir, e continuava na busca de se manter no patamar de poder que alcançara sabe-se lá como, com que tipo de expedientes – bastando lembrar ser ele cria de um fariseu notório como Paulo Maluf. Acabou eliminado da vida pública, mas o espetáculo de caradurismo que forneceu ao ignorar solenemente o conceito de brio ou de vergonha nos cornos, como dizem os suburbanos cariocas, não só nos ensinou que a falta de vergonha existe, mas que vigora dentro das classes dominante e política, e que isso é contagioso: a população assimila, passando também a ignorar sem pejo o que seriam conceitos éticos. Enter.
Campeão nessa categoria, o factóide musical Wagner Tiso declarou publicamente, enxovalhando a campanha à reeleição do “presidente-eu-não-sabia”, que não lhe interessava a ética do PT ou qualquer tipo de ética, só valendo para ele o jogo do poder. É a torpe visão de os fins justificarem os meios. Para ele, o importante é ser famoso e estar em evidência. O piano, aliás de terceira, é absolutamente relativo – embora ele tenha aparecido aos olhos dos bobalhões como pianista e brandindo um sobrenome que seria o oposto do Dr. JosephTiso que os fariseus assassinaram na Eslováquia logo após 1945. Ele não sabe disso, claro, porque só lhe vale ser famoso e viver na mídia – mesmo que diante de legiões de ovinos balantes. E aparecer na Caras ao lado de um José Dirceu, que nos preocupa não tanto pelos erros, mas pelos erres. O que importa, então, é o jogo do poder, disse o opacíssimo autor daquela vulgaríssima e xaropíssima Coração de Estudante, e ele demonstrou com isso a identificação com os políticos da vida, mostrando ser um espírito sem luz e uma consciência entrevada. Mas é que ele é amigo do “presidente”, tem empregos vários, e se julga lindo de morrer, e assim ficamos diante de mais uma aberração no país das aberrações. Enter.
Pois se a Globo tudo pode neste país-suruba, que poderemos esperar em termos de lucidez e de consciência? Quem pode manter lucidez e consciência numa seara constantemente bombardeada e desertizada por um instrumento de devastação como essa rede maligna e perversa, estúpida, monstruosa, deformadora, patogênica, geradora de lixo e corruptora de mentes e espíritos em todos os sentidos? Quem pode exercer a própria identidade se perde tempo admitindo submeter-se a tamanha ação regressiva? Quem pode dizer que pratica a lucidez e valoriza a consciência se admite assistir a telenovelas, programas escrotos e imundos como Big Brother, pus em estado sólido, a noticiários manipulados pelos traidores da pátria; quem pode dizer que se respeita se chega em casa e liga a merda global em gesto automático e se submete a uma lavagem cerebral por iniciativa própria? È isso, gente: já era! Já era!! Enter final.
Bom, e quem tem consciência ou lucidez não é como quem tem olho em terra de cegos: não será rei coisa nenhuma. Será perseguido, massacrado, difamado. A única perspectiva para o exercício da lucidez e da consciência reside em acabar pendurado numa cruz pelos fariseus incansáveis. O exercício da consciência e da lucidez nos levará a masmorras ou a forcas. Daí considerarmos ser inútil exercer e praticar essas duas categorias. Inútil sim, se para mudar qualquer coisa: porque os que podem acordar para isso, no caso de darmos conscientemente o exemplo, são unicamente os que já estão preparados para esse despertar – e esses são escolhidos, e raros. Quanto ao poviléu que cultiva hemorróidas e impotência diante da telinha global, esses o Cristo apontou como o joio, os que vão para o forno. E ficamos assim. Se você leu isso, perdoe o palavreado, mas é que o clamor entalado na garganta nos obriga a liberar energias deletérias através de palavreado semelhante. Mas é que esse país classificado como puteiro pelo poeta-filósofo Cazuza não está, em seu estado de vilipêndio, merecendo outro termo definidor. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té pra semana, queridos!