sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Os vendilhões de templo estão aí

Frederico Mendonça de Oliveira, Fredera

Acabou que eles venceram. O Cristo meteu-lhes o chicote e os expulsou do templo, realizando um ato diversificado em toda a sua trajetória descrita nos quatro Evangelhos, mas eles O condenaram e levaram os romanos a crucificarem-nO... e hoje assumiram o comando do planeta. Ele desceu o cacete nos inimigos da verdade, nos que tudo transformam em matéria, cobiça, vício e tráfico, e sentar-lhes o pau foi gesto único durante os três anos de seu percurso apostólico - mas eles não recuaram: hoje têm os homens sob seu tacão, homens convertidos à adoração do ouro e da matéria, homens vergados a todo tipo de vício. Todos temem que a Natureza desencadeie a fúria dos elementos desafiados pela estupidez destrutiva dos globalizadores, e todos sabemos: estamos também no limiar do despedaçamento final através de feia guerra mundial, em que os povos se estranharão,como disse J.K. Galbraith (ou terá sido Oppenheimer, o pai da bomba atômica, sobrinha também de Einstein?), a paus e pedras. Passou o Natal e não pudemos ouvir a voz do Cristo nos lares e alhures. Enter
Não pudemos: ouvimos a voz de Ivete Sangalo, de pagodeiros, de axezeiros, de breganojos; ouvimos a voz de animadores de programas onde seres asininos se esfregam como os asnos de que fala o ditado latino: "Asinus asinum fricat"; ouvimos as vozes televisivas morféticas e estudadas para o ludíbrio da legião de milhões de incontáveis midiotas, das dezenas de milhões de objetos vestidos que vivem como zumbis sob a vara de ferrão do peão do Império; ouvimos o som pastoso e miserável do aboio interminável daquele camelô denominado Sílvio Santos, mas na verdade Senor Abravanel - ele prefere viver camuflado para melhor concretizar sua tarefa de disseminação da miséria mental que os governos títeres do Império a ele - e a tantos outros como ele - confiam; ouvimos foi o inferno sonoro dos amplificadores prostituindo as ruas com sons antinatalinos, mesmo até sabendo que os sons tidos como natalinos já são algo muito distante do verdadeiro som que deveria embalar o dia sagrado e místico do Nascimento. As ruas viraram a baderna ideal para os vendilhões de sempre, e objetos vestidos transitavam como gado percorrendo a esmo as ruas em busca de bugigangas insignificantes. O consumismo se instalou como uma estúpida enfermidade miserabilizante. Está tudo dominado. É o país de merda preconizado pelos cartolas da finança internacional e transformado em lixo por sucessivos governos de vermes traidores submissos ao que ordenam seus amos de Wall Street. Como disse Caetano, e temos de concordar com ele, "O Haiti é aqui" - basta botar o pé na rua e contemplar a ralé brasileira aflita em busca de um sentido para a vida da coletividade estupidificada, basta contemplar o horror de uma guerra civil que cospe catarro nos cornos de qualquer instância do que as cacatuas da mídia prostituída e prostituidora chamam poder, lendo os teleprompters que seus "editores" bandidos lhes mandam ler. Enter.
Sim, sim, crianças: o Haiti é aqui. A concentração brutal de renda asfixia a multidão imbecilizada enquanto os poucos membros das elites desfilam em carrões refrigerados e à prova de balas. Balas perdidas em capitais zunem como abelhas tanáticas, e as multidões gritam GOOOOOOOLLLL! para anestesiar seu desespero através do ópio do futebol. É o Brasil dos globalizadores, o Brasil como querem os que tinham Henry Kissinger, aliás Abaham ben Elazar, como seu representante. Este demoniozinho declarou, como porta-voz dos donos do mundo, que "Não queremos um tigre abaixo do Equador". Que tigre? Explico: ele se referia ao que chamavam à época de "tigres asiáticos", ou seja, as economias emergentes dos países amarelos, China, Japão, Coréia, Taiwan, por aí. Então a tarefa dos globalizadores era obstar a marcha do Brasil em direção a um futuro de emancipação e soberania. Aos cães globalizadores interessa é tomar a Amazônia, o Aqüífero Guarani e o Pantanal, de que eles vão precisar para se manter vivos enquanto nos fazem morrer à míngua de miséria, fome e sede. E vamos dançar axé, imbecilzada, macacada sem rabo, que o Brasil já era! Enter.
Os babacas que se posicionaram a favor da proibição de venda de armas e munições nem imaginavam que merda jogavam nas próprias fuças e vidas. Eles se baseavam em subjetiva idéia de rejeição da violência, como se fossem moças virgens ingênuas, os cafumangos. Nem sonhavam que estavam engrossando a iniciativa de eliminar a tarefa de exportação de armas pelas fábricas brasileiras Taurus, Rossi, Boito, Beretta, Imbel e outras. Só pra ilustrar, os cops americanos, ou seja, os guardas de rua uniformizados, usam revólveres Taurus 38. Proibida a venda de armas em território brasileiro, estaríamos impedidos de exportar nossos produtos, porque só podemos exportar, por lei internacional, aquilo que podemos comercializar internamente no país. Entenderam, ó vocês integrantes da macacada sem rabo do Sim? Venceu esmagadoramente o Não, venceu o País, mas continuamos sob sérias restrições em relação a armas de fogo - restrição essa que não impede que o crime organizado esteja mais armado que as Forças Armadas e as polícias e que mije sobre o poder constituído sem a menor cerimônia. É o Brasil globalizado, é o Brasil de joelhos aos pés dos amos globalizadores. Não é bonito, isso? Não é encantador vermos nossa gente indo pro inferno? Enter final.
Feliz Natal e Próspero Ano Novo. No Rio, o helicóptero que levava um palhaço fantasiado de papai noel para descer no morro distribuindo presentes para as crianças faveladas levou foi bala, e teve de sair de pinote rapidinho pra não ser abatido mesmo. Os poderosos acham que basta fazer uma gracinha levando uns presentinhos pros pobres desgraçados que se comprimem como ratos ou vermes em favelas-bicheira e tudo fica azul como a tela da Globo. Não é mais assim, não. Agora o mal ganhou vida própria, e poucos sonham com o que significa o bem. Feliz Natal e Próspero Ano Novo: é o que nos desejam os globalizadores, depois de nos prostrarmos a seus pés. O Cristo é uma vaga lembrança. O que vale é a grana e fazer todo mundo comprar, comprar, comprar, sem qualquer sentido, não importa. Vem aí o 31/12. Pulem muito! Como macacos! É a alienação total! E viva Santo Expedito! Oremos. 'Té 2008, crianças!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O Natal dos desesperados

Interrompo o trabalho sobre os “acidentes” aéreos que nos impingem com a maior cara de pau para falar de outro “acidente”, este também com aspas, mas porque é acidente provocado há milênios, e que agora chega ao que poderíamos chamar de estética do proletariado perdido. A feiúra que perpassa esses patéticos momentos pré-natalinos, que de natalinos não têm mais nada senão vagas lembranças, causa dó misturado com uma forma estranha de estupefação, isso partindo de corações e mentes ligados na triste realidade que contemplamos. O resto, o povão, a massa, a macacada, ah!, esses estão mais perdidos que cachorro caído de mudança – o que não é nenhuma fantasia: não passam de seres caídos do bonde da História. Andam pelas ruas atrás de bagulhinhos em lojas que antes eram de R$0,99, que depois passaram para R$1,99 e que agora já têm preços variados chegando até R$10,00, o que mostra que a bandidagem prossegue engambelando a plebe rude e ignara. Enter.
Triste, mas verdadeiro: o Cristo está esquecido porque soterrado pela interminável avalanche de matéria fecal da mídia, desde o som miserável e desgraçante que se ouve por todo lado, incluindo patéticas duplas de obesos cantando horrores banais ou seres abissais entoando misérias sonoras regressivas e patogênicas, tudo visando destruir qualquer possibilidade de contemplação de alguma beleza e algum crescimento espiritual. Na manjedoura dos presépios das elites está não o Menino Jesus, mas Mefistófeles, o demônio enganador, travestido em criança inocente. Nos lares está não o Cristo renascido, mas a rede Globo despejando podridão e miséria em lindas e bem produzidas imagens, especialmente se transmitidas para a ceia de Satanás, ente maligno vitorioso no espaço dos lares que ainda têm pendurada em paredes a imagem do Cristo crucificado ou Seu semblante em quadros ou gravuras. Na consoada, a TV ligada é a janela para a perda, a fuga, o dissipar-se dos conteúdos sagrados: o artefato maligno desvia as mentes delas mesmas, rouba os pensamentos e o direito a usá-los como instrumentos de progresso e aperfeiçoamento. A TV está ligada, as mentes entram em ponto morto. E Jesus Menino vai sendo enxotado dos lares pela boca aberta de latrina do vídeo depravador, êmulo da conversão obscena do homem à reles matéria passageira e enganadora. Enter.
Na noite de véspera de Natal, nada de tradições: a família está unida apenas pela matéria e pelos interesses inter pessoais. Ninguém pára pelo nascimento do Salvador, ninguém reflete no significado sagrado e místico do Natal: a vitrola toca axé ou sertanojo, as pessoas comem e bebem falando de matéria e de conquistas materiais, falam do carro novo, da nova amante, do novo amante, da viagem à Europa, coisas do gênero. As elites são sempre imundas de alguma forma. Já nos lares pobres, resta a conversão ao deus da TV, todos sem assunto se curvam à telinha ou mesmo telona – cresce o número de TVs de 29 polegadas em barracos de periferia – e da mesma forma o Cristo Menino está postergado, preterido e devidamente esquecido. O Natal virou festa da matéria. Sob os viadutos, lá está o Cristo consolando. Também nos presídios e nosocômios. E assim temos o Natal de hoje, em que os corações empedernidos e embrutecidos se entregam ao fatalismo do mercado e se apresentam como soldados obedientes às ordens da TV. O cidadão comum brasileiro hoje é um infeliz sem alternativa ou perspectiva: é um bovino mugente ou ovino balante. Só. Exceções de praxe, claro. Enter.
A desastrosa e já bem esquecida cantora Simone cantou canções de Natal pra ver se reaquecia algum público e faturava algum. E gravou uma versão boçalíssima de Noite Feliz, calcando no e aberto, patético, ridículo. Também gravou uma versão besta da feia canção de Natal do Lennon, que não vendeu simplesmente nada. Eis o Natal de mercado, em que a data sagrada é usada para que artistas de meia tigela faturem algum, embora completamente distantes do espírito natalino e cristão. O espírito que dirige essa gentuça ignara e grosseira é o dos vendilhões que o Cristo açoitou no templo. Só pensam em usar o Natal para lançar mais dinheiro em suas burras, e são insaciáveis, esses pobres seres sem qualquer norte que não os miseráveis desejos. E jamais aprenderão, a menos que Deus intervenha! Enter final.
Nas portas das quase desertas lojas, sempre um som deletério, axé, pagode, breganojo, que os proprietários consideram que possa "atrair" os bestiais seres ou objetos vestidos que vagam como zumbis pelas ruas caudalosas de tanto fluxo de burrice e insatisfação. Nenhum som natalino se ouve pelas ruas e lojas: sinal de que o Cristo foi banido desses antros de avidez e culto à matéria. O desespero é total: vendedoras desesperadas por vender que atacam o possível freguês com um dúbio "Posso ajudar?" quando na verdade pedem desesperadamente que compremos para que assim as ajudemos. Já os consumidores só fazem dar vazão a seus instintos vulgares de aquisição sem objetivo outro que adquirir, e as lojas são um cenário de desarmonia em todos os sentidos, todos ansiosos e insatisfeitos, e a frustração é o que reina nesse ambiente que só faz a alegria dos demônios globalizadores - cuja vitória maior é vencer o Cristo e promover o deus mercado. A feiúra reina absoluta neste Natal minúsculo e sem Cristo no ar. É bisonho, desolador. E viva Santo Expedito! Oremos. Feliz Natal, gente!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A colisão que nunca existiu: a tragédia da Gol

