sábado, 31 de dezembro de 2011

2011, 2012 e suas excelências

Frederico Mendonça de Oliveira

Não posso encerrar 2011, ano emblemar, sem uma referência à última que saiu, neste 30/12 em que já acendemos churrasqueiras e preparamos fogos para amanhã. E devemos parabenizar a digníssima e admirável ministra Eliana Calmon, que deu aos brasileiros honestos um grande alento ao tirar o CNJ da letargia e enfocar o Judiciário de forma a tirá-lo do abismo em que mergulhou. O Judiciário brasileiro poderia ser comparado a uma lesma abjeta. Todos os advogados vêm reclamando da inconsistência da Justiça, e só ávidos carreiristas sem qualquer objetivo que não o de subir na vida, não importando meios para chegar a seus fins, calam diante do descalabro e da deformação que hoje imperam soltos no Terceiro Poder. Se Deus não intervier duramente nisso, embora já nos tenha enviado Eliana Calmon com sua ainda tímida iniciativa, estaremos entrando em colapso institucional irreversível, sendo previsível até convulsão popular, por simples ação dos quatro elementos. Enter.
Talvez esteja na ameaça dessa possível convulsão o motivo para a criação do maligno e imundo “estatuto do desarmamento”. Ao qual aderiram suas excelências. Um povo desarmado não poderá levar perigo real protagonizando um levante ou uma sublevação. Embora se saiba que isso ocorreria apenas se sob a ação de certas minorias enrustidas, hoje sabemos que a internet é um poderoso – e para “eles” perigoso – instrumento de mobilização. Mas eles apostam na apatia, no marasmo provocado pela TV, sabem que os jovens estão acéfalos e viraram em sua maioria humanóides, andróides, e que a merda é tanta que ninguém tem mais tempo para protestar. Vá, eles não são tapados, embora sejam burros no que agridem bestialmente o princípio cósmico das proporções. Mas vamos a fatos que seriam admissíveis unicamente numa Uganda de Idi Amin Dada. Enter.
Suas excelências embolsam agora outra benesse inexplicável nesse país sem porquês. Vejam só: http://joaoesocorro.wordpress.com/2011/12/31/uniao-paga-bilhoes-por-auxilio-moradia-retroativo-de-magistrados/ Você já leu? Pois não é uma gracinha? Fique tranquilo, tem mais: http://www.dignow.org/post/ju%C3%ADzes-recebem-benef%C3%ADcio-por-anos-em-que-eram-advogados-3489102-56378.html . E assim vai nosso Judiciário, e você coça a grenha considerando nossa impotência diante da orgia escancarada que se instalou no poder. E que, pensávamos, não atingiria aqueles tão severos e austeros senhores de togas negras sempre aboletados naquele plenário de que pende, de sua parede principal, um Cristo Crucificado – onde deveria estar a imagem de Baphomet... e a coisa começou a feder feio, e a ministra Eliana Calmon puxou o gatilho, e as togas andam se agitando mais que a batina de padre Marcelo dançando o axé do Senhor. E agora a OAB não teve jeito de ficar de fora na quebradeira, e já perguntam aqui e alhures se estariam “Juízes acima da lei ou fora da lei?”, rolando um texto brabo: “OAB diz que novos benefícios de juízes são ilegais – Débora Zampier, repórter da Agência Brasil Brasília – A Ordem dos Advogados do Brasil afirmou hoje, por meio de nota, que os novos benefícios concedidos a juízes pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) são ilegais. Ontem (21), o Conselho aprovou resolução que garante direitos como licença remunerada para estudo no exterior e auxílio-alimentação aos juízes. A OAB disse que os benefícios só poderiam ter sido criados por lei”. Bem, e durma-se com um barulho desses. Mas todos temos que dormir. E como suas excelências estão no andar de cima, inacessível para os pobres mortais, fica tudo como dantes no quartel de Abrantes. Enter.
E acaba que o bicho pega justamente no mais essencial. A juízes não poderia ser concedido nada além de um salário justo e condições decentes de moradia quando exercendo funções em cidades que não as de origem. E eles mesmos deveriam zelar por uma conduta espartana dentro do contexto social. Jamais se admite que tenham negócios fora do exercício da magistratura. Pois existe até juiz acusado de agiotagem! Qualquer benefício é janela para o desvio de atribuições e aceno para o relaxamento do rigor fundamental exigido pela condição do magistrado, seja um juizeco de aldeota, seja o presidente do Supremo. Benesses são precedentes, e basta abrir um deles para que se possa escancarar a bocarra da corrupção e seja impossível conter a bola de neve. Os próprios juízes deveriam se negar a aceitar qualquer benefício, e deveriam vetar todos os aumentos abusivos dos parlamentares corruptos: tudo isso deveria passar pelas mãos do STF. Mas se suas excelências até brandem o direito de isonomia para com congressistas... está tudo perdido. E a pergunta se avoluma e não quer calar: estarão suas excelências acima ou fora da lei? Chegamos a um ponto de nossa História em que algo terá de ocorrer, seja por mãos humanas ou divinas, para que o tumor não acabe explodindo sobre todos nós. Enter.
Você vive de seu suor, eu também. Não sei o que seja benefício nesta vida, só conheço as palavras de Kant, que me iluminam a alma: “Não há nada mais grandioso que o céu estrelado sobre nós e a lei moral dentro de nós”. Parece que suas excelências não leram Kant senão por obrigação curricular, e não duvido nada quanto a serem, todos – com as exceções de praxe –, uns iletrados de carteirinha sempre renovada. Enter final.
Bem, você deve estar sentindo o mesmo que eu, que tudo está perdido. Mas Deus sabe o que faz. Suas excelências sabem da lei de ação e reação: assim como fizerem, outros virão e farão com eles. Pode ser até em outra vida... mas é a Lei! Como disse a Blavatsky: “Não tenhas nojo de tocar a capa de um mendigo, porque na outra vida ela poderá estar sobre teus ombros”. E viva Santo Expedito! Oremos. Até 2012, queridíssimos!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Farras com dinheiro público prosseguem em 2012?

Frederico Mendonça de Oliveira

Você deverá até achar que reclamo de barriga cheia. Afinal, se sou contra farras com dinheiro público, que eu fique na minha. Poderia reclamar se estivesse morando sob uma ponte – embora no arraial que hoje me escondo não existam pontes para alguém “habitar” sob – por causa dos que destroçam nossas instituições. Mas estou bem abrigado, confortavelmente instalado num bairro de classe mé(r)dia que mais e mais se assemelha a um canil, seja pelo número absurdo de cães, seja pelas cachorradas que moradores praticam direto e reto. Mas existe um problema: sou contra farras com dinheiro PÚBLICO, porque esse dinheiro não é desses moleques, é DE NÓS TODOS, ô meu! Se você quer sua vidinha quietinha com o que deixam chegar às suas mãos, ok. O diabo é que o bolsão de miséria está aí, atinge milhões de brasileiros, e, por exemplo, suas excelências nadam de braçada recebendo até adicionais pelo tempo que trabalharam como advogados antes de envergar as tão desacreditadas togas... Morô? Ou, melhor: quer ver? Então abra o link a seguir e pasme: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1027475-juizes-recebem-beneficio-por-anos-em-que-eram-advogados.shtml. Mas tem muito mais, muito mais. A corrupção e a impunidade são irmãs gêmeas siamesas, xifópagas, uma depende da outra em tudo. E chegamos ao auge dessa manifestação em nossa triste História: o poder necessita da corrupção para se manter no poder. Nojento, isso, mas é o que vemos no Executivo, Legislativo e Judiciário. Enter.
Veja você que inversão perversa: no passado, a figura do juiz era exemplo de probidade e de inatacabilidade em todos os sentidos. Essa visão foi funda e duramente arranhada quando o juiz Stanislaw Santos Neto, depois conhecido por Lalau, foi flagrado levando milhõõõõões da verba de construção do TJ-SP. De lá para cá a turma veio se tocando da vulnerabilidade da imagem do juiz, isso através de várias experiências pessoais e da consolidação pública da noção de falibilidade da Justiça: “Tarda, cara e falha”, eis os três adjetivos que viraram pecha, estigma para o poder de Têmis, a deusa grega da Justiça. Tobias Barreto, contemporâneo de Castro Alves, mostrou o que a nossa Justiça a fez virar: “Antes peituda e vendada; hoje, peitada e vendida”. É mole? Os próprios advogados falam a abertamente que a Justiça já era, que “hoje tudo se pode fazer, e nada acontece”. Ou seja: não há mais previsão para o que vá sair da cabeça de um juiz, e o que vemos é que a “punição” para os togados corruptos é a aposentadoria plena de benefícios, não a cadeia. E um prefeito de aldeia interiorana, comentando sobre não valer a pena peitar o juiz da comarca pelos desmandos deste, disparou: “Juiz não acha que é Deus: tem certeza”. O mesmo disse a agente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) Luciana Silva Tamburini quando se pegou com o juiz João Carlos de Souza Correia, parado em blitz sem habilitação, documentos e sem placas em sua deslumbrante Land Rover. E não custa ver os links http://ricardo-gama.blogspot.com/2011/03/juiz-joao-carlos-de-souza-correa-de.html e http://ricardo-gama.blogspot.com/2011/02/juiz-joao-carlos-de-souza-que-deu-voz.html, em que o blogueiro Ricardo Gama dá notícias sobre essa excelência aloprada por delírio de poder. Tem até foto da criatura, tirada na delegacia. Mas tem mais, muito mais. Enter.
Recebi de um amigo advogado um artigo de um certo Marco Antônio Villas, que nos revela onde fomos parar em termos de descalabro, escândalo com dinheiro público e surrealismo no Judiciário: http://www.imil.org.br/artigos/triste-judiciario/. Bem que os Sarney andam de beijos, abraços e blandícias com suas excelências, especialmente a turma do STF, dizendo até publicamente, sobre o ministro Eros Grau, por exemplo, que “Essa toga é nossa!”. Se você quer saber de coisas do baú, não faltam livros, e indico de cara Honoráveis Bandidos, do Palmério Dória, sobre “o Brasil na era Sarney”. Saiu também A Privataria Tucana, de arrepiar. Nesses e em outros livros aflora o papel do Judiciário como poder agregado não ao Executivo, mas à perdição do Executivo. Enter final.
O apagar das luzes de 2011 vai chocante. Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowsky brecando a ação do CNJ, que anda checando o vidão de suas excelências; o Supremo permitindo que Jáder Barbalho, notório ficha suja, reassuma cadeira no Senado – e depois da cerimônia, o filho do “senador”, durante a coletiva posterior à “posse” do notório bandido, protagonizou um espetáculo de caretas, seguramente encomendado pelo pai para cuspir na cara do povo brasileiro trabalhador; a declaração, aliás comprometida, do excelentíssimo ministro Lewandowsky de que os mensaleiros estarão livres de sentenças por prescrição dos processos ou por aí – aliás, estes processos passaram anos sob a asa do ministro Joaquim Barbosa, por sinal um togado que não é juiz concursado – e outros bichos; a lei 12.562, de 23 de dezembro, aprovada agora pelo Congresso e sancionada pela presidente Dilma Roussef, e publicada na primeira página do Diário Oficial do dia 26, nesta semana, portanto. E tem mais: acesse www.tribunadainternet.com.br e mantenha-se inteirado de todas as loucuras que viajam pelo Brasil como balas perdidas viajam pelo Rio. Vem 2012. Você bota fé em alguma mudança? Você acredita que suas excelências subirão em suas divinas tamancas para renunciar publicamente, a bem de suas reputações e da reputação já enxovalhada do Judiciário, aos benefícios monumentais de que desfrutam? E que o Judiciário seja objeto de profunda faxina moralizadora de condutas e ganhos? Pois eu não. Mesmo assim, desejo a todos um ano de realizações mesmo contra a correnteza de miséria que nos assola. Feliz Ano Novo! E viva Santo Expedito! Oremos. Té pro ano, sô!
Ah!, você sabe: estamos censurados desde 11/04/08. São 2225dias sob abjeta mordaça. E repetimos as palavras do ministro Carlos Aires de Brito: “NÃO HÁ NO BRASIL NORMA OU LEI QUE CHANCELE PODER DE CENSURA À MAGISTRATURA”.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal nesta pátria extinta!

