quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Manoel e o Ano Novo cheirando a mau desfecho

Frederico Mendonça de Oliveira

Curioso isso, mas o amigo de Manoel anda sentindo um cheiro de ciprestes, ou “a cipreste”, como se diz na Santa Terrinha. É que, por ser um cara consciente e por ter muita experiência em enredos – o cara é da Literatura, da Cultura, da Filosofia, da História e por aí envereda direto – ele anda ressabiado com o enredo mórbido que se formou em torno dele. Mesmo cercado de seres que ele sempre soube serem muito simples, ele não conhecia uma reação em cadeia de tamanha ferocidade e malignidade por parte de seres vestidos e chamados de humanos. Sim, ele tem a grande experiência da maldade humana através do que leu e a que assistiu em cinema e teatro, mas na vida real é outra coisa. E, pior, sendo iniciando em conhecimentos especiais, anda encafifado com o fato de ter feito a revisão e reescrita de seu livro sobre a horrenda história do pianista Tenório Jr., e agora lhe assombra, dado o ódio verdadeiramente selvagem que a vizinhança lhe anda movendo, que acha que seu destino está por um fio, e pode ir pelo mesmo caminho. Enter.
“E o pior é que o cara está com 64 e padecendo de uma severa catarata, e vive sob a perseguição perversa e até bárbara da aliança em torno do crime na pracita”, considera Manoel sentindo um estranho frio na espinha. A história do pianista desaparecido todos sabem: saiu para fazer uma temporada com a dupla Toquinho e Vinícius – “Coitado do rapaz!”, pensa Manoel: “ter de acompanhar aqueles sambetes míseros e populistas, e ainda cair na ratoeira em que caiu!” – e acabou preso por maluquice dos militares argentinos em ação de rua, preso sem haver qualquer motivo, e caiu nos porões da tortura, nas mãos de oficiais brasileiros do SNI operando no Cone Sul na tal imunda Operação Condor, ainda tendo seu destino decidido por um ministro-conselheiro do Itamaraty, que sabia perfeitamente não ser ele senão um músico inofensivo!! Enter.
E considerando a dimensão do ódio que os aldeães lhe devotam simplesmente por ele não concordar com a corrupção escrota que gerou esse litígio do que decorre uma perseguição covarde e vil, o amigo de Manoel começa a associar seu destino ao do amigo pianista desaparecido cuja história de dor ele escreveu. “Meu amigo em parte alcança alguma razão: é tão surrealista e descabido o linchamento que sofre da vizinhança que cabe mesmo esperar pelo pior!”, e as últimas palavras do amigo lhe bateram na moleira: “Manoel, agora só falta lesão corporal grave e homicídio: a prosseguir tal sanha doentia, poderia eu esperar o quê?” E Manoel queda consternado, considerando a procedência desse prognóstico sombrio mas tão admissível a partir de tanta miséria que já alcança a marca de três anos. “Isso fede a um ‘juízo final’”, considera Manoel enquanto busca mentalmente saídas para tamanha barbárie. Enter.
E assim se avizinha o fim do ano, Manoel preocupado com a lúcida preocupação do amigo, que nada tem de bobo. E, considerando a selvageria e a crueldade que já se verificaram, em episódios de violência assustadora e de desumanidade estarrecedora, fatos de levar qualquer um a pensar estar entre bestas feras devastadoras, Manoel anda mais próximo de sua amada, que emite as vibrações de um anjo pacificador, sem contudo descer à possibilidade de transigir com as tristes imagens de suas semelhantes na área, sem jamais poder se deixar descer à baixa frequência que as dondocas do entorno exibem sem pejo. Enter.
Em noite de preparação para exames obrigatórios para a cirurgia de catarata, o amigo, insone durante as doze horas noturnas de jejum necessário para o exame de sangue, baixou na cama sua biblioteca de revistas especializadas em política e história recente do Brasil. E eis que reviu o horror do desfecho do governo Vargas, aquele suicídio, aquela sanha desencadeada pelo tresloucado Carlos Lacerda e que levou o grande estadista ao suicídio. O amigo viveu isso de perto. Leu também sobre a inexplicável morte do Juscelino na Dutra, reportagem que apresenta evidências inequívocas de ter sido aquilo um cruel atentado, pois acidente não poderia ser, da forma como ocorreu. E raiou o dia, e lá foi o amigo entregar o cano à seringa para tirar sangues e outros babados, como fazer eletrocardiograma e radiografias. Enter final.
“Meu reino não é deste mundo, Manoel, eu já tinha constatado isso antes, quando acordei para a barbárie em que ingressamos desde aquele fatídico 1964. Mataram nosso país, claro, mas a desgraça maior foi o tipo de gente que brotou dessa mudança. Acho que vem chegando a hora”. E Manoel considera, ponderado: “Pois se é pra ser, que seja! Não cairás sozinho! Mantenha Deus e o Cristo no coração. Isso parece que não vai acabar bem, mas daremos o melhor de nós!” E vem chegando o Ano Novo com os dois amigos abraçados fraternalmente, Maria disfarçando de lado, vertendo suas lágrimas de cristal. E o amigo de Manoel se despede com alguma esperança no coração: “Vou pra casa acender as luzinhas piscantes de Natal, que sempre me trouxeram tanta esperança e tanto encantamento, desde que me conheço. Talvez o Cristo dê uma chegada a essas profundezas e traga alguma luz para essas almas, e as ensine a renunciar ao ódio... Quem sabe?” E viva Santo Expedito! Oremos. Té pro ano, amigos!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 628 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO, VERGONHA QUE SOMA 151 DIAS E QUE FOI MANTIDA EM RECENTE VOTAÇÃO NO SUPREMO, ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS..., FOI MANTIDA PELO MINISTRO PRESIDENTE DO STF, GILMAR MENDES. E CONTINUAMOS AMORDAÇADOS BONITINHO!B

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Manoel e o Natal entre os degenerados

Frederico Mendonça de Oliveira

Dia 22 de dezembro de 2009. O Arraial das Bagas recebe um Papai Noel triste, sem o nascimento do Cristo, mas sob a avidez doentia e psicopatológica dos vendilhões do templo. O Natal de hoje, parta os filhos da Rede Globo, é o Natal do ágio, do lucro, do comércio, da avareza, da matéria. Nas lojas, zumbis atendem outros zumbis, cada um pensando em seus interesses. O Cristo, pendurado ironicamente nos crucifixos que esses objetos vestidos trazem nos pescoços ou que estão nas paredes, repete a frase que proferiu antes de subir aos céus: “Perdoai-os, Pai, eles não sabem o que fazem”. Sim, isso vem de muito longe, e o Natal, antes a festa da confraternização cristã, hoje é o dia de raspar os cordeiros cristãos e católicos de seus poucos recursos, esses cordeiros que já não são gente por se terem curvado à TV como religião muito mais forte que qualquer filosofia. Enter.
Fora o Natal dos zumbis e das múmias do Sistema, a bestialidade anda à solta. O amigo de Manoel, que há três anos sofre perseguição de seres deformados e carregados de um ódio que eles não sabem de onde vem, não cede. Conseguiu gravações especiais de ruídos, de recreio em escola infantil, de ultrassons, ele mesmo gravou sons super loucos na guitarra. Quando os demônios infantis orquestrados pelos autores do crime aparecem, ele revida com som à altura. Os animais vestidos se vêem frustrados, brocham com ver que são superados em incômodo pelos ruídos do amigo. Claro, esse cara é super preparado, super culto, cheio de criatividade, não vai se curvar a um bando de psicopatas ignaros e estúpidos – tão estúpidos que não só usam seus próprios filhos para coonestar a praça criminosa como ainda não se dão conta de que educam seus rebentos para o desrespeito à ordem, aos princípios mínimos do respeito à moral. “Estúpidos ao quadrado, essas bestas feras, senão ao cubo!”, considera Manoel, enojado com o baixo nível que toma conta do enfrentamento. Enter.
E vai morrendo dezembro, vai morrendo mais um ano de opróbrio, de degradação social, de ignomínia. de vergonha, de vexame. A degenerescência é tal que só falta lesão corporal e homicídio nesse tango escroto e desafinado. E os humanóides responsáveis por essa perseguição atroz e covarde, coitados, ainda decoram suas casas com lampadinhas natalinas, tentando fazer de seus antros dominados pela Globo pareçam humanizados e, pior, cristianizados!... Cínicos estúpidos! Como disse o Eça, “só uma obtusidade córnea ou uma má fé cínica” poderiam engendrar enredo tão imbecil. É que o que realmente conduz essas mentes é Mefistófeles, o demônio da trapaça, do engano, da mentira. Sobre ele dizem os magos: “De fato, ele é o selvagem da Filosofia, ou pior ainda: seu Inimigo. Ele é o Pai de todas as Mentiras, o espírito pérfido de negação sistemática e da recusa em admitir que sequer exista qualquer Verdade a ser buscada. Por isso é tão especial nas fileiras do Mal: porque representa e inspira um dos piores tipos de ofensa a Deus, que é o de negar a Verdade e o de rejeitar a Sabedoria”. Pois aí está: os perseguidores do legalista são claramente dedicados a enganar a todos, até a si mesmos, porque são maus e querem parecer bons até para eles próprios, que não passam de bonecos do sistema de ódio que vigora direto e reto por esse mundo afora Enter.
E os vizinhos que perseguem o amigo músico de Manoel são apóstolos do ódio, ainda por cima, lembrando com isso outro demônio, Astaroth, a quem deveriam reverenciar em altares em suas “casas”. Sobre Astaroth, líder desses imbecis, Manoel tem definições: “Sua especialização é justificar a agressão por meio de sofismas baratos e pela mais descarada manipulação dos fatos. Como se sabe, ‘Em toda guerra, a primeira vítima é a Verdade’. Por isso ele não se distingue por suas idéias, mas pelos atos cruéis que impulsiona”. “Preciso dizer mais alguma coisa?”, eructa surdamente Manoel considerando a mediocridade do ódio em si e a superlativização disso através da ignorância como peso multiplicador. “Macacos! Moleques sujos!”, conclui. Enter.
“Pobres crianças, tão cedo conduzidas ao ódio insano, à delinquência, à pratica de delitos pelos próprios pais!”; Mas como a Lei não falha, um dia isso terá uma volta. E os pais anormais, que babaram de ódio cego e necessidade de descarregar suas deformidades e frustrações sobre um homem honrado e feliz, cuja postura de honestidade para com eles foi uma cusparada nos cornos cínicos, um dia receberão a ação em sentido contrário através dos filhos, que deformaram para satisfazer seus instintos de ódio. E o amigo de Manoel dirá apenas: “Deus sabe o que faz”, sem qualquer sentimento de revanche. Apenas contempla a perfeição divina operando livre. E na verdade nem lhe será dado saber do que ocorrerá com esses infelizes que cavam sua própria desgraça: “Isso não é comigo, é com Deus”, comenta o amigo com Manoel, os dois vivendo momentos de grande paz, da paz dos perseguidos que sabem de sua verdade e da razão da perseguição. E o amigo ainda lembra Mateus 5: “Bem aventurados os que são perseguidos por sede de Justiça, porque eles serão fartos”. E a lembrança das Bem Aventuranças deixa os dois grandes amigos em silêncio de êxtase místico por alguns momentos. Enter final.
Depois de uma reação santa sobre os arruaceiros mirins conduzidos por seus “pais”, frustrando a intenção delituosa de perturbar a paz e o sossego de um artista feliz, a calma e o bem voltam a reinar, e o amigo volta a seus trabalhos fecundos e felizes, enquanto os baderneiros somem em meio ao crepúsculo não só desse dia em que agiram como estúpidos delinquentes, mas de sua própria consciência. Não desce sobre esses imbecis infelizes só a noite corriqueira: desce também a treva, o espírito obscurantista e desagregador que os assemelha ao mal em si, que eles aninham em suas almas já a caminho da perdição. Mas Deus é grande: um dia eles inverterão isso, em alguma vida isso virará uma tarefa pelo bem E viva Santo Expedito! Oremos. Feliz Natal, babes.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Manoel e o direito de ir e “vim”

