Frederico Mendonça de Oliveira
Estamos mesmo condenados a conviver com a sarna funesta que contamina o que resta do que fizeram do Senado e de todo o “parlamento” – a julgar pelo que emitem verbalmente aqueles andróides engravatados, seria melhor palramento. A sarna tem nome e uma história de abjeção: José Sarney, e essa escabiose avança pela (até bonitinha) Roseana, ramificando-se pelos familiares e correligionários. Já não basta vermos pela centésima milésima vez aquela figura dantesca exibindo aquele bigode tão esteticamente obsceno e que foi a prova cabal, no que chegou a ocupar a PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (!!!!!!!!!!!), de que isto em que estamos não é um país, mas uma terra infernalizada e desgraçada e que tem pela frente o abismo para um povo e uma história. Se fôssemos uma comunidade decente, teríamos posto TODOS ESSES SERES atrás das grades há muito tempo! Além de serem corruptos por assunção escandalosamente explicitada, são traidores por natureza, são sanguessugas despudorados, e a eles deveria caber não aquele monstrengo de concreto que é aquela perdida Brasília, mas uma imensa pedreira para eles quebrarem pedra a marreta pro resto de suas vidas já tão manifestadamente devotadas ao crime. Mas eles estão aí, mandando e mamando, integrando a grande bicheira que é o poder constituído, e vez por outra explode um tumor aqui ou acolá, mas eles navegam em pus com desenvoltura e, em certos casos, com delícia... e nada os atinge. Enter.
Você deve estar sacando os fatos, dando uma olhada no que as primeiras páginas dos jornalões vêm exibindo. Maconha e sigilo, por exemplo, estão em pauta. Os malucos no poder não sabem o que fazer, apenas tratam de viver os problemas como der e prosseguir nadando de braçada nos gordos salários, gratificações, mamatas, “por foras”, propinas, acertos, conchavos, mordomias, e tudo vai sendo empurrado com a barriga nessa pantomima de dementes que vemos diariamente rolar. O único problema é que a conta estoura em nossas mãos... mas vale a pena parar um pouco e considerar essas questões da maconha e do sigilo para com documentos históricos. Em relação a maconha, tudo é de um ridículo total: primeiro, sempre se fumou maconha nessa Pindorama escrachada, esculhambada, vilipendiada, miserabilizada, e nunca se viu qualquer relação estatística entre o consumo da erva – maconha não é droga, como querem os cães a serviço da dominação internacional – e a criminalidade. Só pra você ter uma idéia, em âmbito nacional 75% dos homicídios são cometidos sob efeito de álcool. Acrescente a isso o que morre de gente de cirrose, de consequências do uso do álcool, de acidentes de trânsito causados por motoristas alcoolizados e tal. É de chapar! Mas o álcool continua sendo promovido e vendido mais e mais, e as “autoridades”, que também fazem uso do etil direto e reto – vide esse que deixou a presidência, que vivia de fogo dizendo asneiras pra cima e pra baixo –, não podem se posicionar levantando bandeiras contra o uso abusivo da birita, porque perderiam eleitorado. Cachorrada!... Mas maconha prossegue envolvida com crime, e os artigos 12 e 16 estão lá no Código Penal, e será difícil mudar isso, mesmo que a erva não frequente estatísticas escandalosas, como o álcool. O que os poderosos a serviço dos donos do mundo usam como referência é o fato de a maconha ser o capital de giro do crime. É claro que você, sendo criminoso, não passaria o dia trabalhando em banco ou atrás de balcão pra ganhar seu salário. Então o negócio é vender maconha, até porque é assustador saber quanta gente fuma unzinho hoje, é incalculável o tamanho do mercado consumidor do bagulho. Se a coisa de produzir o próprio jererê for liberada, o rombo nos cofres do crime será contundente, eles vão ter que inventar outra, rárárá! E a turma vai fazer a cabeça pitando coisa pura, em todos os sentidos, inclusive porque livre do percurso do crime! Então os chincheiros vão se mexendo, mesmo que sejam da paz e da contemplação. E se até o Supremo se posicionou a favor das marchas e se até o Gallochmouth FHC botou seu nome nisso, há quem garanta que está aparecendo luz no fim do túnel... Enter final.
E tem a questão de abrir ou não os arquivos de documentos ainda mantidos em sigilo. Maluquíssimo isso de “sigilo eterno” para documentos quaisquer que sejam! Se esses documentos são registros históricos reais, nós, que somos a história viva hoje e o resultado do que fizeram antes de nós, temos o direito legítimo de acesso a eles! Se o despirocado e comprovadamente amalucado falastrão roufenho se posicionou a favor do sigilo, isso mais ainda comprova a importância de abrir. E a Folha entrega que o governo Dilma pisou no tomate: “De 76 senadores ouvidos pela Folha nesta semana, 54 disseram ser favoráveis à abertura total das informações públicas, como previsto pelo projeto aprovado no ano passado pela Câmara dos Deputados e que agora está para ser votado pelo Senado. Apenas dez senadores defenderam o projeto original enviado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que permitiria manter indefinidamente sob sigilo documentos classificados como ultrassecretos pelo governo. Doze senadores ouvidos se declararam indecisos e cinco não responderam à consulta.” E ainda ficamos escabreados: se vemos esses caras apoiando isso, dá até pra duvidar... porque tudo que passa por esse antro tende a ser sempre algo contra os interesses reais do povo brasileiro. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 2037 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 694 dias também sob mordaça! E não custa lembrar: o advogado Gerardo Xavier Santiago, RJ, lembra que o artigo 5 da Constituição Federal garante a liberdade de expressão e de manifestação em local público!