Frederico Mendonça de Oliveira

Sob o tendepá institucional que agora alcança e balança o Judiciário, depois de vermos transformados Executivo e Legislativo numa farra orgíaca de assustar os espíritos que sucumbiram em Sodoma e Gomorra – mas sem nenhum Vesúvio ameaçando queimar sob suas lavas as bacantes engravatadas –, chega o Natal. Você deve estar com sua arvorezinha piscando tecnológica, até enfeitando a casa por hábito, movimento inercial, coisa assim. Mas você deve estar sentido algo estranho no ar. Talvez porque suas excelências togadas andam às turras com a ameaça de terem suas contas pesquisadas... coisa que vai contra o já calcificado fato de que estas “divindades” se acham acima dos pobres mortais. Entrou Eliana Calmon nessa coisa torta e foi como entrar a raposa no galinheiro. Algumas cacatuas de toga negra do Supremo baixaram o topete por momentos no que começaram a ouvir o zumbir das setas lançadas do Conselho Nacional de Justiça. E assim o Cristo parece dar sinais de vitalidade nesse espaço soturno e desandado, da parede do qual pende o mártir maior dos que movem ódio contra a Humanidade. Na verdade, o Criso ali é um adereço desprovido de qualquer valor, nem mesmo simbólico. É apenas um adereço remetento a nosso passado, aos tempos que antecederam a rede Globo, quando o Natal era uma data cristã e religiosa – não a orgia comercial e estúpida em que a transformaram, restituindo aos fariseus e vendilhões do templo.a primazia sobre a casa de Deus. Enter.
A voz empostada e carregada de empáfia do excelentíssimo senhor ministro Marco Aurélio Mello ainda ecoa pelos corredores de um Supremo de supremacia hoje duvidosa. Ele brecou as investigações sobre a casa e seus pares, sendo sucedido pela figura de fisionomia abissal Ricardo Lewandowsky na sanha de calar a voz que os interroga sobre seus vidões e suas estratosféricas posições como membros daquela “corte”. Tem ainda o Peluso, patético, pulando na chapa quente sob o avanço das pesquisas – ainda bem – do Conselho sobre boladas que caem nas mãos de nossos divinizados magistrados. Inclusive na dele, na do Ricardão e de outros lá. Expliquem-se, excelências... Pelo menos sente-se um fedor de gás sulfídrico em meio à festa das togas das quais se destacam as que servem a Sarney e caterva. O Natal no STF em recesso, com a sala de audiências fechada e escura, poderá mostrar uma inesperada luz: o Cristo dependurado naquela parede fria acenderá à meia-noite, desinfetando aquela sala sempre a serviço de outros ideais que não os da Justiça. Ou não teriam recolocado Jáder Barbalho no Senado; ou não teriam votado pelo impedimento de Jackson Lago e seu vice no Maranhão, para empossar Roseana e seu vice – inaceitável, porque o governador já estava diplomado junto com seu vice; cassado o governador, assumiria o vice. Nada feito: com os Sarney tem sempre treta grossa. Assim também ocorreu como o repulsivo ex-presidente, sempre senador e coronel do Maranhão desde que cresceram seus pelos pubianos: Tancredo não fora diplomado, morreu antes. Então o vice não poderia assumir. Mas assumiu. Coooooooomo????????? Bem, você sabe: é o Brasil. E a cada voto a favor do impedimento, ouviam-se gritos da família na mansão da Praia do Calhau: “Esta toga é nossa!”. Assim começava a festa da família quando Eros Grau deu seu voto pela cassação. De outros “correligionários” de Sarney nem vale falar, mas anote aí, você: Gilmar Mendes é um deles. Sabe quem é esse um? É aquele que levou uma espinafração de outro deles, Joaquim Barbosa, em plenário. Veja no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=mGuYhGoW8CI , pra ver que impropérios encaixam como luva em suas excelências. Mas o fato é que, se a Justiça está fazendo água e mostra que virou um caldeirão do Hulk, eis aí, justamente, um presente de Natal: Cristo nos permite ver por terra uma farra de DESRESPEITO TOTAL AOS TRABALHADORES DO BRASIL! Porque nada justifica o fato bizarro de magistrados alcançarem uma condição de casta estelar acima dos que carregam este desgraçado país nas costas e viverem a condição de deuses pagãos, alguns deles se locupletando enquanto – especialmente professores – trabalhadores se arrebentam pra construir um futuro que parece mais e mais remoto! Enter.
E o Natal vai morrento, soterrado por lixo. Você me pergunta: “que lixo?” Respondo: andar pelas ruas entre zumbis atônitos e bovinizados ouvindo no PA público a infame Simone cantando Noite Feliz em baianês, falando féliz, córação e outras merdas; ou ser assediado por vendedores estupidificados pelo sistema e pela estratégia de vendas ditada pelos demônios das associações comerciais e aturar “posso ajudar em alguma coisa?” ONDE QUER QUE PONHAMOS AS PATAS! Puta que pariu!!! E os imbecis ainda dizem, caso neguemos “ser ajudados” – ajudados é o cacete!!! – “fique à vontade”, quando já estávamos à vontade até a abordagem boçal dos miseráveis fantoches obrigados a isso. Onde está o Cristo? Basta irmos às ruas e veremos que Ele foi expulso daqui pelos vendilhões do templo! Na maioria das lojas toca a mais mórbida, miserável e sórdida “música” em caixas de som postas na porta. Se alguém reclama, os energúmenos dizem que é pra “chamar freguesia”. Pra que, bandidos? Pra dançar em frente à loja ou enquanto se compra? Safados, isso é a desordem pública trazida pelos monstros que tomaram suas almas para sempre! E vocês, ainda por cima, brigam pra ir pro inferno! Enter final.
Que o Cristo Salvador encontre algum coração permeável a Sua palavra. Que o amor, soterrado por tanto ódio e lixo, sobreviva, mesmo que oculto e proibido de ser manifestado. Que a paz esteja conosco. Em Cristo. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Você ainda acredita no Judiciário?

Frederico Mendonça de Oliveira

Você deve estar vendo, claro: uma avalanche de denúncias na imprensa, mesmo que amestrada e arrolhada, e blogs expõem aos olhos dos brasileiros dignos e trabalhadores rombos chocantes no edifício operacional do poder Judiciário. Brasileiros decentes aos milhões penam sob arbitrariedades praticadas justamente por aquilo que a ministra Eliana Calmon chamou de “bandidos de toga”, gente que se alçou à magistratura sem ter qualquer mínimo juízo de si e dos escrúpulos necessários para o exercício desta atividade. A verdade você sabe: suas excelências estão alçados à condição de seres acima do bem e do mal, e, se pilhados e condenados por crimes, tirando aquele “juiz Lalau”, Stanislaw das candongas, sofrerão apenas a “pena” de aposentadoria – que pena, hem, meu??? – só perdendo o dever de trabalhar. Tamanha deformação coloca a Justiça na berlinda. Seria justo que “bandidos de troga”, se constatados seus crimes, sejam beneficiados por uma aposentadoria – gordíssima, claro, e cheia de penduricalhos e benefícios – e a possibilidade de voltarem a trabalhar como advogados, como se cidadãos honestos fossem, e, não, criminosos notórios? Você deverá estar matutando: “Deveriam pegar é cana braba, com perda de TODOS OS PRIVILÉGIOS, inclusive o salário que não souberam honrar!”, pois maior deve ser a pena para os que conhecem a lei e a transgridem conscientemente, praticando ilegalidades e crimes – assim pensam os seres honestos e carentes da justiça real. Enter.
Criaram o Conselho Nacional de Justiça anos atrás, e isso virou esperança para melhorar um Judiciário já bem detonado. O escândalo do prédio do TRT/SP revelou a torpeza de um magistrado que abocanhou milhões com sua construção. Foi em cana, mas hoje... sei lá: não se tem notícia mais do pilantraço. O silêncio dele foi um dos elementos atenuantes para sua pena, pois o traidor FHC poderia ser atingido caso reveladas as ligações do juiz no caso do TRT/SP. Brasil, você sabe como é. Bem, não se souve cadê a grana desviada. Mas agora pipocam várias denúncias sobre patifarias cometidas por togados, e a Associação dos Magistrados do Brasil veio gritar contra a ação do CNJ – quando deveria endossá-la em tudo. O presidente da AMB, Nelson Calandra, acusou Eliana Calmon de “jogar para a mídia” e de “colocar a opinião pública contra aqueles que têm a missão de julgar”. Ora, dom Nelson, quem não deve não teme. E suas excelências devem tratar de julgar mais e enriquecer menos. Na verdade, deveriam ganhar o que ganham os professores e lamber as unhas! E deveriam trabalhar por devoção à causa da Justiça e viver discretamente, longe do mundo festivo do poder e sem extravagâncias de toda sorte, como vemos sendo reveladas pela imprensa. Tem juiz aí que anda dirigindo embriagado seu carrão e ameaçando, quando em bares sobe o teor etílico na cuca, seus companheiros de birirta de prisão “caso cruzem seu caminho”. Advogados amestrados referem-se ao tipo alegando ser ele “um juiz sem preconceito”. Gente séria diria que é “um juiz sem compostura”. Enter.
A AMB é autora da Ação Direta de Inconstitucionalidade que contesta a Resolução 135 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A regra trata da aplicação de procedimentos para investigar juízes suspeitos de cometer crimes. E a imprensa não para de revelar: “Um Natal decepcionante na estrebaria do Supremo Tribunal Federal, o baluarte da corrupção”; “Marco Aurélio Mello virou ministro do Supremo sem ter feito concurso para juiz”; “Ministro Lewandowski manda suspender ato de ‘devassa’ da Corregedoria do CNJ”; “Ministro do Supremo beneficiou a si próprio ao paralisar inspeção (‘O ministro do STF Ricardo Lewandowski está entre os magistrados do Tribunal de Justiça de São Paulo que receberam pagamentos que estavam sob investigação do CNJ, informa reportagem de Mônica Bergamo, publicada na Folha’)”, e tem mais: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1024489-peluso-que-recebeu-r-700-mil-do-tj-sp-defende-lewandowski.shtml. Tem ainda a coisa de distribuição de R$ 1 mi de uma só vez para 17 juízes paulistas, quando a grana seria distribuída para 353 e em parcelas. Você ainda acredita no Judiciário? Pois tem mais: a história de o Frei Beto – que escreveu o livro Calendário do Poder, em que revela essa passagem – receber de Lula, o Çilva I, a incumbência de “achar um negro para integrar o STF”. O “Frei” encontrou um belo dia um advogado afrodescendente num saguão de aeroporto e fez a proposta. O cara se retou, achou que era sacanagem. Pois “Frei” mostrou-lhe a credencial de assessor do Planalto, e hoje temos o ministro Joaquim Barbosa brilhando nas sessões daquela casa – que deveria tirar o crucifixo daquela parede e substiruir por outra imagem... O Barbosão, segundo denúncias, não é juiz concursado, portanto incapacitado para envergar a toga. Marco Aurélio Mello idem. Você ainda acredita no Judiciário? Você acha que o STF condena os mensaleiros? Você crê em um tribunal em que os juízes são nomeados pelo presidente da República? O advogado de um dos mensaleiros é simplesmente o ex-ministro da Justiça do Çilva I, Márcio Thomás Bastos, figura patética e ridícula que apareceu na TV dando marteladas abaitoladas num revólver tentando convencer você a votar SIM naquele plebiscito sobre venda de armas de fogo? Enter final.
Pois eu já tenho minhas brancas barbas de molho, meu. Desprezo a podrdão, não consigo conviver com o fedor do tetrametilenodiamina, da putrescina que, mesmo muito disfarçada pelos caríssimos perfumes franceses, emana do espírito dos profissionais da corrupção. E é voz geral: os que sabem da lei deveriam sofrer punições inclementes, de máximo rigor. Claro, se conhecem a lei e a transgridem, são criminosos premeditados! A turma toda quer vê-los duramente punidos se saírem do penico! Você brincaria com a verdade se estivesse nesse barco? Eu não! E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah!, você sabe: estamos censurados desde 11/04/08. São 2218 dias sob abjeta mordaça. E repetimos as palavras do ministro Carlos Aires de Brito: “NÃO HÁ NO BRASIL NORMA OU LEI QUE CHANCELE PODER DE CENSURA À MAGISTRATURA”.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Notas sobre o Brasil terminal

Frederico Mendonça de Oliveira

Você já deve ter recebido ou deve ter ouvido falarem a respeito. Rola na rede uma denúncia, não sabíamos se procedente, sobre o médico José Guilherme Vartanian, que estaria participando do tratamento do câncer que hoje Luís Inácio Lula da Silva, o Çilva I, que ocupou a cadeira presidencial durante oito anos, enfrenta. Esse médico teria matado a socos e pontapés, segundo a denúncia, um japa de nome Marcos Takashi Kawamoto, 20 anos, em dezembro de 1992 no bar Opera, em Londrina. E o médico, ainda segundo o que rola na rede, está aí todo tchan, dando entrevista à Globo News sobre como anda o tratamento a que se submete o patético Çilva I. O texto, que circula com grande intensidade e impacto na rede, termina falando que os semelhantes se atraem, sugerindo ser Lula um bandido envolvido com assassinatos – revolvendo coisas como as mortes de Toninho do PT e Celso Daniel, ambos mortos nos tempos de vertente ascencional da campanha de Çilva I. No caso Celso Daniel, foram eliminadas também várias testemunhas, mas ficou assim: normal. Olavo de Carvalho se refere a esse bizarro “filho do Brasil” como “a deformidade mental e moral encarnada”. Dê uma olhada no link em que o filósofo desanca o Çilva: (http://www.youtube.com/watch?v=rQpRgwETgPE). Bem, seria tudo isso procedente? Sim ou não, e fomos checar. É que a macacada brasilis anda tão emburrecida e abestalhada que para todos tudo parece normal. Quando um casal mata uma menina de cinco anos; quando uma moça mata a golpes de barra de ferro seus pais com a ajuda do namorado e do irmão deste, até parece que rola alguma comoção pública. Pois basta uma olhada um pouco mais atenta para verificar tratar-se de “comoção noticiosa”: o que ocorre é a notícia virar sucesso, não o fato em si causar horror. Então: o tal médico assassino é hoje conceituado oncologista e pontifica sobre o câncer de Çilva I pela tevê, desfrutando de posição privilegiada em sua vida profissional e pessoal. Um assassino frio e cruel que escapou de uma condenação por interferências de poderosos. Enter.
Não sei se você se lembra, se é que chegou a saber quem são Tomás Oliveira de Almeida, Max Rogério Alves, Eron Chaves Oliveira e Antônio Novely Cardoso Vilanova. Não precisa de Memoriol: são os assassinos do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos. Estariam presos? Então verifique. E não se surpreenda: são filhos de classe média alta brasiliense, e conseguiram todos os benefícios imagináveis quando da tramitação do processo e depois de lavrada a sentença. Quer ver? Pois tome: “Em agosto de 2004, foi concedido o livramento condicional aos quatro condenados. Esse benefício foi recepcionado pela opinião pública como um atestado do "caráter volúvel do Poder Judiciário frente à força político-econômica" e revoltou os familiares do índio assassinado. A mídia também noticiou a concessão do benefício, apesar de previsto em lei, como ‘certeza da impunidade’ para um crime considerado hediondo pela legislação brasileira“. E, pasme: já rolou na rede que os caras estão muito bem empregados em funções públicas, ganham muito bem – obrigado. E então? Que credibilidade pode ter a Justiça nesse território-puteiro se TODOS OS CASOS DIGNOS DE AÇÃO RIGOROSA DA MÁQUINA JUDICIAL CAEM NO VAZIO? Enter.
Sim, nosso descontentamento não é mais apenas sentimento, já independe de nós. Os advogados honestos dizem que a Justiça vive bem melhor quanto maior a criminalidade. Não se estranhe, portanto, que juízes pratiquem ilícitos a céu aberto e punam quem os denuncia. Estamos vivendo o tempo em que o crime compensa. Lembra do mensalão? O ministro Ricardo Levandowsky, do Supremo, já encarta prescrição para os envolvidos. E Folha/UOL pergunta: “O sr. acha que se corre o risco, inclusive com o passar do tempo, e depois eles podem recorrer, que essas penas para muitos ali sejam inclusive prescritas?”, e responde o ministro: “Sem dúvida nenhuma. Com relação a alguns crimes não há dúvida nenhuma que poderá ocorrer a prescrição”. Uma belezura, não? Tem mais delícia pr’ocê: “Folha/UOL: O sr. acha que corre o risco, inclusive com o passar do tempo, e depois eles podem recorrer, que essas penas para muitos ali sejam inclusive prescritas?”, e o ministro dispara: “Sem dúvida nenhuma. Com relação a alguns crimes não há dúvida nenhuma que poderá ocorrer a prescrição”. Bem, podemos dormir em paz: os lindos criminosos serão inocentados. Você pode cometer o crime que quiser: se tiver grana e posição, “esteje” tranquilo. E tem mais! Enter.
Nas montanhas do sul de Minas ocorreu um atropelamento de que foi vítima fatal uma mulher, mãe de dois filhos, que ia à casa da sogra resolver coisas de fim de semana num sábado pela manhã. O atropelador estava embriagado e não era habilitado. A vítima morreu na hora. Todo o bairro viu. Pois o matador foi levado ao hospital com fratura num braço, recebeu atendimento e saiu depois sem qualquer problema, como se nada tivesse acontecido. A polícia disse ao viúvo, em posterior encontro para resolver o caso, que “não pôde prender o sujeito porque não houve flagrante”. E nada foi feito. Nem vai ser, você sabe... Enfim, nem rico é preciso ser... Tá tudo calmo, devagar, quase parando... inclusive o curso e os prazos da Justiça. Tudo calmo, devagar, quase parando... Enter final.
A já prevista prescrição para os bandidos do mensalão foi manchete/bomba na Folha. E o ficha suja Jader Barbalho, aquele moleque profissional consagrado, volta, por decisão do mesmo STF, a ocupar cadeira no Senado. Junto com o senador que pediu sua prisão tempos atrás. É a consagração da orgia da corrupção e da falência do Judiciário. E Carlos Chagas confirma isso. Leia: http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=27859 E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah!, você sabe: estamos censurados desde 11/04/08. São 2211 dias sob abjeta mordaça. E repetimos as palavras do ministro Carlos Aires de Brito: “NÃO HÁ NO BRASIL NORMA OU LEI QUE CHANCELE PODER DE CENSURA À MAGISTRATURA”.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Equilibrando a perereca