Frederico Mendonça de Oliveira

Nosso herói sempre compreendeu a frivolidade dos brasileiros em diversos aspectos, e sempre soube relevar isso. Até porque, considerando o que se faz com o povo, um verdadeiro massacre, todos os desvios são admissíveis. As piadas sobre portugueses, algumas de fino humor e manifestando um sentimento oculto de amor e até veneração, Manoel considera não passarem de um exercício amigável de fraternidade lúdica. E sabe perfeitamente distinguir a diferença entre isso e os sentimentos entre brasileiros mesmo, como sulistas debocharem de baianos com uma ponta de hostilidade e desprezo, tanto quanto os baianos considerarem os sulistas uns bichos de goiaba, uns branquelos meio chucrutões e quadradões. E nosso herói queda penalizado com ver a completa falta de higiene vocabular que vai invadindo o linguajar do povão, sem contar que o Português anda em baixa mesmo nas elites, espaço onde deveria imperar um maior cuidado com o palavreado, já que as elites são o front de contato com o primeiro mundo. Pois é: vai tudo se deteriorando... então tá. Enter.
Falar desse presidente aí é até covardia. Basta deixá-lo abrir o falador, e tudo se manifesta. Como disse o Frei Beto, por sinal meio que desinformado – ou temeroso em relação aos globalizadores –, “Nem sob os anos da ditadura a direita conseguiu desmoralizar a esquerda como esse núcleo petista fez em tão pouco tempo. Na ditadura, apesar de todo o sofrimento, perseguições, prisões, assassinatos, saímos de cabeça erguida e certos de que tínhamos contribuído para a redemocratização do país. Agora, não. Esses dirigentes desmoralizaram o partido e respingaram lama por toda a esquerda brasileira.” (Frei Betto, amigo histórico de Lula, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em 24/8/2005). Precisam de mais alguma fala? Pois é: pois Manoel teve também de corrigir o texto do “amigo histórico” do histriônico Lula. Aliás, só um bobalhão seria amigo desse factóide por anos a fio e não enxergaria quem é ele e quem é quem nessa “organização”, duvidosa desde sua fundação e cheia de “gatos” desde sua origem. Enter.
Mas outro dia Manoel conversava com o motorista do ônibus que faz o seu bairro. O rapaz é um líder por natureza, embora com pouca instrução. Além de ser lúcido para com a problemática visível no dia-a-dia do Arraial das Bagas, o rapaz ainda puxa considerações de cunho jurídico, cita leis, denuncia políticos corruptos, é um dirigente popular inato. E falando da formidável burrice que foi a reforma do terminal rodoviário de transporte urbano, ele criticou o prefeito, que ainda por cima quer impedir que os motoristas uniformizados da companhia que atende ao transporte no arraial entrem no prédio do terminal, destinado a passageiros. “Proibição estúpida!”, concorda Manoel: “E se chover, os motoristas vão se abrigar onde?”, ao que o rapaz voltou à carga: “Pois é: isso atenta contra o direito de ir e... e... vim”, concluiu ele com relutância em pronunciar o verbo final, que pareceu que não encaixava na expressão. Enter.
“Os brasileiros estão matando a si mesmos com isso de depredar o idioma!’, considera abismado Manoel. Não se ouve MAIS NINGUÉM pronunciando o infinitivo do verbo “vir”! Os brasileiros hoje só falam “pode vim”, “vai vim”, “vou vim”, numa demonstração clara de um desleixo estúpido. “Parece uma forma de se odiarem, de se fazerem desprezíveis isso de falar como débeis mentais, sem reflexão nem culto estético à língua!”, considera Manoel, que se sentiu até um tanto confortável quando verificou a hesitação do motorista, que sentiu que o “vim”, no mínimo, não RIMAVA com “ir”. “Meno male”, considerou nosso herói: “Vê-se que o rapaz tem uma sensibilidade diferente da grande maioria”. Enter.
Pois em tempos idos, quando a TV ainda era vez por outra ligada na casa de Manoel, ele assistiu a um começo de programa de tarde de sábado em que o apresentador disse a um calouro: “Pode vim”. Simplesmente porco, isso, porque uma emissora de TV ou qualquer meio de comunicação deve primar por falas corretas. Pois outra criatura, uma doidivanas que apresenta programa de variedades vespertino, diariamente fala com telespectadores que supostamente ligam pra ela. E ela diariamente pergunta: “Você tá falando DAONDE?”, e assim vai se formando um desidioma brasileiro, em que a ignorância avança contra o conhecimento de forma cavalar, treinando os brasileiros para serem amputados de senso de preservação de si mesmos. Enter final.
E os brasileiros têm introjetado como referência o conceito de que os portugueses são burros. “Deviam gravar suas falas e vozes, para se darem o direito de uma autocrítica saudável. Aliás, no Arraial das Bagas e no Brasil, especialmente em Brasília, a burrice não está só no trato do idioma: está na maneira como se depredam instituições, leis, natureza, a vida urbana, e tudo isso nada mais é que uma burrice córnea, que é a marca desse país tão adorável e tão destruído em tudo por seus próprios habitantes!”, reflete Manoel com coração sofrido. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 616 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO, VERGONHA QUE SOMA 139 DIAS E QUE FOI MANTIDA EM RECENTE VOTAÇÃO NO SUPREMO, ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS..., FOI MANTIDA PELO MINISTRO PRESIDENTE DO STF, GILMAR MENDES. E CONTINUAMOS AMORDAÇADOS BONITINHO!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Obama, Lula e o Arraial das Bagas

Frederico Mendonça de Oliveira

“Só faltava essa: esse boneco transformado em presidente dos EUA, simples serviçal dos globalizadores implacáveis, ganhar Nobel da Paz! Que serviço ele tem prestado à paz para ganhar essa merda de prêmio??”, comenta iracundo Manoel com sua linda Maria ao ver estampado em primeira página de jornalões estúpidos tamanho disparate, misturado a outras titicas inúteis que em nada contribuem para informar ou esclarecer coisas que sempre ficam no ar. Coisas como todos os escândalos que sacodem esse país miserabilizado e já moribundo, terminal sob tanta imundície e depravação. “Afinal, essa besta cheia de glamour pra otários não esconde que acredita na guerra para se alcançar a paz... Ora, o que o país-lugar que ele falsamente comanda faz é ocupar, invadir, massacrar, não há nenhuma guerra em curso! Guerra é outra coisa, é exército contra exército, não é o poderio irresistível da maior potência mundial invadindo países desarmados como Iraque e Afeganistão, não esquecendo a ação imunda dos yankees contra Cuba, Vietnam, Coréia, não esquecendo a ignomínia que foi o lançamento de bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki! E, pior que essas duas cidades, o bombardeio-genocídio contra a Alemanha já rendida, pulverizando a maioria das cidades importantes e massacrando população civil absolutamente indefesa! Isso é guerra para alcançar a paz?? Ora, vá pentear macaco, vá chupar um prego até virar parafuso, lacaio dos globalizadores!!” Enter.
Pra contrabalançar essa constatação que abestalha todos os seres com um mínimo de visão da realidade, temos aí o boneco tido pelo Obama como líder na América que não fala inglês: o execrável Lula, refinado farsante, aliás nada refinado, pois não passa de um bugre, um grosso, e está na presidência devidamente colocado pelos que manejam os cordéis dos poderes mundo afora. “Obama disse que ‘Esse é o cara!’, o que nos faz desconfiar definitivamente de qualquer coisa que esse boneco roufenho e caricatural, senão histriônico, faça ou diga. Anda perdoando dívidas de diversos países latinos e africanos sob orientação dos globalizadores, para seguramente, dentro de pouco tempo, estar como líder aglutinador de um monte de paisecos, com isso quebrando a verdadeira arrancada pela soberania movida por Chávez, Morales e Rafael Correa na América do Sul, arrancada que Lula está sendo trabalhado para brecar, pois a podridão petista não tem qualquer índole que a faça ombrear com gente como esses três líderes autênticos...” Então Manoel pega o gatinho e senta em sua poltrona refletindo sobre o negro horizonte que se vai definindo sob a política dos Conquistadores do Mundo: “É como aqui neste arraial fedorento, cheio de moleques e bandidos: o que rola é um câncer para destruir todo e qualquer tecido saudável onde quer que se vá! Os globalizadores não agem somente visando o poder: é preciso destruir para dominar, dividir para imperar. E o mais horripilante é que isso é movido a ódio histórico, senão cósmico: os globalizadores são movidos a ódio, são o ódio feito povo, ai de nós cristãos!...” Enter.
E por falar em Arraial das Bagas, a podridão tem lugar aqui. Não só rola ódio entre os arraialeiros, todos eles – são pouquíssimas as exceções – ignorantes e cheios de fantasias de arrogância e megalomania, como se verifica um pendor explícito para participar de corrupção. “Trata-se de um lugar até maldito, porque nele nada de bom tem espaço, ao contrário do que acontece com tudo que é ruim. Uma das únicas virtudes nas Bagas é o fato de metade do arraial ser flamenguista, mas isso não é novidade: metade do Brasil também é, porque o Flamengo é um estado de espírito, é o que resta de bom nos corações perdidos nessa pindorama estraçalhada!... Enter.
E por falar em Flamengo, ocorreu um episódio estranhíssimo com o amigo músico de Manoel: no que o cara festejava a conquista, pelo seu Flamengo, do Campeonato Brasileiro de 2009, um vizinho começou a bombardear a casa do cara com tijoladas, o cara estava completamente transtornado, parecia em transe de droga, virou um assassino potencial, ameaçou o amigo de Manoel de morte, injuriou o cara de todas as maneiras! E o amigo não tem a quem recorrer no arraial: tudo está dominado, tudo envolvido com o crime e os criminosos que ele denunciou como responsáveis pela alteração que criou uma praça ilegal. Manoel, consternado, pede ajuda a Deus para reverter esse horror que ameaça o futuro dessa comunidade corrompida, infeliz e beirando a loucura coletiva. Enter final.
Pois o pai do menino, que estava viajando nesse fim de semana prolongado, chegou e procurou o amigo de Manoel para uma “conversa” e veladamente ele foi ameaçado, aconselhado a não tomar nenhuma medida policial ou judicial, a não tomar nenhuma providência em relação ao delito, alegando que ele mesmo tomaria suas medidas para com o infrator. Detalhe: esse pai, entre outras coisas, assinou a favor do crime, se posicionou de diversas maneiras contra o amigo de Manoel e ainda vem dizer o que o cara deve fazer. Veladamente, veio uma ameaça, não esquecendo que na conversa o tipo lembrou que o filho agressor é a única pessoa no entorno que dá razão ao amigo de Manoel. E bombardeia a casa dele com tijoladas??? Que diabo é isso? “Isso é o Arraial das Bagas, isso é Minas, isso é Brasil, isso é o mundo sob a globalização, sob a ação deles!”, pensa Manoel. “E durma-se com um barulho desses, sem esquecer que a selvageria se manifesta em cada gesto desses arraialeiros, ficando em questão ou em xeque a escolha de viver no interior ter sido um ato acertado, baseado em fugir da violência das capitais!...” E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, babes!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 609 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO, VERGONHA QUE SOMA 132 DIAS E CUJA LIMINAR BAIXADA PELA PUBLICAÇÃO ESTÁ EM VOTAÇÃO NO SUPREMO. A CENSURA AO ‘ESTADÃO’ ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS..., FOI MANTIDA PELO MINISTRO PRESIDENTE DO STF, GILMAR MENDES. E CONTINUAMOS AMORDAÇADOS BONITINHO!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Manoel e a orangotanga fotógrafa

