sexta-feira, 10 de agosto de 2012

E o babalorixá da Banânia? Larga o osso?

Frederico Mendonça de Oliveira

A história do Ali Babá nada tem a ver com a história do mensalão, mas a voz das ruas associa as duas, vendo Lula como o chefe e os mensaleiros como os ladrões comandados por ele. Ali Babá foi ladrão no que roubou os 40 ladrões, o que não combina com essa escalafobetice a que assistimos perplexos e, os que têm estômago mais sensível, nauseados. Muito bem, suas excelências do Supremo estão agora com a batata quente nas mãos, e não há quem, se lúcido, não os veja entre a cruz e a espada. Especialmente porque existe também conexão entre pelo menos dois membros do Supremo e a quadrilha que, esperamos, acabará atrás de grades – ou será mentira o que a imprensa revela de ligações dos ministros Toffoli e Levandovsky com Lula et caterva? A “voz rouca das ruas” de que fala Carlos Chagas ecoa naquele tribunal, mas o silêncio de suas excelências, sugerindo pisarem em ovos, silêncio pouquíssimo quebrado nesta novela de teor escabroso, preocupa. Afinal, vimos cada saída mágica para escândalos desde décadas que não há como evitar um ceticismo já até considerado como sabedoria. Sairá coelho dessa cartola? E que coelho será? Coelho mesmo ou um ipissilone desses que temos visto saindo de cartolas há décadas? A pergunta da voz rouca – rouca de tanto gritar! – das ruas impõe um grande detalhe, que nem detalhe é, de tão essencial nessa encrenca: Lula nada tem a ver com isso? O Zé Dirceu não declarou publicamente que nada era feito sem o consentimento ou mesmo a determinação do babalorixá do PT quando aboletado no trono da Banânia? Por que diabos o ex-“presidente” está excluído da quadrilha que chefiou? Ou será que foi acatado como verdade o lero de o Roberto Jefferson ter sido quem alertou o babalorixá sobre as irregularidades que caudalosamente corriam no Palácio e adjacências? É pedra e cal a palavra do líder petebista? O Sebastião Nery detona: “Lula se elegeu em 2002 sem maioria no Congresso. Precisava de maioria no Senado e na Câmara. O PT sozinho, com os nanicos PSB e PCdoB, não tinha bancadas que lhe garantissem tranqüilidade parlamentar”. Mais: “Lula encarregou José Dirceu de negociar com um punhado de pequenos partidos um apoio seguro e permanente durante o governo. E isso queria dizer ‘comprar’, trocar apoio por dinheiro. Lula disse a Dirceu: ‘É mais barato do que negociar ministérios com os partidos maiores’”. Quanto a Dirceu: “José Dirceu, Chefe da Casa Civil e desde a campanha principal porta-voz de Lula e negociador político do governo, não mentiu: ‘Nada que eu fiz foi sem a ordem ou autorização de Lula’”. Enter.
Você quer mais? Alá: “De todos os advogados que defendem no STF seus clientes , seus ‘réus’, em nenhum instante ninguém negou ou contestou a existência dos dinheiros arrecadados pelo governo de Lula, no governo do PT, por José Dirceu e sua ‘quadrilha’, sua ‘organização criminosa’, como definiram os dois procuradores gerais da República (Antonio Fernando e Roberto Gurgel), para comprar os partidos que garantissem maioria a Lula e ao PT. Por isso o Mensalão tem dono: Lula. O defunto é dele. E, tendo dono, o Mensalão também tem nome: ‘Lulão’. ‘Mensalão’ é só apelido”. Enter.
Será que não há outra saída para a geringonça de poder que está aí que não seja poupar o falastrão canastrão para não estraçalhar a imagem do “Brasil” aos olhos do mundo? Seria para manter de pé uma falsa imagem de equilíbrio para que tudo prossiga indo no mesmo rumo que dantes no quartel de abrantes? Será que o Obama ter dito “Esse é o homem!” sobre Lula seria uma fala cifrada sobre ser ele a conexão feliz com Wall Street? Estará Obama cochichando nos ouvidos dos detentores do poder que não seria nada oportuno chutar o balde pondo o chefe junto com seus subordinados sob suas excelências no STF e perante o Brasil e o mundo? Enter.
Será que o andor tem que ser levado tão devagar porque o santo é de barro? Será que todos medem as palavras diante de tal descalabro conjuntural para que não vá pelos ares tamanho circo de horrores sob o qual se esmaga toda a população brasileira? Se considerarmos o teor que vige em Brasília, a julgar pelo padrão de degenerescência moral que os “representantes do povo” exibem sem qualquer pejo, temos de admitir que somos uns duzentos milhões de energúmenos que nada podem exigir… A propósito, ninguém vai ao cerne da coisa, ninguém pergunta como fica a Receita nessa história escabrosa. São rios de dinheiro brotando do nada? E isso vai mais longe ainda, se indagarmos sobre a compra de votos para a reeleição do “sociólogo”. Enter.
E terminamos: se punidos os mensaleiros com a severidade devida, permanecerá o Brasil sob Sarneys, Renans, Jucás, Azeredos, Barbalhos e quejandos, enquanto Lula zanza pelas vias paralelas do poder e FHC é considerado digno de oitiva pelas elites, ganhando grana grossa pra exibir aquela boca (mal) desenhada para mentir? Seria esse julgamento bela encenação, com pirotecnia, para continuar tudo como está? Até porque, para exemplificar, desafiamos qualquer poder nesta Banânia a tirar os honoráveis bandidos de que falou Palmério Dória de seus bunkers de poder em Brasília e alhures. Enter final.
Vale dar umas risadas: a degenerada Madonna, cantora pop sem qualquer mérito maior que viver fazendo tumultos por aí diante de auditórios de zumbis abestalhados e macacos sem rabo, ao tentar bancar a salvadora na Rússia ouviu uma boa. Saiu na Folha: “Um ministro russo, Dmitri Rogozin, usou seu Twitter para chamar de ‘puta velha’ a cantora Madonna, que se atreve a dar ‘lições de moral’ ao pedir que as cantoras do grupo punk Pussy Riot sejam libertadas. ‘Com a idade, toda puta velha tende a dar lições de moral a todo mundo. Em particular, em suas viagens pelo estrangeiro’”. Aí está: você sabe o que significa “pussy”? E “riot”? E se essas outras degeneradas são russas, por que usar nome em “ingrêis”? É, amigo, o mundo virou um inferno, a Humanidade está se dirigindo para o abismo cósmico. O Armagedon vem aí! E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!