Frederico Mendonça de Oliveira

Você não sabe, mas eu descobri. Deu na Folha: Dilma Roussef acompanha a escatológica Fina Estampa. Dá pra ficarmos abestalhados, porque uma dirigente de um país, pessoa que dispõe de coisas do baú para se aperfeiçoar, joga no lixo seu tempo e sua qualidade/condição pra ficar diante da fauna global e dos enredos estrambóticos, coprológicos, de novelas das oito. Será que a tortura a fez esquecer que a Globo estava envolvida com a repressão, se não estava co-protagonizando as sevícias que ela aturou? Será que Dilma confirma, agindo como age, que “O revolucionário de hoje é o reacionário de amanhã?” Saiba, presidenta, é estranhíssimo considerá-la contemplando Torlonis e quejandos, quando poderia estar curtindo boa literatura e arte de alto nível. Ou degustando, pagando decentemente, os grandes artistas que o Brasil oculta sob o entulho de montanhas de lixo com que a mídia soterra nossas vidas. Por que a senhora não chama ao Planalto regularmente artistas maravilhosos, como faziam os aristocratas do passado – que traziam ao palácio a fina flor de seus artistas para apresentações ao vivo e, em alguns casos não raros, patrocinavam-nos? O Império “não dêssa?” Pois saiba presidenta: a senhora joga horas preciosas no lixo plantando-se numa poltrona diante dessa matéria abjeta. Ou será que a senhora se identifica com a Tereza Cristina Velmont? .. Eu, hem! Enter.
A perereca anda bambeando na boca. Há que equilibrá-la. Mas normalmente é difícil. Quando a gente pensa que a perereca tá firme, vem uma notícia dessas: a presidenta vê novela global. E confirma em evento paulistano: “Quer discutir novela comigo? É claro que eu assisto novela, minha querida!”; e, segurando o rosto da colunista (???), completa: “Esqueceu que eu estive presa?”, e ela informa que no cárcere começou a se depreciar. Gozado: ela diz que assiste novela; como? Trabalhando no set, como iluminadora, continuista, câmera? Se não é isso, madame, tem preposição: “assisto A novela”. Podemos ver claramente que não só a presidenta, mas a esmagadora maioria dos que se aboletam no poder é composta de ignorantes. Dilma é uma iletrada. Se tivesse um mínimo verniz, teria vergonha de si ao se postar diante de uma novela global. Teria muito mais vergonha ainda de declarar publicamente esse desvio. O único ser dotado de algum preparo no Planalto é justamente o paradigma da corrupção e do banditismo, o que anula seus dotes literários – que não avalizo por não me permitir lê-lo: José Sarney. Arrrrrrrrrrgh! Enter.
Por essas e outras “eles” pegaram o Brizola: ele disse, publicamente: “Se eleito presidente, garanto: a primeira medida na primeira manhã de governo será tomar uma atitude contra esse grupo”, e ele se referia à Rede Globo e sua ação deformadora sobre o povo brasileiro e contra a história deste país. Pois Dona Dilma já se deu ao mais incrível dos micos: comparecer àquela plasta reles que é o Mais Você, e talvez tenha até trocado um lero com o repulsivo “louro josé” (desculpem, mas essa miséria torpe não merece maiúsculas). A distância entre o legítimo brasileiro Leonel Brizola e a atual ocupante da cadeira nº 1 neste lupanar é de anos luz... São completamente antípodas, aliás. Primeiro, Brizola era um estadista, enquanto Dilma é uma burocrata a serviço de outras forças – que nos mostraram ser algo mais perigoso que o câncer. Estranha, por sinal, a metáfora do câncer do Lula: depois de mentir por 25 anos, inverte o jogo e passa dois mandatos eructando asnices e transfomando nossos ouvidos em penicos e a política e a estrutura de poder num verdadeiro cagafum. Pois é justamente no gogó do cara que bate a sujeira... e lá está a Marisa, sempre parecendo de borracha... Enter.
Ninguém até hoje falou sobre Marisão, senão que ela não fala. Teria ficado muda por não poder chupar todos os drops da fábrica em que trabalhou, a Dulcora (“embrulhadinhos um a um”, lembra?). Pode. Mas... teria ela o que dizer a alguém, mesmo ao maridão? Ou será mais fácil ficar em seu mundo emborrachado, o sorriso patético parecendo de mulher inflável? Aliás, quem garante que ela não é inflável, e que Lula a desinfla depois das cerimônias bestas em que ela “aparece” sorrindo sardonicamente? Enter.
E tome lixo na imprensa, vide a estúpida coisa da saída da Fátima Bernardes do JN – aliás, nem questão é, mas uma titica mais que reles. Pois saiba, babe: está nas primeiras páginas dos jornalões que a dondoca foi tirada do ar pelo HD, a alta definição da imagem, última inovação tecnológica nisso. Começou mal, pois logo revelou que a carinha de santinha já apresenta perigalhos ou indícios de. E isso é contra a caradebundice global em telejornais. Gostou? Pois eu pergunto: “E NÓS COM ISSO, PÔ??? Eeeeeeeenter! Final, por sinal!
Fumaça no Judiciário: “O Conselho Nacional de Justiça informou em seu site que a Corregedoria Nacional realiza inspeções em diversos tribunais estaduais, trabalhistas, federais e militar para verificar movimentações financeiras atípicas de magistrados e servidores”. E mais essa: “Repórter da Folha revelou que a corregedoria iniciou uma devassa nos registros do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para investigar supostos pagamentos ilegais a magistrados e a eventual evolução patrimonial de desembargadores incompatível com suas rendas”. Mais ainda: “Um grupo formado por 17 integrantes da cúpula do Tribunal de Justiça de São Paulo que está sob investigação do CNJ pode ter recebido ilegalmente R$ 17 milhões dos cofres públicos em 2010, informa reportagem de Flávio Ferreira, publicada na Folha em 8/12”. E a inatacabilidade de suas excelências? Pau na máquina, CNJ! E viva Santo expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah!, você sabe: estamos censurados desde 11/04/08. São 2204 dias sob abjeta mordaça. E repetimos as palavras do ministro Carlos Aires de Brito: “NÃO HÁ NO BRASIL NORMA OU LEI QUE CHANCELE PODER DE CENSURA À MAGISTRATURA”.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Notícias indispensáveis para sua vida

Frederico Mendonça de Oliveira

Você hoje começa bem o seu dia: está na mídia, nas primeiras páginas de edições eletrônicas na Folha, no Estado de São Paulo e no Jornal do Brasil que Fátima Bernardes vai deixar o Jornal Nacional e passará a fazer programa pela manhã na “Grobo”. Puxa vida!, que coisa mais importante para o Brasil! Se você não soubesse dessa, como ficaria primeiro dia de dezembro, em que embarcamos no mês último desse 2011 tão merreca e explodindo de corrupção, bandalheira geral, porcariada, lixo? Bem, pelo menos seu primeirinho de dezembro está salvo. A partir de hoje, Fátima, a carinha de boazinha, arrumadinha, educadinha, burrinha, tudo inha, terá aparição matinal naquele antro que entra em sua casa pela telinha. Além da Ana Maria Brega, com aquela voz de fêmea de caramujo, agora vem a “inha”. Você está salvo. Está tudo salvo. E o William B(urr)onner vai ter todo dia a seu lado a Patrícia Poeta. Acaba virando anedota... mas você deverá rezar um terço agradecendo pela dádiva recebida hoje. Enter.
E tem, para seu engrandecimento, a notícia de que Lady Gaga não encontrou até hoje a realização. La Gaga disse que nunca se sentiu feliz com um homem, porque sua criatividade desencadeia inveja em seus companheiros. "Eu tenho esse efeito sobre as pessoas. Quando estou em um relacionamento em que eles também são criativos, tudo começa a mil maravilhas, mas depois eles me odeiam". Não estivesse ela tão distante e não fosse tão maluquete, oferecer-lhe-ia meus serviços. Ela acordaria, pode crer... até porque receberia muitíssimo mais do que os serviços corriqueiros: teria também seus olhos abertos para o que realmente vale enxergar nesta vida. Além dos tratos de lei, você me entende. E você sabe: trata-se de uma mula, que ainda não pôde sentir algo melhor do que prazer carnal ocasional e animalesco tendo entre as orelhas a titica a lhe preencher o espaço intracraniano. O mais interessante é que, quando vai ao banheiro aliviar suas tripas, o que sai delas não é nada cheiroso. Como o restante dos seres, deve produzir bonbons com aquele fotum conhecido desde sempre... Não disponha ela de um bom desodorante, quem a suceder no trono há de dizer: “É, é como qualquer mortal! Que fedença!” Enter.
E suas excelências de toga cruzam os divinos braços: R$ 26 mil é pouco, é preciso reajustar isso pela inflação acumulada há anos, claro. Tendo seus salários corroídos pela inflação em 22%, andam inquietos, inconsoláveis. E promovem um apagão jurídico, pois só no setor da Justiça do Trabalho terão de ser reagendadas mais de 20 mil audiências. “Talvez não obtenham o que desejam. E correm o risco de irritar a clientela. A paralisação levará ao cancelamento de milhares de audiências em todo país”, diz a reportagem da Folha, que prossegue: “O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro João Oreste Dalazen, disse nessa sexta-feira (25/11) que a greve de juízes trabalhistas é ‘injustificável’. Ele também sinalizou que o salário dos magistrados que aderirem ao movimento grevista pode ser cortado, a exemplo do que ficou decidido em relação ao corte do ponto dos servidores em greve”. A presidenta Dilma olhou feio para o apagão, considerando que o momento é pra lá de inoportuno, estando o governo às voltas com prioridades inadiáveis e urgências muito mais relevantes a atender. E a Folha acrescenta: “O problema é que o pedido de aumento do STF veio acompanhado de uma pauta que inclui aumento de 56% para os servidores do Judiciário. O Ministério do Planejamento foi à calculadora. Estimou que, levando-se em conta o efeito cascata, o tônico salarial da Justiça custaria ao Tesouro R$ 7,7 bilhões. A cifra corresponde a quase metade do que o governo espera destinar ao Bolsa Família em 2012. Dilma Rousseff torceu o nariz. E contrapôs as togas aos pobres”. Aliás, belo narizinho o dela... Que ela o mantenha empinado. Enter.
Bem, suas excelências conhecem muito bem a máquina, estão não por cima, mas muito acima da carne seca. Deveriam receber o que recebe um professor do nível fundamental, porque a estes cabe a tarefa sagrada de encaminhar os brasileiros do futuro. Suas excelências só dão pareceres, que nada pesam nos rumos do País, senão em situações muito especiais, normalmente atendendo a interesses altíssimos das elites dominantes ou, mal e tardiamente resolvendo – ou não –, pendências em que o clamor por justiça é uma questão crucial. A corrupção, por outro lado, chegou a plano estrutural, senão endêmico, e a Justiça convive com isso em total cordialidade. Basta ver a censura ao jornal Estado de São Paulo, com que o desembargador Dácio Vieira blindou o Fernandinho Sarney para que patifarias deste não fossem espalhadas pelo ventilador e respingos atingissem seus dele pares, causando estragos digamos desagradáveis para tais ilustríssimos “senhores”. “Sir”.Dácio, chegado do clã maranhense que você pode conhecer melhor lendo Honoráveis Bandidos, do Palmério Dória, aparece em “alto estilo” na festa de casamento da filha do calhordíssimo e patusquíssimo Agaciel Maia, sendo Sarney padrinho da noiva. Dê uma olhada em http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/o-doutor-em-censura-esqueceu-de-mandar-prender-a-foto/ e saboreie o artigo do Augusto Nunes, que nos mostra visão mais aprofundada e abrangente da farra que rola em Brasília e a respeito de que nada se pode fazer por agora ou por bons tempos adiante. Enter final.
Cézar Britto, presidente da OAB, dispara: "A liberdade de expressão dos meios de comunicação é uma obrigação que não pode ser frustrada por decisão judicial."; José Arthur Giannotti, filósofo, confirma: "Quando você tem juízes que estão tomando parte no festim de Brasília, eles entendem perfeitamente que precisam defender o festim." E ficamos por aqui. Você acredita em “justiça divina”? E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah!, você sabe: estamos censurados desde 11/04/08. São 2197 dias sob abjeta mordaça. E repetimos as palavras do ministro Carlos Aires de Brito: “NÃO HÁ NO BRASIL NORMA OU LEI QUE CHANCELE PODER DE CENSURA À MAGISTRATURA”.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Lula com câncer... e os Poderes também