Frederico Mendonça de Oliveira

“E daí? Que importância tem isso de uma fêmea orangotango tirar fotos? O Alex Silveira, que está praticamente cego, não é hoje diretor de fotografia e documentários na Globo, e não cobre eventos e mais eventos depois de uma bala de borracha disparada por um gorila da PM paulista lhe arrebentar o olho são? Ora, não há nada de especial em orangotangos fotografarem!”. Pois é: Manoel, um estudioso e pensador, analista rigoroso de seu tempo e iniciando na tarefa de transcendência assumida para no mínimo se realizar em três existências, considera que deve intervir nessa palhaçada de promoverem orangotangos, e essa é a segunda vez que isso acontece neste 2009 esmerdeado por tantas outras titicas elevadas a potências inadmissíveis. Enter.
O outro orangósio que ganhou primeira página na mídia mundial, faz até pouco tempo, foi um que andou assoviando, não se sabendo se continua. Aí fizeram um CD em que aparece o assovio do bicho com fundo musical, e a macacada vestida, essa legião de “humanos” que não volta às árvores por não ter mais rabo, achou isso maravilhoso e comprou o CD para ouvir e mostrar a “novidade”. “Novidade seria vocês voltarem a pensar, macacos vestidos! Novidade é vocês conseguirem retomar qualquer resquício de consciência crítica, imbecis!”, ruge Manoel, pensando na Europa que ele deixou pra trás e onde acontecem esses “fenômenos” em zoológicos que são os territórios de vida real e normal nesse planeta, territórios cercados de estúpidos por todos os lados e sempre invadidos por macacos vestidos que insistem em dar pipoca aos macacos e jogar alimentos para os “bichos” que não pensam, só reagem a estímulos mostrando que nem estão aí. “Bichos que não pensam?? Ora, como se os macacos vestidos pensassem! Rarará! Que piada essa, dizer que ‘humanos’ pensam! Alguns pensam, sim, mas são raríssimos! Quem, hoje, é capaz de entender o que diz o Gilberto Nable? Aliás, que é a poesia do Gilberto Nable senão uma espécie de (nost)algia do pensar – e sentir! – em meio a um oceano mundializado de bestas? Ora, macacos (extremamente mal) vestidos, vejam se me dizem se o macaco real descasca a banana pra comer! Descasca ou não descasca? E por que é que você descasca a banana para comê-la, macaco vestido? A casca é imprópria para a digestão e a alimentação? E por quê? Porque é suja? Porque existe somente para proteger a banana?” Enter.
“Então a macaca fotografa, né? Pior é sermos governados por macacos vestidos, que hoje fotografam também! Qualquer macaco vestido hoje fotografa, e as imagens captadas por eles são tão ou mais primárias que as captadas pela Nonja, a orangósia de Viena! Porque só pode captar algo quem vê conteúdos em algo, e os macacos vestidos de hoje só identificam imagens, senão somente perfis definitórios de funções primárias...”, considera filosoficamente Manoel depois de analisar uma foto tirada pela Nonja, um close acidental sobre a face do filhote e que acabou ficando um poema no que revela uma proximidade inusitada com o universo dos pongídeos... “E o tratador dos antropóides, um macaco vestido sem poesia nas células cooptadas, minimiza não o que acontece com a oranga de câmera na mão, mas mostra apenas que obedece a seus antolhos: ‘Claro que os orangotangos não estão nem aí para as fotos, só sabem que apertando um botão aparece uma uva-passa’. Você não entendeu a poesia e o milagre que é ao apertar um botão com aquele dedo ancestral ‘aparecer uma uva-passa’? Pense bem, animal, na poesia que você criou sem querer! Bem, macacos vestidos não lêem Guimarães Rosa, que observou que ‘Quando nada acontece, está ocorrendo um milagre que não estamos vendo’, não é mesmo ô boneco do sistema?” Enter.
E Manoel recorda a sogra do amigo músico, que passou quase um mês na Europa com o filho, e que respondeu, quando indagada pelo amigo sobre o que achou da viagem: “Vi muita coisa bonita, mas tá tudo igual, tudo lojas com gente comprando bestamente, e o pior é que a maior parte do tempo gasto lá foi em engarrafamentos”. O amigo de Manoel pediu à sogra que trouxesse um exemplar de obras completas do Fernando Pessoa quando passasse por Portugal. Pois ela procurou, procurou, procurou – e só achou um livro lá, uma edição especial de uma parte ínfima da obra. De outra feita, ocorreu o mesmo: uma amiga do amigo passou tempos em Lisboa e não achou nada sobre o grande poeta. “Que Europa é esta, que Portugal é este??”, considera Manoel chapado. Enter.
Esta é a Europa dos globalizadores, grande Manoel! E nela estão as multidões dos globalizados, macacos vestidos e de cérebro em ponto morto para serem conduzidos como gado, não é? “Pois tu pensas que não sei, ó Frederico?? Pensas que não enxergo com nitidez, embora esteja quase cego pela catarata, que existe uma desgraça em marcha por trás desse cenário de miséria que é o mundo chamado de ‘civilizado’? Civilizados são os que estão confinados em zoológicos, porque eles não destroem o planeta, e talvez por isso estejam sendo levados à extinção pelo bípede implume que tem por qualidade ímpar prender e matar seu semelhante... O mundo está transformado em nação sem face onde pululam os goyim... e está no Urban Dictionary que ‘goyim’ dignifica ‘cattle’, e ainda cabe a consideração: ‘Said with contemption’... Que podemos esperar de seres que destroem o mundo, um ser vivo que se dá a esses degenerados para eles simplesmente se empenharem em destruí-lo??”Enter final.
Bem, vamos deixar nossos possíveis leitores certos de que Camões já entrevia isso tudo nos Lusíadas: “Põe-me onde se use toda a feridade/ entre leões e tigres, e verei/ se neles achar posso a piedade/ que entre peitos humanos não achei”.”Procurem compreender melhor os pongídeos, ó macacos vestidos!!”, ruge Manoel de dentro de sua iniciação conduzida por Dion Fortune. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 602 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO, VERGONHA QUE SOMA 128 DIAS, JÁ ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS...

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Manoel e o ódio racial doentio

Frederico Mendonça de Oliveira

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad esteve entre nós nesta semana de merda como outra qualquer – os tempos são de merda, qualquer dia ou semana ou mês são de merda, claro –, e a imprensa, nas mãos dos globalizadores, deu cobertura de merda à presença do líder iraniano no Brasil petista. Claro, isso se explica: o Irã não beija os pés dos mandões do Império, e o fato de estar em tarefa de produção da bomba atômica bota os donos do mundo em polvorosa. Para esses tipos monstruosos, Israel pode e tem que ter 400 ogivas nucleares, tudo certo; no entanto, acusaram o Iraque, país praticamente desarmado de tudo, de ter “armas de destruição em massa”, ordenaram inspeções a que se opôs o brasileiro chefe da APAQ Alexandre Bustani – que acabou destituído do cargo por pressão dos gringos yankees, mesmo sendo ele inamovível em seu cargo – e, contrariando todos os princípios internacionais de soberania, tomaram o país simplesmente para manter a hegemonia de Israel no Oriente Médio. Naqueles tempos a imprensa ainda tinha bolsões de resistência, e houve denúncias e gritas. “Hoje, rá rá rá, só existem papéis limpacu a serviço dos depravados de sarda nas costas das mãos!”, reflete Manoel, enojado com a MERDIOCRIDADE estabelecida como padrão no sistema político dominante. “Eles odeiam o Cristo, que não é um deles!”. Enter.
E a mídia fez seu serviço porco já esperado: tentou obscurecer a presença de um dos mais importantes presidentes do planeta hoje, simplesmente obedecendo à ordem de não falar sobre o assunto, ordem dada pelos globalizadores descarados, que mandam e desmandam em todos os países do mundo, com exceção de resistentes como Cuba, Venezuela, Coréia do Norte, Paquistão e Irã. E como o assunto é Ahmadinejad no Brasil. Manoel se concentra na resistência iraniana aos yankees imundos, enquanto contempla a boçalidade brasileira em relação à visita do líder a “nosso país”. Ou “nofo paíf”, como diz o bobo pinguço depravado, e aliás porque vale considerar que “não existe mais porra de país nenhum entre o Oiapoque e o Chuí!”, como rosna Manoel, cuja reflexão nos é muito cara sobre assuntos de uma colônia rebaixada ao âmbito da miséria mais miserável que se possa imaginar. Enter.
Pois Manoel abriu a Folha em busca de indícios para ele importantes e deu com um artigo de um sujeito de sobrenome um tanto pouco brasileiro e que ostentava um título um tanto agressivo. O escrevinhante do artigo era um tal de Sérgio Malbergier, e o artigo era intitulado “ O pária entre nós”. Pra começo de conversa, vamos ao significado de “pária”: no Houaiss, na segunda acepção do termo, está “pessoa mantida à margem da sociedade ou excluída do convívio social”. A primeira acepção é de caráter histórico, baseada em princípios políticos da Índia, não nos serve. Abrindo o artigo por curiosidade para ver do que se tratava, interessado em saber quem era o pária em questão, Manoel topou com um absurdo. Pensou que poderia ser o George W. Bush, o Idi Amin Dada, algum idiota da mídia internacional, gente dessa dimensão miserável. Pois a suspeita despertada pelo sobrenome meio agringalhado Malbergier se mostrou relevante: o “pária” em questão é simplesmente um homem amado por seu povo, representante digníssimo de toda uma comunidade envolvida com aperfeiçoamento humano, criatura iluminada pelo fato de representar os mais altos ideais de um país e da Humanidade como espécie criada à imagem e semelhança de Deus e que se obriga a evoluir por ter recebido o dom de reflexão sobre seu destino. “Pária, Ahmadinejad?? Esse colunista é um doente!!”, considera abismado Manoel, que se dispôs, diante de tal disparate, a dar uma passada de olhos no artigo. E lá está o motivo de considerar o presidente iraniano um “pária”: é que ele nega o tão promovido holocausto, grafado por toda a mídia do Império com maiúscula, e que não pode ser questionado, porque as vítimas disso seriam o “povo eleito”. Manoel, cristão convicto, acata as palavras do Cristo: “Todos são iguais perante Deus”, postura que levou o Filho de Deus à cruz, execução levada a cabo pelos soldados romanos mas a partir de condenação à morte determinada pelo sinédrio, tribunal dos fariseus que nos consideram “sementes de animal”. Enter final.
Bem, esse escrevinhador pago pela “cloaca da Barão de Limeira”, como se referem á Folha os inimigos do Império, não passa de um idiota a serviço de uma causa que ameaça o mundo. É um soldadinho de merda. Perto do presidente iraniano, não passa de titica de pulga. E eis que o líder que veio aqui articular coisas para o bem da Humanidade encontrou boa acolhida, e não adianta os cães ladrarem à sua passagem: a grande caravana ignora latidos de entidades inferiores. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye!
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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Manoel e as crianças do Brasil hoje

Frederico Mendonça de Oliveira

Simplesmente perplexo pelo fato de constatar que uma obra criminosa realizada por autoridades deformadas atingindo a residência e mesmo a vida e a paz de seu amigo músico teve como “apoio” para que ficasse “legal” a convocação das crianças do entorno para “frequentá-la”, Manoel começou a considerar as crianças como vítimas diretas e desgraçadas pela ação dos adultos, seres simplesmente sem qualquer vestígio de humanismo ou mesmo escrúpulo mínimo em suas almas. Almas penadas, diga-se muito claramente: a estupidez, a tacanhez e mesmo a ignorância podem ser admissíveis em geral. Mas a deformidade de espírito e a completa falta de sentido de humanidade levarem a atitudes de conveniência através de deformar crianças, especialmente os próprios filhos, isso é de causar engulhos, revolta! E, vendo-se todos impotentes diante de tudo como todos se vêm, trata-se da materialização da imagem do horror. Enter.
Pois Manoel tem visto as crianças, a partir dessa podridão e dessa deformidade inacreditáveis, como vítimas da escrotidão que se instala pra todo lado no Brasil (no mundo também?) e que parece irreversível. Acabrunhado com o simples fato de ver crianças alopradas pelas ruas, em lojas ou supermercados ou onde quer que estejam essas pequenas bestas fabricadas pelo sistema, nosso herói se indaga se já não estará ficando meio caduco. É que ele se surpreende tomado até de certo pânico ao deparar com essas criaturinhas a cada dia mais estupidificadas e exibindo um desequilíbrio inquietante em simplesmente tudo que fazem. As cenas envolvendo os pobres diabinhos onde quer que estejam revela uma deformação a eles imposta não se sabe se de forma programada pelo sistema, não se sabe se apenas pela degenerescência natural decorrente de toda essa empulhação que vemos explodir em todas as dimensões e instâncias de viver no geral e da área de poder. O arbítrio está mais claro e explícito do que nunca, e o mal acontece como sendo o normal – e todos se submetem e se adaptam a isso como sendo algo completamente natural! E as crianças vão acompanhando essa decomposição de tecido social “fazendo a sua parte”, envolvidas, arregimentadas, consoantes! A feiúra toma conta de tudo, e as crianças dão seu toque “mágico” a toda essa escatologia crescente e horrenda, e “que fazer??”, pergunta-se nosso herói diante de tanto horror! Enter.
Comprando suas necessidades básicas em supermercado, volta e meia Manoel contempla a miséria que é a presença de crianças no espaço do consumo. “Comprar é simplesmente adquirir o de que se necessita de acordo com nosso poder aquisitivo”, considera Manoel tomado do tédio filosófico em meio a produtos - que só significam, para ele, matéria para suprir necessidades. Pois os supermercados inventaram aqueles carrinhos em que os fedelhos vão alojados como que dirigindo um automóvel de brinquedo, sendo que o volante não interfere no rumo da geringonça, o que já faz dos rebentos dos consumidores uns idiotazinhos – pois ficam tentando operar o volante, e nada acontece. Recebem ali um múltiplo diploma de otários, porque, além de manipulados num treinamento para serem futuros consumistas crônicos e compulsivos, dá-se que não só aquilo não é carrinho como não obedece ao comando deles. Isto faz com que sejam também duplamente cooptados pelo adulto estúpido que os mete nessa patacoada. Enter.
Pois tem coisa pior: moleques correndo como zumbis adoidados pelos corredores, vindo como bólidos cegos em direção aos compradores, enquanto os boçais que os geraram e/ou pariram quedam inebriados no ato hoje religioso da compra, do consumo como atividade realizadora, gratificante, sagrada, catalisadora e mágica. Manoel se esquiva cuidadosamente desses maluquinhos perdidos, desses espectros da estupidez reinante, deixa-os passar como se fossem alimnárias desembestadas a serviço da loucura generalizada, imagens deprimentes dela. E a cada dia mais e mais se consolida na consciência de nosso herói a certeza da perdição imposta a essas pequenas cavalgaduras, projetos de boçais palradores, balantes e mugentes. Eles serão os personagens vivos e imagens móveis do futuro que já está aí, patético, esfarrapado, deformado, degringolado!... Enter final.
“Vinde a mim as criancinhas”, teria dito o Cristo em algum ponto dos Evangelhos. Pois o capeta intercedeu nisso: hoje as crianças são dele, do demônio que opera através da TV em filmes de animação carregados de violência gratuita e obsessiva, são reféns do mal instituído, contextualizam assustadoramente o inferno vivo que vamos suportando em direção ao despedaçamento final. E não há piedade nem humana nem divina que livre esses infelizes desse destino horrendo. E viva Santo Expedito! Oremos. E semana que vem falaremos mais disso. Bye!
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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Manoel e seu novo amigo poeta