Desde que Santos Dumont se elevou a metros do chão, perante uma numerosa assistência de grã-finos em Paris, pilotando seu tão pouco aerodinâmico 14 Bis, que mais parecia um conjunto em cruz de caixotes amarrados uns aos outros, jamais se registrou uma colisão entre dois aparelhos voadores em vôo de cruzeiro – isto é, já em velocidade máxima e longe de operações de pouso ou decolagem. Desde os primórdios da aviação, quando os aparelhos eram rudimentares e tendiam a cair por qualquer irregularidade, a literatura aeronáutica é vazia de fatos envolvendo colisões no ar, exceto quando em operações críticas envolvendo vários aparelhos voando próximos entre si em exibições sobre um mesmo aeródromo – e mesmo assim há raríssimos relatos – ou em operações de pouso e decolagem sobre aeródromos congestionados – em que são raríssimos também tais eventos. A literatura geral sobre o assunto registra uma colisão entre um Boeing 707 e um Constellation nos EUA nos anos 60, um deles em operação de aproximação e outro tendo decolado há menos de um minuto. Ambos estavam em baixa velocidade, o que possibilitou o choque. No Brasil também há um registro de um DC3 que teria colidido a poucos metros do solo com um aparelho militar americano em 1960, e não houve sobreviventes. E só. Considerando quantos vôos se realizaram desde a histórica vitória de Santos Dumont em Paris, admitamos que a estatística é tecnicamente nula. Enter.
Pois vem essa história criminosa e abjeta de ter havido uma colisão na Amazônia entre um Boeing 737 da Gol e um Embraer/Legacy da americana Excell Air. E dessa impensável e mesmo fantasiosa colisão resulta absurdamente a queda do Boeing (três vezes maior que o Legacy) e a permanência do Legacy no ar até pousar na Serra do Cachimbo em perfeitas condições. Que sejamos todos otários não duvidamos, basta ver que estamos todos comendo merda num país que não é país e vivendo um processo histórico em marcha a ré acelerada. Mas daí a simplesmente aceitarmos a abolição da Física do conhecimento humano, aí não dá. E vamos aos escandalosos fatos que envolvem essa encenação torpe, e é bom que se preparem os estômagos. Enter.
Começa que não se sabe por que filmaram a decolagem do Legacy quando saía de São José dos Campos para virar protagonista da mais escabrosa história da aviação brasileira, quiçá do mundo. Os caras vão até Brasília e tomam a aerovia BSB/MAO. A um determinado momento, desligam o transponder, aparelho que permite aos pilotos e controladores de terra constatar a altura em que vai o aparelho na aerovia, uma vez que essa altitude é controlada para justamente evitar a POSSIBILIDADE REMOTÍSSIMA de colisão. Convém lembrar ainda que uma aerovia tem a largura de 30 km e que uma colisão entre aparelhos em sentido contrário é fisicamente impossível, ainda mais sobre o tão vazio espaço aéreo amazônico. Se houvesse possibilidade de colisões desse tipo, o controle de vôo seria muitíssimo mais sofisticado e rigoroso do que é – e o que está em vigor é suficiente para reduzir para um em um milhão a possibilidade de qualquer eventualidade dessas. Pois muito bem: o impossível acontece, só que nos passando um diploma de otário do tamanho da Amazônia. Vamos a fatos iniciais que contrariam todas as normas da normalidade universal. Enter.
Começa que, a uma velocidade resultante de 1600 km/h – cada um dos aparelhos voava a 800 em sentido contrário –, a ressonância aerodinâmica dos dois aparelhos forma em torno de cada um uma rigidíssima redoma, como se fosse uma aura resultante da penetração de cada um no ar. Significa dizer que os aparelhos JAMAIS PODERIAM COLIDIR seus corpos, porque a ressonância impediria terminantemente o toque, mas expulsaria um do outro. Qualquer engenheiro aeronáutico titica – se é que isso possa existir – confirmará isso. Se o Legacy passasse a cinco metros do Boeing em sentido contrário, seria arremessado longe rodando sobre ele próprio, e simplesmente se despedaçaria, vindo a se desintegrar. A asa dele jamais tocaria a do Boeing: as duas se repeliriam em função da ressonância, e dificilmente os dois continuariam no ar voando sob controle. Mas, se um dos aparelhos lograsse manter ou recuperar o controle, seria o maior deles, jamais o menor. E aí fica evidenciada a estúpida farsa envolvendo tudo isso, e assim ficou assinado nosso diploma de otário pelas forças da globalização, que estarão por trás de tudo manejando os cordéis da tragicomédia. Enter.
Se o “acidente” não contou com testemunhas oculares, somente depois de completado todo o trabalho pericial poderia haver um laudo que explicasse o que levou o Boeing ao chão e por que o Legacy permaneceu em vôo normal, sem percalços. Mas a mídia dos globalizadores se apressou em difundir imediatamente após o evento a versão da fantasiosa colisão, soltando no ar em todas as emissoras e noticiários uma animação “mostrando” como se deu a imaginosa colisão. Por quê?? Por que as autoridades aeronáuticas não entraram em cena antes da mídia, impedindo o ludíbrio de toda a população através de comprovar com imagens falsas algo simplesmente contrário a todas as leis da Física e da Natureza? Enter final.
Porque o Brasil de Lula já não é mais Brasil, e isso é fato desde FHC, o monstro abjeto. Lula é um boneco ridículo, um fantoche etilizado e sem qualquer traço de caráter ou vergonha na cara, temos constatado. E os globalizadores vão desgovernando o Brasil nos cornos de nós todos. Na próxima, explicaremos o restante das loucuras inadmissíveis transformadas em fatos nessa farsa funesta. Pelo menos os leitores do blog serão informados de tudo. Aceitem ou não. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

E o Vôo 402? Lembram?

Frederico Mendonça de Oliveira

Pois é. Foi em 1996, horrorizou geral e foi o segundo maior acidente da história de nossa aviação comercial. Segundo a mídia dos globalizadores, a causa do acidente teria sido a abertura do reversor direito durante a decolagem. Um funcionário de terra testemunhou a loucura enquanto o Number One decolava. O aparelho estava voando pintado especialmente de azul, diferente do restante da frota, para comemorar a conquista do prêmio de melhor empresa regional do mundo, conferido pela Air Transport World recentemente à TAM. O aparelho decolava rumo ao Rio levando quase que exclusivamente executivos de alto coturno a bordo. Pois foi aquilo: o reversor se abre na decolagem, e o aparelho se agüenta no ar por 25 segundos, acabando por espatifar-se contra prédios residenciais, resultando disso mais de 100 mortes, entre passageiros e algumas pessoas em terra. Enter.
Os papagaios da mídia montaram as reportagens dentro dos rígidos limites impostos pelas editorias, e só especialistas em assuntos jornalísticos e/ou aeronáuticos verificaram que a abertura daquele reversor seria algo realmente impensável, a menos que se apontassem as indagações em direção a... sabotagem. Logo viria a grita dos “sensatos” acusando os denunciantes de “adeptos de teorias conspiratórias mirabolantes”. E a imprensa está aí para qualquer coisa, menos trabalhar em cima da verdade. O negócio é trabalhar de acordo com os interesses empresariais das grifes jornalísticas e dos que anunciam nelas. Assim, a hipótese de sabotagem, única opção para justificar tamanha aberração, foi ignorada – especialmente para que prossiga o estado ditatorial da informação, responsável pela estupidificação da maioria esmagadora da população brasileira. Somente alguns tímidos toques foram dados a respeito da absoluta impossibilidade técnica da abertura do reversor em decolagem, e ficou nisso. A Veja, em edição especial do dia seguinte ao acidente, fez a seguinte menção:”Se a turbina foi de fato revertida na decolagem, como indicam os testemunhos, surge um novo mistério. O que pode ter acionado o mecanismo de reversão?”. A partir disso, poucas indagações: primeiro, poderia ter havido quebra da trava do reversor. Segundo, um dos trinta e quatro computadores de bordo teria cometido um “erro de leitura”, acionando o reversor. Em ambos os casos, estamos diante de uma grosseira fantasia: começa que a quebra da trava não acionaria o reversor, que só abriria depois de uma série de procedimentos e operações mecânicas, tudo isso operando em condições rígidas de absoluta segurança. A liberação do travamento, além disso, não faz abrir o reversor: ele só entra em operação quando a manete de aceleração passa por idle (ponto morto) e vai ao oposto da posição que estava em decolagem (climb), ponto denominado maximum reverse. Mais: se um computador falhasse, os outros 33 entrariam em defesa do sistema – o aparelho, a correta operabilidade e as vidas envolvidas – e corrigiriam a pane. E nada mais se falou, senão que, num comentariozinho de canto de página de edição da Folha mais de um mês após o acidente, seria tecnicamente impossível a abertura de um reversor em decolagem, especialmente o do Fokker 100: era um comentário de um especialista da própria Fokker, editado sem qualquer destaque. Enter.
A coisa engrossa mais ainda quando se verifica a possibilidade de o avião poder ainda retornar ao aeroporto caso o piloto conseguisse fechar o reversor. Mas, já que é impensável que ele se abrisse, como o piloto poderia fechá-lo se estava com toda a potência a frente, o que obrigaria incondicionalmente todo o mecanismo a estar harmonizado para a decolagem, e não para a etapa final de pouso, quando já teriam sido cumpridas todas as etapas que, então, permitiriam a abertura do reversor? Seguramente o piloto José Antônio Moreno e o co-piloto Ricardo Gomes estariam incapacitados para diagnosticar a causa da indirigibilidade do aparelho – avião não tem retrovisor – e devem ter morrido sem imaginar que aquele reversor tenha entrado em operação. O fato é que, se houve a abertura do dispositivo, não haveria como fechá-lo, até porque isso não faz qualquer sentido tecnicamente, o que impede que se tomem medidas para reverter a situação. Poderia ter havido um alerta luminoso na cabine, indicação de que estaria liberada a reversão, mas mesmo assim não haveria como interceder, porque não há alternativas para uma situação impossível e que contraria radicalmente TODA A ARQUITETURA E ENGENHARIA do aparelho. Enter.
As mentes dos midiotas não alcançam operar esse grau de ilação, não só por serem todos absolutamente ignorantes em relação a aviação, como por serem cordeiros balantes que repetem estupidamente tudo o que a mídia dos globalizadores publica. Então as coisas acontecem, recebem o tratamento midiático de acordo com os interesses dos globalizadores, estes, na época, recebidos e tratados com festas e loas pelo abjeto traidor FHC, e vai ficando tudo por isso mesmo, para que se possa consumar a tomada gradativa do País sem maiores problemas. Intrigados e encafifados ficarão para sempre os envolvidos diretamente com a questão, sejam parentes de vítimas, sejam profissionais e envolvidos com a área, estes últimos talvez obrigados a calar o bico diante da clara trama que levou o Vôo 402 a terminar em tragédia, sabendo que as retaliações nestes casos podem ser fatais. E ninguém quer acabar como acabaram, por exemplo, as dez testemunhas do assassinato de John Kennedy: todas foram pro beleléu por caminhos diversos e... inexplicáveis. “Quem tem c* tem medo”, diz o adágio popular. E ninguém quer aparecer de repente com boca cheia de formigas. Enter final.
Tratar dessa questão a fundo nos levaria a produzir uma obra alentada, e seguramente rolariam cabeças, inclusive a do autor da investigação. Então vale simplesmente revolver o assunto e deixar que mentes abertas disponíveis se dêem conta de que tem carne podre sob esse angu azedo. De qualquer forma, solidarizamo-nos com as famílias das vítimas desse crime hediondo e atroz, porque também a nós, gente envolvida com aviação durante décadas, essa tragédia dói e não sara nunca. E o pior é que outras vieram e virão. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té a próxima, queridos!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Vamos desperdiçar água, estafermos!