Frederico Mendonça de Oliveira

Você há de convir comigo: alguém com um mínimo de lucidez acreditará num país em que José Sarney, “honorável bandido”, seja um cacique e que mande no Senado depois de anos e anos indigitado como corrupto notório e assumido? Ou, por outra: que a corrupção seja, como diz o advogado Antenor Batista, o quinto poder sobre nossas carcaças doídas de tanta bordoada? Se você responde: “Nãããão, claro que nãããão”, dá pra tocar o bonde. Mas o fato é que vivemos engolindo esses e tantos outros sapos amazônicos, daqueles dendrobatas peçonhentos que mandaram pro beleléu em 1986 o ambientalista Augusto Ruschi. Lembra dele? Andou até com o rosto em notas de quinhentos cruzeiros. Ambientalista rigoroso, Ruschi peitou o governador Élcio Álvares quando este tentou criar uma plantação de palmito devastando parte da Reserva Biológica de Santa Lúcia para favorecer amigos. Ruschi, responsável pela instituição, ameaçou o governador de morte. Isso ocorria nos anos Geisel, em 1977. Em plena ditadura militar um ambientalista trava um político do colarinho branco e ainda ganha efígie em nota de 500. Hoje estamos sem força e sem homens. Estamos no começo do inferno. E desçamos aos subterrâneos escusos do poder que nos esmaga e que se jacta de sua força e chafurda na corrupção. Enter.
Bem, você sabe que Lula começa a lutar contra o câncer de laringe. Muito já se falou sobre isso, inclusive que ele deveria se tratar pelo SUS. Você acha que um cara que chora num programa de TV por causa dos pobres e que depois vai para um restaurante beber vinhos de R$150 a garrafa, como foi noticiado na imprensa, vai agir diferente na hora de se valer de seus direitos de homem da mais alta elite neste “puteiro” de que falou Cazuza? E isso mostra apenas nossas grosseiras e gritantes contradições. Se é verdade o papo de o governo estar dando o tal auxílio-prisão, coisa de R$750 pra cada filho de presidiário, enquanto o ensino, do fundamental ao universitário, despenca sob perda de qualidade e com salários míseros, somos, como disse um leitor da Folha, um Titanic navegando em mar de lama e prestes a naufragar. É claro: a corrupção, hoje aceita por todos como o quinto poder, vai corroendo nossas instituições e valores – tanto materiais como sociais e morais – e não seleciona mais onde atacar. É estarrecedor verificar que o Judiciário esteja hoje na mira da imprensa combativa por causa dos escândalos envolvendo juízes em todos os níveis, desde enriquecimento ilícito através de venda de sentenças até ladroagem louca, vide o juiz Lalau, e conduta inaceitável incluindo abuso de autoridade, aplicação de censura a quem denuncia juízes de conduta inadmissível. Sem contar o maluquete do Rio que dá ordem de prisão a integrante de blitz que o parou e constatou estar ele sem documentação e estar o carro sem placa. Esse mesmo tipo mandou abrir o comércio de um navio atracado em Santos porque queria fazer compras. O comandante pisou na trouxa e não obedeceu a Sua Excelência. É isso: agora o Judiciário entra na dança da corrupção. Quer ver? Então enter.
Saiu na Folha: “Órgão do Conselho Nacional de Justiça amplia alcance de investigações contra acusados de vender sentenças. Corregedores têm apoio de órgãos federais para examinar declarações de bens e informações de contas bancárias. O principal órgão encarregado de fiscalizar o Poder Judiciário decidiu examinar com mais atenção o patrimônio pessoal de juízes acusados de vender sentenças e enriquecer ilicitamente.
A Corregedoria Nacional de Justiça, órgão ligado ao Conselho Nacional de Justiça, está fazendo um levantamento sigiloso sobre o patrimônio de 62 juízes atualmente sob investigação”. E aí entra o jogo de empurra, porque suas excelências são intocáveis a partir do próprio sistema político, e estão carregados de poderes especiais, que os tornam seres intangíveis pelas próprias leis que aplicam. Mas tem mais! “‘O aprofundamento das investigações pela corregedoria na esfera administrativa começou a gerar uma nova onda de inconformismo com a atuação do Conselho’, afirmou Eliana Calmon. Esse trabalho é feito com a colaboração da Polícia Federal, da Receita Federal, do Banco Central e do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que monitora movimentações financeiras atípicas. Os levantamentos têm sido conduzidos em sigilo e envolvem também parentes dos juízes e pessoas que podem ter atuado como laranjas para disfarçar a real extensão do patrimônio dos magistrados sob suspeita. Todo juiz é obrigado por lei a apresentar anualmente sua declaração de bens ao tribunal a que pertence, e os corregedores do CNJ solicitam cópias das declarações antes de realizar inspeções nos tribunais estaduais.” Mas... o melhor é não botar fé em qualquer consequência. O poder hoje está de tal forma corrompido em todas as suas instâncias e departamentos que o único vislumbre de mudança no horizonte é a ocorrência do colapso, pra ver no que dá. Assim os donos do mundo querem, assim o Império quer, assim será, você sabe. Enter final.
Bueno, agora sai essa: “A escolha de um novo ministro para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) deflagrou uma guerra de lobbies de partidários dos integrantes da lista tríplice levada à presidente Dilma Rousseff. O mais aberto parte do presidente do tribunal, ministro Ari Pargendler, que é cunhado de uma das candidatas, a desembargadora Suzana Camargo, al Regional Federal) da 3ª Região, com sede em São Paulo. A Folha procurou Pargendler e Suzana para se manifestarem sobre evidências de lobby do ministro em favor de sua cunhada, mas nenhum dos dois respondeu às perguntas até a publicação da notícia”. Eis aí. O câncer pegou Lula e todos os poderes da “República”. Só que para o câncer nos “quatro poderes” não há remédio... E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, babes!
Ah!, você sabe: estamos censurados desde 11/04/08. São 2190 dias sob abjeta mordaça. E repetimos as palavras do ministro Carlos Aires de Brito: “NÃO HÁ NO BRASIL NORMA OU LEI QUE CHANCELE PODER DE CENSURA À MAGISTRATURA”.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Rocinha, Brasília, o que invadir?

Frederico Mendonça de Oliveira

Você terá visto que tanques das Forças Armadas e o cacete invadiram a favela da Rocinha. Não sei como você reagiu, se com entusiasmo, descrédito, se com esperança de ser isso um passo rumo a peitar o banditismo e socorrer a legião de miseráveis pendurada nas encostas dos morros cariocas – e do desmantelamento do tráfico no Rio, se isso é pensável nesses dias incertos. Se você fez até um churra com os amigos pra festejar, não convém a leitura destas linhas. Se, ao contrário, você pensa como aquela mulher entrevistada pela “Grobo” e que criticou com palavras incisivas e serenas a invasão como coisa prejudicial, já que o poder instalado nos morros fornece suporte social – grana, benefícios, ajuda em tratamentos de saúde e até educação para a criançada – aos favelados, aí temos um dedo de prosa a bater. Você já viveu em morro ou em comunidade ligada a favela qualquer? Bem, eu já; e posso dizer que a realidade por lá é completamente diversa da que você poderia imaginar. E já podemos denunciar: essa invasão é patacoada: visa outros objetivos. E à população do asfalto se impõe mais essa empulhação, pra manter o poder inamovível dos Sarney e dos cartolas e barões de todos os estamentos de poder. Você deve intuir: a população favelada é cética para com essa pantomima, todos sabem que isso só vai piorar as coisas. Enter.
A sempre abjeta revista Veja – aquela que, ao contrário de Deus, escreve torto por linhas certas – estampou em foto de capa, quando da invasão pirotécnica do Complexo do Alemão, um membro do BOPE ou algo semelhante, sei lá, em trajes de enfrentamento, portando fuzil e com a cara cagada de preto, e tendo à altura da pelve um texto inacreditável: “ O dia em que o Brasil venceu o crime”. Bem, já somos palhaços de longa data, isso é velho. Mas um texto de capa estúpido assim já é um tripúdio sobre nossos sofridos anos acumulados de frustrações intermináveis. Que Brasil venceu que crime, moleques safados?? Todos sabemos que isso é encenação ridícula, que nenhum exército e muito menos o Exército extirparia o cancro em que se converteu a população favelada no Rio! Aquilo é um fato consolidado, uma realidade imutável, e, claro, o crescimento dessa máquina monumental é inevitável! Então vem a Veja com essa molecagem chula aproveitando o vácuo deixado pelo sucesso daquela Tropa de Elite, filme que não passa de degustação de pus, do miasma social que temos de suportar enojados e já de todo descrentes. Favelas não são nem serão algo historicamente aceitável como padrão de saúde social: são uma degenerescência horrenda, um submundo atroz, algo entre purgatório e inferno explodindo no tecido social como um horror irregenerável e irregressível. Enter.
Pois os comentários sobre a “invasão da Rocinha”, farsa que só convence os mais trouxas entre os trouxas, são de lucidez contundente. Um adolescente morador nestas montanhas e já atento aos fatos envolvendo esse enfrentamento fajuto lembrou que “não é a favela da Rocinha que o Exército e as forças da tão discutível legalidade têm que cercar: é a Praça dos Três Poderes, o maior antro de bandidos existente no Brasil”. Quem proferiu essa fala orça pelos 15, e ela causou caloroso consenso, reação intensa entre a rapaziada presente. Basta ver o livro Honoráveis Bandidos, “que conta a história do surgimento, enriquecimento e tomada do poder regional pela família Sarney, no Maranhão, e o controle do Senado pelo patriarca que virou presidente da República por acidente e beneficiou amigos e parentes”. E ainda nos envergonhamos de pagar, com o suor de nossa labuta a cada dia mais incerta, 14º e 15º salários para esses sevandijas, cafres assumidos, sudras depravados, enquanto esses mesmos traidores sonham com extinguir o 13º do trabalhador honesto. E o povo, passivo – muito diferente de ser pacífico –, não tem condição real de mobilizar milhões contra a corrupção. Mobilizar é coisa para certa minoria oculta e infiltrada no poder desde os primórdios da História. Vimos, vemos e veremos paradas gays reunindo milhões, o mesmo ocorrendo com os evangélicos. Mas a sociedade civil se manifestar por si é algo que só veremos se as chamadas forças ocultas resolverem tomar para si a tarefa – e aí o galinheiro estará sendo comandado pela raposa... Enter.
Volta e meia alguém fala que era preciso fechar esse Congresso e dar o poder aos militares. De novo? Bem, vá, admitamos considerar e debater. Que seja: mas que subam ao poder outros militares que não os Médicis, Geisels, Figueiredos e Golberis da vida. Que seja: mas que não tomem o poder militares a soldo do capital internacional intervencionista. Que seja: mas que os militares que assumirem o poder tratem de pegar essa cambada do colarinho branco e não hesitem em pôr essa corja a ferros, com penas compatíveis com o estrago que eles causaram. Que seja: mas que façam o que Brizola prometeu fazer caso chegasse à Presidência: “A primeira medida, na primeira manhã de meu governo, será tomar uma atitude contra esse grupo”, referindo-se à Rede Globo. Que seja: mas que todas as reformas urgentes ao País sejam imediatamente implementadas, livrando o trabalhador do inferno de sustentar a matilha dos poderosos e fazendo dele o protagonista do verdadeiro crescimento nacional. Bem, isso parece um sonho, um devaneio, uma “viagi”, como diria o “ex-presidente”, porque não subirão ao poder os nacionalistas autênticos JAMAIS! Os agentes do Império – leia-se: os assassinos econômicos e os chacais, vide “Let’s Make Money no YouTube – estão aí a postos para que isso jamais ocorra. Você duvida? Vamos apostar nossos patrimônios? O meu é uma merreca; e o seu? Apostamos? Enter final.
Então é isso: se é pra pegar bandido, cerque-se Brasília. Todo o Brasil sabe disso e sonha é com isso. Você duvida? Eu, não. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té a próxima, babes!
Ah!, você sabe: estamos censurados desde 11/04/08. São 2183 dias sob abjeta mordaça. E repetimos as palavras do ministro Carlos Aires de Brito: “NÃO HÁ NO BRASIL NORMA OU LEI QUE CHANCELE PODER DE CENSURA À MAGISTRATURA”.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Até tu, STF???