Frederico Mendonça de Oliveira

De repente o amigo músico de Manoel presenteou seu faixa lusitano com dois livros de um poeta de Aiuruoca, linda cidade do Sul de Minas já no limite da Zona da Mata. Dessa área saiu também o poeta magnífico Dantas Mota, ídolo deste novo e já muito amadurecido vate aiuruoquense. Trata-se de Gilberto Nable, aliás médico, aliás pessoa de profunda sensibilidade e inteligência. Pois foi Manoel abrir o primeiro dos dois livros e arregalar os olhos: “O que é isto???”, perguntou-se logo nosso herói ao deparar com o estro do bardo para ele um estreante. Ele dava de cara com o livro O Mago sem Pombos. Manoel abrira no terceiro poema, e a paulada cantou logo em sua fecunda cuca: “Desconsolado feito mago sem pombos/ a quem ninguém deu uma lição de calma/ procuro, ainda entre livros, alma e alento”. Em estrofe adiante Manoel leva outra lambada: “Mas outros rumos não pretendi de mim,/ avesso, seco, muitas vezes cansado,/ aparentado a becos, auroras, botequins”. Estes belíssimos versos, que fizeram Manoel parar considerando admirado sonoridade e teor, estão também na contracapa do livro, uma bela edição da 7Letras, editora carioca. Enter.
“O que foi feito da poesia não só no Brasil, mas mesmo em Portugal?”, considera Manoel ainda sob o impacto da poesia de O Mago sem Pombos. Politizado na marra, tendo lido até comunistas como
Trotsky e Lênin (Marx ele deixou pra lá, passou apenas os olhos no Manifesto, e aquilo não fechou com nada para ele), informado também pela experiência da vida, mas desde há 20 anos conhecedor da VERDADE através de obras ocultas a que poucos têm acesso em meio à azáfama destes tempos estúpidos, Manoel encontrou nas páginas do Mago uma revivificação de suas emoções da juventude no que topava com as obras de poetas brasileiros que produziam direto e difundiam encantamento, principalmente Cabral e Drummond. “Valia a pena morar no Brasil vendo aquele movimento editorial nos anos sessenta!”, dizia Manoel ao amigo músico em recente conversa, pois o amigo, mesmo músico, é da literatura, especialmente da poesia, e das artes plásticas, terreno em que produziu curiosas descobertas, como a pintura com cimento. “Pois agora tu me bateste no coração com a obra impressionante desse admirável Gilberto Nable!”, comenta com júbilo nosso herói ante a cara feliz do amigo. Enter.
E é sobre o amigo que Manoel pensa ao ler a primeira quadra do poema V do Mago: “Pouco importa o que digam.../ Mas como foste traído!/Com manha, ciúme e intriga/ Foram urdindo teu exílio.” Manoel até pensa consigo que esses versos são mesmo dirigidos, embora considere que “manha, ciúme e exílio”, no caso, seja pouco: valeria nisso um “ódio mortal doentio”, mas isso fica de fora destas luminosas linhas. E o poema avança: “Como se não os abrigasses,/ não um só, mas vários exílios,/ e desconhecesses a inveja/ e as mãos secas da usura”. E Manoel exulta, e um “Puta que pariu!” lhe escapa entre língua, dentes e lábios oclusivos surdos ao prosseguir na leitura do poema: “Mas ouso rir de vós, filisteus,/ratos-de-barrigas-brancas,/ tomando café com leite, de cuecas,/ contando cédulas, títulos e moedas”. E sob o impacto dos significados e da disposição musical de palavras, Manoel detecta a curiosa presença de rimas toantes: rimam as palavras ingênuos, cordeiro e dinheiro, rimam com filisteus, depois rimam cuecas com moedas, e lá vai Manoel viajando feliz nesse achado de nome Gilberto Nable. “Que felicidade poder expressar-se tão profunda e claramente!”, reflete nosso sensível ibero, e avança no desfecho lapidar do poema, que mija nos classemédias de merda: “É irrisório, sim, vosso patrimônio/ Vosso juntar de pedras feito lagostins/ Vossas cadelinhas, academias e soníferos/ Vossa piscina térmica com cascatas!”. Rolando os olhos a sua volta, Manoel considera a estupidez assumida da vizinhança porca e doentia que persegue por pura inveja – e por aflorar o ódio por se saberem medíocres e obtusos – o amigo músico, homem com a alegria simples dos eleitos da Musa, diletos de Santa Cecília, protegidos de Euterpe, sempre sob as graças de Eufrosina, Aglaê e Talia... e como poderiam ratazanas vestidas e cínicas enxergar tais valores? Vendo a plumagem do amigo, esses mulos zurram de despeito, sonham matar sua cor azul brilhante, babam de ódio vendo os olhos de Argos estampados na cauda aberta em leque quando o amigo simplesmente estuda sua guitarra e causa admiração em quem não se emporcalha nessa podridão! Enter final.
E fechemos: “Tem seu lado vegetal a morte./ No tecer de podres raízes,/ no modo como se conduz,/ ou como somos plantados” . E Manoel se deslumbra: “Chega por agora, meu novo amigo Gilberto Nable! Minha turma lá na Ibéria saberá de ti!”. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye!...
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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Manoel reverencia Nando Fiúza

Frederico Mendonça de Oliveira

“Quem está vivo pra morrer não custa!”, disparava a avó de Manoel, Virgínia, por sinal uma lusitana que educou seus filhos na base da porrada grossa e dos ditados populares correntes na Ibéria. “Pra morrer basta estar vivo!”, dizia também a senhora em outras ocasiões, mas também em que o cheiro cavernoso das vestes da Indesejável e o entrever do gadanho letal ocorriam causando arrepios quando da passagem de alguém conhecido para o beleléu. Manoel ouvia tais frases fatais com o respeito de quem ouve uma sentença sobre o infalível, mas a força da vida sempre vibrou mais forte nele, e tais falas, embora lhe calando fundo, logo saíam de sua mente dando lugar ao brilho da chama alegre do existir simplesmente, de prosseguir, de amar, de sentir a gratidão pela existência que Deus concede aos Seus. Enter.
Pois eis que desta vez Manoel levou um pesado golpe no peito. Foi duro saber, embora este espectro já rondasse a vida de muitos há mais de 40 anos: o artista plástico, artista gráfico, fotógrafo e pensador Fernando Fiúza, anjo que iluminou nosso espaço artístico e cultural desde priscas eras neste lugar brasilis, afinal cedeu ao gadanho da Inimiga, à tesoura de Átropos, e eis que cruzou o Aqueronte, deixando-nos neste chão a cada dia mais árido, mais desfalcados de corações benignos. Manoel olha condoído para o céu, sabendo que numa próxima ida a BH não estará mais com seu amigo querido, bravo resistente pela causa da beleza e da vida, artista de fina têmpera que produziu profusa e lindamente até seu aceno de despedida a este mundo. Enter.
Manoel conheceu Nando Fiúza quando seu amigo músico ralava muito sofridamente o couro em Belo Horizonte em 87. O amigo tentava se reestruturar profissionalmente naqueles já então corrompidos tempos, em que o ar não apresentava mais a transparência de tempos outros e em que já se entrevia no cenário da vida um sombreamento estranho, um desbotar esquisito de coisas e fatos, um já indisfarçável odor de tetrametilenodiamina, sinal da existência de carniça. Mas o amigo lutava duro, e tinha com ele a mão de apoio de Mônica Sartori, anjo que Manoel admirava em silêncio prenhe de admiração. O amigo músico se esfolava numa busca de consolidação de um rumo nas artes plásticas, e Manoel via com alguma dúvida a possibilidade de aquilo vingar. A turma de BH recebia o cara muito bem, a Mônica era uma desdobrada e atenta madrinha, mas todos ficavam na expectativa de ver o cara voltar a empunhar sua guitarra lendária, e muitos até pensavam: “Quero é ouvir aquela música forte e pungente, isso é que é o cara!”. E eis que nessa batalha encarniçada contra o infortúnio aparece em cena o angelical Nando Fiúza, com aquela beleza de entidade pertencente às legiões do bem Quando Nando ouviu o som do amigo no disco solo, disco aliás que virou cult, arrepiou-se todo, e se converteu imediatamente ao trabalho do cara. E logo começaram a produzir juntos, e foi uma deslanchada bonita, que acabou em shows musicais que deixaram marcas indeléveis, unindo o amigo ao Nando para sempre. Nando fazia os cartazes com sua arte fina, fotografava com sensibilidade especial o amigo, acabou que ficaram irmãos inseparáveis nesta vida. Manoel, em suas constantes idas às Alterosas, coabitava esse conúbio de artistas febris em sua tarefa de busca, integrava os papos, as excursões pelas ruas contemplando a arquitetura art décco abundante na cidade, as idas a galerias e vernissages, as chopadas na noite belorizontina – e isso o ligou também profunda e fortemente ao adorável Nando Fiúza. Enter.
Manoel se grilava ao ver, naquelas noitadas, que Nando apresentava roxidão nos lábios e dedos quando a madrugada avançava. Um amigo comum, aliás médico e poeta de estro ardente, Gilberto Nable, um dia deu o serviço: Nando sofria de cardiopatia congênita, e os sinais eram aquela roxidão, as unhas de “vidro de relógio” e os dedos em formato de baquetas de tambor. Aflorado isso, Manoel logo percebeu que todos estavam ligados, e que todos viviam com o Nando aproveitando tempo, dias, horas, minutos que se apresentavam como dádiva de convívio com aquele homem que todos sabiam condenado. Isso rolava em 1987. E todos em silêncio pediam que Nando não se fosse logo, que ficasse mais, que resistisse, mas era chover no molhado: Nando amava tão apaixonadamente viver que, milagre!, reunia forças de enfrentamento da anomalia de forma cientificamente inexplicável. E lá ia Lachesis enrolando o fio da vida de Nando, e Átropos de tesoura na mão ficava sem entender por que o fio não lhe chegava logo à mordida fatal das suas lâminas. Talvez isso ocorresse porque Juno, que sofrera o golpe da morte de Argos, o gigante de cem olhos e que nunca dormia – olhos que ela botou no rabo do pavão em homenagem ao aliado cruelmente morto por Júpiter –, sentisse por Nando, semideus apóstolo do amor e da beleza, uma ternura especial, e com isso afastasse da tesoura da Parca da Morte o fio da vida dele. Enter final.
Pois Nando resistiu por mais de 40 anos, coisa inexplicável para caretas. Só Manoel e o amigo desfrutaram do viver encantado de Nando por belos 32 anos! E eis que em 2003 Manoel presenciou um belo reencontro de Nando com o amigo no Bar do DCE, e na ocasião Nando, que integrava como co-produtor o certame de que o amigo participava, deu a ele, com carinho efusivo, o livro Retratos da Música, em que uma das fotos era do amigo, e revelava o artista plástico, não o músico. A dedicatória, que Nando produziu em segundos, é outra obra de arte anexada ao livro. Depois disso, alguns encontros cheios de entusiasmo e encantamento, até que veio de lá para este infecto Arraial das Bagas a dura notícia. Nando se fora. E Manoel e o amigo, aturando a coisa quietos aqui, mal podiam emitir palavras: as lágrimas de ambos desciam, diante dos olhares consternados de Maria e da mulher do amigo, como pequenos cristais líquidos de uma alegria convertida em dor. E o peito de ambos doía em constrição pesada, e pronto: Deus chamara Nando Fiúza para Si. E Manoel disse para o amigo e para as duas amadas, falando sorrindo e vertendo lágrimas: “Só sei que quando nós chegarmos lá o Nando nos receberá bem na entrada, com aquele sorriso sempre encantado!” E viva Santo Expedito! Oremos. Bye...
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Postado por Frederico Mendonça de Oliveira - Fredera

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Manoel e o drama de seu amigo músico