Frederico Mendonça de Oliveira

Ah!, que visão maravilhosamente estética a cena de mulheres aguando passeio! Nosso dia ganha tanta força quando vemos as mulheres de classe média desse Brasil moreno de mangueira na mão – e com ar diligente, religioso, muito atentas ao que estão fazendo! – empurrando lixo com o jato d’água durante no mínimo uns 20 minutos de terapia compensatória! Algumas até se curvam, para mostrar quão atenciosas conseguem ser em tão nobre tarefa! Quando são empregadinhas de mente vazia fazendo isso, ficamos apenas sacando; mas quando são as madames de verdade, ah!, aí emociona fundo! Especialmente quando essas senhoras tão zelosas se paramentam para esse gesto de grande valor e utilidade para este Brasil moreno e cabocro! Enter.
A vestimenta ideal para essa prática de saneamento básico doméstico tem coisas interessantes. Vamos lá: uma bermuda e uma camiseta do tipo regata bem cavada vão muito bem para esse esporte nacional urbano. Especialmente se uma bermuda azul pavão e uma camiseta amarelo gema de ovo. Para incrementar mais ainda, a madame pode chegar a causar suspiros em portadores de bons níveis de testosterona se puser um par de botas de borracha brancas, daquelas usadas em frigoríficos e açougues. Agora, se a madame quiser causar ereções e deixar os transeuntes em estado de distúrbio hormonal generalizado, basta fazer como algumas delas mais ousadas: basta aguar passeio de bermuda azul pavão ou cobalto, camiseta amarelo gema de ovo ou limão shocking, botas de borracha brancas e... com bobs nos cabelos, especialmente aqueles de uns oito centímetros de diâmetro. Jovens fogosos ou jovens adultos maduros seguramente vão arriscar uma bela sessão de adoração a Onan tendo na cabeça a imagem dessas – por que não dizer? – deusas do asfalto urbano! Enter.
Pois mesmo diante dessa maravilha perturbadora não só de nossos sentidos estéticos, mas até para nossos hormônios, há quem arranje um jeito de criar problemas para essas aparições celestiais. Primeiro, vêm os sempre desagradáveis ambientalistas, esses neuróticos que vêem problemas ecológicos em tudo: eles ficam gritando que a água potável no praneta vai acabar,.que é um crime desperdiçar água tratada para tarefas sem qualquer utilidade, essas maluquices todas. Ora, o Brasil tem água pra dar e vender! Isso aqui não é Europa nem, mais especialmente, Holanda, não! Aqui temos água até o fim dos tempos, temos rios, fontes, aqüíferos do tamanho de vários países da Europa somados! É água pra não acabar mais! Então, pra que essa besteira de ficar aí gritando que a água vai acabar e que as próximas guerras não ser justamente por causa dela? Vê se pode?! A água do Brasil acabar? E ainda garantirem, esses neuróticos do Green Peace, que a melhor perspectiva para o fim da água é em 2025?! Malucos!! Pirados! É isso: maluco é o que não falta nesse praneta e nesse Brasil abestalhado! Mas, fazer o quê? O jeito é ir levando e deixar os cães ladrando enquanto passa a linda caravana de aguadeiras de passeio, lindamente curvadas sobre o efeito mágico do jato, aquela cena tão comovente e luxuriante! Isso é cultura e arte, viu, ô Gil? Enter.
E tem os que puxam brasa até pro Freud, aquele maluco, pra engrossar a besteirada: falam de “compensação do complexo de castração”, aquela história de a menina ver que o menino ou o pai têm pênis, e aí ficam com um complexo de não ter uma coisa pendurada bem ali também e de, em vez disso, terem uma simples e humilde fenda. Os caras têm uma imaginação prodigiosa, pode crer! Então, pra justificar a visão de que aguar passeio é crime, eles inventam que essas mulheres estão fazendo da mangueira um falo imaginário, e se compensam ejaculando e urinando copiosamente com ele, empunhando-o gloriosamente por longos minutos, que seria o que elas pretendem seja o tempo ideal para penetrarem uma vulva imaginária ejaculando abundantemente – ou mijando solenemente para que esse mundo estúpido as contemple se realizando. Pode ser mais imaginativo, isso? Bem, tem cabeça pra tudo nesse diabo de Brasil maluco. Basta ver as legiões de milhares de sirigaitas que coincham como leitoas sendo torturadas diante de duplas de sujeitos de violão na mão, chapéu de texano, fivelão incrementado e botinas cheias de adereços metálicos e firulas de diversos tipos de couro. Basta ver os leitores da revista Caras, especialmente considerando que as fotos dos eventos são o que há de mais brega e sem nenhum glamour... Enter final.
Bem, os caras não têm conserto. Ficam imprecando e blasfemando contra nossas lindas deusas aguadoras de passeio, vai ver que têm é uma inveja profunda, na verdade queriam ser é como elas, sem nada pendurado, mas nasceram com esse “estorvo”... Hem?? Hem?? Vai ver que esses caras são umas meninas disfarçadas, que vieram ao mundo com outros sentimentos, e ficam admoestando as deusas da água, que parecem encarnações de lindas estátuas gregas, isto é: tudo não passa de intriga baseada em inveja! Precisamos erigir uma estátua em cada cidade deste Brasil mofino, ops!, moreno, em homenagem às aguadoras de passeio, que mantêm em dia a libido nacional mostrando parte de suas coxas sugestivas de delícias e ombros luzidios ao sol da manhã, e que serão até símbolos de erotismo se se permitem usar bobs, que as fazem tão desejáveis pela intimidade que revelam nas ruas! Já pensaram em como seria divino fazer amor com uma coroa jovem cheia de bobs na cabeça? Hem??!! Heeemm???!!! Bem, chega de machucar os corações com cenas tão eróticas. A gente se encontra na Grobo. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té a próxima visão delas, queridos!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Podridão pouca é bobagem

Podridão pouca é bobagem

Frederico Mendonça de Oliveira

A macacada sem rabo aceita numa nice a condição que os meios de “comunicação” lhe impuseram a partir de 1964. Quando empreendi meu deslocamento para o Sul de Minas, a música começava a morrer em definitivo nas capitais. Entravam em cena os tais “projetos”, que os músicos não alcançavam entender o que vinham a ser. Muito bem. Ou, melhor, muito mal. Aos poucos, na esteira do lançamento da Xuxa como cantora de música infantil – articulação muito bem realizada pelos profissionais a serviço dos interesses do Império – vieram os horrores que devastaram nossa cultura musical: primeiro, a lambada, sob a voz achamboada de Luís Caldas, aquele pobre imbecil. Decorreu disso o deletério axé, com sua atual “musa”, Ivete Sangalo, que não canta, fala entoado; em articulação com essa desgraça, veio o breganojo se insinuando no cenário da “nova canção”, consagrando como artistas os asiáticos Chitãozinho e Xororó, os tomateiros Leandro e Leonardo, os patéticos Zezé di Camargo e Luciano, estes últimos produzidos por um certo Franco Scornavacca, responsável por transformar o público deles em gado vacum, que este Franco realmente fez escornar para sempre; e na esteira dessas três “dupras”, veio uma legião de outras, cada uma pior que a outra; para completar o quadro dantesco desta trágica involução, veio o pagode pasteurizado, que lançou na ribalta a horda de Netinhos, Alexandres Pires, Belos e figuras patibulares afins. É realmente abestalhante a constatação: impuseram-nos o abismo, e todos pularam nele como se em piscina de águas termais. Enter.
E pensar que éramos o país de Tom Jobim, de Villa Lobos, de João Gilberto, gente que nos fez ver a Europa e os EUA se curvando diante de nossa música e de nossa capacidade cultural, artística e até científica. Considerando tamanha inversão, tamanho empobrecimento, há que admitir duas coisas: primeiro, os caras trabalharam pra arrebentar – e arrebentaram!; segundo, não houve resistência nenhuma vindo de setor nenhum! O Estado, gradualmente feito em frangalhos desde 64, não mais sequer enxergava cultura e arte. Claro, estávamos por 20 anos sob ação de gorilas moucos e míopes; depois, voltando o terno-e-gravata paisano desde 1985, vimos crescer ao absurdo essa matéria escatológica combinando corrupção e deterioração musical. Pois não bastando essa violenta queda, veio ainda o coice. Os intervencionistas não dispensaram o “acabamento” do processo de destruição: acabaram com o que poderia moral ou praticamente resistir por entre os escombros do que eles bombardearam: deram os microfones, através de sutil estratégia, aos curiosos de todos os matizes e categorias. Como curetagem definitiva, puseram em todos os espaços onde pessoas se reúnam para comer e beber e buscar o lazer burro, a ignóbil “música ao vivo”, que levou ao nível do rasteiro a imagem do boneco ao violão cantando “sucessos de público”. Eles não poderiam ter sido mais eficientes como devastadores... Enter.
Hoje, qualquer boneco ao violão “canta” coisas banais e normalmente as mais imediatistas canções da extinta emepebê. Extinta depois de criada e explorada à exaustão pelos mesmos artífices da desmusicalização do Brasil hoje. Que fazer, senão chorar sob o cobertor? E, se não tiver cobertor, vai papelão mesmo, como o pessoal de rua... Não é tão bonito isso tudo? Pois os bonecos ao violão enriqueceram os donos de casas noturnas e restaurantes, como ocorreu com um mafioso no Sul de Minas: ele cobrava couvert artístico de cada cadeira no restaurante, com isso arrecadandoatravés do couvert – que os macacos sem rabo chamam de “covér” – somas acima de mil reais por fim de semana – e tinha a cara-de-pau criminosa de pagar um fixo irrisório ao boneco ao violão. Embolsava o grosso que os macacos sem rabo pagavam pela “música ao vivo” e dava uma ninharia pro boneco ao violão. Muito esperto... E tinha mais: se o boneco não quisesse trabalhar por tão pouco, outro quereria sem qualquer objeção: era pegar ou largar. E os macacos sem rabo comendo e bebendo alheios a esse crime, à música de merda que eles abafavam falando escatologicamente mais alto que ela e a si mesmos, porque não passam de midiotas cooptados pelos globalizadores. Enter.
Numa capital como Belo Horizonte, por exemplo, os grandes músicos têm de se sujeitar a ganhar ninharias de R$50 por noite se quiserem tocar nos restritos espaços que usam música, e o público decai de qualidade dia após dia, emburrecido pela vida estúpida que levamos e pela submissão acrítica à hegemonia, verdeadeiro jugo da TV sobre as mentes. Mentes? Digamos... penicos! Fica melhor, não? Ou que outro nome mais “caseiro” dar a um recipiente para matéria fecal, que é o que a TV despeja diária e diuturnamente em câmaras ósseas onde estariam alojados os tais de cérebros? Você pode experimentar: andando pela rua, tente ver, no lugar de cada cabeça, um penico feito de qualquer material. Não fica no jeito? E olhando para os auditórios de TV, com aquelas criaturas gritando histericamente diante de chapeludos, botinudos e fiveludos? É só visualizar penicos no lugar das cabeças. Enter final.
E ficamos assim, quase não precisa dizer mais nada por hoje, a não ser que essa mesma mídia que transforma nossas mentes em penicos nos impede de saber o que realmente se passa na Venezuela. A mídia hegemônica só quer que você odeie a Venezuela e seu líder Chávez. Não há uma voz na grande imprensa e na TV que honesta e imparcialmente mostre o que ocorre de progresso social no país de Simon Bolívar. E essa mesma mídia infernal só quer que você grite histericamente ante os patéticos breganojos com seus guais lancinantes e vazios. E ainda vêm dizer que é “gosto popular”... Vão pro inferno, demônios da mídia! O lugar de vocês é lá, não aqui, onde mourejam seres inocentes! E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, queridos!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

A miséria abre as asas sobre nós

Frederico Mendonça de Oliveira

E todos aceitam isso como sendo uma fatalidade irreversível, como se fosse o destino que os céus nos enviam. E todos vão se moldando a isso, se miserabilizando como se fosse inevitável e... natural! Mas não falemos da miséria em que se debatem seres desgraçados nas periferias de capitais e nos morros cariocas, espaços onde convivem o horror existencial da carência perversa e o crime encarniçado que se manifesta como expressão obrigatória da realidade brasileira e mesmo humana – ou como resposta armada desobediente a um sistema comandado por cães sem vísceras. Nem falemos da miséria tétrica do Nordeste assolado pela seca e manipulado por senhores cruéis que obedecem a outros senhores de alhures mais cruéis ainda. Nem falemos da miséria estampada nos rostos e corpos de seres que compõem filas de cem, duzentos metros ou mais, começando à porta de ambulatórios do SUS, ou dos que erram pelas ruas ou se esmagam e emporcalham sob viadutos sórdidos. Isso tudo já conhecemos de sempre, é a desigualdade em si, embora hoje superlativada e imposta como espetáculo horrendo sob seguidos “governos” de sudras ignóbeis engravatados que se assumiram canalhas despreocupados com o que façam ou sejam ou ainda com o que possa advir disso. Isso de brios é fantasia do passado... Enter.
Falemos da miséria branda em sua apresentação e aparentemente inócua e mesmo inocente, e até para muitos agradável, falemos da miséria enfeitada, apelativa, açucarada, colorida, cheia de atrativos para as mentes suscetíveis e indefesas, incluindo nisso, com sanha, deformar as mentes tenras de crianças e adolescentes. Falemos da matéria purulenta oferecida como dieta de “entretenimento” e imposta como padrão cultural pelos mensageiros das trevas. Esta miséria se nos apresenta como guloseimas atraentes, até como coisas apreciáveis, mas só os espíritos avisados detectam a podridão por dentro deste imenso sepulcro tão bem produzido e ornamentado. Como diziam nossos ancestrais portugueses, “por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”. Falemos das enxurradas de fétido exsudato lançadas pelos meios de contra-informação cinicamente considerados como sendo de “comunicação”, e essa inundação programada e realizada pelos globalizadores ocupa simplesmente todo um espaço que seria outrora ocupado por arte e cultura. Hoje é entretenimento, eles mesmos definem o processo com esse nome. Fomos o país de Villa Lobos e Tom Jobim, de Clarice Lispector e João Guimarães Rosa, de Carlos Drummond e João Cabral, de Portinari e Di Cavalcanti; hoje somos o país de Tiririca e Netinho, de Silvio de Abreu e Paulo Coelho, de Gugu Liberato e Leão Lobo, de rapeiros, grafiteiros e borra-tintas aos montes. Somos um país de merda e de merdas, tão eficiente e sem freio qualquer é a ação dos intervencionistas. E pra fundo musical bota um reggae ou um breganojo aí, ô meu! Enter.
O “ministro” da Cultura também é o embaixador do reggae nesta Pindorama esmerdeada. Não é culto, ele, é genial no negócio de fazer canções e muito bem informado. Agora está vivendo uma posição social invejável, é um socialite, e nada contra-indica isso, basta ter estômago e considerar que sempre trabalhou duro e diuturnamente. Só que as aspas para o cargo se devem ao fato de ele não ser um ministro, mas um ocupante da pasta, como de resto todos os outros “ministros” neste país-rebu. O fato de ele ser um grande artista, autor de várias obras primas da canção moderna emepebê, não o qualifica para exercer o cargo, além de não poder fazer praticamente nada em relação a nada. E a culpa não é do ocupante, é da pasta, que não deveria existir num país em que a cultura mesmo está posta fora da lei pelos globalizadores. É uma contradição curiosa. Nosso ministro na verdade não é nosso: é deles. Tenho certeza de que Gil, a menos que odeie Deus, pátria e família, meteria a mão na massa, se a ele permitido fosse. Eis aí a grande piada, que soa como um potente peido que diverte pelo som mas constrange muito pelo fedor. Então a Cultura e a cultura vão muito mal, obrigado. Afinal, em país de analfabetos e analfaburros fabricados aos milhares por dia, pra que cultura? Temos rede Globo, já está de ótimo tamanho! Enter.
Chego à agência central dos Correios e lá está um aparelho de TV sintonizado na Globo. É como metralhar as pessoas onde quer que vão. Elas têm de ser alvejadas. Se o “ministro” aborda isso, vai pra rua em horas. Uma ligação dos Marinho, e já era. Gil cagaria, mas seu projeto pessoal seria arranhado: ele tem que estar intocado para não parecer um “rebelde de merda” como Lobão ou Sérgio Ricardo. E com Lula da Filva não seria diferente: ai dele se abre aquela boca pra conter a massacre contracultural da Globo: cai de maduro, e feio. Aliás, ele está no poder por ser não um pusilânime, mas um reles e abjeto traidor e vendido por ninharia. É um grande impostor, sem caráter nem um pingo de testosterona – não a que move os machos sobre as fêmeas, a “Galega” que o diga, segundo ele eructou aí, mas a testosterona dos homens de palavra, dos homens que têm compromisso com a pátria que os pariu. Enter final.
Considerando esse amontoado de “homens públicos” que ocupam os poderes, concluímos que Kon Fu Tsé, o sábio chinês que os globalizadores apelidaram de Confúcio para associar filosofia a confusão, tinha pra lá de razão: “Se alguém desejar saber se o reino é bem ou mal governado, se a sua moral é boa ou má, examine a qualidade de sua música, que lhe fornecerá a resposta”. E não temos saída: preparemos a próxima vida, que esta já era. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