Frederico Mendonça de Oliveria

Você verá a gracinha dessa notícia que saiu na manhã de domingo último no Estadão e que ao meio-dia já desaparecera (???) da primeira página. Tive a sorte de passá-la para o word tão logo li. Veja a belezoca: “Supremo blinda políticos e protege identidade de 152 investigados”; “O jornal Estado de São Paulo (Estadão) fez levantamento de autoridades públicas citadas em 200 inquéritos e identificou que mesmo nos casos em que não há segredo de Justiça só as iniciais são divulgadas, escondendo os nomes” – dos investigados, claro. O autor da matéria, de 04/11/2011 | 22h 40, é Felipe Recondo, do Estadão. E lá vai o texto: “BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal (STF) mantém em sigilo a identidade de 152 autoridades suspeitas de cometer crimes. Um procedimento adotado no ano passado como exceção, que visava a proteger as investigações, acabou tornando-se regra e passou a blindar deputados, senadores e ministros de Estado. Levantamento feito pelo Estadão em aproximadamente 200 inquéritos mostrou que os nomes dos investigados são ocultados. Apenas suas iniciais são expressas, mesmo que o processo não tramite em segredo de Justiça, o que torna praticamente impossível descobrir quem está sendo alvo de investigação. O Estadão já havia revelado, em dezembro do ano passado, a adoção dessa prática no STF. O inquérito aberto contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada recebendo dinheiro do esquema do mensalão do DEM no Distrito Federal, aparece no site do Supremo apenas com as iniciais da parlamentar: JMR (Jaqueline Maria Roriz). Outros seis inquéritos trazem as iniciais L.L.F.F. Só foi possível identificar que o investigado era o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) porque outra investigação com a mesma sigla foi levada ao plenário do tribunal recentemente. Em outros casos, é possível inferir quem é o investigado por meio de uma pesquisa. Sabendo que a investigação foi aberta em um estado específico, é necessário cruzar as iniciais com todos os nomes de deputados e senadores eleitos por esse mesmo estado. Por esse procedimento é possível inferir que um inquérito aberto contra L.H.S. em Santa Catarina envolve o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC). Nesse caso, o estado confirmou que se trata efetivamente do parlamentar e ex-governador catarinense. Mas na maioria das vezes essa pesquisa não é suficiente para saber quem está sob investigação no Supremo”. Enter.
Você está vendo: suas excelências andam se desviando em seus deveres. Se passam a camuflar – por que mesmo?? – alvos de investigações, três a zero pra eles. Veio o primeiro gol quando da anulação pelo STJ de operações da Polícia Federal. Depois, o Estadão, sofreu censura do desembargador Dácio Vieira, por sinal um comensal dos Sarney. O jornal andou denunciando ações ilícitas do Fernando Sarney, cujo pai você deve conhecer. O leitor do Estadão José Carlos Werneck escreveu em 03/08/2011 às 11:12: “Num Estado democrático, todo tipo de censura aos meios de comunicação é injustificável e atenta contra os mais elementares princípios de Direito e é ainda mais grave quando feita pelo Poder Judiciário, que tem entre suas atribuições a de garantir ao jurisdicionado o acesso à informação. Todo tipo de censura é abominável, e a pior de todas é aquela advinda de sentenças judiciais com o intuito único de amordaçar os meios de comunicação e impedir a liberdade de expressão inerente à essência da própria democracia. Vale aqui lembrar as palavras do eminente ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Aires de Brito, quando afirmou em histórico julgamento que ‘NÃO HÁ NO BRASIL NORMA OU LEI QUE CHANCELE PODER DE CENSURA À MAGISTRATURA’”. A Constituição brasileira, você sabe, no artigo 220 é clara ao garantir a liberdade de expressão e proíbe qualquer tipo de censura e de cerceamento ao direito de informação. Enter.
Abra o link http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/o-doutor-em-censura-esqueceu-de-mandar-prender-a-foto/ e veja uma cena bizarra: o desembargador Dácio e José Sarney posam em festa de casamento da filha de Agaciel Maia, este o mais sorridente, radiante. “O autor (da foto), não identificado nos créditos, talvez soubesse que fotografava um desembargador acidental confraternizando com três prontuários. Mas não poderia saber que estava produzindo a prova de um crime que ainda não fora planejado. Consumou-se neste 31 de julho, quando o homem pago pelos contribuintes para fazer justiça se nomeou censor da imprensa brasileira e proibiu o Estadão de divulgar informações sobre bandalheiras promovidas pelo bando de que fazem parte Sarney, Renan e Agaciel”. Que tal? Abra o link acima, lá estão bons ipissilones do Augusto Nunes, em duro sarcasmo contra os desfrutadores de podres poderes. Enter final.
O prof. H Romeu Pinto, missivista do Estadão, mandou essa, comentando a coisa de políticos blindados pelo STF: “7/11/11 | 9h17 - Esse é o país da roubalheira, da pilantragem, da canalhice, da vagabundagem sem fim e institucionalizada. Nunca antes na história deste país se roubou tanto quanto agora. Este é o legado de Lula e do PT”. O pior, você sabe: é por aí. E, curioso: a matéria que sumira ontem do Estadão voltou na seção “+ comentadas”, lá pra baixo na edição eletrônica. Boa recuperada... E o leitor Renato Ferro, agorinha, mandou essa: “O superior tribunal da falcatrua acoberta os ladrões do dinheiro público porque recebe propina para isso. Esses quadrilheiros que estudaram o vida toda para chegar lá se tornam bandidos porque se igualam aos ladrões adotando esses procedimentos. São vagabundos iguais, são marginais que não merecem o respeito do país. MARGINAIS, VAGABUNDOS DO COLARINHO BRANCO”. Uau! Que bronca! E viva Santo Expedito!! Oremos. ’Té a próxima, babes!
Bem, você sabe: estamos censurados desde 11/04/08. São 2176 dias sob abjeta mordaça. E repetimos as palavras de Carlos Aires de Brito: “NÃO HÁ NO BRASIL NORMA OU LEI QUE CHANCELE PODER DE CENSURA À MAGISTRATURA”.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Lula e Luciano: Brasil é isso aí

Frederico Mendonça de Oliveira

Você não dormiria na semana passada enquanto não fosse esclarecido o que realmente rolou entre dois ídolos deste lugar chamado Brasil: afinal, Luciano se separar de Zezé di Camargo é uma tragédia nacional, concorda? O que fará o “povo brasileiro” se for privado de ouvir os guais dessa “dupra”? Que será do Brisêu se os filhos de Francisco dissolverem a união que mantém o “país” tão coeso, trazendo benefícios como redução de pobreza, aumento de oferta de emprego, aperfeiçoamento de setores como Educação, Saúde, Segurança Pública? Os sons assemelhados a ganidos emitidos por essas duas preciosidades culturais não têm contribuído enormemente para o “pogréssio” de nossas instituições mais valiosas? Então: você constata quão caro é para nosso povo e nosso país que os irmãos sertanojos se reconciliem, para que a normalidade institucional se reinstale entre nós. Enter.
Bem, um amigo me alertou para ser isso um golpe de marketing pra reaquecer o prestígio da “dupra”, possivelmente abalado pelo crescimento e aceitação crescente do “sertanejo universitário” (???) e da diversificação de mercado que isso vem produzindo de tempos pra cá. Pode, sim. Pois quão importante foi para todos ver a foto daquele tão adorado estafermo Luciano, envolto em panos de péssimo gosto e um boné ridículo e mais óculos escuros, fazendo gesto de vitória – ou de paz e amor? – com os dedos indicador e médio da mão direita ao sair do hospital! Está salva a pátria, ó Deus! Todos respiraram aliviados, todos dormiram tranquilizados, alguns até fizeram festinhas; outros, festões. E o Brisêu voltou aos seus tão firmes trilhos de antes, com a “dupra” agora reconciliada depois de uma estranha rusga de irmãos. E a legião de fãs, aquilo que Nestor de Holanda, nos tempos do Brisêu inteligente, chamou de “macacas de auditório”, poderá voltar a realizar suas sessões de ganidos conjuntos, coros de guais em êxtase de decadência coletivizada. Hoje o Nestor estaria enquadrado em crime de racismo, embora nossos admiráveis governantes e seus amos – que criaram essa lei repressiva estúpida e geradora de hipocrisia generalizada – façam de nós todos uma legião de macacos sem rabo. Isso pode. Não é uma lindeza? Pois é: temos visto – eu vejo esse horror de passagem, a toda hora – as legiões de meninas desmioladas “cantando” babosas e em transe de estupidez com essas “dupras”, e isso mostra que estamos na contramão da evolução, que o abismo se abre à frente dessa “pátria amada idolatrada”, especialmente se considerarmos o número de duplas de difusão da miséria sonora, vocal, cancionística, da estupidez assumida e do atentado irreprimível ao que seria nosso processo evolutivo. Enter.
Bem, você leu o Tutti Vasquez, aquele gozador do Estadão. Ele disse que, pior do que a separação da “dupra”, seria o surgimento de duas carreiras solo. Pobres de nós, claro, embora valha lembrar que Daniel e Leonardo estão aí emitindo seus sons vocais deletérios sozinhos porque seus parceiros foram fazer carreira subsolo... e assim você fica bem servido de assunto para reflexão fecunda. Vão alguns tópicos para suas elucubrações: um, considerar a irreversibilidade ou não dessa desgraça instalada pela mídia democida em nosso dia a dia; dois, conjeturar sobre a relação entre essas “dupras” e possíveis tsunamis que atinjam nosso litoral; três, indagar sobre que poder oculto transformou com mão implacável o país de Tom Jobim no país dos Filhos de Francisco. Enter.
E aí você fica sabendo que Lula está com câncer na laringe. Cacilda! Coitado!, dizem todos. Ou quase todos. E a imprensa trata isso na tremenda defensiva, evitando agudizar a situação, temendo gerar uma conflagração de ira santa no poviléu anestesiado e mantido passivo sob ação intervencionista fatal. E vem – você terá lido – o maçante e de hábito inconsistente Dimenstein na Folha condenando os que, sabendo da doença, se valem da internet pra liberar sua indignação represada no coração e na alma, especialmente os que sabem que o governo petista está se lixando para com a Saúde. O Lula de fala bostejante ter posado por 25 anos de salvador da pátria e inverter isso de forma radical tão logo envergou essa tão desclassificada faixa presidencial, isso pode. Na verdade, não interessa a ninguém o Dimenstein “se envergonhar” por causa de a macacada emputecida com a depravação constatada nessas duas gestões pegar o gancho desse câncer e liberar broncas entaladas há anos. Acontece é que o senhor impostor Lula, homem de duas caras e de cinismo assumido, ser tratado na estratosfera da medicina brasileira e por especialistas já podres de ricos gera revolta em setores desassistidos, claro. O palrador presidente não disse que o SUS é o mais avançado sistema de Saúde já visto no mundo e o que, em seu governo, chegou à condição de qualidade jamais alcançada “nefte paíf”? Procurasse então o SUS pra tratar a bosta! A macacada agora pergunta justamente isso, claro... e lava um pouco a alma tão aviltada por anos de corrupção explícita e ainda lança outra pergunta: por que este pelintra não respondeu pelos crimes praticados por seus auxiliares diretos? E outros dizem que esse câncer na garganta é castigo por ter mentido para o povo por 25 anos e ter invertido o jogo quando, empossado, se curva aos poderosos e frustra a expectativa dos que o elegeram esperando ocorrer a virada que ele tanto pregou. A turma tá puta da vida, meu!. Enter final.
Você pode sossegar: a crase está liberada. Saiu no O Globo: “Acusados de matar jovem grávida de 9 meses vão à júri popular”; e, na Folha: “Tripulantes deixam simulação de missão à Marte depois de 520 dias”. Marte e júri agora são muié! Vivaaaaaaaaaa!!! Abaixo o Portuguêis! E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, babes!
E continuamos sob censura, amordaçados desde 11/04/08. A vergonha vai totalizando 2169 dias. O advogado Gerardo Xavier Santiago, RJ, lembra que o artigo 5 da Constituição Federal garante a liberdade de expressão e de manifestação em local público! Abaixo a censura! E viva Eliana Calmon, brasileira de coração!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Primavera árabe e derrocada brasileira