Frederico Mendonça de Oliveira

Manoel se espanta diante do que seu amigo músico enfrenta. É um verdadeiro calvário, um enredo de vida capaz de inspirar um filme pungente e inesquecível. O mais inacreditável nisso é a completa indiferença do amigo para com a adversidade, as traições e perseguições que ele sofre, o completo descaso com que é tratado no arraial, o ódio que certos arraialeiros deformados e invejosos lhe devotam religiosamente, sem contar o vexame a que é submetido pelos filhos da ex-mulher, uma criatura viciada na deformidade de caráter, aliás traço de toda a família dessa infeliz. Sabendo o que vai no coração do amigo - a bondade, o amor ao trabalho e à pesquisa ininterrupta nas áreas da arte e da cultura, o aprofundamento no estudo da política, a devoção para com a lucidez e a ética, a paixão pela música em todos os sentidos, a intransigência para com a putrefação imposta às instituições em geral - tudo faz deste homem um verdadeiro herói da resistência, e um espírito realmente heróico não se preocupa com reconhecimento: apenas cumpre com seu dever de não vacilar na vigilância dos cânones sagrados da vida para não se deixar entorpecer jamais sob a enxurrada de merda a que todos somos submetidos diuturnamente. Enter.
Defecando e deambulando para esse inferno que o cerca e tenta submetê-lo ininterruptamente, o amigo de Manoel mostra uma fibra de titã e não se preocupa senão com tocar suas tarefas. E ultimamente estourou um escândalo envolvendo um inimigo desse amigo-irmão: um músico de meia tigela – que “se consagrou” neste país desgraçado através de astúcias e penetrações frutos de manipulações em meios corrompidos e cooptação de imbecis aboletados na máquina na música e do poder –, colega (do tipo daqueles que temos de tapar o nariz quando lidando com o tipo) de 40 anos atrás, na verdade um baita capadócio que mais se assemelha a um verdureiro ou a um vendedor de quinquilharias, deformou fatos envolvendo o nome do amigo. Já falamos disso aqui. Mas o importante são os desdobramentos aparentemente insignificantes disso, mas que revelam na verdade o grau de imundície desse arraial e dessa família que parece mais um bando de sicários e malfeitores disfarçados em seres comuns. E que desdobramentos seriam esses? Enter.
“O pior deles é o fato de os filhos de meu amigo IGNORAREM SOLENEMENTE o que fazem de perversidade explícita contra o pai. E vale revelar que sou testemunha das violências e perseguição cruel e odiosa que o pai sofreu nestes 25 anos de Arraial das Bagas, enquanto se sacrificou duramente pelos mesmos filhos que hoje continuam a lhe cuspir na cara!”, vocifera indignado Manoel, vendo esse espetáculo de desumanidade movido contra um homem "que é uma lenda dentro e fora do Brasil e cujo nome acende felicidade e encantamento em todos os rostos dos que sabem o que é música de verdade!!" Pois em conversa com o amigo dia desses Manoel ouviu dele uma colocação que lhe causou espanto e uma curiosa alegria: “Querido, se sou reconhecido na Holanda, hoje foco do mais importante jazz no planeta; se sou reconhecido nos mais brabos meios musicais norte-americanos e europeus; se meu disco é procurado no mundo inteiro como algo absolutamente ímpar realizado no campo da música instrumental brasileira; se o ‘maestro do século XX’, Gil Evans, me considerou ‘padrão de composição contemporânea brasileira’, como é que você vai querer que eu seja tratado aqui nestas montanhas? E se sou reconhecido em locais onde reina a lucidez e o culto à beleza, como posso vir a ser reconhecido aqui nestas montanhas bárbaras?”, e Manoel parou para pensar na curiosa dialética enfrentada por este amigo interessado apenas em prosseguir estudando e estudando, fazendo de sua vida uma busca quase febril de aperfeiçoamento, e contando para isso unicamente com o amor e o reconhecimento de sua linda mulher e de alguns raros amigos locais e de muitos amigos Brasil e mundo afora. Enter final.
E Manoel, encantado com a resistência lúcida do amigo, discursa animado para sua linda Maria: “Mefistófeles, Baphomet e Belfegor mais Belzebu e Babalon lutam para desviar os caminhos de meu amigo e destruí-lo, mas o amor dele pelo Cristo é de tal forma sólido e transparente que, mesmo sendo os demônios o que sabemos que são, não ganham uma dele, somente lhe dão um trabalho do cacete! E ele usa isso para crescer mais e mais, firme no leme de sua embarcação que singra mares revoltos a caminho de uma real conquista nesta existência. E, se os filhos a quem ele devotou 25 anos de devoção profunda renunciando a si próprio para viver a crueza torpe desse arraial hoje estão a serviço do ‘outro lado’ (e Manoel se benze discretamente), o amigo entrega tudo a Deus lembrando, em conversa comigo e com Maria, Mateus 13, a parábola do semeador e seu significado oculto para os infiéis. Puta merda, que cara mais gentil, Maria querida!!!” E o que mais espanta Manoel é que quando gente como Sá e Guarabyra, Marcinho Borges, Lô Borges, Nelsinho Angelo, Belchior, Gilberto Gil e outros vêm ao arraial fazer show, sempre têm palavras sinceras e ardentes de elogio e homenagens para o amigo, que fica lá quieto no seu canto e ainda permite que um filho que o desrespeita há anos esteja a seu lado para que recaiam também sobre ele as honras concedidas ao pai... E viva Santo Expedito! Oremos. Até pra semana, babes!
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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Manoel, Lula e a aliança entre Jesus e Judas

Frederico Mendonça de Oliveira

“Se Jesus tivesse que governar o Brasil, teria de fazer coalizão com Judas”, dejetou verbalmente o indivíduo que ocupa, sob os auspícios dos globalizadores, a cadeira presidencial no Brasil, que de há muito parece mais é um vaso sanitário. Típico de uma refinada besta, o comentário. O secretário da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, replicou, com sonora bofetada, que “Jesus não faz aliança com fariseus”, dando um chegapralá nesse ridículo histrião que só abre o bico pra ingerir birita caríssima ou para estrumar os diálogos com falas excrementícias. Isso diz respeito à aliança PT/PMDB, com isso ficando explicada a blindagem fornecida pelo governo federal a outro ser abjeto que deveria estar a ferros de longa data, José Sarney, sarna mortífera para o Brasil. E, porque esse Lula abissal e farisaico faz aliança com gente de sua laia, ele acha que o Brasil levaria, para ser governável, Jesus a fazer aliança com Judas. Comparação de maluquete e/ou etilizado. Enter.
Segundo Dom Dimas, “fariseu é quem aparenta ser uma coisa por fora mas é o oposto por dentro”. Pois aí está o fariseu Lula diante de todos os brasileiros decentes: durante 25 anos esse gaiato bancou o político sério e empunhou a bandeira da legalidade e da decência na política, mas só até alcançar a presidência. Envergada a tão vilipendiada faixa, mostrou ser tão desprezível, traidor e corrupto como os seus antecessores, especialmente o verminoso FHC, maior desgraça em nossa tristíssima história. E acabou que isso lembrou outro episódio podre de nossa história recente: aquele em que três tetéias petistas da mídia tupiniquim expressaram suas “opiniões”, deixando o maluquete, então candidato à reeleição, numa saia justa – coisa que nem de longe o preocupa: abandonou o compromisso com a decência e a moralidade (os globalizadores dizem ser isso um vício negativo em política) desde que subiu a rampa do planalto. E isso merece ser resenhado, porque mostrou a bunda dessa macacada a todos os seres que não se vendem, nem mesmo se estiverem comendo merda grossa. Enter.
Pois também entre os engravatados corruptos a fala bateu mal. "A declaração de Lula é uma ofensa grave aos aliados", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). "Quem é Jesus? Ele? Não é demais ele se comparar a Cristo?", eis o que a Folha, o JB Online e o Estadão (há mais de 80 dias sob censura) publicaram sobre mais essa gafe do engraçadinho, que continua muito feliz com mamar a presidência e que faz de governar “efte paíf” apenas boiar sobre a farra da corrupção e dizer lorotas e grosserias pra cima e pra baixo. E mais gente cuspiu marimbondo. Saiu no Estadão que “O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) teceu críticas em seu perfil no Twitter às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista publicada nesta quinta-feira ao jornal 'Folha de S.Paulo'. De acordo com o parlamentar, ‘o presidente disse que, no Brasil, Jesus faria acordo com Judas. Jesus poderia perdoar Judas; fazer acordo, jamais’”. E disse mais: “‘Quando os políticos dizem que na política Jesus faz acordo com Judas, eles acham que os eleitores são todos Pilatos’, ironizou o senador. Ele também ressaltou que ‘quando o presidente da República diz que na política Jesus faz acordo com Judas, ele esta dizendo para os jovens idealistas se afastarem da política’”.E, prosseguindo com suas tiradas boçais e mesmo sujas, o gaiato saiu-se com mais essa: "A manutenção do Sarney era questão de segurança institucional. O Senado está calmo". Pode-se querer cinismo assumido maior que isso? Enter final.
Todos – ou quase todos – devem se lembrar das declarações daqueles três globais, Paulo Betti, José de Abreu e o pianeiro petista Wagner Tiso, que acha que o mundo deve se curvar a seu talento de carregação e a sua beleza de apolo de sirigaitas desmioladas. O Paulo Betti – ou o José de Abreu, não muda nada ser um ou outro – boquejou que “para fazer política tem que meter a mão na merda”. Bonito: mostra que é um peralvilho com carência de compreensão mínima da realidade. Ele esqueceu de um adjunto adverbial de lugar: “no Brasil”; mas isso não muda sua obtusidade, porque ele falou como se isso isentasse os corruptos de seus delitos. O tal de José de Abreu disse algo semelhante, mas isso não se escreve, é outra fala de mico de circo de Rede Globo. Já a fala do galã da música instrumental brasileira fajuta, Wagner Tiso, que o letrista Geraldinho Carneiro associa a “magnetismo” (talvez o dos olhos da cobra verde...), foi agressiva e boçal: ao lhe perguntarem sobre o que acha da crise da ética no PT, ele trombeteou bombástica e estupidamente: “Não estou preocupado com a ética do PT nem com qualquer tipo de ética: o que importa é o jogo do poder”. Brucutu, o troglodita trazido à época moderna pela máquina do tempo do doutor Papanatas, aliás criação do cartunista Vincent T. Hamlin, pasmaria ante esta fala de bugre. Wagner e Brucutu até têm alguma semelhança no aspecto, mas Brucutu era ética em pessoa. Pois Wagner confirma em seu site que ética pra ele é merda: sobre o Som Imaginário, grupo que integrou, declara em tom de auto bajulação que o grupo foi ele, o resto apenas o cercava. Além de mentira deslavada, suja, trata-se de um desrespeito ignóbil para com os outros músicos e demonstração de deformidade total de caráter. Chega até a falsear o nome do amigo de Manoel, alterando-o para descaracterizá-lo. “Este sujeito e a ética realmente são linhas paralelas e distantes uma da outra um ano luz!”, rosna Manoel, depois de passar os olhos enojados pelo site: “Aula cabal de cabotinismo!”. E Manoel prepara mais uma abordagem de tamanha safadeza. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 560 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO, QUE SOMA 83 DIAS, JÁ ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Manoel e o aniversário do Arraial das Bagas