"Peidei... mas não fui eu"

Frederico Mendonça de Oliveira

Em festa de entrega de troféus de melhor disso e daquilo em que pululavam colunáveis – e em que foi muito sentida a falta do ties’ rabbi Henry Sobel – e famosos de todos os gêneros, eis que lá está o Lobão, aquele que enche o saco dos manipuladores da canção e pisa nos calos dos integrados por não assumir o bom mocismo cínico e safado dos intérpretes emepebísticos ungidos do Sistema. Meio que estranho no ninho dos – quase todos – apedeutas da “canção” atual, e destoando severamente da postura globalizante da coluna de Mônica Bérgamo, ei-lo envergando uma camiseta negra com os dizeres que estampei no título deste artigo, mas que vale repetir: “Peidei – mas não fui eu”. Isso lembra uma piada que fez sucesso nas montanhas sul-mineiras, retratando duas filhas de colunáveis do arraial que se topam no salão do puteiro maior do pedaço; no que a primeira, afetando estupefação, pergunta: “Uai!!! Oooocêêê aquiiiii?????”, a outra, manifestando fingido espanto, responde: “Ieeeeeeuuuu???? Eeeuuu nããããoo!!!!!!!”. Contando a piada com o sotaque bisonho destas montanhas apinhadas de arraialeiros não raro traiçoeiros, dá pra rir. Especialmente quando quem conta é mulher classemédia invejosa que carrega na inflexão para remedar essas ricaças. Enter.
Lobão pode ser um artista de valor acanhado, se olhado de cima do olimpo dos conhecedores; pode ser um expoente, se avaliado por leigos ou pelos quase sempre ignorantes roqueiros – especialmente ignorantes da música –, porque, sendo baterista, canta e compõe, coisa meio incomum entre esses instrumentistas; e faz coisas bem assimiláveis e, admitam os mais rigorosos, bonitas e positivas em vários aspectos. Fora isso, e assim ele ganha o respeito de muitos, mete a língua nos poderosos e desobedece – que seja – por esporte, desafinando o coro tétrico dos contentes. Quando da bestial manifestação do tal de Wagner Tiso sobre ética na política, Lobão foi preciso e fulminante: “Isso é falta de higiene filosófica!”. Assim ele vai colecionando desafetos na cloaca dos ungidos, em que o Tiso se intrujou usando suas “qualidades” de cigano, que ele proclama com orgulho. E ele até que “orna” entre os Dirceus, Valérios e Garcias, a partir especialmente do autoritarismo que encharca essas mentes sombrias. Lobão tem asco dessa caterva toda, esse “grande primeiro escalão” brasileiro, todos trancafiáveis ou bem talhados para uma banca de legumes ou peixes em feira livre, ou, melhor ainda, para campos de trabalhos rurais na cana ou na soja, para produção de biodíesel e álcool combustível. Mas Deus é Pai. Enter
Eles peidaram e peidam e estão absolutamente confiantes de que não são nem foram eles. Só vemos sordidez e putarias, tudo isso peidaços, peidos atômicos, que projetariam para além da estratosfera esses humanóides e os deixariam em órbita ad aeternitatem. Mas o Brasil é terra admirável e sem lei, o que nos submete a toda sorte de putarias praticadas pelos que elegemos ou não. Henrique Meirelles foi um nomeado que o “governo” do chefe apedeuta Cinqüentaeum – aliás, “apeideuta” seria mais rico... – “blindou” para que o ministro escapasse da ação do MPF, acusado de corrupção, e não caísse de cara em execração pública. Meirelles, que La Bérgamo incensa a mil, dirige simplesmente o Banco Central. Deveria estar dirigindo um carrinho de mão carregando pepitas em alguma de nossas minas por este imenso país desgraçado. Quem sabe Serra Pelada reabre, hem, ô Boston Bank’s Boy? Enter.
Bem, esses caras peidaram e peidam e não foram nem são eles. Talvez sejamos nós... de tanta porcaria que engolimos sem alternativa. Como dizia o Justo Veríssimo, imitando a figura torpe do bigodudo Sarney nos tempos do rasteiro Figueiredo, “Pobre tem que morrer!”, e a gente aqui acrescenta: “Povo tem que sofrer!”. Eis a lógica a que estamos condenados desde 1964 – embora hoje muitos questionem se a ditadura entre 64 e 84 foi mesmo o horror que tanto apregoaram. Na verdade, são irrisórias as baixas – se comparadas com as de Pinochet e Videla –, e não sabemos a que forças serviam os que caíram nas malhas da repressão. Embora não haja qualquer possibilidade de tolerância com o regime de exceção dos generais, embora condenemos inapelavelmente a tortura e as monstruosidades do aparelho repressivo de Estado, prosseguimos sem saber o que regia a ação daquelas “esquerdas”, que hoje enfeitam Brasília com os laços da podridão de uma corrupção inédita em nossa História, escandalosamente alheios aos trabalhadores e aos setores para baixo da cobertura das elites concentradoras. A quem serviam Gabeira – respeitável parlamentar –, José Roberto, Vera Sílvia, Pedro Pomar, Lamarca, Angelo Arroyo, Elza Monerat, a quem servia o hoje enxovalhado Genoíno, envolvido com dólares na cueca de não sei quem e caladinho da silva em seu modelito guerrilheiro engravatado e bom moço? Enter final.
Pouquíssimos sabem, babes, e estes estão por trás do encarniçado e desalmado poder atual e de sempre, e dão ordens aos peidantes não assumidos. Vem pau aí, e feio: os globalizadores se prepara em surdina – enganando a maioria de leigos crédulos, os midiotas gerados às cintenas de milhões por esses mesmos seres ocultos –, estão armando um conflito amazônico, e é fácil adivinhar quem vai se pegar nisso. Alcântara não foi cedida por bem aos yankees, agora vai por mal – porque eles virão “nos defender” da ameaça chavista e vão se entrincheirar é exatamente lá. E adeus Alcântara. E adeus Brasil. Excrevam, o futuro próximo confirmará. Chávez está preparado pro pau, mas vai ter outra “tríplice aliança”, pra variar... – ou seriam novos “aliados”? Veremos. Poderá ser um novo nome... mas eles são os mesmos e vão agir como sempre agiram: com extrema crueldade. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té a próxima, crianças!
E na próxima vai ter chumbo grosso: cheiro de pólvora no ar!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A ditadura perversa da estupidez

Frederico Mendonça de Oliveira

Sob alegação cínica e canalha de geração de empregos temporários e/ou de arrecadação para comércios locais, vai se alastrando nessa Pindorama fadada à desgraça a praga cancerosa das micaretas, ou carnavais temporões. O poviléu, ignorantizado, bovinizado, adere como sob o berrante do vaqueiro ou o tinir da vara de ferrão. São as legiões de objetos vestidos em panos patéticos, ostentando bonés que não passam de coroas para a estupidez assumida; são as legiões dos obedientes ao “pensamento unificado” imposto pela mídia dos globalizadores. “Pensamento unificado” é tão possível quanto “burrice criadora”, ou “boçalidade fecunda”: um paradoxo. Trata-se de um “não pensamento”, algo absolutamente igual ao estado mental de um amontoado de larvas numa bicheira ou de ninfas de percevejo expostas ao mundo sobre a folha de uma planta (ou “pranta”, como dizem os bugres nas montanhas sul-mineiras). Cérebros? Não passam de um monte de aparelhos rudimentares de operação de instintos e desejos, nada mais que isso reagindo em conjunto, sendo a individualidade algo relativíssimo, até proibitivo. Pois então lá vêm os carnavais temporões, em que uma alegria postiça é manifestada como forma de desobediência estúpida a um vago “poder constituído”, postura desobediente que normalmente envereda pela bestialidade em todos os possíveis matizes: porrada acionada por álcool e outras drogas, sexo degenerado em estado orgíaco animalesco, alegria calhorda porque sem apoio em qualquer fundamento prático ou tradição. Contemplando comiseradamente esse quadro dantesco entrevemos os cornos malignos dos títeres dos globalizadores a serviço de comandantes ocultos em valhacoutos de onde emanam a perdição e a prostituição que encaminham e pavimentam o grande golpe de Estado internacional já iminente. Enter.
Esta é uma faceta do horror institucionalizado neste país-lugar hoje ermo de melodia e beleza, coisas que nos embalaram até 1964, embora hienas, chacais, serpentes e todo tipo de pragas já viessem corrompendo nossa vida coletiva desde Cabral – que trouxe em sua esquadra um certo Gaspar da Gama, monstrinho achado em Goa por Vasco da Gama em 1498. Depois de meter o calabrote no animalzinho, Vasco da Gama acabou iludido por uma suposta sabedoria sobre as Índias exibida por esse rato, e que muito agradaria a Dom Manuel, o Venturoso. O nome verdadeiro do pulhazinho de nariz adunco e curvado sobre uma pequena boca de lábios sensuais ninguém sabe, nem mesmo Solidônio Leite Filho, que o detectou na História chegando em pequena embarcação ao costado da nau São Gabriel, capitânea da frota de Vasco da Gama, ancorada em enseada no Índico. Mas o horror definitivo, a força-tarefa para nosso desmantelamento irreversível, começou com a entrada nefasta da Rede Globo no ar, como atesta o vídeo Beyond Citizen Kane, acurada análise sobre a ação do plim-plim contra a identidade sócio-política da população brasileira. Enter.
Rodamos o botão do dial no rádio e só sintonizamos miséria sonora e som de grunhidos de debilóides de todas as laias. Se o rádio, tão logo inventado, já começou sendo desvirtuado para desarticular a ação das mentes, hoje é usado como instrumento de neurotização coletiva, ou de coletivização de neurose, como você preferir. Lá pelos anos 50 instituíram a radionovela, uma desgraça que precedeu a telenovela, desgraça à enésima potência. Era a turma do Gaspar da Gama agindo lá, transformando o rádio, como disse o filósofo do neoliberalismo Cazuza, “num puteiro – porque assim se ganha mais dinheiro”. E também foi então que criaram os programas de auditório, em que se juntavam, aos guinchos, adolescentes apedeutas adoradoras de ídolos do microfone e do disco. Nestor de Holanda apelidou as infelizes de “macacas de auditório”, o que lhe renderia hoje, nestes dias de cinismo, processos por crime de racismo ou discriminação, como você quiser. E o interessante é que o nome terá sido postergado, mas as tais “macacas de auditório” de Holanda parece que são hoje quase toda a população feminina jovem do Brasil, ganindo junto com chapeludos, botinudos e fiveludos que infestam os palcos dessa cloaca entre Oiapoque e Chuí em que nos vemos metidos e confinados sem qualquer vislumbre de escapatória. Enter.
Bem pior que o rádio, a TV só mostra porcaria grossa, e exibe um verdadeiro massacre de comerciais, hoje beirando o mais primário e apelativo, sem qualquer poesia – não como até há poucos anos, quando os comerciais eram inteligentes e muito acima da quase totalidade da programação geral. Os comerciais da Brastemp, da Cofap (do cachorrinho dachshund), de Bom Brill e outros tantos eram geniais. Ultimamente, só um de um plano de saúde aí incluindo dentista deu pra curtir. O resto são enredos estúpidos e fantasiosos, como a do lagartão que reencontra seu algoz na meninice. A bosta rala é a lei na programação e nos intervalos comerciais. Só se salvam a Rede Minas e a Cultura de São Paulo. A primeira exibe uma programação visual de muito bom gosto, embora cheia de erros de Português; a segunda, mesmo sendo um patrimônio admirável, vem caindo o nível de forma assustadora, como já visto aqui. Mas, vez por outra, dá pra ver uma ou outra apresentação de sinfônica, como os concertos da OSESP – ainda que passando constrangimentos, como ter de aturar a conduta afetada e infantil da apresentadora Estela Ribeiro, absolutamente imprópria para programas de música erudita e coisas envolvidas com isso. Enter final.
Bem que Henry Kissinger, aquele degenerado secretário dos globalizadores, declarou, lá pros anos 60, a respeito do “Brizêu”: “Não queremos um tigre asiático abaixo do Equador”. Dito e feito: transformaram o Brasil num puteiro, como disse Cazuza, e numa cloaca, também num inferno. Ainda bem que não tenho mais toda uma vida nesta terra desgraçada. Ai dos que ainda estão no começo das suas... pois esse inferno vai arder todo, logo, loguinho. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Notas sobre a desigualdade degradada