Frederico Mendonça de Oliveira

A imprensa dos globalizadores mostrou o assassinato de Kadafi como um grande feito, como se extirpado um cancro, como uma conquista para a grandeza da Humanidade. Assim fizeram que “pensasse” a legião dos bovinos que cobre a quase toda a superfície habitada do planeta. Pois algo intriga: você acha normal matar presidentes e líderes no Oriente Médio – você aceitou de boa o enforcamento de Sadam Hussein, aquilo de meia dúzia de desconhecidos enforcarem um presidente sem haver julgamento por um tribunal internacional neutro? – e agora na África? Você não acha que tem algo errado nisso? Bem, você deve manter na cuca outras baboseiras do passado, sobre o que quase ninguém tem real compreensão. O fato é que a imprensa mundial globalizada é arma potente do Império, e você deve saber o que é o Império, creio. Sabe? Ah, não ponho a mão no fogo não. É como crase: você pensa que um amigo seu sabe usá-la, e de repente vem uma “mensagi” dele com um “abraço à todos”. Vou apostar na consciência alheia vendo o que os “seres” andam fazendo consigo e com o mundo, com o ambiente, com o próximo? Eu, hem! Então, o lance de “primavera árabe”, esse negócio de derrubar ditadores” e assassiná-los, essa “renovação” que a imprensa dos globalizadores proclama mundo a fora, ah!, não vejo real nexo disso com a estação das flores... Parece muito mais é um mal agourento outono para o mundo árabe. A imprensa demoniza os líderes atuais e os já destituídos sem dar qualquer sinal do que existe de positivo nos países hoje na berlinda. Você engole? Enter.
E sobre a morte de Kadafi saiu essa no O Globo: “‘Nós (revolucionários “libertadores” da Líbia) já começamos uma investigação e temos uma ética para tratar presos de guerra. Temos certeza que a morte de Kadafi foi um ato individual e não um ato dos revolucionários ou do Exército nacional. O responsável terá um julgamento justo’, afirmou Abdel Hafiz Ghoga, vice-chefe do CNT”. Você acredita nisso ou acha que pode ser cascata só pra acochambrar o que o mundo viu e não gostou? Terão ocorrido pressões de setores humanistas e questionamentos de países como Irã, Venezuela, Cuba, Coréia do Norte e tal, e os caras agora vão dando explicações do tipo agá, pra calar a boca dos trouxas, que é o que eles pensam dos que buscam a verdade e lutam pela civilização. Pois é. Também não falam que Sadam virou demônio o ditador monstruoso simplesmente por ter resistido à pressão dos assassinos econômicos, depois à ação dos chacais e acabado vítima dos militares do Império por ter resistido ao jogo do dólar-petróleo. Você pode ver como isso funciona buscando no Google ou no YouTube “Let’s Make Money” ou “Freedom is not Free”. As instâncias de intervenção em países resistentes é simples: primeiro, o “assassinato econômico”, ação do capital internacional sobre uma economia para desestabilizar países; se isso não funciona – não funcionou com Sadam –, eles mandam os “chacais” para matar líderes ou mesmo o presidente, como fizeram com o do Equador; se isso também não funciona – com Sadam não funcionou... –, aí eles mandam as tropas. E o resto você sabe: Afeganistão, Líbano, Iraque... Enter.
Mas é isso: os caras derrubam e matam sem qualquer tipo de preocupação, pois sabem que a macacada humana vestida, legião de objetos manipulados (você ainda os considera seres?) pelos meios de comunicação comandados pela ínfima minoria dominadora/conquistadora dada a massacres e a democídio, vai ficar é com o c* na poltrona e os cornos na TV. Todos se abestalhando, “no trono de um apartamento com a boca escancarada, cheia de dentes esperando a morte chegar”, como disse o Maluco Beleza; ou, como disse Aldous Huxley, todos “apodrecendo confortavelmente” envolvidos por matéria e eletrodomésticos. E diante da TV, claro, com o controle remoto na mão. Eles não percebem que caem no jogo dos globalizadores e que isso vai lhes sair caro como o diabo gosta. Morô? E você, o que anda fazendo? Torcendo pelo seu time, escravizado por seu carro e seus bens, colado na TV e enchendo o rabo de porcarias? É isso que eles querem, preste atenção. Você é senhor de seu futuro, ainda há tempo de reagir a essa escravidão em que você entra oferecendo o cachaço à canga, bonitinho, direitinho, sem nem perguntar por quê. É mole? O Macaco Simão diz que “é mole mas sobe”; na maioria dos casos acho que não sobe mais não... mas tem o viagra pra tentar virar isso. Tudo tem um remédio, dizem, mas sinceramente você pode duvidar dessa: o Brasil, por exemplo, não tem mais. Quem revela é a Folha. Enter final.
“Há três semanas, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou as provas do processo resultante da operação "Faktor" (antes chamada de "Boi Barrica"), que apura o envolvimento do empresário Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), em criminosas negociatas de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Segundo a sexta turma do STJ, a decisão que autorizou a quebra de sigilo telefônico não estava suficientemente fundamentada. Por isso, todas as provas obtidas a partir das escutas foram anuladas”. É evidente a ligação do Judiciário com os que vêm sendo acusados de cometer crimes contra o patrimônio público, vide a censura imposta ao Estadão pelo desembargador Dácio Vieira (http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,juiz-que-determinou-censura-e-proximo-de-sarney-e-agaciel,411757,0.htm). “Já é a terceira grande operação anulada pelo STJ por falhas no processo investigatório somente neste ano. Após a ‘Castelo de Areia’ e a ‘Satiagraha’, a ‘Faktor’ vem se somar à coleção de apurações invalidadas pelo Judiciário.”
Tem remédio? Tem não... E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, queridos!
E por falar em censura, estamos amordaçados desde 11/04/08. A restrição vai totalizando 2162 dias. O advogado Gerardo Xavier Santiago, RJ, lembra que o artigo 5 da Constituição Federal garante a liberdade de expressão e de manifestação em local público! Abaixo a censura! E viva Eliana Calmon, brasileira de coração!
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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O inaceitável “desarmamento”

Frederico Mendonça de Oliveira

Inaceitável se não nojento, repulsivo: você assistiu a toda a patacoada armada pelos atuais donos do Brisêu, esta Pindorama estraçalhada, envolvendo o desarmamento da população civil. São uns crápulas, uns calhordas, uns vendidos: tiveram a favor deles – ou por trás deles, óbvio – o capital internacional intervencionista de sempre, e a macacada só olhando. Apareceram uns imbecis na TV “entregando suas armas”, você viu, teve até uma matéria porca, reles, sobre brinquedos de um parquinho infantil fabricados com matéria metálica de armas fundidas, e apareceu na matéria um panaca estúpido de “filhinho” no colo elogiando a “boa idéia”. Será que ele não sabe que em torno desse “parquinho” estão marginais e traficantes armados até os dentes, e que o “filhinho” da besta satisfeita com essa novidade corre sério risco de vida brincando em qualquer “parquinho” em qualquer subúrbio do Rio – e que mais tarde poderá queimar uma ou incontáveis “pedras” depois de passar a infância entre aquelas armas transformadas em escorregas, balanços e gangorras? O traficante estará de olho, claro... Pois é: os crápulas calhordas caíram na besteira de fazer aquele plebiscito – por sinal, capcioso em sua própria formulação e visando criar uma confusão entre o “sim” e o “não”, para otários se confundirem e votarem errado. Pois dançaram: o resultado foi uma vitória estrondosa do não à proibição. E você não sabe o porquê dessa tentativa de proibição de venda de armas no “Brasil”. Mas agora vai saber. Enter.
Acontece é que, se uma coisa tem proibida sua comercialização no mercado interno, ela fica automaticamente impedida de ser exportada. Sabia? Então, acontece que as forjas brasileiras estavam dando dor de cabeça nos países que pretendem o monopólio de armas de defesa pessoal e que equipam polícias mundo afora. Taurus e Rossi, ainda a INA e a IMBEL, estavam ameaçando seriamente a hegemonia de marcas americanas e israelenses, e desses dois endereços vem a política imposta aqui de desarmar o cidadão honesto e ainda impedir que nossas máquinas equipem as polícias de além-mar ou além fronteiras. Entendeu? É como esse método vindo de Israel, o tal de Positivo, que está batalhando a hegemonia de nossa estrutura de ensino através de “métodos” educacionais e de equipamentos de informática infiltrados em tudo o que temos de estrutura educacional aqui. Quem infiltrou esse câncer entre nós foi o tal de Aloísio Lerner, cujo sobrenome nos dá a pista de sua origem e que, segundo o pessoal do Paraná, ia duas vezes por ano a Israel. Sacou? Você não é bobo... Então até nossos aviões não tripulados, os VANT (Veículo Aéreo não Tripulado), que patrulham nossas fronteiras (e policiarão favelas, veja que piada!), o tal do Hermes 450, é fabricado pela empresa israelense Elbit Systems. Do jeito que vamos, daqui a pouco teremos hebraico no currículo escolar a partir do Segundo Grau... e os anúncios de cursos de hebraico vão se espalhando pra todo lado – e até o Brasa, que você deve conhecer, o tal do Roberto Carlos, andou envergando quipá com a bandeira de Israel. Bem, está tudo aí, nas fuças de todos, e crescendo. Não tenho dúvida de que o fato de termos mantido por esses anos de petismo no poder relações cordiais com inimigos manifestos de Israel, como Irã, Cuba e Venezuela, é material para acionar uma investida no sentido de infiltrar os interesses israelenses entre a população. E, quem sabe?, de repente as armas de defesa pessoal aqui serão fabricadas na pátria de Abraão também... Enter.
O mais sórdido nisso tudo é você ver o cidadão honesto potencialmente transformado em criminoso no caso possuir arma de fogo para defesa pessoal. O cidadão honesto trabalhador, que carrega nas costas o país e supre com seu suor o vidão nababesco dessa corja de canalhas que ocupa o poder, não pode mais se precaver contra o crime que hoje permeia o dia a dia do brasileiro, esse desgraçado. O cidadão honesto acaba simplesmente equiparado ao bandido, que já está e prossegue armado para praticar crimes. O cidadão honesto não pode mais se defender do crime, mas será um criminoso se estiver armado para sua defesa – e as ruas hoje estão repletas de criminosos. Se o cidadão honesto sai com mulher e filhos e leva consigo um cano que dê alguma defesa à família vira criminoso! Que conceito admirável de sociedade! Que visão tão “muderna” de segurança pública! Que expediente brilhante para criminalizar quem se defende e manter o crime como está!... A safadíssima Veja soltou uma edição porca, ainda por cima sensacionalista, tendo na capa um membro de BOPE ou quejandos e o título vil: “O dia em que o Brasil venceu o crime”, aludindo àquela pantomima escrota de forças de segurança ocuparem morros e enxugá-los dos criminosos e do câncer do tráfico. O Brasil É o crime! O poder no Brasil é impotente diante do horror que reina como resultado imediato da concentração da renda e da malversação do dinheiro público. O Brasil está de joelhos diante de sua desgraça social, inextirpável, insanável, inarredável.Enter final.
Estamos todos fu. O bandido é fruto desse sistema cancerificado. O cidadão honesto foi proibido de defender a própria pele e a dos seus, e, se isso muda algo, só piora para quem pode ser a próxima vítima do crime instituído. Mas saibam, cães responsáveis por essa miséria: tá todo mundo calado e de cano guardado em casa. Os otários assumidos que foram entregar suas armas, maricas de merda, são minoria ínfima. Quando soar a hora do cacete, ah!, aí você vai ver... E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Lembramos que estamos sob censura desde 11/04/08. A restrição vai totalizando 2155 dias. O advogado Gerardo Xavier Santiago, RJ, lembra que o artigo 5 da Constituição Federal garante a liberdade de expressão e de manifestação em local público! Abaixo a censura! E viva Eliana Calmon, brasileira de coração!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Já era ou ainda podemos sonhar?

Frederico Mendonça de Oliveira

Você sabe: tem até gente tentando botar a coisa nos eixos. Hoje saiu na imprensa eletrônica, registrado muuuuuuuito discretamente por apenas uma publicação, que rolou marcha contra a corrupção em Brasília e em São Paulo. Em relação à manifestação na Paulista, foi mais considerado o problema de trânsito causado por ela. A questão que mobilizou a marcha, crucial para a História, ficou relativizada; aliás, para variar.... mas você tem visto algo estranho, claro, como os milhões na movimentação gay ou os milhões dos evangélicos na rua. Por quê? São questões cruciais para a História? Os gays ou os evangélicos estão se reunindo para dar um rumo de decência para o Brasil? Ou estão apenas promovendo sua inserção na sociedade buscando avançar em seus interesses digamos grupais, ou de corporação, diferente de interesses de alcance social total? É isso? Bem, precisamos entender apenas uma coisa: por que as manifestações pelo fim da corrupção não ganham corpo e não concentram os mais interessados, ou seja, o povão? Por que não saem milhões pra ruas e praças com vassouras de cerdas verdes? Enter.
Você não deverá ter experiência de leituras de cunho político. Isso hoje é difícil de encontrar... e, se teve acesso a isso, deve ter sido pra lá de ludibriado pela turma do marxismo, sem dúvida. Pra começo de conversa, o nome real de Karl Marx não é esse. E ninguém fala sobre o nome real e a que ele remete. Tanto quanto o nome real de Leon Trotsky não é esse. Não é intrigante? Pois é: tem dente de coelho nisso. Aliás, em tudo. E é por isso que estamos vivendo tamanha maluquice aqui e mundo afora. Não pense que Deus não gosta de você: gosta. Senão, você não estaria aqui. Mas é bom saber que existem forças agindo contra nós, e não é fácil nem mesmo saber que forças são essas. E, mais: se você souber e abrir o bico, te pegam – e pegam pra valer. Você pode duvidar da existência de Deus ou da virgindade de Maria, mas não pode questionar o poder que manda em tudo por trás da mídia, da economia e das armas. Outro dia recebi do Osmar Barutti, pianista do Jõ e meu colega de palco em várias, um documentário sobre a intervenção em países que tentam firmar sua soberania. Eles são atingidos por uma política de intervenção assustadora, e você poder ver isso em http://www.youtube.com/embed/dFtijO8qM6A. Enter.
Bem, você já deverá ter ouvido que “o segredo é a alma do negócio”. Não duvide disso. Todos nós somos ludibriados e traídos 24 horas por dia. Posso mostrar, e você verá que tá combinando coisa com coisa. Exemplo: uma cidade está sob um governo interessado em se manter no poder a qualquer custo. Neste caso, a primeira coisa que sai de pauta é a transparência. Saindo ela, vem a cortina de fumaça, para que você não enxergue a verdade dos fatos. E hoje, você sabe, o poder é o sonho maior dos políticos, se não dos homens. Quem está no poder não abre mão disso de jeito nenhum. Políticos são pegos em monstruosos crimes de corrupção mas acham que isso é natural, que permanecer aí diante de um povo indignado é normal, que a execração é uma fantasia, uma idéia, e que prevaricar é o normal, a lei. E prosseguem no poder como se tudo estivesse normalíssimo, e assim ficamos cagados de arara e eles no poder e enriquecendo sob nosso suor, pagos por nós. Aí vamos vendo que a operabilidade urbana está entrando em crise pra todo lado. Por quê? Por que tantas enchentes, tantos desabamentos, tantas tragédias por causa de chuvas? Porque, em primeiro lugar, os investimentos para manutenção de sistemas urbanos estão sendo desviados para outros fins, como... campanhas! Aqui mesmo, neste Arraial das Bagas onde me exilei, está rolando um revés feio: a falta de investimentos em manutenção, por ter ido esse dinheiro para outros rumos, está gerando uma crise feia, e não será difícil começarmos a enfrentar o pré-colapso como rola no Rio e em São Paulo. A última chuva braba, há dois dias, provocou alagamento sério em vários pontos da cidade, porque foi feito um alfaltamento fajuto, claramente eleitoreiro, e não houve preocupação com o escoamento de águas pluviais depois da impensada impermeabilização. E a população do município vai sofrendo as consequências do descalabro dos donos do poder, esperando que algo de grave imponha medidas saneadoras. E ninguém faz nada. “O corrupto acumula riqueza com recursos subtraídos no trato da coisa pública. Se for apanhado, é premiado com o produto do crime e vai para casa desfrutar férias vitalícias recebendo o seu salário mensal e vantagens da função pública”, eis o que diz um leitor da Folha de 15/10. Mas existe uma razão prática para isso. Enter final.
A questão é que qualquer revolução é tranquilamente manejada pelas tais forças ocultas. Eles têm o controle de tudo nas mãos, e tiram partido até de tsunamis, se é que não os provocam. Você não sabe, mas TODAS AS REVOLUÇÕES são movidas pela mesmíssima turma, aliás assustadoramente minoritária em relação ao restante da humanidade. Eles detêm o poder sobre o planeta e só eles indicam – com a utilização do dedo invisível que eles mesmos se atribuem – onde podem ocorrer mudanças. Não estão deitando e rolando somente no Oriente Médio. E também dizem que uma mentira dita mil vezes torna-se verdade. E, por deterem o controle mundial dos meios de comunicação, submetem a macacada em tempo integral a uma grande mentira, que a macacada aceita como verdade. Todo mundo vê TV, não é? Então, estamos no mato e sem cachorro. Podemos sonhar? O que você acha? E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té pra semana, babes!
Ah! Lembramos que estamos sob censura desde 11/04/08. A restrição vai totalizando 2148 dias. O advogado Gerardo Xavier Santiago, RJ, lembra que o artigo 5 da Constituição Federal garante a liberdade de expressão e de manifestação em local público! Abaixo a censura! E viva Eliana Calmon, brasileira de coração!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Um poder de costas para o País