Frederico Mendonça de Oliveira

O Arraial das Bagas, onde reside Manoel há exatos 25 anos e dois dias, fica nas montanhas do Sul de Minas e hoje é exemplo de corrupção institucional em todas as instâncias de poder e degenerescência social e humana. Mas a panguazada vive normal, até festeja aniversário, como em qualquer outro arraial ou como fazem todas as criaturas neste planeta nunca tão ao feitio de planeta dos macacos. Pois mesmo distante dos “festejos” e apenas tendo deles impressões de passagem em horas de intervalo de funções e porque recebendo depoimentos de amigos devidamente acachapado com o que viram, Manoel resolveu dar aqui seu relato sobre essa patacoada mais semelhante a coisas do outros mundos, que só iniciados sacam. Enter.
Passando pela praça da Matriz exatamente às 21h de quarta-feira, portanto minutos antes de se apresentar o galã brega Fábio Júnior, já nos perigalhos e sem nada de verdadeiramente atraente nesses dias de tira-gosto para o começo do Apocalipse, Manoel viu de perto cenas dos abismos. A praça estava lotada de seres que pareciam saídos de cavernas e covis, palrando um idioma dantesco aliás aludindo a caganifâncias quase insondáveis. “Dava medo ver aquelas criaturas!”, disse nosso herói ao amigo músico também exilado nas Bagas. “A impressão que davam é que poderiam atacar-nos por estranhar nossa vibração tão diversa!...”. Pois muito bem. Manoel escafedeu-se cosido às paredes em meio à noite carregada de tragicidade em sua escuridão enigmática e carregada de um negrume ameaçador. Foi tomar um chopete no único endereço que ele de leve frequenta no arraial; um só chopete, e logo tomaria o busa para voltar à companhia de sua amada Maria no aconchego do lar que respira cultura, arte e amor. Enter.
No dia seguinte aconteceria a “parada” pela manhã, e Manoel até ouviu sinais dela vindos lá do centro. Pois eis que lhe ligou um amigo e deu notícias de várias coisas relacionadas aos “festejos”. Esse amigo é um tipo de pessoa meio pra santo, simples, músico – toca viola de sinfônica – e que São Pedro não deve ter pressa de receber lá em cima, pois já o conhece de sobejo. O amigo então relatou o que viu no show do sessentão Fábio Jr. e da “parada” de aniversário. Falou também do que ocorreu no primeiro show de um cantor gospel para o poviléu. O tipo atende por Régis Danese. E a estupefação se manifestou, mesmo que estando nosso herói mais que calejado com a teratologia que assola a aldeia irreversivelmente degenerada. A isso. Enter.
O cantor gospel, que já comprou até fazenda por conta do primeiro sucesso que emplacou em âmbito “nacional” – como nacional, se não somos mação, mas colônia dos EUA e do Império? –, teria produzido um milagre em seu “show”: um tipo em cadeira de rodas se teria levantado e andado, segundo foi “testemunhado” pela gentuça presente. Manoel consigo pensou: “Esse cara deve acompanhar a equipe do show do cantor e ganhar um cachezinho pra que se realize o milagre”. Pois muito bem: o cara cantou rapidinho e se esgueirou fora, com o gordo cachê no bolso. Já quanto a Fábio Jr, o galã brega que abiscoita a rebarba do Robertão (Carlos), soube-se que cantou durante 25 minutos, deu “Boa noite, Bagas!” e azulou como um risco. Na verdade, segundo relatos, nem cantou: ele e seus músicos fizeram mímica apoiados por um BG (fundo musical gravado) e “sartaram” fora, também com a bolada do bolso. Manoel não teve notícias sobre a reação da macacada, que talvez esperasse uma linda performance desse ídolo de fãs com faces enrugadas... Mas o mais chapante ficou por conta do desfile de aniversário do arraial, e isso merece um enter. Pois que seja. Enter.
O amigo de Manoel relatou que o desfile foi um vexame, um espetáculo de mediocridade, sem energia, sem liga, sem nada: um fracasso como evento. Entre outras coisas, desfilou um carro “alegórico” do centro de ensino musical, aliás enxovalhado por ter o nome de uma criatura absolutamente indigna de qualquer merecimento: teria sido, segundo soube Manoel, um tremendo flagelo para quem “estudou” piano com ela, uma criatura de gestos aparentados aos de rinocerontes ou coisa por aí. Pois ocorreu de rolar uma caminhonete com instrumentos, um baterista batucando lá e o diretor posando de não se sabe que significado. Não que isso esteja errado, mas não foi absolutamente entendido do público o que aquilo pretendia, porque a produção do desfile, segundo voz geral, foi de uma pobreza jamais vista no arraial. Enter.
Bem, depois de saber de ter rolado “milagre”, de ter rolado show de 25 minutos de Fábio Jr. e de desfile completamente frio e sem qualquer entusiasmo ou fundamento, já que o populismo do atual governo acaba que não funciona junto à população, cética em relação a política ou poderes públicos em qualquer dimensão, Manoel soube que o prefeito, em discurso longo para um público bovinizado em que se misturavam infiltrados estrategicamente membros do Executivo, citou a pessoa cujo nome foi dado ao centro musical comparando o que ele “entende” por talento musical dela ao gênio de Villa Lobos. A comparação bateu como petardo de canhonaço no meio musical do arraial, e Manoel pôde ouvir as críticas das pessoas ligadas a música, e todos concordavam em que trata-se de estado de demência instalada no Executivo. Enter final.
E nosso herói passou o resto do feriado churrasqueando feliz com sua amada, embora de coração doído pelo que andam fazendo, com seus tão queridos gatos, monstros da vizinhança. O último sumiu há uma semana, e dói na casa a ausência daquelas maravilhas que tanto alegram nosso herói e que tanto se identificam com a linda Maria, tão apaixonada e ligada a eles. Agora é tentar outros bichanos, e nosso herói e sua amada poderão pelo menos conviver com novo felino enquanto ele for filhote e puder ser mantido dentro dos muros da casa. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 553 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO JÁ ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Manoel e a bestialidade da censura

Frederico Mendonça de Oliveira

“Muito significativo isso de censurar quem denuncia crimes imundos praticados por autoridades!”, conjetura Manoel vendo que a censura contra o jornal Estado de São Paulo prossegue cínica e covardemente imposta pelo Judiciário há 70 dias, torpeza injudiciosamente praticada nas fuças dos brasileiros. O “presidente” Lula fica na dele, dizendo que “isso é assunto do Judiciário”, como se tal instância de poder não integrasse o edifício nacional. “Seria uma instituição estanque?”, indaga-se Manoel, para quem a censura poderia até existir no caso de coibir monstruosidades como produção de canções com letras visivelmente perniciosas para a infância ou quaisquer produções visivelmente deseducativas e atentatórias à evolução social. “Se podemos coibir através de nossas glândulas a ação de invasores prejudiciais a nossa saúde, a censura poderia agir do mesmo jeito em se tratando, por exemplo, de coisas como a asquerosa dança da garrafa e de outras teratologias como a pornografia desenfreada na TV aberta e na internet. E tudo leva a crer que a censura ao Estado de São Paulo prossiga, mesmo com a tentativa de intercessão de órgãos internacionais condenando a intervenção: “Sem obter resposta oficial da primeira carta enviada no dia 10 agosto, a Associação Mundial de Jornais (WAN) e o Fórum Mundial de Editores (WEF), entidades máximas da imprensa mundial, pediram novamente 'ação' do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, sobre a censura ao Estado, que completa hoje 69 dias.” E até abrem o bico em condenação: "’Estamos preocupados porque, dois meses após a primeira decisão judicial, a censura se mantém’, anota o texto assinado pelos presidentes da WAN, Gavin O"Reilly, e da WEF, Xavier Vidal-Folch” Enter.
“Estão mesmo preocupados, ó pás? Então vejam o caso de meu amigo aqui no Arraial das Bagas!”, ruge discretamente Manoel, que sofre com uma situação criminosa entalada em sua goela desde fins de 2006. Ele se refere à censura covarde e criminosa imposta a seu amigo, que denunciou crimes praticados por autoridades dos três poderes no arraial. O amigo e sua mulher não aceitaram a realização de uma obra ilegal ao lado da casa deles, e soltaram a denúncia na imprensa. Diante disso, o autor intelectual do crime meteu dois processos imundos, um penal e um cível
contra cada um. Uma brabaridade: os penais eram por calúnia, coisa que não houve, pois só foram denunciados fatos comprovados por farta documentação; os cíveis não passaram de tentativa suja de usurpação, alegando danos morais infligidos ao autor pelo fato de ter havido “calúnia”. Uma verdadeira monstruosidade. E o amigo ainda sofreu censura, estando proibido de mencionar o nome do autor do crime nos meios de comunicação – “mordaça torpe, sórdida, covarde!”, vocifera intimamente Manoel, profundamente enojado com tanta violência escrota, com tanta pústula emporcalhando os poderes do arraial – sob pena de multa de R$ 10 mil/dia e prisão por desobediência à ordem de não falar. “Isso são homens??”, pergunta-se Manoel diante de tanta perversão. Enter.
E já lá se vão mais de 546 dias desde que um juizeco do arraial baixou a liminar covarde e cabalmente demonstrativa da miséria do caráter de humanóides que hoje infestam o Judiciário em TODAS AS INSTÂNCIAS DESSE PODER!, desde a mais alta até o mais insignificante forunzinho de aldeota. A opinião pública é ciente de tudo, mas impotente diante dessa ditadura monstruosa, em que o “juiz entende assim ou assado”, estabelecendo um subjetivismo inaceitável na prática da magistratura. De há muito Manoel ouve falar da intocabilidade e da deformidade de caráter de muitos juízes, hoje agindo como opressores cruéis, ávidos, irresponsáveis e arrogantes. Sem contar serem regiamente pagos pelos impostos que esmagam os cidadãos... Podem dar voz de prisão a qualquer cidadão, seja um pobre mortal, seja um ministro de Estado, e ninguém lhes pode fazer o mesmo, estabelecendo uma distorção de valores inaceitável, pois privilegia imoralmente uma casta de seres que têm, como todos, merda dentro das tripas! Mas hoje está inaceitável a intangibilidade desses seres. Dostoyevski comenta isso: “O melhor dos homens pode, com o hábito, transformar-se num animal feroz. O sangue e o poder embriagam, engendram a brutalidade e a perversão”, disse o gênio eslavo. Enter.
E Manoel ainda pensa no escritor russo quando se recorda de outra fala dele na tristíssima obra A Casa dos Mortos: “Daí o perigo de um idêntico despotismo contagiar a sociedade. Uma sociedade que se afaz a tais conjunturas já está corroída até o âmago”. E assim se dá com o amigo de Manoel, monstruosamente perseguido também por uma vizinhança porca, quase toda ela curvada aos poderosos safados, glamurosos por serem detentores de poder no arraial, principalmente o deformado e repulsivo autor intelectual do crime denunciado pelo amigo. Enter final.
“É o fim!”, considera Manoel contemplando enojado tão horrenda paisagem. “Agora só tsunamis, terremotos e outras desgraças salvarão este planeta corrompido pelo ódio dos globalizadores, que aliás estão por trás de toda essa tragédia que enfrentamos. O diabo detém o cetro do poder sobre o mundo: Baphomet comanda o despedaçamento final. Que Deus livre os bem aventurados desse horror que já é uma realidade irreversível”. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 546 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO JÁ ESTÁ CONDENADA EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Manoel e as crianças desencaminhadas

Frederico Mendonça de Oliveira

“O Brasil se transforma vertiginosamente em fábrica de delinquentes!”, considera Manoel ao contemplar melancolicamente os pequenos infelizes levados à torpeza por quem os gera, pare e depois deforma desencaminhando perversamente almas ainda inocentes de seu próprio destino. Dizer que eles (elas) parem é maneira elegante de nos referirmos ao momento em que os infelizes são jogados nesse inferno que vivemos. Poderíamos dizer “lançam”, “expelem”, coisa assim, ficaria mais de acordo. Mas o que importa é que a reprodução através do acasalamento desses seres irresponsáveis e verdadeiramente irracionais é o ato de dar continuidade à degenerescência que assola este país e este mundo que já foram de Deus. Mas ainda há quem enxerga isso e denuncia: são os poucos que mantêm a consciência crítica e gritam contra o câncer instalado nesses dias sem salvação e sem volta: Vale até outro parágrafo para destacar a reflexão de um carioca sensível sobre a violência instalada em nosso dia a dia e que no Rio virou paroxismo habitual. Enter.
“Nas boates e micaretas, garotas são beijadas à (discordo da crase: mantive para possibilitar aos leitores ver a escorregada do colunista; “a força”, “a bala”, “a tapa”, “a rodo”, nada disso tem crase) força por pitboys, aos quais arranjar briga parece mais excitante do que dedicar-se ao flerte. O combustível químico para a insensibilidade, vendido livremente a menores nas boas casas do ramo, pode ser bebida destilada com energético. A consumação da turma do rapaz morto no ano passado ao tentar tirar a arma das mãos do segurança do filho de uma juíza na porta da boate Baronneti assusta até velhos junkies da geração Mandrix-Optalidom: nove latas de energético, duas garrafas de vodka e uma de uísque”. Quem terá agido sobre esses jovens em sua infância? Pois o mesmo autor dessa consideração acima, Marcelo Migliaccio, revela: “Os jovens cresceram entregues a uma babá eletrônica muito relapsa chamada televisão, que lhes exibiu as maiores atrocidades a qualquer hora do dia a troco de audiência. No cinema, os heróis foram se embrutecendo desde Rambo até chegarem ao atual 007, um matador frio que nem de longe lembra o glamour dos tempos de Sean Connery e Roger Moore”. E vale considerar que Sean Connery e Roger Moore eram o comecinho dessa orgia de sangue e fogo exibida hoje pela TV em tempo praticamente integral. Na verdade, era o começo da hegemonia do entretenimento sobre a cultura, instituição que perdemos para sempre. E ainda vale considerar que o colunista é gentil quando vê a TV como babá eletrônica “muito relapsa”; não é relapsa, é teratológica e letal. E pensar que simplesmente TODOS entregaram suas mentes e mesmo suas vidas a esse aparelho funesto, e não se vive mais sem ele, não se perdem as malditas novelas, seguidas como sendo a função religiosa mais importante dessa era de lixo. Enter.
Os infelizes boçalizados de hoje palram como papagaios repetindo a tachação de “xiita” ao se referir à disciplina religiosa do mundo árabe, mas todos obedecem rigorosa e até fanaticamente à TV, como sendo seu guia espiritual mais caro e mais respeitável – ou, na verdade, venerável. O que se pode esperar desses objetos vestidos? O que eles têm para dar a seus pobres filhos, já infelizes só de terem nascido de quem nasceram?!... e ainda enfrentado um país desgraçado, despedaçado, governado por uma quadrilha de ladrões e de corruptos, incluindo assassinatos, rombos, escândalos inacreditáveis, e as figuras patibulares dos suídeos engravatados aí, sorrindo, mamando, abocanhando e estraçalhando a pátria que os pariu! Que se pode esperar de crianças que vêm compor um cenário de horror como esse, uma verdadeira tragédia social, um inferno??? Enter.
Então, as pobres crianças desta cloaca em que transformaram o Brasil vão se transformando em réplicas desses seres degenerados, e raro é o pai ou a mãe que eduque: os macacos vestidos entregam os pobres infantes à TV, e vão se criando boçais em massa, e a cada geração a boçalidade aumenta, a estupidez se materializa como virtude, a cegueira social se consolida como credo, e ver crianças dando espetáculos de grosseria, estupidez, violência e patologia mental, sem contar o triste espetáculo da insanidade afetiva, verdadeiro flagelo que vai deformando crianças e adolescentes, é de dar medo. Manoel se vê abestalhado, abismado diante de crianças que hoje são um monte de maluquinhos correndo como seres atormentados em lojas, nas ruas, em restaurantes, em supermercados, em bancos, onde quer que se vá... “Esses infelizes fedelhos desgraçados rimam com a televisão: onde estejam, são invasivos e inconvenientes, causam até um temor estranho, parecem mensageiros vivos da degenerescência! Ó Deus, que destino horrendo é esse que se manifesta na coisificação e na deformação atroz das crianças???”, pergunta-se Manoel confrangido, especialmente se pensando que ISSO vai ser a nova geração no comando deste lugar degenerado, desfigurado, completamente devastado por uma conjuntura sem reversão, uma bacanal de horror e monstruosidade!... Enter final.
E os babacas todos transformados em batatas de sofá, com o toba preso na poltrona e os olhos cegos na televisão, ainda “acham” que são gente, que devem ser acatados como tal, só porque OBEDECEM criminosamente ao invasor globalizante... e ainda babam de estupidez insana vendo o “presidente negro” dos EUA, um fantoche dos globalizadores, e o Migliaccio até cita o “pensamento” desses macacos sem rabo: “E nós, míopes diante do espelho, continuamos a esperar a redenção da Humanidade pelas mãos do pobre Barack Obama”. “Sim, um belo de um merda. Nem dá mais para acreditar que isso possa ter algum remédio... O diabo venceu essa”, pensa Manoel aflito com tanto horror, e vai para a geladeira. “Fazer o quê??” E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
ATENÇÃO - ESTAMOS SOB CENSURA DESDE O DIA 11/4/2008, POR TERMOS DENUNCIADO PODEROSO QUE PRATICOU ABUSO DE AUTORIDADE. SÃO EXATOS 539 DIAS!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Manoel, Belchior, motos e corrupção de menores