Frederico Mendonça de Oliveira

Abrir a Folha Ilustrada é viver contrastes atrozes. O caderno de aminidades e informação especial da publicação – esquecendo o que era publicado nele 20 e tal anos atrás – chega a assustar pela audácia e até pela violência das loucuras que ali se exibem. Classificada pelo pessoal do Hora do Povo como “cloaca da Barão de Limeira”, a Folha impressiona por ser um jornal péssimo como todos os outros e por ser agressivo agente de desinformação, tanto quanto um atraente objeto de consumo e – bem mais importante – suporte para exibição de diversos talentos de nossa intelectualidade e mesmo de gênios nossos. Isso merece relato: falemos curto e grosso. Enter.
“Curto e grosso” não como o impostor apedeuta Lula, claro. E vamos em frente. A página de capa da Ilustrada é uma vergonha: hipertrofia o anunciante e relativiza a matéria de capa. A página, medindo 30x56, usa 24x40 do espaço para o comercial ultra burguês. A matéria fica restrita a um espaço superior onde aparecem o título e uma eventual foto, mais um texto, que desce pelo lado esquerdo da página até o rodapé, usando exatos 4,5 cm de mancha: um pirulito. A idéia que aflora é a de vender ser muito mais importante que informar ou reportar. Abre-se a coisa, e lá está na página dois a Mônica Bérgamo, colunista das elites. E que elites! Desfila por lá na verdade um bando de ladrões e trancafiáveis, todos glamurizados como se fossem seres inatacáveis, exemplares. Numa dessas, há poucos meses, ela dedicou uma coluna inteira a uma festa em que Henrique Meireles, o “diretor” do Banco Central, era recebido em coquetel por um bando de colunáveis que parecia virem de outro país: gente desconhecida de quase todos e com sobrenomes cheios de consoantes. Meireles é sabidamente um rato, e Lula teve de “blindá-lo” – apoiado pelas forças globalizadoras – para que não conhecesse o futum de um cárcere, mesmo que soubéssemos que nada iria acontecer a esse agente dos chacais intervencionistas. Pois lá estava uma festança para apresentá~lo como candidatável à... presidência da República!!!! Puta que pariu!!!! Entre os comentários torpes, um lá citou a dificuldade de elegê-lo, já que “o povo odeia banqueiros”. Pudera... Mas o espírito globalizador era um fato. Qualquer pessoa temente a Deus sentiria o fedor de tetrametilenodiamina regendo aqueles momentos. Enter.
E teve as festas de casamento dos milionários brasileiros, a respeito de quem a coluna falou duas vezes em serem fortunas de ranking mundial. Aparecem, na edição de 16 de setembro, os casamentos de Renata Queiróz e José Ermírio de Moraes e de Daniella Sarahyba e Wolff Klabin. Além disso, pinta um outro casório como que de penetra, de Wanessa Camargo com Marcus Buaiz. Um espetáculo provocante de festança de beautiful people por um lado, uma afronta ao Brasil sob desigualdade degradada por outro, como apontou o crítico Roberto Schwarz. As fotos são de contos de fadas. Mas o que mais impressiona são os preços dos presentes. A Daslu faturou grosso nessa. De açucareiro a R$ 1410, bule a R$ 2620 até sopeira Rosenthal a R$ 19 mil e lustre a R$ 140 mil. Fora das fronteiras dessa esbanjação escandalosa, a pobreza cresce, e o País se esmaga sob a miséria resultante justamente... disso. Parabéns, lindas mulheres e noivos milionários. Hoje sabemos que o povo não marchará mais sobre os opressores. Mas a Lei não morre, e virá a resposta dos céus. É só aguardar. Pode não ser aqui, nesta vida, mas o equilíbrio universal é soberano e imutável. Deus é justiça pura. Enter.
Em gritante contraste com isso, as tiras de nossos gênios do cartum trazem uma visão contundente de tudo que nos cerca a aflige. Desde a loucura generalizada em tons sombrios e luz fatal do Angeli até a visão em plasticidade encantadora – inclusive no argumento – e hilariante do Gonsalez exibindo o Níquel Náusea, por si um peido na figura careta de Mickey Mouse. Ainda um Laerte e um Caco Galhardo apocalípticos e por vezes até herméticos, também um Glauco surrealista. E um Adão Iturrusgarai normalmente impagável com sua imperdível dupla Rock & Hudson em fundo normalmente rosa. Fecham essa plêiade, embaixo, o sempre inteligente Garfield e o já clássico Hagar. Não é preciso ir mais longe e fundo nisso: a genialidade de nossos cartunistas é um contraste feio se comparado com os fatos, para alguns, escusos, de La Bérgamo. E na coia da página de capa, registre-se um Nélson Freire, gênio brasileiro do piano reconhecido mundialmente, amassado no topo da página dentro daqueles parâmetros já verificados, aquele imenso L invertido, tendo como destaque arrebatando quase toda a página um comercial sobre não sei que Ursinho POOH, com área de 40x25. Isso aparece sob a chancela do Morumbi Shopping, e alude ao mundo mágico do tal porcaria de ursinho. A fisionomia de Nelson Freire, pendurada lá no alto, contrasta, pela seriedade e concentração, ao gigantismo do comercial, e até parece algo rejeitável em comparação com as imensas fisionomias estupidamente felizes do tal Pooh e dos imbecis que compõem a cena macabramente sorridente. Enter final.
É isso. Miséria produzida para parecer maravilha. Os gostosões e as gostosonas pululam em festanças enquanto o povão paga impostos massacrantes lutando por poder respirar e se compensando da tragédia torcendo pelo “curíntian”. Ou pelo “parmera”. Mesmo que gente limpa e adorável como Ferreira Gullar escreva nessa merda Ilustrada, falando para ninguém ouvi-lo, sentimos a faca imunda e cínica dos chacais conduzindo a “festa”. Festa de destaques como da Mônica, servil e sem qualquer caráter, instrumento dos seres abissais, dourando a orgia dos que lavam as mãos dos destinos dos próprios filhos. Um dia chegará: como disse Thomas Jefferson, nossos descendentes mijarão em nossos túmulos, porque fomos françuás e sacolões e ritas nestes dias de abjeção. A turma só quer é vectras, golfs, kias, toyotas e coisas merdais que tais para tentar minimizar a dor indescritível e insuportável das hemorróidas. E sorriem para as câmeras dos demônios travestidos em produtores de inserção no olimpo duvidoso das elites sem berço. Que viagem! Dedicamos estas linhas ao menino João Hélio, que Mônica Bérgamo não tem a menor capacidade ou sensibilidade pra saber quem seja. E ele é verdadeiramente o que importa a nós todos, por ser nossa mais pesada e lamentada perda!! A Folha prossegue empresa, jornal, até quadrilha, o que for; e João Hélio é a bofetada que atesta nossa desigualdade degradada. E vamos de Ivete Sangalo, de Leonardo, de Daniel, de Ronaldos, de toda essa merda incomensurável. Afinal, não temos só boca::também temos reto. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té mais, crianças!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O Português dos macacos sem rabo

Frederico Mendonça de Oliveira

Ou o Português das antas vestidas, de tênis e boné, como vocês quiserem. Mesmo que alguém – ou, melhor: algo vestido à maneira de alguém – argumente que o idioma está se deteriorando porque a miséria generalizada determina essa deterioração, não podemos esquecer que um Lula, uma Hebe Camargo, um Alexandre Pires ou uma Xuxa ou todos os integrantes da fauna televisiva e da elite em geral estão cheios da grana e não passam de apedeutas bem empacotados. A estrupidez para com o Português é um estado de espírito instituído, tanto como o estelionato moral: todos compartilham essa miséria intelectual da fala grosseira e rasteira em combinação e conformidade com essa malignidade de transgredir à maneira dos mandatários. Vamos desfilar aqui para vocês uma enfiada de asneiras que os macacos sem rabo hoje palram, eructam ou bostejam com cara de paisagem, como se estivessem mesmo falando. É patético, dá a impressão de que o fim se instala sem cerimônia. Vamos a isso. Enter.
Começa com a grosseria asinina de transformar o infinitivo do verbo vir em pretério perfeito. Além de córnea como concepção de fala, é obsceno como prática. O Márcio Garcia, aquele ser gramaticalmente mulo embora até bem apessoado que toca o programa de sábado à tarde na Record, quando vai receber alguma toupeira para aumentar o contingente já ali reunido, solta o sesquipedal “Pode VIM”. Como ele, pelo menos uns 184.999.000 falam assim. Virou um hábito mecânico nessas coisas a que antes chamávamos de mentes. E está muito claro que isso de mentes não é mais necessário, como bem demonstra a personagem de Caco Galhardo que devora cérebros: quando alguém reclama de ter tido o seu devorado, o bicho argumenta que isso não é mais necessário, ou então propõe uma solução perfeita: “Ligue a TV“. E já que falamos em TV, a Rede Minas passa por ser educativa, mas pouco ou nada é. E sistematicamente joga no ar aquela vergonhosa “Você está assistindo isso”. No lugar desse isso, o nome do programa. Será que ninguém lá dentro sabe que o verbo assistir, se usado como transitivo direto, significa “dar assistência a”, ou “cuidar de”? Pois é: há anos, diariamente, rola essa bosta. O idioma que vá pro fundo do inferno, tanto quanto esse Brasil tão mais desgraçado a cada dia, esta é a lei. Enter.
E a macacada brasilis opta por alterar o verbo fechar em suas formas rizotônicas: usam com e tônico aberto. Fica mais estúpido, portanto é melhor. Se as cacatuas da TV bostejam assim a torto e a direito, é assim. E assim ficam sendo “compania” em lugar de companhia; “truce” em lugar de trouxe – é tão mais fácil, não é mesmo, ô capivaras? –; “peneus” em lugar de pneus, e essa é firmemente difundida pelo onagro assumido Galvão Bueno, que parece até ser um bom sujeito, mas que caiu em antipatia geral. Ele também divulga o fecha aberto: “O Atlético se “fécha” na defesa”. Só faltava dizer “O Atrético”, e só não diz porque é carioca e branco, e cariocas brancos não falam assim. Quanto a letreiros, cartazes, qualquer coisa impressa, a putaria rola solta. Aspas viraram elemento decorativo: “Só não pagam passagem crianças ‘no colo’”. Fica para o leitor a satisfação de analisar o que leva os bugres a tal atitude. Tem até coisas que acabam certas sem querer: “Casas Não Sei Quê: onde à elegância chega até você”. Eles queriam dizer que a elegância chega até você, acabaram dizendo que até você chega à elegância. A crase entrou por tacanhez, acabou certa de outra forma – e para a capivara que lê, isso não muda nada: até porque ninguém mais sabe o que seja elegância. Enter.
E tem a doença do “antes de ontem” em lugar de anteontem, sem esquecer o trágico “ônti” no lugar de ontem, agravado pelo paulistanês “ôunti”; e o abissal “antes de ônti”, que vai ao catastrófico com o paulistanês “antis di ôunti”. Antes de ontem pode ser qualquer data passada, porra!, é óbvio. E tem o “vai vim” e o “vô vim”, que passam o atestado de óbito para os integrados nesta cloaca fétida que é a Pindorama do terceiro milênio. E esses seres que começaram por dizer “teiado” em vez de telhado vieram construindo telhados desde 1500 e sabem por instinto encaixar órgãos sexuais, e chegamos aos 185 milhões de energúmenos, em sua maioria esmagadora não passando de maratimbas fazendo eco e apresentando as orelhas de abano aos guais ganibundos e lancinantes de Mirosmares e Lucianos da vida infernal de hoje. E por falar em Mirosmar, prenome de um certo capa-bode ou cafumango de nome de guerra Zezé di Camargo, vale a pena observar os prenomes nesses dias apocalípticos de bonezudos, fiveludos, botinudos, chapeludos, pneuzudas, tudo vivendo em turbilhão e atendendo por desde Zecas até Charlingtonglaevionbeecheknavares dos Anjos Mendonça, que aliás permite que o chamem de Charli. E por aí vamos pirambeira abaixo. Enter final.
Viver no Brasil hoje é o que se pode chamar de escatologia, na primeira acepção do termo. E ainda existe o drama de falar ao telefone com desconhecidos no outro lado da linha. Não é incomum receber uma chamada a cobrar e o boçal do outro lado ainda perguntar insolentemente “Queim ’tá falano?”. Pior ainda é ligar para uma empresa qualquer e aturar uma funcionária psicopata que quer arrancar informações inúteis do pobre infeliz que ligou querendo saber apenas se o patrão ou outro empregado que não ela estão. Depois de nos obrigar a dizer o nome e origem da ligação, ela diz que “Ele não está”; se for paulistana, solta um “Ele não se incountra” – o que nos faz pensar que o cara pirou. A luta quase corporal ao telefone é uma das marcas do inferno que vivemos. E se conseguimos driblar uma louquinha dessas dando o nome antes de ela perguntar, ela até eventualmente responde o que queremos e, antes de passar a chamada, pergunta: “Como é o seu nome?”, e começa tudo de novo. O ideal é mandarmos a criatura pro inferno, aliás local de onde ela veio ou onde na verdade vive. E por hoje é só. Vamos redescobrindo o Brasil. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Colarinhos e gravatas - e ladrões