Frederico Mendonça de Oliveira

Você já deve ter notado que a Justiça no Brasil vai mal, muito mal. Mas, para o relatório de atividades do Supremo Tribunal Federal de 2010, tudo são flores perfumosas em jardins coloridos. Nas 80 páginas, várias em branco, cheias de fotos (parecendo uma “caras” da vida), gráficos coloridos e ditos de efeito, o STF soa como exemplo de eficiência, presteza e representatividade. Nessa pirotecnia enganadora você pinta de bola vermelha no nariz. Veja só: um dos gabinetes, aliás com milhares de processos parados, recebeu “pela excelência dos serviços prestados” o certificado ISO 9001. E a revista informa até que o ministro Marco Aurélio é flamenguista. A publicação é chocante. Revela até uma “diplomacia judiciária” para justificar idas dos ministros à Europa e aos EUA. Ou, se você achar melhor, as viagens possibilitam “uma proveitosa troca de opiniões sobre o trabalho cotidiano.” Caras, caríssimas, estas “trocas de opiniões”. Mas essa “diplomacia judiciária” não rola por aqui. Basta citar o assassinato da juíza Patrícia Acioli, de São Gonçalo. Ninguém do STF foi ao velório ou ao enterro. “Sequer foi feita uma declaração formal em nome da instituição”, comentou Marco Antônio Villa em O Globo, 27/09/11. Por quê? E veja só: a juíza foi morta em 11 de agosto, data do nascimento dos cursos jurídicos no Brasil. Mas o STF tem outras prioridades: o cruel assassinato da juíza é esquecido quando está em pauta o aumento salarial do Judiciário. O presidente Cézar Peluso “ocupou seu tempo nas últimas semanas defendendo – como um líder sindical de toga – o abusivo aumento salarial para o Judiciário Federal. Considera ético e moral coagir o Executivo a aumentar as despesas em R$ 8,3 bilhões. A proposta do aumento salarial é um escárnio. É um prêmio à paralisia do STF, onde processos chegam a permanecer décadas sem decisão”, prossegue Villa. E não faltam funcionários no Supremo... Dados obtidos por este blog mostram que o tribunal tem 1.096 cargos efetivos e 578 cargos comissionados. Veja você: são 1.674 funcionários, para um tribunal com 11 juízes. E o próprio STF informa que 1.148 postos de trabalho são terceirizados. São 2.822 funcionários!, com a incrível média de 256 funcionários por ministro! Você perguntaria: como abrigar os quase 3000 funcionários naquele prédio e anexos? Cabe? “Ou será preciso aumentar os salários com algum adicional de insalubridade?”, perguntou Villa. E tem 435 seguranças entre os funcionários terceirizados. “Nem a Casa Branca tem tanto segurança. Será que o STF está sendo ameaçado e não sabemos?”, pergunta Villas. E pasme: só de assistência médica e odontológica o tribunal gastou, em 2010, R$ 16 milhões. E o orçamento total do STF foi de R$ 518 milhões, dos quais R$ 315 milhões só pra pagar salários. E para ilustrar tudo isso, um montão de fotos do onipresente Cézar Peluso!... Enter.
E prossegue Villa: “Só César Peluso tem 12 fotos, parte delas de página inteira. Os outros ministros aparecem em uma ou duas fotos. Ele, em 12. Na última, aparece cercado por crianças. A egolatria é tal que, na página do STF na intranet, também tem uma foto dele acompanhada de uma frase (piada?) destacando que ‘A experiência do Judiciário brasileiro tem importância mundial’”. E Villas informa que o ministro “numa linguagem confusa, revela que ‘a sociedade confia na Corte Suprema de seu País. Fazer melhor, a cada dia, ainda que em pequenos mas significativos passos, é nossa responsabilidade, nosso dever e nosso empenho permanente’”. Se Bussunda ainda vivesse, não perdoaria, mandaria a tijolada firme: “Fala sério, ministro!” E a pergunta é: o Brasil confia no STF? Ou, pior: o Brasil sabe o que é o STF? Seguramente não. Pode saber que é lentíssimo e caríssimo. Ou que seus membros querem privilégios, não a austeridade e a eficiência. “Estão de costas para o país. No fundo, desprezam as insistentes cobranças por justiça. Consideram isso uma intromissão”, finaliza Villas. Enter.
E você deve saber (porque é ligado, né?) que o próprio Peluso considerou Eliana Calmon, a ministra corregedora que “mostrou os documentos” pra classe jurídica, “leviana”. O que acontece é que o corporativismo é uma doença das quadrilhas, dos bandos, das organizações deformadas. La Calmon denunciou o corporativismo ao dizer nas fuças de todo o País que “há bandidos que se escondem atrás da toga (e que eles se defendem entre si, pra prosseguirem mamando e nadando em privilégios e poder). Ou seja, que há juízes bandidos”. Como já mostrado aqui, Dora Kramer revelou “aquele detalhe pessoal na reação indignada de Peluso. Na entrevista bombástica à Associação Paulista de Jornais, Eliana Calmon citou especificamente o Tribunal Regional de São Paulo: segundo ela, o órgão só vai se deixar investigar 'quando o Sargento Garcia prender o Zorro'. Ih! Qual a origem do ministro Peluso? O Tribunal Regional de São Paulo”. Você já sacou: o despedaçamento das instituições começa a se fazer escandaloso justamente na essência do que temos como o comando da nação. Nação? Já era o Brasil como nação! Estamos sob o comando de um amontoado de malucos, safados e traidores regiamente pagos dentre os quais resistem alguns seres ainda não corrompidos ou defenestrados... Quer ver? Enter final.
Um estudioso da realidade brasileira atual – isso de reeleições de FHC e Lula, Sarney assumir ilegalmente a Presidência, todo esse surrealismo – comentou o seguinte: “Se o presidente nomeia os ministros do STF, que autonomia se pode esperar dessa turma?”. A pergunta fica para você. Para mim, tudo já era. E viva Santo Expedito. Oremos. Bye, babes!
Ah! Lembramos que estamos sob censura desde 11/04/08. A restrição vai totalizando 2141 dias. O advogado Gerardo Xavier Santiago, RJ, lembra que o artigo 5 da Constituição Federal garante a liberdade de expressão e de manifestação em local público! Abaixo a censura! E viva Eliana Calmon, brasileira de coração!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

“Posso ajudar?” e um país de joelhos

Frederico Mendonça de Oliveira

Você já deve ter tido essa experiência macabra de ousar entrar em qualquer loja e ser imediatamente abordado por algum (a) atendente com a boçalíssima pergunta, por sinal safada, por sinal cínica, por sinal desesperada: “Posso ajudar em alguma coisa?”. Já me vieram várias coisas à cabeça para reagir a essa escrotidão inventada – parece, ouvi dizerem isso – pela Associação Comercial. Uma vez perguntei: “No que, por exemplo?”, deixando a atendente completamente sem ação. Outra vez, disse: “Pode! Me empresta R$ 300 aí!”. Mas o extremo desconforto que essa política de pressão causa sobre o pobre diabo que entra numa loja qualquer tem explicações. Uma: dizem que, se não fizerem isso, o público reclama. Mentira canalha! O que realmente ocorre é um desespero por vender, uma vez que o comércio está em grave risco de operabilidade em sua forma convencional, ou seja, isso de lojas, empregados, impostos, aluguel, aparelhamento do espaço, tudo. Hoje as compras por internet esvaziaram as lojas. E essa fala acachorrada de “Posso ajudar”, que significa, na verdade: “Posso ser ajudado por sua compra, pra ganhar minha comissão?”, data exatamente do momento em que a internet consolidou suas vendas no plano virtual. Eu, por exemplo, quase só tenho comprado por internet. Já comprei relógios raros, instrumentos musicais, agulha para meu toca-vinil, livros, ferramentas, uma coiseira e tanto. Vou dar um presente especial para minha enteadinha: um lindo relógio Mido feminino automático para coleção. Em que loja eu encontraria isso? Hoje só se vêem relógios de quartzo e de mostradores amalucados, aquela coisa de bijuteria barata... então é internet. E quando quero comprar livros, é na Estante Virtual. Já readquiri para minha biblioteca praticamente todos os livros que maus amigos me surrupiaram. Reconstituí minha coleção do Campos de Carvalho, que não acharia em sebo nenhum! Bem, voltemos aos malucos atendentes. Ontem, dia 28/09/11, parei na calçada para olhar uma vitrine de celulares – minha filha está precisando de um. Pois foi começar a entender os preços e marcas para dar de cara com um onagro vestido que me assustara com o miseravelmente clássico “Posso ajudar em alguma coisa?” No meio da rua!! Ponte que partiu! Eu estava NA RUA, cacete!, e me vem esse asinino me importunar com seu assédio! Olhei pra ele um tanto abismado, perguntei “Como assim??”, a besta insistiu na pergunta. Fixei os olhos nas fuças do tipo e me retirei sem dizer palavra, manifestando desprezo. Já me sugeriram que, quando “atendido” por fêmea, eu peça pra ela mostrar os mamás. Eu não seria deselegante a tal extremo. Mas é uma... Vão ajudar o diabo que os carregue, infelizes! Deixem a gente em paz! Enter.
Mas é assim que funciona a coisa num país de joelhos. Sim, estamos absolutamente de joelhos. Olhem só o que vai acontecendo – aliás, demorou!!! – em nosso glorioso Judiciário: “Ao menos 35 desembargadores são acusados de cometer crimes e podem ser beneficiados caso o STF (Supremo Tribunal Federal) decida restringir os poderes de investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), informa reportagem de Flávio Ferreira, publicada na Folha desta quinta-feira”. É isso: suas excelências cometem crimes e a mais alta esfera de poder do Judiciário quer protegê-los. Vejam só: “Ao criticar o corporativismo e defender a CNJ, a corregedora do CNJ, ministra Eliana Calmon, bateu firme, dizendo que há 'bandidos' que se escondem atrás da toga. Ou seja, que há juízes bandidos. O mundo caiu! Extraordinariamente, o presidente do Supremo, César Peluso, abriu a sessão da Corte na terça-feira com uma nota de 12 dos 15 conselheiros do CNJ condenando as declarações 'levianas' de Eliana Calmon, que teria colocado sob suspeição todos os juízes do país e o próprio Judiciário. É barraco ou não? E teve aquele detalhe pessoal na reação indignada de Peluso. Na entrevista bombástica à Associação Paulista de Jornais, Eliana Calmon citou especificamente o Tribunal Regional de São Paulo: segundo ela, o órgão só vai se deixar investigar 'quando o Sargento Garcia prender o Zorro'. Ih! Qual a origem do ministro Peluso? O Tribunal Regional de São Paulo!...”. Preciso dizer mais alguma coisa? Quem fala é uma autoridade, a ministra Eliana Calmon, que joga um balde de testosterona em um poder que, sabemos, está contaminado por corporativismo e corrupção. Minhas experiências na área são feíssimas... Enter final.
No dia seguinte, 30/09, a Folha estampa em primeira página: “O STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu quase metade das punições aplicadas pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a juízes acusados de cometer crimes desde a criação do organismo, informa reportagem de Flávio Ferreira, publicada na Folha desta sexta-feira. Das 33 punições impostas pelo CNJ com fundamento no poder do órgão de abrir inquérito para examinar a conduta de juízes, 15 foram suspensas por liminares concedidas por ministros do Supremo”. Bonito. Vale a declaração de um amigo: “O poder mais corrompido no País é o Judiciário. Se os ministros do Supremo são indicações do presidente da República, não há mais confiança possível na independência da mais importante instância do Judiciário”. Claro, está tudo amarradinho pra que sejamos apenas espectadores no que vale ou não vale nessa cloaca denominada Brasil. Se vimos o mensalão explodir, todas as bases do governo Lula envolvidas em grossa corrupção e se o cínico e calhorda “ex-metalúrgico” não tem nada a ver com o que faziam seus pares, continuando por aí enchendo a caveira de cachaça e proferindo suas asneiras sem qualquer sentido ou graça, que podemos esperar? O palhação cínico deveria estar no mesmo banco dos réus que o Valério, o Delúbio e caterva. Mas saiba, você não é burro: TODOS SERÃO INOCENTADOS! Somos um país de joelhos. Por isso criminalizaram a posse e o porte de armas, transformando os cidadãos honestos em gente sem possibilidade de se defender do crime que a essa altura está nas células do País. Vale olhar essa: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,verdades-ofendem-,779388,0.htm E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té a próxima, queridos!
Ah! Lembramos que estamos sob censura desde 11/04/08. A restrição vai totalizando 2134 dias. O advogado Gerardo Xavier Santiago, RJ, lembra que o artigo 5 da Constituição Federal garante a liberdade de expressão e de manifestação em local público! Abaixo a censura! E viva Eliana Calmon, brasileira de coração!

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E seguem notícias sobre o Judiciário em colapso. Vamos ver que "jeitinho" suas excelências vão dar nisso. Se em Brasília as coisas funcionarem como em certo arraial do sul de Minas, vem pizza gigante aí. E FHC não tem nada que dizer sobre isso: ele, Celso Láfer e Ronaldo Sardenberg entregaram a base de Alcântara para os gringos, são traidores notórios.
Cala essa boca disforme, FHC!