Frederico Mendonça de Oliveira

Lembrando os fortes momentos do clímax de Os Maias, Eça de Queiroz, Manoel compreendeu que a beleza não tem mais vez neste mundo, se depender dessa corriola demoníaca que detém o poder internacional. Não há mais perspectiva de saneamento dos males instalados no país, no mundo, e a morte de Afonso da Maia, o hercúleo patriarca presente em toda a história, bateu forte nos nervos sensíveis de Manoel, como que instaurando o começo de uma contagem regressiva implacável. Maria ainda não dormia quando percebeu a forte emoção que assaltava Manoel ao enfrentar a leitura daqueles duros instantes vividos por todos no Ramalhete, a austera propriedade da família Maia. Lágrimas desciam pelas faces de nosso herói, conduzido pela prosa vibrante de Eça às imagens vivas e pungentes daquele passamento. O gato de dom Afonso, que todos chamavam de “reverendo Bonifácio”, consumiu as últimas lágrimas de Manoel, ao saber este que o Vilaça, administrador da família, homem prático e puramente financista, fizera para o queridíssimo e fiel bichano do velho Afonso um pequeno mausoléu de mármore ao pé da janela do dono amado. Enter.
E Manoel considera: “Bem, bem. Terminado Os Maias, vamos a Camilo. Ainda não li Coração, Cabeça e Estômago, embora sempre sabendo do que se trata. Vamos em frente: é positivo prosseguir mergulhado na literatura portuguesa para não cair no vazio e na negatividade desses dias de globalização massacrante...”, e lá vai nosso herói viver momentos belos e fortes pela mão do gênio português que responde pela mais vasta obra no idioma de Camões. Enquanto isso, a merda grossa campeia geral neste lugar chamado Brasil, onde os globalizadores testam todas as modalidades de intervenção que não podem usar abertamente na Europa e nos EUA e que são duramente rechaçadas no mundo árabe, na Coréia do Norte e na Venezuela de Chávez, agora também seguida da Bolívia de Evo e do Equador de Rafael Correa. O boneco etilizado Lula fica por aí bancando o grande “chefe de Estado”, defensor de Honduras e Haiti, e dizendo suas asneiras de costume (por exemplo: “Estou com dor no pé, mas não posso nem mancar, senão a imprensa vai dizer que estou mancando porque estou num encontro com os companheiros portadores de deficiência”), enquanto que no Brasil a podridão política e a tragédia institucional se combinam com uma guerra civil sem comparação em toda a história da Humanidade. E o Brasil despenca em horror e miséria: saíram na internet fotos do enterro da mulher de um traficante, em que a sepultura é um quarto cavado no chão, todo em alvenaria, com massa corrida e pintura, acarpetado, com móveis, o caixão colocado sobre cama de casal, e ainda se vêem cômoda, cadeira estofada, mesa com bebidas importadas (inclusive um Chivas 12 Years Old de cinco litros), copos, flores, quadros nas paredes, um imenso espelho com moldura, TV de cristal líquido gigantesca, objetos de uso pessoal da finada, oratório e outros bichos. Sobre a cabeceira da cama, uma cópia simples da Santa Ceia. Salvador Dali, René Magritte e Paul Delvaux estão definitivamente superados e esquecidos como artistas e pensadores do surrealismo... Enter.
Bem, desgraça pouca é besteira: a moto, veículo de utilidade inquestionável e hoje ferramenta de trabalho de centenas de milhares senão de milhões de brasileiros, agora virou polêmica. É que também virou veículo de grande eficácia para o crime. Desde disk-entrega de drogas (especialmente crack e cocaína, sem contar Extasy) até disk-crime (super eficiente para efetuar roubos e homicídios), a moto está estigmatizada, associada crescentemente a delitos e causando temor geral. Num país-lixo como este, tudo pode se deteriorar da noite para o dia, desde a presidência da “República” até os mais simples significados sociais. E ainda alguém se espanta quando o Belchior se encafua no Uruguai pra traduzir a Divina Comédia para o idioma de Cervantes... “Fica por aí mesmo, amigo! Se bobear estarei do teu lado quando menos esperares!”, considera divertidamente Manoel, consciente da deterioração feia que nos atinge em cheio. Além disso, pra que diabos Belchior vai continuar essa farsa de ser ídolo em país de cavalgaduras e bandidos de toda espécie, e em que platéias são como imensas récuas ululantes que nada entendem do que aplaudem aos balidos, zurros e mugidos? Sendo a pessoa séria que sempre foi, Belchior naturalmente haverá de buscar uma alternativa para o Brasil, que mergulha no inferno de cabeça, processo por sinal providenciado cientificamente pelos globalizadores monstruosos, que promovem chacinas desde 540 A.C., vide o livro de Esther. Enter final.
E eis que um amigo iniciado na verdade da política internacional, entusiasmado com a postura digna e firmíssima do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, soube por sua filha menina que a van escolar promovia “festinhas” no percurso de volta das crianças para casa, tocando música obscena e induzindo as crianças a um “percurso feliz”. Mandou pela menina um bilhete para o motorista, em que o advertia que abriria processo caso continuasse ocorrendo essa miséria no trajeto. Curiosamente, já no dia seguinte à tomada de posição do pai e sem que o bilhete fosse entregue, a farra parou, porque o motorista foi trocado. “Meno male”, pensou o amigo, “mas muito pouco muda: as crianças sabem de cor e salteado TODAS ESSAS COMPOSIÇÕES OBSCENAS, aprendidas na TV, e basta tocarem em qualquer lugar e logo todas cantam aderindo ardente e religiosamente”. Moral da história: se correr o bicho pega; se ficar, o bicho come”. Não há mais saída para a inexorável destruição comandada pelos globalizadores. Como disse João Gilberto, provavelmente para Ronaldo Bôscoli: “Não adianta, Ronaldo: eles são muitos!”... E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!

ATENÇÃO: ESTE BLOG ESTÁ SOB CENSURA HÁ EXATOS 15 MESES E 14 DIAS. A LIMINAR DE CENSURA FOI BAIXADA PELO JUIZ NELSON MARQUES DA SILVA EM 11 DE ABRIL DE 2008. O PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, GILMAR MENDES, NEGOU O RECURSO CONTRA O ATO INCONSTITUCIONAL, E MANTEVE A LIMINAR. EIS A "JUSTIÇA" NO BRASIL...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Manoel: viagem sentimental à Terrinha – e babados outros

Frederico Mendonça de Oliveira

Depois de “viajar” de forma literária a Portugal no que mergulhou em uma esplêndida coletânea de contos portugueses que estava em sua biblioteca há mais de 20 anos – a edição era de 1962, a coleção fora adquirida em 1984 – sem ter sido aberto o volume com contos portugueses, Manoel se reencontra com suas origens e acaba vivendo uma das mais gratificantes experiências literárias de sua vida. Os contos se sucediam em maravilha de forma, começando com Padre Manoel Bernardes (Conversões de Filêmon e Ariano), passando por Herculano (O Bispo Negro), encarando Camilo (Aquela Casa Triste), e foi aquela delícia marcada por grandiosa beleza e emoções profundas. Ao concluir a leitura de Camilo (Castelo Branco, óbvio), lendo num ônibus, teve de esconder as fuças, pois as lágrimas caiam em profusão, tão contundente a tristeza ao final... e temeu por seu coração sensível quando, ao ler os contos seguintes, pungentes, deparou ainda com “Uma Visita de Pêsames”, de Ramalho Ortigão. “Este livro vai rebentar meu coração!”, considerou, mas corajosamente avançou. “Depois de tanta tristeza lá vem essa coisa de pêsames, puta merda, assim me matam!”, considerava ele, quando, logo de início, verificou ser o tom do conto diverso. Parecia algo jocoso... e sucediam-se quadros meio cômicos, com pinturas de personagens e situações surpreendendo pela persistente gaiatice. “Ah, entendi, porra: é o Realismo do tempo das Farpas, é a inauguração da irreverência em oposição à idealização romântica”, considerou Manoel, já agora se recompondo na poltrona para ler com outros olhos aquilo que lhe prometia trazer surpresas. E Manoel jamais lera Ramalho Ortigão, embora soubesse dele desde a mais tenra infância. É que nunca lhe caíra nas mãos um texto qualquer desse autor brilhante, jamais vira em qualquer livraria lombada com o nome do cara. Enter.
Pois foi o diabo! Avançando pelo texto, começaram as risadas com situações absurdas e pândegas, com perfis grotescos e ridículos de personagens, até que rolou um episódio de um tombo envolvendo um menino na escadaria da igreja numa festa religiosa, umas meias tingidas grotescamente de vermelho e o nome “rebenta-boi”, relativo à cor das meias. Vale transcrever: “...sentiu segunda vertigem, deu-lhe de chapa a luz do sol poente nos olhos míopes, turvou-se-lhe o juízo e a vista, tropeçou em um dos meninos de coro aninhados nos degraus que sobem para o altar-mor e caiu pelas escadas, juntamente com a espezinhada criança que se lhe atravancara nas tíbias, tão mal empregadamente vestidas da brilhante cor de rebenta-boi!”. Pois logo adiante, ainda na mesma página, Manoel se abestalhou de ler a descrição do cabelo de um dos protagonistas, e pela segunda vez veio-lhe um assomo de gargalhadas, o primeiro por conta do tombo narrado acima. E assim foi, até acontecer o clímax da história, algo jamais pensado: uma pancadaria no velório da mulher do Serafim, pau que começou quando o rival, Eusébio, míope, pensando falar com outra pessoa, falou com o próprio Serafim palavras duras contra este. No auge da pancadaria, chega o padre e informa que a morta não morrera: “Senhores, a pessoa a quem eu vinha lançar a última bênção está viva!”. O quadro pintado a seguir levou Manoel a uma explosão de hilaridade: “Era tão extraordinária esta formal declaração que todos estacaram atônitos, menos Eusébio, o qual, apenas viu luz, imediatamente meteu na cabeça um chapéu que não era dele e desembestou pela porta fora, levando na mão convulsa um braço estroncado ao canapé da sala. Todos os outros, esquecendo-se dos rasgões do fato, do sangue que lhes escorria dos beiços e dos galos que lhes fumegavam na testa, correram de sobressalto à sala oposta”. Enter.
Manoel se contorcia na cama em gargalhadas, que primeiro levaram sua Maria, que estudava apostilas deitada a seu lado, a rir junto, mas que logo a assustaram, pois parecia que Manoel ia ter um troço de tanto rir beirando os urros e gemidos, o rosto banhado em lágrimas. E assim Manoel fez seu début na obra de Ramalho Ortigão, antes tarde do que nunca. E uma alegria nova passou a lhe visitar: mergulhou na obra de Camilo, lendo “A Doida do Candal”, e Eça lhe envolveu em alegria com “Os Maias”, obra que ele começara a ler mas deixara de lado há mais de trinta anos. Enter final.
E viva Portugal, que, mostrando que os brasileiros estão a cada dia mais burros, descriminalizou a maconha, entrando em nova fase histórica depois de décadas e décadas de primitivismo sádico no que alinhava simples consumidores de uma erva fora das estatísticas de homicídio (o álcool está presente em mais de 75% dos homicídios culposos e dolosos) a assassinos e bandidos de toda sorte. Civilização é isso... Acorda, Brasil!! Siga o exemplo da Terrinha! E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!