Colarinhos e gravatas – e ladrões

Frederico Mendonça de Oliveira

De há muito não ouvia falar de um certo Orestes Quércia, tipo largamente visto como, digamos, imoral no trato da coisa pública e na coisa de saber se beneficiar através de ser político. Foi deputado, foi até governador de São Paulo, está montado em patrimônio que o aproxima da condição de um imperador. Mas sua voz como político está quase completamente calada, não se sabe se por ele mesmo ou se pelo sistema ditatorial que está aí, que o terá mandado ficar de fora se quiser viver em paz. Desde que se candidatou a presidente em 89, naquela disputa em que despontou o factóide Collor e que incluiu Brizola, Covas, Ulisses, Maluf, o tal do Afif e, claro, o pilantraço Lula, sua participação como que foi reduzida a zero na vida pública brasileira contemporânea. Mesmo o PMDB que ele integra acabou reduzido a uma panelada esdrúxula de carreiristas sem qualquer projeto, de profissionais descarados da politicagem mais reles de nossa história. Então acabou que dei de cara com a carantonha envelhecida – e até algo meio que difícil de reconhecer – de Orestes Quércia. E logo onde? Em que boca da grande imprensa prostituída haveria espaço para esse fantasma nascido nos tempos de militares, depois do abjeto Sarney e hoje uma sombra no panorama da depravação escancarada do poder constituído? Enter.
Simples: na coluna social da, como classificava o Hora do Povo, “Cloaca da Barão de Limeira”, também conhecida como Folha de São Paulo. Quem assina a coluna é uma certa Mônica Bérgamo, desarrolhada não se sabe de que diabo de garrafa repleta de poção tanática. E ocorre que as fotos são todas coloridas e em tom de luz de tungstênio, tudo muito alaranjado, quente, não se sabe se para dar a idéia de calor do sucesso, naquele ambiente do andar de cima que ela trata de retratar a lambidas e afagos, fazendo desfilar pateticamente uma fauna de bem sucedidos nesta Pindorama degenerada “no úrtimo”. As fotos da festa junina promovida pelo “ministro” da “Cultura mostrando todos os colunáveis da Folha a caráter como fingem não ser no dia a dia são de uma bizarria – nas últimas acepções – indescritível e inesquecível. Mas numa dessas, e já faz algum tempo, meses, me aparece uma foto reunindo três pilantraços cadeiáveis, ou trancafiáveis, como queira você – se é que alguém lê isso nesta cloaca em que transformaram a Terra das Palmeiras, ou República das Bananas. Pois a foto era de tal forma sugestiva que inspirou estas mal traçadas, até porque eram três homens de colarinho e gravata, um prato cheio para a Polícia Federal. Por isso estão na coluna da tal não-sei-quem da Folha. Enter.
Da esquerda para a direita, lá estavam Orestes Quércia – de terno e gravata, destacando um suéter sob o paletó. Envelhecido, parece que de cabelos pintados, não muito fácil de reconhecer de prima. Quercia, aliás, é carvalho em italiano. Não muda muito, senão porque, como se dizia no Rio há décadas, quando ele faz barba o que sai é serragem: trata-se de um tremendo cara-de-pau. A decadência escorre da imagem do cara, embora muito bem vestido e aparentemente bem saudável. Ao centro, agitado e gesticuloso, tanto quanto visivelmente falaz, adivinhem quem? Vejam só: Paulo Salim Maluf. De terno também, gravata entre vermelho vivo e garance contra uma camisa de tricoline branco possivelmente comprada na Daslu, estava feliz na festa, especialmente entre os dois com que formava um estranhíssimo trio. Saído de um xilindró pra lá de humilhante a que os globalizadores implacáveis o submeteram há alguns meses, parecia estar tão de bem com a vida naquela foto que ninguém em sã consciência poderá imaginá-lo como egresso de uma escandalosíssima sujeira federal. Oquei, mas vamos fechar o trio. À direita, sem nenhum charme, descabelado em oposição a sua linha chanel de um antanho não muito aquém, o patético rabino pop Henri Sobel. Parecia meio que transfigurado. E de gravata, ele também, o que de certa forma contraria o look da gente dele. E, interessante: se estava de quipá, não dá pra ver na foto, que o pega em ânulo de três quartos, em oblíquo. E a legenda da foto era um bloquinho de texto à direita, não só duas linhas sob a imagem, como de costume. Pois Enter.
Pelo que dá pra deduzir, esse encontro se deu pouco tempo depois do episódio da prisão do rabino pop na Flórida, quando o líder israelita foi flagrado roubando gravatas de grife de uma loja lá. A foto dele divulgada pela polícia da Flórida mostrava um ser em visível desespero, até com aspecto de doente mental, o que aliás foi alegado como defesa para livrá-lo de coisa pior. Mas então, ali, naquele encontro, ele aparecia com os cabelos organizadamente desalinhados, como se fosse um novo visual mais pra selvagem que pra chanel. Asqueroso, de qualquer forma. O textículo ao lado era uma pérola de subserviência, de desfaçatez ou de um escárnio cínico: “À esquerda, o encontro de Orestes Quércia (PMDB-SP), Paulo Maluf (PP-SP) e Henry Sobel na noite de segunda-feira; ‘O senhor tem a solidariedade de todo Brasil (sic)’, disse Maluf para Sobel; ‘Eu sou o rabino mais mimado do Brasil’, respondeu o religioso; antes de começar o evento, e assim que acabou o hino brasileiro, Quércia e Maluf saíram da sala e só pararam próximo da porta, para ouvir o final do hino norte-americano”. Detalhe: tratava-se da festa pelo 231º aniversário da independência dos EUA, que reuniu aqui uma razoável caçarolada de figurões tocáveis e intocáveis. Os três tocáveis foram os personagens desta inserção no blog, e não sabemos se havia outros tocáveis por lá, onde estiveram nomes como o do banqueiro Josef Safra, cujo irmão foi assassinado há alguns anos, e o anfitrião da festança, o embaixador Clifford Sobel – que curioso! Xará de sobrenome do “rabino mais mimado do Brasil”!... Será que tem carne debaixo desse angu? –, o menos badalado nas fotos da coluna de La Bérgamo. Enter final.
Moral da história: de picante na coluna da “Cloaca da Barão de Limeira” havia somente a foto de Quércia, Maluf e o rabino Sobel, três trancafiáveis dos quais dois já provaram na prática o sabor das grades. Quércia parece que fica ainda só na idéia de como seria. De qualquer forma, estavam lá, comemorando o “aniversário da independência” dos yankees três gatunos: dois de colarinho branco; o terceiro, de gravatas. A associação é irresistível: colarinho e gravatas, não colarinho e gravata. Que Deus se apiede de nós todos! E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té pra semana, queridos!
Em tempo: que independência é essa que foi comemorada?

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Fatos do grotesco e do canhestro

Fatos do grotesco e do canhestro

Frederico Mendonça de Oliveira

Seriam até engraçados, não contivessem os fatos adiante o toque do horrendo, sem contar que entram pelo grotesco e pelo canhestro. Se Drummond um dia escreveu que “O mundo não vale o mundo, meu bem”; e se Guimarães Rosa cunhou em outro dia, mas na mesma época ainda feliz, que “Viver é perigoso”, imagine-se hoje o que poderemos dizer... As cenas a seguir pedem que tiremos crianças e pessoas sensíveis da sala, mas as crianças de hoje são apenas, com raríssimas exceções, projetos dos bugres de amanhã, então não há temer deixá-las na sala. Quanto a pessoas sensíveis, ninguém mais poderá estranhar nada, desde que se considerem os 20 anos de ditadura militar, os anos Sarney, os trágicos oito anos sob FHC e o que se seguiu a esta catástrofe histórica atual, o petismo no poder, e tudo isso junto, aliás, é capaz de matar de susto um bando de tiranossauros. Enter.
Ganhei um celularzinho meio antigo mas excelente para o de que preciso: ser localizado onde estiver. Então entrei numa loja da Telemig Celular para tentar habilitá-lo. Foi como entrar na ante-sala de um puteirinho sofisticado e cheio de vermelhos na decoração: uma bichalda visitante fazendo um “outing” para os “jovens” que trabalhavam na loja, estes dividindo com ele uma pantomima de gestos assemelhados e com um rol de imbecilidades e, ao alto, uma TV mostrando DVD de um show breganejo do qual escorria o pus abundante da estupidez galopante em estado coletivo de graça. Era uma “dupra” de maratimbas cantando uma desprezível merdinha sonora enquanto uma legião de seres acéfalos gritava desesperadamente diante dos dois cafumangos ungidos pelos globalizadores. Salvei-me em tempo: o “sistema” não estava no ar, e não havia como habilitar o celularzinho. Saí daquele inferninho para a praça apinhada de capivaras vestidas que roncavam surdamente entre si entrando e saindo de lojas de bugigangas, o consumo sem objetivo prático mantendo os seres em estado de hipnose, os cérebros em ponto morto. Enter.
Uma amiga aniversariava, e eu ia ajudar na compra de uma sandália. Entrei na loja de calçados para escolher a coisa e tive de me haver com três moças atendentes. Aí, chegou a hora de pagar. Ao tirar o talão do bolso, a atendente perguntou se era meu o cheque. Fiquei com cara de bunda e com o talão no ar. Como?? Seria de quem, se eu o tirei do bolso? Mesmo que fosse de outrem, o que seria possível no caso de eu o ter roubado, como eu iria assinar se não fosse meu? Aí, vendo o meu constrangimento, a moça perguntou se o cheque era de Alfenas – quando o talão era de um banco a dez metros da loja. Aí, vendo que a coisa fedeu, alegou que era para consultar o cheque, e que iria demorar. A pessoa que estava comigo, ser civilizado, resolveu a parada com o cartão, e eu botei de volta o talão no bolso com cara ainda abundeada, cara de ladrão assustado com essa inesperada e fortuita condição. Foi algo muito inusitado em minha vida, e acabei achando que valeu a pena sair de casa para viver essa estranhíssima emoção. Mas acabou que me lembrei de um fortificante que era vendido ainda nos anos 50, de nome Capivarol. Essa turma deve andar tomando isso, porque são pessoas fortes e de uma estupidez simplesmente indescritível, ou imensurável. Dá até gosto ver tamanha obtusidade grassando por aí, é como se estivéssemos em outro país ou dimensão, o que nos livra de aeroportos, navios, aviões, passaportes, horas e horas em deslocamento e a canseira natural de viagens quaisquer. Enter.
Deixei uma peça em argila numa fundição de bronze e metais, daquelas que fazem estatuetas e adereços para túmulos, números para casas, placas comemorativas e coisas afins. A obra, um abstrato, acabou que não foi fundida, sob alegação do “rapaz” que não houve como, pois havia arestas difíceis, que impediam a feitura do molde, chamado de shell. Quando ficou certo que não seria mais tentado o molde, aleguei que mandaria outra obra e tal. Mas o diabo foi conseguir falar com esse tal “rapaz” – e você entenderá por que foi tão difícil. É que atendeu uma garota lá, dizendo “Poliarte, boa tarde”. Daqui eu expliquei que queria falar com o rapaz que faz as fundições. Ela me perguntou se era o fulano ou o beltrano, dois nomes bastante difíceis. Disse que falei apenas com um rapaz, novinho. Ela me perguntou se ele era japonês. Eu disse que não, ao que ela falou um nome lá: “Ah, então é o ASÇSDÇFLG!”, algo assim. E aí não resistiu: “Como é o seu nome?”, ao que eu, já em processo de impaciência, respondi: “Juvenildo”. Ela foi lá chamar, e voltou: “Seu Juvenildo, ele não pode atender agora. O senhor liga daqui a 15 minutos?”. Bem, liguei dali a 15 minutos, ela foi chamar e voltou dizendo que ele ainda estava fundindo. Então liguei no dia seguinte. Ela atendeu e perguntou, depois que eu revelei ser a mesma pessoa de ontem, que não conseguira falar com o ASÇSDÇFLG, ao que ela perguntou: “Como é mesmo o seu nome?”. Depois de repetir o Juvenildo de ontem, ela foi chamar o rapaz, que veio atender. Aí eu perguntei o nome dele, e ele me revelou: “Ismáile”. “Como??”, perguntei, e ele: “ISMÁILE”. Enter final.
Entendi: sorriso, em inglês. Ele então me explicou o problema da fundição, e prometi mandar algo menos barroco. E desliguei lembrando dos nomes de hoje: Thaiane, Rahiane, Deiviane, Deivisson, Dêivid, Daíse, Ruan, Tuane, Williene Cristiane e coisas como Maiqueljéquisson, sem contar um caso raro daqui: Winterson Panther Cleveland... da Silva. Podia ser do Arizona, ou do Wisconsin, mas... da Silva?? Que sacanagem com o rapaz... Bem, minha filha nascida no Japão passa pelo mesmo problema: o nome dela é Nastassja Sugie Nakayama de... Oliveira! Pobre menina! Que Oliveira mais fora do penico! Mas vá. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té a próxima, queridos!