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Para esfriar crise, STF adia julgamento que pode limitar poder de corregedoria
Acordo costurado por Gilmar Mendes mantém controle externo da Justiça e tenta evitar agravamento do conflito entre Eliana Calmon e Cezar Peluso
28 de setembro de 2011 | 22h 40



Felipe Recondo / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo


Eliana Calmon abriu a crise quando apontou a existência de “bandidos de toga”

A crise no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a ameaça do Congresso de intervir no caso levaram ontem os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) a buscar um acordo sobre as competências do órgão de controle externo. Pelo que foi acertado, as corregedorias dos tribunais locais terão um prazo determinado para tomar providências sobre denúncias contra os magistrados. Somente quando esgotado esse prazo, e se não houver nenhuma medida concreta, a Corregedoria Nacional terá carta branca para processar o juiz suspeito de irregularidade e cobrar responsabilidades do corregedor local.
O acordo vinha sendo discutido havia alguns dias em conversas separadas e reservadas entre ministros da corte. Mas a crise entre a corregedora nacional, ministra Eliana Calmon, e o presidente do STF, Cezar Peluso, precipitou o entendimento. Eliana, em entrevista, apontou a existência de “bandidos de toga” e foi repreendida por Peluso. A tensão máxima na cúpula do Judiciário levou ao adiamento ontem da votação da ação movida pela Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), que quer ver reduzidos os poderes do CNJ.
Quem faz as vezes de mediador é o ministro Gilmar Mendes. O acordo deverá estar expresso no voto do ministro Luiz Fux, em data ainda não definida, pois cabe ao presidente do STF decidir quando o caso voltará à pauta. Conforme as regras da corte, todos os ministros votam e expressam seus pontos de vista. Assim, Fux expressará seu entendimento do caso e marcará o “voto vencedor”.
Nessas conversas reservadas, os ministros perceberam que um meio-termo seria viável. Passaram a discutir a necessidade de estabelecer um critério objetivo para a atuação das corregedorias dos tribunais locais e do CNJ. Sem a definição de prazos, as corregedorias locais, que não funcionam, levavam a passos lentos as investigações, uma forma de contribuir para a prescrição das acusações contra os magistrados. Quando percebia a manobra, o CNJ avocava o processo, mas acabava sendo acusado de interventor pelos tribunais locais. Com a definição de critérios objetivos, o CNJ poderá cobrar responsabilidade dos corregedores locais e terá reconhecida competência para investigar juízes quando perceber que manobras corporativistas contribuirão para a impunidade.
Antes do julgamento de ontem, o ministro Gilmar Mendes já antecipava que um acordo estava próximo. Disse não haver discórdia irremediável entre os que defendem a tese de que o CNJ pode abrir processos contra magistrados, independentemente de terem sido investigados pelas corregedorias locais, e os que encampam a ideia de que só os tribunais locais têm competência para instaurar investigações contra os magistrados.
“Não vejo que haja antinomia absoluta entre aqueles que preconizam uma ação efetiva do Judiciário e os que defendem a subsidiariedade (quando o CNJ atua apenas de forma auxiliar aos tribunais). A subsidiariedade também é um conceito relativo: significa dizer que o órgão que está mais próximo, que está em condições de atuar, deve fazê-lo. Se ele não o fizer, o outro terá de exercer sua função”, afirmou Gilmar Mendes.
Acordo. O pacto informal entre os ministros pode encerrar a polêmica que culminou na reação ontem de todos os conselheiros do CNJ às declarações da ministra Eliana Calmon. Em entrevista à Associação Paulista de Jornais (APJ), ela afirmou haver na Justiça “bandidos de toga”. A reação do CNJ foi capitaneada pelo presidente do Supremo, Cezar Peluso. Em nota aprovada por unanimidade, o conselho repudiou as declarações que considerou levianas.


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Atuação do CNJ resultou em 50 condenações



jnmacluf
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José Araujo

Comentado em: Peluso comanda reação de juízes contra corregedora que vê 'bandidos de toga'

30 de Setembro de 2011 | 11h48

Eu ouvi na TV, ninguem me contou, um juiz do STF dizer para outro: "...não pense que está lidando com seus capangas."
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jnmacluf
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José Araujo

Comentado em: Peluso comanda reação de juízes contra corregedora que vê 'bandidos de toga'

30 de Setembro de 2011 | 11h41

Como pode um sr. que não foi aprovado em dois concursos para juiz se tornar, por indicação, membro do Supremo ?
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saulomundimlenza
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Saulo Mundim Lenza Lenza

Comentado em: Encarregados de investigar e punir, 18 de 29 corregedores são alvos de ações

30 de Setembro de 2011 | 11h34

Aquele médico estuprador de várias pacientes, segundo notiicias, está no Líbano, país que não tem tratado de extradição com o Brasil. Vergonha? Acho que não. Se isso for verdade, é um procedimento normal aqui no Brasil. Anormal é se ele estivesse preso. Evidentemente que aqui o crime compensa.

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Peluso comanda reação de juízes contra corregedora que vê 'bandidos de toga'
Presidente do STF reagiu às declarações da ministra Eliana Calmon sobre desvios da magistratura e afirmou que nunca leu uma coisa tão grave
27 de setembro de 2011 | 22h 41


Felipe Recondo / BRASÍLIA


A corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon

Na véspera do julgamento que pode restringir o controle externo do Judiciário, o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Cezar Peluso, comandou a reação às críticas feitas aos juízes pela corregedora nacional, Eliana Calmon. Uma reunião convocada às pressas por Peluso atrasou em mais de duas horas o início da sessão de ontem do conselho e gerou uma crise sem precedentes no órgão.
Peluso chegou carregando uma cópia das declarações feitas por Eliana Calmon em entrevista à Associação Paulista de Jornais (APJ), na qual ela afirmou que a magistratura hoje “está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga”.
Logo que os conselheiros se sentaram e os servidores deixaram a sala contígua ao plenário, Peluso disse: “Se os senhores não leram, leiam, porque em 40 anos de magistratura nunca li uma coisa tão grave.” E prosseguiu, conforme relatos dos conselheiros presentes: “É um atentado ao Estado Democrático de Direito”.
No texto, declarações da ministra que, na visão de Peluso e dos demais conselheiros, punham todos os magistrados brasileiros sob suspeita. “Acho que é o primeiro caminho para a impunidade da magistratura”, afirmou a ministra sobre a proposta de restringir o controle externo do Judiciário. Em seguida, na mesma entrevista à APJ, publicada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, ele citou os “bandidos”.
Enquanto o texto passava de mão em mão e alguns conselheiros diziam já ter conhecimento da entrevista, Peluso questionou em voz alta e desferindo uma palmada na mesa: “Eu quero saber o que o conselho vai fazer”. E aguardou uma reação.
Eliana Calmon pediu a palavra. Disse que ainda não havia lido a entrevista e afirmou desconhecer sua repercussão. Reafirmou o que pensava, que na sua opinião há de fato juízes que se valem do cargo para cometer crimes. Peluso reagiu. “Então a senhora cumpra sua função, traga os nomes, monte o processo e traga as provas e nós punimos todos eles.” Eliana então disse que enfrenta problemas na corregedoria que atrapalham em certos momentos as investigações. Peluso altercou novamente. “Então diga quais são os problemas.”
À noite, a corregedora afirmou ao Estado que não falava de toda a categoria: “Falei de alguns poucos que estão querendo se esconder atrás da toga, para causar esse estrago absurdo”. Ela se disse “preocupada com o esvaziamento da corregedoria, com a dificuldade que temos de investigar”. E que considera o CNJ “uma luz no fim do túnel para fazer as devidas correções de rumo”.

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Verdades ofendem
30 de setembro de 2011 | 3h 06

DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, acabou dando uma boa contribuição ao debate sobre a correção geral de condutas, ao reagir com rudeza, corporativismo e autoritarismo à constatação da corregedora-geral da Justiça, Eliana Calmon, sobre a existência de "bandidos de toga" no Judiciário.
A declaração da juíza nem teria alcançado tanta repercussão não fosse o desejo do ministro de humilhá-la com a admoestação grosseira e a exigência de uma retratação, de resto não atendida numa demonstração de que Eliana Calmon na condição de corregedora é a pessoa certa no lugar certo.
Resultado: a contrarreação de solidariedade à ela e à preservação dos poderes do Conselho Nacional de Justiça impediu que o Supremo votasse na quarta-feira ação da Associação Brasileira de Magistrados (AMB) que, se aprovada como previsto, poria fim à razão do CNJ.
Em resumo, a AMB pede que o conselho perca a atribuição de investigar e punir magistrados antes que sejam julgados pelas corregedorias dos respectivos tribunais onde estejam lotados.
Por analogia, tanto essa ação quanto a atitude de Peluso e mesmo o aval da maioria do CNJ à nota de repúdio do presidente do STF à declaração da juíza, remetem ao posicionamento majoritário do Legislativo contrário a punições a desvio de condutas de seus integrantes.
Poder-se-ia comparar também ao pensamento predominante no Executivo, segundo o qual uma limpeza em regra nos critérios para preenchimento de cargos na administração pública faria mal à saúde do governo de coalizão.
Ou seja, a norma não escrita que as excelências de todos os Poderes parecem dispostas a adotar é a da impunidade como pressuposto para que reine a paz na República.
As verdades ofendem, assim como a realidade enunciada pela corregedora ofendeu os brios do presidente do Supremo e as punições aplicadas nos últimos anos pelo CNJ calaram fundo no espírito do corpo da Associação dos Magistrados.

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Supremo suspende metade das penas impostas pelo CNJ

DE SÃO PAULO

Hoje na Folha O STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu quase metade das punições aplicadas pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a juízes acusados de cometer crimes desde a criação do organismo, informa reportagem de Flávio Ferreira, publicada na Folha desta sexta-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Das 33 punições impostas pelo CNJ com fundamento no poder do órgão de abrir inquérito para examinar a conduta de juízes, 15 foram suspensas por liminares concedidas por ministros do Supremo.

Ministros do STF buscam acordo para limitar ação do CNJ
CNJ diz que 35 desembargadores são suspeitos de crimes
Ministro do STF diz que corregedora 'não merece excomunhão'
O poder do órgão de fiscalizar e punir magistrados está no centro da controversa que provocou uma crise no Judiciário nesta semana.
Uma ação da AMB (Associação dos Magistrados do Brasil) no Supremo quer limitar essa atribuição do conselho. A associação alega que o CNJ interfere na independência dos tribunais.

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28/09/2011 - 19h02
Ministro do STF diz que corregedora 'não merece excomunhão'
DE SÃO PAULO

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello defendeu nesta quarta-feira (28) a corregedora-geral de Justiça, Eliana Calmon. Ele é relator da ação que analisará a competência do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de julgar e punir juízes,
A expectativa era de que a ação, proposta pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), fosse discutida na sessão plenária da Corte desta quarta-feira, mas não entrou na pauta de julgamentos.
Impedir atuação do CNJ será prejudicial para o país, diz AGU
Após polêmica, Peluso e Calmon são convidados pelo Senado
CNJ classifica como 'levianas' declarações de sua corregedora
Associação critica fala de corregedora sobre 'bandidos de toga'
Segundo Marco Aurélio, a declaração em que a ministra diz que a Justiça esconde "bandidos de toga" não merece grande repreensão.
"A nossa corregedora cometeu um pecadilho, mas também não merece a excomunhão maior. Ela tem uma bagagem de bons serviços prestados à sociedade brasileira. É uma juíza de carreira, respeitada. Uma crítica exacerbada ao que ela versou a rigor fragiliza o próprio Judiciário e o próprio conselho", disse o ministro durante intervalo da sessão plenária desta tarde.
Em recente entrevista, Calmon fez duros ataques a seus pares ao criticar a iniciativa de tentar reduzir o poder de investigação do CNJ.
"Acho que é o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga", declarou em entrevista à APJ (Associação Paulista de Jornais).
Nesta quarta-feira em São Paulo, o ministro Gilmar Mendes também saiu em defesa de Eliane Calmon ao dizer que é preciso fazer uma Justiça melhor em vez de ficar analisando a declaração de cada um.

REAÇÕES

A fala da ministra causou reação de entidades relacionadas ao Judiciário.
Além dos ministros, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apoiaram a ministra.
"Se o Brasil necessita de parlamentares com 'ficha limpa', não é crível que o drama pessoal dos cidadãos seja apreciado e julgado por juízes com ficha suja ou com fundados apontamentos de desvio ético", afirmou.
Para ele, a decisão a favor da AMB fará que "haja um retorno às trevas e à escuridão no Judiciário".
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, também disse que a decisão pró-AMB pode ser um "prejuízo para o país".
Do outro lado, entidades de juízes criticaram Eliana Calmon.
"A AMB não pretende, como apontam alguns críticos, esvaziar ou cercear o trabalho do CNJ. Ao contrário, entende que tal resolução, inspirada nos antigos decretos, é que tenta amordaçar os magistrados, ao afetar a independência de julgar", afirma o presidente da associação, Henrique Calandra.
No mesmo sentido, divulgaram notas o Tribunal de Justiça de São Paulo, Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), Apamagis (Associação Paulista de Magistrados) e Anamages (Associação Nacional dos Magistrados Estaduais).
As exceções na categoria foram a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) e a AJD (Associação Juízes para a Democracia),
"Entende a Anamatra que o CNJ, ao contrário de interferir na independência da magistratura, cuida justamente de preservá-la, estabelecendo políticas gerais e estratégicas da Administração Judiciária e avaliando socialmente a sua atuação, sem qualquer interferência na atividade jurisdicional."
A AJD, por sua vez, considera "equivocada" a proposta da AMB. De acordo com nota da associação, reações "corporativas, animadas por interesses particulares", e manifestações das cúpulas dos tribunais que, "a pretexto da preservação de suas atribuições, objetivam garantir seus poderes arbitrários", não podem prevalecer sobre o "relevante" papel desempenhado pelo CNJ na apuração de desvios de conduta.