ATENÇÃO: ESTAMOS HÁ 541 DIAS INCONSTITUCIONALISSIMAMENTE SOB CENSURA BAIXADA PELO JUIZ NELSON MARQUES DA SILVA, DE ALFENAS, EM LIMINAR DATADA DE 11/O4/08. INTERPUSEMOS RECURSO JUNTO AO STF E A CENSURA FOI MANTIDA POR SIMPLEMENTE NINGUÉM MENOS QUE O SR JUIZ MINISTRO GILMAR MENDES. A CENSURA SE DEVE AO FATO DE O AUTOR DOS TEXTOS NESTE BLOG ESTAR COM A TRIBUNA DA CÂMARA MUNICIPAL RESERVADA NO DIA 14/04/08 PARA SER APRESENTADA DENÚNCIA DE CORRUPÇÃO ENVOLVENDO O JUDICIÁRIO, O EXECUTIVO E O LEGISTATIVO DE ALFENAS, PARTICIPANDO AINDA O MINISTÉRIO PÚBLICO DA MARACUTAIA, NO QUE O PROMOTOR SE ESQUIVOU DE ABRIR INQUÉRITO CIVIL PÚBLICO DIZENDO-SE "SUSPEITO"!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Manoel e o auto-exílio nas Bagas

Frederico Mendonça de Oliveira

Auto-exílio é algo raríssimo nesses dias porcos marcados pela lei da conveniência. A Humanidade toda está coisificada, ávida, carente e tentando saciar isso através de comprar, e pululam compradores desde as faraônicas lojas do tipo Daslu até as míseras bibocas de R$1, 99. Vale de cara contar uma piada: uma mulher chega para o marido, que lê seu jornal. São riquíssimos. Ela diz que está deprimida. Ele, sem tirar as fuças de trás do jornal, sugere que ela vá comprar uma nova jóia. Ela recusa, dizendo não aguentar mais tanta jóia. Ele, enfiado no jornal, então sugere que ela troque a BMW esporte por uma Ferrari; ela argumenta que a BMW não tem ainda 50 km rodados. Ele, impassível, cara dentro do jornal, sugere que ela passe um tempo na Europa, mas ela responde que está farta de europeus estúpidos e sem graça. Ele então passa a página e pergunta o que ela verdadeiramente quer. Ela responde: “O divórcio”. Aí ele fecha o jornal e exclama: “Puta merda, não pensei que teria de gastar tanto!”, Sugestivo: a macacada de qualquer classe anda se compensando no comprar (a mulher da piada quer mais...). Já os que negam esses valores, por verem nesse contexto a materialização de um deserto em torno de si, se desincompatibilizam disso criando uma espécie de reclusão preventiva e saneadora, que os livre de presenciar e viver esse cenário deprimente e depravado: o capitalismo selvagem e seus escravos do comprar. E esse auto-exílio não é paraíso, tem seus percalços. Vamos a eles. Enter.
Cansado de viver entre músicos estúpidos e calhordas que “pensam” como jogadores de futebol e tocam com as pernas, o amigo de Manoel veio para estas montanhas, no Arraial das Bagas, atrás de paz e da aventura maior de sua vida: a busca de si mesmo. Não mais isso de acompanhar estrelas da canção multinacional travestida em música popular brasileira, de aturar idiotas ocos e presunçosos, de conviver com traidores cínicos, com pulhas golpistas, com patifes assumidamente sem ética. Basta de tocar musiquetas, mesmo que belas, para “pratéias” de basbaques balançando braços e acendendo isqueiros bic, coisa que hoje virou sessões demoníacas de multidões de humanóides de sexo femninino gritando como macacas histéricas diante de duplas caipiróides cantando miséria sonora a duas vozes. E para não correr o risco de ter de , por necessidades, recair na atividade de acompanhar esses humanóides chapeludos, botinudos e fiveludos, o amigo de Manoel meteu-se nestas montanhas, embora sabendo ser uma comunidade repleta de bugres toscos e até perigosos em sua rusticidade e ignorância de bestas feras “sociáveis”. De resto, no miolo da canção brasileira que ostenta Simones, Betânias e Djavans, ele não encontrou senão gente mais perigosa ainda, porque gente com vícios de poder e grandeza. Portanto, às montanhas. Na verdade, havia filho pequeno e a necessidade de salvar um casamento, e as montanhas oferecem menos risco. Resultado: o cara não salvou o casamento, os filhos aderiram estupidamente à ilusão da canção multinacional, tornaram-se resistentes a cultura e a diálogo, tornaram-se, enfim, aquilo que ele lutou por mais de 20 anos para que não fossem. Enter.
Bela derrota. Pode ser, mas tem beleza. A beleza do cara que renuncia ao ambiente de traição nacional porque a entende como fato; a beleza de conseguir sentir não a pontinha de algodão no manto de seda de que falou Machado, mas o irrespirável fedor de carniça emanando do banquete dos traidores, coisa que lhe causou uma náusea irreversível. Quanto à vitória dos que cagam na ética e para a ética, não passa de uma imunda vitória de Pirro. E o fato de os filhos deste homem destemido se terem deixado dominar e cooptar pelo modelo de parte da família, verdadeiramente uma famiglia, em que abundam abertamente o golpismo e a trapaça como sendo a normalidade, e em que a ética é considerada coisa de otários, para ele não passa de uma confirmação gritante de que os maus avançam porque os bons se omitem. E os filhos viraram peças da engrenagem torpe, completamente iludidos por tolas fantasias de grandeza e completamente equivocados com base na ação coercitiva de um fascínio do tipo “os olhos da cobra verde”, irresistíveis. E os anos vão passando, e nada de acontecer o que eles sonham, e o pai, amigo do Manoel, agora lava as mãos depois de sofrer até injúrias e desprezo dos filhos, que chegaram a rejeitar publicamente o nome paterno. E acabaram virando uns “filhos de Francisco”, pífio troféu dessa vitória pírrica. Enter.
O amigo de Manoel confidenciou a este passagens hediondas vividas nessa roda, e os espectadores, aboletados em assentos que comprimem hemorróidas e partes sexuais viciadas ou mal usadas e/ou lavadas, babam sorvendo a luta, combate de um homem assumido e consciente contra um bando de fariseus chulos, e o sadismo de ver o possível massacre embala esses espíritos de caráter atroz. Mas o amigo, não podendo se esquivar ao enfrentamento definidor de postura moral, que não admite qualquer acordo, está mais decidido e mais afiado em sua sanha saneadora do que nunca. Os aliados e/ou cooptados desse bando ficam todos sobre o muro, segundo eles mesmos, mas estão é do lado mais forte, por deformidade de índole, sem qualquer pejo. A conveniência os conduz para o que eles classificam de lado mais forte e mais cômodo. Enter final.
Pobres catrumanos! Não vêem que o lado mais forte é sempre o lado do bem!! E vão emporcalhando suas vidas com aderir à causa da covardia e da discriminação, vão se associando a crimes, e ainda tecem “reflexões”. O pior de tudo, entretanto, é ver que os pivôs dessa guerra, os filhos do amigo, estão seguramente para sempre arrebentados. Não há mais tempo de se salvarem do inferno que assumiram como sendo um céu. Auto-exílio não salva pecadores... E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Manoel, Belchior e Vanusa (e “Madonna”)

Frederico Mendonça de Oliveira

Completamente abestalhado com tanta podridão, loucura e descalabro no Brasil, Manoel toma conhecimento do sumiço do Belchior, amigo do peito há quase 40 anos. “Que diabo é isto??”, comenta Manoel com sua amada Maria, que, não conhecendo o artista como Manoel, considerou possível alguma loucura ter levado o cantor ao sumiço. Manoel argumentou de cadeira: ”Pois saiba, minha linda, que o Belchior é homem de qualidade e fibra, e nada do que lhe atribuem nessa mídia porca do Império coadunaria com a conduta dele, homem digno e grandioso, senhor de si e de suas ações, uma exceção em meio a essa plévia de intérpretes de canção a serviço de interesses pessoais de glória e grandeza e dos interesses das multinacionais do disco!”. E nosso herói tratou de entrar em contato com seus amigos e pessoas ligadas a Belchior conhecidas de muito tempo, e ninguém dizia nada de concreto. Até com o pessoal radicado na Ibéria Manoel falou, e nada. Conversando com o amigo músico guitarrista de que falamos lembrando o show em homenagem ao Raul, Manoel ficou sabendo que havia mutreta nisso, embora o músico achasse realmente atípico o sumiço, a ser verdade o fato, claro. Mas os dois convieram em que Belchior pudesse estar simplesmente enojado de tudo nesse país de miséria, desgraça e malignidade explícitas. E as notícias e especulações não paravam, chegando a alimentar a fogueira que faz Globo e Record abrirem luta pela audiência de forma aberta, envolvendo o público na disputa, com evidentes lucros para ambas no que expuseram ao público o embate: “De acordo com informações da coluna (Outro Canal), os executivos (da Record) entendem que a notícia foi um ‘artifício’ da Globo para evitar derrotas no ibope para ‘A Fazenda’ e para a estreia de Gugu. Ainda segundo a Outro Canal, a Globo sustenta o sumiço de Belchior, afirmando que a produção do ‘Fantástico’ ouviu mais de 60 pessoas ligadas ao cantor para os quais Belchior não dava notícias há mais de um ano e meio”. E ia assim a história quando Belchior sem qualquer problema fez contato e brecou as mirabolâncias, mostrando que é dono no próprio nariz, desapegado de glória e grandezas, e todo o circo armado desabou fácil. Enter.
“Entendeste, Maria? É o que eu lhe disse: o cara é sabedor de si!”, comentou Manoel com sua amada, que está mais que ciente de os dois serem tampa e caldeirão. E a novela Belchior acabou sem gran finale, mas certamente o cachê do cantor vai subir bastante quando (se) ele voltar a fazer shows no Brasil. “Se ele premeditou isso, terá sido de forma serena e inteligente, deixando apenas que a macacada sem rabo se desse conta do ‘desaparecimento’ de forma a criar tremenda expectativa e potencializar o valor do cachê, seguramente depreciado nestes dias de miséria musical. Se estava de todo desigual, havia que desempatar, porra!, e Belchior não é nenhum Daniel ou Leonardo, é homem culto como poucos nesse cu de país com 50 milhões de miseráveis e ‘governado’ por uma horda de monstros degenerados”. E ainda põem a Vanusa pra cantar “hino nacional”... Pois enter.
Vanusa era conhecida como uma das “musas” da jovem guarda (perdoem as minúsculas...) e como ex do Antônio Marcos, um maluco de primeira, dos poucos entre os que na “música” brasileira se mataram com bagulhos vários (Tim Maia, Raul, Sérgio Sampaio, Cássia Eller e alguns outros menos votados). Ela está no sétimo casório; os seis anteriores, segundo ela mesma, foram recheados de porrada, ela também dando, não escapando nem o pai, que ela cobriu de pau talvez para revidar o remoto dia em que ele disse que a irmã dela nasceu pra ser mãe e esposa, e ela para ser puta. Tudo isso está num depoimento dela no Google. Mas voltemos à reaparição gloriosa da cantora, que aconteceu paralelamente ao auê envolvendo o sumiço do Belchior. Trata-se de uma sessão de loucura musical admirável, e o paralelismo da reaparição dela com o sumiço do Belchior encontra também uma confirmação interessante no Google, pois tem lá um vídeo dela cantando Paralelas, bela canção do Belchior. Que viagem!... Nestes dias de Gilmar Mendes, Sarney, Palocci, magistrados aloprados rasgando lei a torto e a direito e perseguindo quem os denuncia, que hino poderia ser cantado para esse puteiro em que transformaram o Brasil? Fantástico a Vanusa ser contratada para cantar um treco surrealista desde sua “invenção” e mais surrealista ainda nesses dias de miséria e horror, porque nada mais faz sentido em relação a nada... Enter.
Vejam bem: o que se encontra de palavreado barroco no sempre absurdo e inviável “hino nacional” nada tem a ver com o que, digamos, vivemos – no passado e no presente. Entre outras bazófias, falam de o Brasil ser “florão da América”. Que florão? Somos quase todo o continente em território e, por outro lado, a vergonha da América do Sul, hoje até agigantada por Chávez, Morales e seus povos. Somos é merda nenhuma, somos é um chiqueiro e uma bicheira imunda! Portanto, Vanusa acabou por mostrar que cantar hino para nação inexistente faz sentido nenhum, e inventou uma outra coisa. E vai faturar com essa, porque chamou a atenção de todos. “Só podemos garantir é que não vai posar nua pra Playboys da vida...”, considera Manoel sorrindo lá consigo. Enter final.
E tem a ordinária Madonna, sempre de pernas abertas onde quer que apareça, uma imbecil ignorante que parece pensar com as coxas e a bunda mirrada, como que impondo a todos pensar no que conclui essa geografia obscena que ela insiste em empurrar goela abaixo do mundo. Pois a criatura se diz Madonna, nome da Virgem Maria. Só não sabemos o nome verdadeiro da tipinha, mas isso fica pra outra. Por agora, viva Belchior!, valeu, Vanusa!, xô Madona, que quase desmaiou no palco, e deveria mesmo é se estabacar de vez. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!.