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

tempestades e pitadas de besteirol

Pitadas e tempestades de besteirol

Domingo 23 de setembro passado, às 16h30, começou nas TVs Rede Minas e Cultura SP em cadeia o programa Por Dentro da Orquestra. Que ótimo! Um pouco de cultura, arte e civilização neste Brasil estraçalhado – nos outros canais, só um futebol e diversos programas conduzidos por cafumangos passando ignorância para a população. Só que nem tudo é alegria nessa rara opção. Começou o programa com uma constrangedora cena: sai de dentro de um ônibus a apresentadora Estela Ribeiro em estado – sempre – de apoteose mental. Fala em tal grau de excitação que causa cosntrangimento. Um quadro de ansiedade típica de surto maníaco. Pois ela informou aos pobres telespectadores – pouquíssimos, tratava-se de um programa que seleciona em média um em cada cem mil, na melhor das hipóteses – que estava chegando com crianças para elas assistirem a uma sinfônica tocando. Entre caretas ridículas e poses de uma afetação pra lá de desagradável, ela comandou o trânsito das pobres futuras vítimas da globalização do ônibus até a Sala São Paulo, aquela maravilha – se perdemos a estação ferroviária, pelo menos não virou um shopping qualquer para zumbis consumidores. E aí começou o programa dual, combinando ridículo e constrangimento a compostura e maravilha. Vamos a isso, leitores ainda vivos nessa barafunda global. Enter.
A essa Estela Ribeiro, que algum dedo invisível ordenou que comandasse os programas dominicais de sinfônica, cabe estragar a festa. Ela faz o papel daquela pessoa que não tem senso de ridículo e que acaba por ficar como a imagem da onda errada no encontro. Se fala de instrumentos musicais, é toda caras, bocas e poses, deixa sempre embaraçados ou constrangidos os músicos a quem ela pede pra falar de seus instrumentos. Se entrevista o maestro, como dessa vez, cria uma desafinação de conduta simplesmente desagradável; nesse domingo, o maestro John Neshling aturou pacientemente a postura trêfega de, a julgar pela preguiça que ele exprimia, uma bobalhona; ele ia respondendo séria e serenamente, em oposição ao tom exageradamente excitado da pobre moça. Depois ela entrevistou outra moça, responsável pelo projeto que leva as crianças para ver concertos e conhecer uma orquestra. Foi outro fiasco. A moça respondia com distante seriedade às perguntas feitas com excitação trêfega. Era um alívio quando cortava para a orquestra e se instalava de novo a normalidade mental – ou pelo menos algo estético, em oposição à patacoada esteliana. E ainda foram entrevistados os pobres infantes sem futuro, candidatos já admitidos e submetidos ao longo curso de boçalização global. Um ou outro entre milhares sobreviverá, e até possivelmente, por milagre, estará vinculado de alguma forma àquilo de orquestra e música de verdade. Mas a maioria esmagadora será tragada pela imensa garganta ignóbil da aldeia global, pelo axé, pelo pagode pasteurizado, pelo breganejo lancinante e patético, pelo techno, pelas telenovelas, pelos gugus, faustões e tantos outros funcionários do escritório encarregado de planejar e executar a devastação desta pátria que nos pariu. “Fazer o qüê”, perguntaria o genial Zerró Santos, contrabaixista e compositor genial devidamente marginalizado para que “brilhem” as estrelas do despedaçamento global. Enter.
E a pobre Estela Ribeiro acabou o programa entrando de novo no ônibus com as crianças – que devem achá-le pra lá de imatura.Ah!, que cansaço!... mas deu pra degustar um belo trabalho de um compositor também absolutamente desconhecido desse Brasil achincalhado e massacrado. Deu pra viver momentos inesquecíveis com os Salmos de Almeida Prado, com participação do coral infantil da OSESP, de que sobressaiu um tenorino solista dividindo o canto com um tenor também da casa. Deslumbrante! Aliás, com momentos inebriantes que lembravam Schostakovich, especialmente timbres e concepções como os do terceiro movimento da 5ª sinfonia. O Brasil sacode a bunda ao som de Ivete Sangalo e geme junto com os decadentíssimos sertanojos, pula com os pagodeiros e se massacra ao som do techno, enquanto um Almeida Prado musica maravilhosamente vários salmos para meia dúzia de seres não empastelados pela mídia prostituidora e desumanizadora. Belo cenário! Mas com certeza tudo vai acabar bem, como nos filmes de Hollywood: vem o Armagedon aí, e as montanhas vão lutar. Vem a escatologia anunciada, e o sertão vai virar mar – e o mar vai virar sertão. A TV dá todos os sinais. Enter final.
A excelente locutora dos programas Planeta Terra e Mundo Animal e hoje péssima apresentadora Valéria Grilo é uma de nossas perdas. Antes embalava a moçada com sua fala educada e super adequada para as narrações sobre animais e natureza – embora em um remoto Planeta Terra tenha soltado uma “largatixa”. Hoje, aparece de corpo inteiro fazendo aparição estudada e pisando sem qualquer desenvoltura. Valéria era uma voz, agora virou coisa do tipo Estela Ribeiro: fala andando, faz caras, enverga panos de acordo com cenários de apresentação, virou uma “animadora”. O programa Planeta Terra também dançou: tem formato novo, animações computadorizadas sempre as mesmas, textos padronizados em direção a uma estandardização, tem produção da NASA –, e o que menos se vê é o bicho, que é o que interessa. Agora vale uma história que tenta convencer que viver é muito perigoso. Seguramente passa-se um subtexto ou uma mensagem subliminar para operar nas cabeças: nada de filmagens de especialistas em mundo animal, nada de nos aproximar da vida do bicho. Agora tem a “animadora”, num sem-jeito que dá até pena – como é que uma criatura séria como Miss Grilo se permite tal apalhaçamento?? –, e ainda pinta um outro abestalhado senil, que fica fazendo poses para enquadramento no meio do mato. Ridííííículo!!! E o verdadeiro protagonista dessa pantomima global que devera ter como herói o animal é o que mais nos desencanta e menos interessa hoje: o homem. O fim disso é previsível: o mar vem aí! E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té a próxima, queridos!

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Sinais do governo de satanás

Sinais do governo de satanás

Frederico Mendonça de Oliveira

Assisto ao discurso proferido por Sevem Suzuki, menina canadense de 13 anos, diante do plenário da ONU quando da ECO 92, reunião de ambientalismo internacional realizada no Rio de Janeiro, e saio arrasado. Andei uns dez quarteirões até meu seguinte compromisso e vivi a sensação de conhecer como será o fim de tudo. Não fosse um espiritualista provecto, daqueles que olham para os lados com profunda piedade diante do que se nos apresenta, e não teria outra coisa a fazer senão chorar. Mas não vou me permitir dar essa pala pra capivaras vestidas. Pobre mundo e pobre país de seres desgraçados! Pobre humanidade de bovinos mugentes e ovinos balantes vivendo ao som da prostituição sonora e prostituição, corrupção e estelionato moral encaminhados em todas as direções! Que fim terá essa triste encenação de uma coisa tão aquém do que chamaríamos de civilização e de vida?? Enter.
No discurso, proferido com um equilíbrio emocional de quem fala em nome de Deus sem qualquer afetação, a dor da denúncia era vista estampada nas fuças dos congressistas, todos vivendo um duro momento de autocrítica. É impressionante uma simples menina de 13 anos passar um esporro tão apocalíptico num congresso de autoridades em assuntos ecológicos do mundo inteiro. E, pior, em plenário da ONU, essa porca miséria que só faz acatar o que os banqueiros internacionais determinam e fica de cara de bunda diante de mais de 50 (por aí, sei lá!) descumprimentos de determinações dela praticados, por exemplo, por Israel. Essa mesma caca de ONU que verga a que o Império afaste de um cargo inamovível nosso embaixador para proscrição de armas químicas, Alexandre Bustani, afastamento imposto pelos departamentos ativos dos mesmos que financiam os ataques ao Afeganistão e ao Iraque. O nome dessa pocilga de organização deveria ser OBINU, mostrando que os banqueiros internacionalistas é que mandam nela. Enter.
O teor do discurso? Bem, deixo que vocês mesmos tentem ver isso. Com isso talvez permitindo que eu roube uns quinze minutos dedicados por vocês à Globo. Estará no You Tube, óbvio. De qualquer forma, vale sintetizar: ela pergunta a todos por que diabos estamos na mão de satanás devastando tudo e todos, e ninguém faz pô nenhuma contra. E depois de falar de excelentes condições de vida no Canadá, onde mora, fala de uma conversa que teve com meninos de rua no Rio, onde se realizou o congresso, e revela que um menino a surpreendeu. Simplesmente porque, ao ser indagado por ela sobre o que faria se fosse rico, o menino de rua respondeu que “compraria comida pra todos os meninos pobres como ele”. E por aí foi, “mijando”, como se diz no Rio quando alguém esculhamba alguém, em tudo e todos. E na mesma ECO 92 o Bush pai, aquele degenerado espiritualmente, demônio da mesma laia de FHC e de quase toda a classe política brasileira, disse não estar nem aí para aquecimento global e problemas decorrentes da já bem próxima extinção da água potável. Uma delícia. Enter.
Mas é tarde, babes. O negócio hoje é sentar o buta na poltrona e se transformar em batata, que a TV faz o resto. O negócio hoje é viver tentando seguir os modismos à risca e deixar o cérebro, essa caca inútil, em ponto morto. O negócio hoje é, na pior das hipóteses, ter um carro do ano, um home theater, um plano de saúde gordo, uma casa (melhor se com piscina), um sítio em área de pouca habitação, empregadas uniformizadas, assinar a Folha, viajar todo ano ao exterior – ou a Porto Seguro mesmo, aquele lixo sonorizado a axé – e aparecer na festa de destaques de sua cidade como empresário do ano e coisas que tais, com direito a posar ao lado de bem aparentados bucéfalos de sucesso em novelas da Globo. O resto, é problema de Deus! Então o negócio é viver como capivaras (pobres animais! Perdoem-me compará-los com esses objetos vestidos que se passam por seres humanos!), pastando e olhando pra TV como quem olha pra ontem, procriando e botando mais e mais e mais capivaras no mundo para que satanás possa levar vantagem sobre o Cristo nos corações daqueles por quem Ele se imolou. Enter.
Mas a diarréia feia está a caminho. A água vai acabar, babes, e todos no mínimo vão feder de alguma forma. E não haverá perfume para todos. Como disse Cazuza, o filósofo aidético, em sua A Burguesia Fede, “enquanto houver burguesia/ não haverá poesia”. É por aí, sim. E agora a burguesia vai feder de verdade, não apenas metaforicamente. Uma estatística de Primeiro Mundo revela que o que se gasta anualmente em perfume nos EUA e Europa daria para saciar a fome no planeta. Um amigo comentou que é porque na Europa, especialmente, não se toma banho regularmente, então a turma já fede mesmo. Lá a água já é severamente controlada, e é óbvio que será muito mais ainda, até que comece a ser enviada do Brasil pra lá por duto ou transatlânticos que transportarão o que temos em nossos aqüíferos. O bobo da corte do Império desde 2003 aboletado no Planalto – não sei como ele não pronuncia “Pranalto” – possivelmente entrará para a História como o doador de nossas águas para seus amos do Norte. Ele não seria capaz de nada acima disso, basta ver que está no topo da maior cadeia de corrupção já vista e tem como porta-vozes gente como o factóide musical Wagner Tiso, apedeuta como ele e assumidamente envolvido unicamente com o jogo do poder tanto quanto assumido publicamente como alheio a qualquer tipo de ética. Sem falar no Zé Diceu, outro apedeuta obtuso. Enter final.
É o fim, gente. A serpente envolve o planeta, e veremos o diabo pulando sobre nossas cabeças, ai de nossos descendentes. Hoje o vemos apenas de perto, o que já não é pouco. O jeito é seguir a filosofia zen: “O que fazer quando se está entre o tigre e o abismo e há um pé de morango a nosso lado? Comer o morango”. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té a hora de a cobra fumar, gente!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

a grande festa bizarra dos bugres vestidos

A grande festa bizarra dos bugres vestidos

Frederico Mendonça de Oliveira

O ônibus chega à esquina da avenida para tomá-la, mas tem que esperar passar uma moto. Atrás dela uns dois metros vem uma “bicicreta” conduzida por um bugre de cariz achavascado, que não reduz sua marcha rumo ao inferno pessoal de sua vida estúpida. Vem de focinho fechado, e se dá o direito de fazer o ônibus esperá-lo passar pedalando. Passou, o ônibus entrou na avenida... e o bugre parou tão logo passou pela frente do coletivo. Observar um cafumango desses exibir sua arrogante facies patibular de quem se apóia na degenerescência do sistema social e se dá o direito de ser patife pelo fato de a moeda corrente hoje neste puteiro em que vivemos (?) ser o estelionato moral é pelo menos desconcertante. Mas, pensando bem, o que se pode esperar de um lugar como esse Brasil, que tem na presidência um apedeuta vigarista – vendeu um peixe por vinte anos e inverteu o jogo ao chegar ao poder – e cercado de canalhas bandidos por todos os lados, inclusive seus desafetos partidários ou pessoais? Enter.
Entra-se numa loja para comprar uma porcaria de presente de casamento e ao fundo toca um som miserável do tipo breganejo. São 9h da manhã (os bugres grafam 9:00), e as atendentes da loja estão prontas a assediar com aquele infame e cínico “Posso ajudar em alguma coisa?” qualquer pobre diabo que entre na loja. Os cães globalizadores determinam tudo: o lixo que toca pra todo lado, televisões ligadas até em bunda de cachorro, como pressionar o comprador de forma deselegante e manifestando a avidez sórdida e boçal do capitalismo selvagem. Tudo isso conecta lindamente com as cretinas frases roufenhas do batráquio asinino empacotado à moda presidente de Primeiro Mundo. E com a bacanal com o dinheiro público realizada pelos abjetos traidores da pátria, os mais de 500 “representantes do povo” e seus asseclas. Ao povo cabe trabalhar e sofrer. Basta ousar ir à rua para assistir à procissão patética dos deserdados em sua marcha irreversível para um abismo que os espera alhures. No oposto dessa visão hedionda, a farra no Palácio, milhões pra isso, milhões pr’aquilo, tudo supérfluo e revoltante: rios de dinheiro para caganifâncias, como reformar a churrasqueira da Granja do Torto por R$ 3.370.000,00. Quem usa aquela porcaria? Enter.
O avião de US$ 50 milhões agride não por esse preço, mas pelo que fazem com ele o “presidente” e sua corte de cafumangos, paus-mandados sem direção ou ideologia, carreiristas, aproveitadores e funcionários que lavam as mãos dos destinos do País. País? O que é um país? E um País? Alguém ainda tem alguma noção do que seja isso? Pois é. Mas tem avião especial, toda a mordomia imaginável, e em nada essa porcaria serve para resolver problemas reais: só serve para flanar. Lula não decide nada de coisa nenhuma, apenas faz comentários estúrdios sobre o que quer que seja. Como no caso da explosão de Alcântara, que matou 22 cientistas, nossa elite científica aeroespacial: “Há males que vêm pra bem”, eructou o nada engraçadinho “presidente” tentando ser original, embora não dissesse isso caso na explosão morresse um dos seus. O cara não sabe de nada, não resolve nada, não faz senão tocar programinhas reformistas de nenhuma significância, enfim: não governa. E se não doa empresas criminosamente, como fez seu semelhante e antecessor político, também não mexe em nada. O cara é um zero à esquerda montado numa pilha de corrupção jamais vista nesta triste História do Brasil. E ainda tem “gente” que o defende ardentemente. Gente que declara publicamente não estar preocupada “com ética do PT nem com qualquer tipo de ética: o que importa é o jogo do poder”. Legal, isso, né? Enter.
O computador determina o que devemos fazer, e tem vontade própria em oposição à nossa: ele é que decide o que deverá ser feito. Se cai ou “dá pau” no maldito “sistema”, pára tudo, e os bugres aguardam bovinamente que a força superior se digne retornar ao serviço. Todos, claro, cooptados pelo poder dos globalizadores, todos fazendo como seu presidentinho paz e amor: ninguém abre o bico pra coisa alguma, o negócio é obedecer balindo, e assistir direitinho às novelas da TV e tratar de deixar o cérebro em ponto morto, se agüentando enquanto pode, rezando pra não cair a casa. O computador é uma invenção diabólica, um instrumento de dominação simplesmente monstruoso, que enquadra os seres sob uma lógica de pensamento outra, e que se sobrepõe a quem o opera. Nunca se viu aparelho algum submeter quem dele se utiliza, desde um alfinete ou um martelo até os mais sofisticados engenhos. Só o computador, que é simplesmente inquestionável. O computador nos dá ordens e traça nossa conduta em incontáveis circunstâncias, e nos faz dependentes dele sem escapatória. Mesmo que não o tenhamos ou utilizemos de forma alguma: o mundo a nosso redor está computadorizado e obediente. E os macacos sem rabo obedecem. Enter final.
No vizinho ao sul de minha casa, um filhote de cão se arrebenta de ganir e chorar. Está sozinho, os donos fora. Os vizinhos que aturem o choro do animal largado. Na antes área verde a leste, hoje uma praça pública, um casal sentado em um dos bancos bate boca falando ambos ao mesmo tempo. Logo depois, chega um grupo de garotos gazeteiros e se abanca pra jogar cartas. O canil a leste fede a merda e mijo de cães, e os cães volta e meia explodem em latidos e uivos, um inferno. As “pessoas” parece não se importarem com nada, tal o grau de ignorância e rusticidade que a TV e a mídia lhes impuseram. E eles continuam na TV, se destruindo como que por completa falta de opção. E Lula lá, tomando, passeando e eructando asnices. Com a primeira-dama, ex-operária da Dulcora, a tiracolo. Será que se restringiu o uso de armas de fogo para evitar suicídio em massa nessa merda de lugar ainda Brasil? Pode ser... porque para resistir não seria: a “Grobo” não “dessa (ê)”. E viva Santo Expedito! Oremos. Ciao, babes!


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Olha aí o que me chegou por internet, crianças!
"É moçada..... por isso que digo " Se o voto valesse alguma coisa, o *POVO *seria proíbido de votar Fim do 13º já foi aprovado na Câmara Enquanto a gente se distrai com estas CPIs o Congresso continua >votando outros assuntos de nosso interesse e a gente nem percebe...vejam essa: Fim do 13º já foi aprovado na Câmara (PFL, PMDB, PPB, PPS, PSDB Para conhecimento, O fim do 13º salário já foi aprovado na Câmara para alteração do art.618 da CLT. Já foi aprovado na Câmara e encaminhado para o Senado. Provavelmente será votado após as eleições, é claro... A maioria dos deputados federais que estão neste momento tentando aprovar no Senado o Fim do 13º salário, inclusive da Licença Maternidade e Férias (pagas em 10 vezes) são do PFL e PSDB. As próprias mordomias e as vergonhosas ajudas de custo detodo tipo que recebem, eles não cortam. Conheça a cara dos safados que votaram a favor deste Projeto em todo o Brasil. Por favor, repassem para o maior número de pessoas possíveis, afinal eles são candidatos fortes nas próximas eleições: *1- INOCÊNCIO OLIVEIRA-PFL** 2- JOEL DE HOLLANDA - PFL 3 - JOSÉ MENDONÇA BEZERRA-PFL 4- OSVALDO COELHO - PFL 5- ARMANDO MONTEIRO-PMDB 6- SALATIEL CARVALHO-PMDB 7- PEDRO CORRÊA - PPB 8- RICARDO FIÚZA-PPB 9 -SEVERINO CAVALCANTE - PPB 10- CLEMENTINO COELHO - PPS 11- CARLOS BATATA-PSDB 12- JOÃO COLAÇO - PSDB 13- JOSÉ MÙCIO MONTEIRO-PSDB*DIVULGUEM!!! *NINGUÉM É TÃO FORTE QUANTO TODOS NÓS JUNTOS!!!!!!!!**Divulguem!!! E não fique só reclamando do nosso país!!!!"
Pelo que vejo, vamos ter que correr atrás de outro preju, né? Fiquem ligados, vamos peitar esses monstros degenerados!

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

a lengalenga, o nhenhenhém e os atentados

A lengalenga, o nhenhenhém e os atentados

Frederico Mendonça de Oliveira

Já há quanto tempo os bandidos mensaleiros foram denunciados, flagrados, inquiridos, enquadrados, interrogados, desmascarados e expostos à execração pública? Sei lá: pra dizer a pura verdade, é tanta empurração com a barriga que a merda vai sendo esquecida. Quando se viram os amigos e não sei mais quê do Roberto Brant com ele na capa de O Globo festejando seu inocentamento, foi tal minha decepção que até a turma largou mão de se preocupar com essa tempestade insuportável de matéria fecal política. Já de muitos anos os escândalos se sucedem, já perdemos a referência. Escândalo mesmo começou foi com o maluquinho degenerado Collor. De lá pra cá, não parou, apenas deu uma reduzida considerável na curta era Itamar Franco. Mas foi entrar na presidência o imundo e vermina FHC, traidor abjeto e torpe em todos os sentidos, entrou em cena a corrupção explícita. Deu Pita, Eduardo Jorge, Jáder Barbalho, Pasta Rosa, e todos se agarrando ao poder como seres malignos que não estão nem aí para opinião pública ou o diabo que seja. As privatizações seriam mais que suficientes para esse fimícola ser massacrado nas ruas. Linchado até virar carne moída sob o santo ódio dos brasileiros ofendidos por tal crápula demoníaco. Pois está ele aí, desfilando todo lampeiro e dando palestras para empresários e coisas que tais. Pois veio o apedeuta falastrão e bebunzaço para justamente continuar a toada do Brasil desgraçado. Até ficou, em termos de corrupção, pior que sob FHC, embora sem as privatizações. Enter.
Já era hora de sabermos que é o fim. Pelo menos eles não estão nos enganando. Mostram a bunda com a mesma naturalidade com que exibem suas carantonhas patibulares de pústulas sem qualquer escrúpulo. A bunda real escondem, mas as mulheres que lhes permitem desfrute de repente saem em pêlo nas revistas de onanistas, algumas ganhando belas somas. Mostram a bunda, inclusive, metaforicamente realizando o que seus amantes ou patrões pegos com a boca na bo... tija não fazem literalmente. E vai da valsa. O povo que coma merda e se arrebente pra sustentar essa malta de canalhas degenerados que chafurdam no dinheiro público tão arduamente amealhado com suor e renúncia. E nós que relaxemos e gozemos, como disse a abissal Marta Vermus – que já deveria ter tido a decência de mudar o sobrenome do marido defenestrado, o Eduardo Coração dos Outros. E a podridão avança veloz, a corrupção explode tão estupidamente que nem dá mais pra esperar por coisa alguma. A lei é gentilíssima para com os bandidos do colarinho branco, esses monstros dedicados a pilhar o tesouro público na maior cara-de-pau. Estão perfeitamente a serviço dos inimigos do Brasil, que nos vão asfixiando e destruindo tudo que temos como se estivessem plantando alface. Enter.
Os desastres e tragédias que nos pespontam estes dias tenebrosos desde o dianho FHC não são obra do acaso nem de imperícia ou negligência, embora em um ou outro caso insignificante isso ocorra. A tragédia da Gol já foi um terceiro ou quarto atentado contra o Brasil que fica sem explicação. Primeiro, a P36; que matou mais de dez, e ficou por isso mesmo. Um ex-amigo, cuja amizade acabou que dispensei, por ser burro demais, disse que gostou muito daquele naufrágio, porque ia virar um grande viveiro de peixes no fundo do mar. Com brasileiros assim, vamos virar uma Palestina sob os argentinos de Kirchner. Pois veio Alcântara, que pulverizou toda a nossa elite científica aeroespacial jamais reunida antes no mesmo local. Um míssil terra-terra ou uma bomba fizeram o serviço começado pelo Pé-de-bode FHC – ele queria doar a base aos gringos, crime de lesa-pátria –, e o apedeuta peidante eructou um “Há males que vêm pra bem”. Estivesse a mãe dele, que por sinal já nascera analfabeta, na base de lançamento e virasse cinzas, era bom saber que frase ele soltaria. Sobre Alcântara, nossos queridos leitores saberão muito mais na próxima abastecida do blog. Mas antes disso tudo ainda houve os atentados contra a TAM, sendo o primeiro deles, o vôo 402, uma barbaridade sem precedentes. Um reversor não abre de forma alguma em decolagem, tanto quanto não entra uma ré se se engata uma quinta em qualquer veículo simples, de tecnologia e projeto muito mais elementares. Aquilo foi sabotagem da boa, e que morressem brasileiros titicas, em torno de cento e tantos, tudo carbonizado ou estraçalhado. Nada se apurou, senão umas falas bostejadas entre matérias de amenidades e anúncios imensos e espalhafatosos de porras que só encantam midiotas materialistificados, os objetos vestidos e falantes que a Grobo produz aos milhares direto e reto. Puxa, vamos em frente, que atrás vem gente. Enter final.
Vôo 402, P36, Alcântara... e depois, fora o que ignoramos, o vôo da Gol. Só se a Física deixar de existir poderá ocorrer uma colisão no ar entre dois aparelhos a uma velocidade resultante de 1600 km/h e ficar um quase intacto e pousar com seus sobreviventes. Mas essa escatologia só pode ocorrer em país onde o presidente viva cercado por ladrões e não seja o Ali Babá. A Aeronáutica, transformada por essa cambada de paisanos canalhas e sem pátria em um departamento vulgar de um governo depravado, emitiu nota informando que não houve colisão entre o Gol e o Legacy. O que teria havido seria o Boeing ter se desintegrado e o Legacy ter levado a pancada de um estilhaço no laptop. Até pode, mas ’tá furado ainda. Pelo menos, contudo, a Aeronáutica peitou os globalizadores, desfazendo a versão da mídia dos gringos. Salvou-se a Física, mas a mídia não falou coisa alguma – quando era para PARAR O PAÍS. Só foi publicado isso na coluna do Cláudio Humberto de 26 ou 27 de julho. Mais nada. Basta abrir www.claudiohumberto.com.br e buscar nas colunas anteriores a informação, que tem até uma ilustração mostrando um avião envolvido por uma puta bomba. Chega por hoje, né? Na seqüência, se não me bombarem aqui, vou entregando os crimes hediondos desde o tempo do Beiçudo. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té a próxima, babes!