sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Globalização, o inferno assumido

Frederico Mendonça de Oliveira

No arraial onde me maloco a distância segura de balas perdidas e da guerra civil que pesponta o dia a dia das capitais, o inferno também se faz presente com clareza e até requintes. De início, as instituições estão estraçalhadas também aqui, onde se verifica a existência de uma comunidade que pratica o estelionato moral na maior cara de pau, como se isso fosse o bom senso. Um poder recheado de corrupção escancarada prossegue no poder a despeito de iniciativas saneadoras, que esbarram simplesmente no... poder! As instâncias desse degenerado poder brasileiro – ou , muito mais precisamente falando, anti brasileiro – se protegem por corporativismo DE PODER, a bem de manter mamando quem está mamando, e essa corja se manterá corja enquanto der pra se manter, ética e princípios de honestidade e probidade às favas. Então acontece que desde Brasília, passando pelas capitais e chegando aos mais insignificantes arraiais, o poder é corrupção, isso ditado pela capital do País, a mais hedionda e asquerosa bicheira já constituída desde que Cabral trouxe a turma de além mar tendo em seu seio um globalizador de carteirinha. Ou você pensa que globalização é movimento “moderno”? Ora, babe, tome juízo: não é com o rabo na poltrona e “ligado” na Globo que você vai ficar informado da verdade dos fatos. Enter.
Então vemos que as “sociedades” hoje não passam de gente corrompida vivendo ao sabor da correnteza e virando as costas pra tudo, inclusive para a própria evolução. E justamente no arraial onde me escondo da barbárie constato a deformação social explicitada em simplesmente quase tudo. Por exemplo: passa por aqui regularmente e fica na cidade por uma semana um imenso caminhão Volvo do tipo trio elétrico (que era o trio de guitarra, cavaquinho e percussão que tocava de cima de um caminhão no carnaval de Salvador, o trio de Dodô e Osmar, portanto o “trio los dos”; e os instrumentos eram eletrificados, novidade para a época), todo cheio de luzes neon e tendo uma carroceria com dois andares tipo uma barca do São Francisco, onde se apinham imbecis para um passeio pelo arraial. Quatro palhaços acompanham o caminhão pelas ruas, pulando e dançando ao ritmo maligno que o veículo emite, normalmente disco music, axé e até o créu. Essa desgraça ambulante inferniza as ruas da cidade durante uma semana, desfilando um episódio de anarquia estúpida francamente permitido pela comunidade, que se revela um bando de obedientes ao cabresto da Globo. Se alguém protestar, será perseguido, como vem acontecendo com os que ainda se preocupam com fazer valer a lei e os princípios da cidadania. O veículo se define como “mega trem da alegria”, mas alegria só terá quem embolsar o dinheiro dos otários que pagam e embarcam estupidamente nessa miséria itinerante. Enter.
E assim vai tudo se misturando: o diabo do caminhão agora fez parceria com um supermercado que, em troca de fazer a publicidade com cartazes afixados no veículo e projeção de som com ofertas dos produtos da casa, paga a passagem da “petizada”, essa legião de futuros paus mandados a serviço dos intervencionistas de todos os tempos. Então a coisa se embaralha mais ainda, misturando cu com bunda e disseminando o caos, que já se manifesta em tudo: só falta ter loja de conveniências em ônibus e metrô, televisão nos banheiros públicos pra nego defecar vendo a Globo – boa idéia pro cocô, talvez – e anúncios de tudo em uniformes de serviços públicos. Enter final.
Fui a Sampa de busa, e lá estava a TV nas fuças dos passageiros, passando um filme boçal de trapalhadas de um certo Mr. Been, ou Bean, sei lá. Interessante é que só um passageiro parecia olhar pr’aquilo. Cinema na TV no ônibus. A merda avança. Falarei mais sobre isso, também sobre cinema, flagelo desde sempre. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

“Rapsódia em brulho”

Frederico Mendonça de Oliveira

Acredito que algum dentre meus possíveis leitores conheça Rapsody in Blue, célebre composição de George Gershwin, por sinal amigo de Ravel, de quem ele tirou muitas idéias musicais para várias de suas composições – que são digamos respeitáveis, mas que sempre ficarão à margem do verdadeiro mundo erudito, talvez porque... porque... digamos a verdade: porque não eram verdadeiramente canônicas. Na mesma época, Villa Lobos embasbacava o mundo, e era considerado gênio pelos mais importantes nomes do erudito mundial, sendo copiado descaradamente por Stravinsky, só pra citar um exemplo cavalar. Mas Gershwin, se tinha algum talento para orquestrar, se tinha suas idéias para a constituição de um material americano que o mundo aceitasse, na verdade ficava aquém do patamar necessário para sua inclusão entre os mestres. Não alcançava nem mesmo gente como Camargo Guarnieri e Francisco Mignone, que dirá o Villa. Bem, mas a que vem esse gringo neste texto? Enter.
É que a tão famosa – à custa de muita promoção dos meios de comunicação controlados pelos congêneres de Gershwin – Rapsody in Blue anda sendo promovida no Brasil, aliás Brisêu, ou Brizêu, justamente por um de nossos redutos de erudito, a Petrobras Sinfônica, orquestra criada pelas mesmas mãos responsáveis pelo naufrágio da P36 e por vários outros “acidentes” ocorridos na Petrobras (mais acidentes que em toda a história da empresa somados) quando da gestão inexplicável de um certo Henry Philip Reischtul, gringo que não poderia ser presidente da empresa mas que foi, porque, para a consecução de tal fato, mudou-se o primeiro estatuto da empresa, que rezava que o presidente da Petrobras só poderia ser um brasileiro nato. O tipo citado era naturalizado. O que fica sem resposta é por que tinha de ser ele o presidente, por determinação inarredável do teratológico FHC, a quem o povo brasileiro agradece pelo câncer que se instalou definitivamente sobre nós. Enter.
E pela segunda vez, pelo menos que o velhote aqui saiba, a Petrobras Sinfonica toca o tal gringo Gershwin: uma, parece que para sua inauguração e apresentação ao público – ou púbrico, como dizem nas montanhas de que desceu o “maestro” Wagner Tiso, que “regeu” o concerto de apresentação do conjunto, com Gershwin no repertório. A turma ficou sem entender que patacoada era essa: por que não executar Villa Lobos ou outro de nossos gênios sob a regência de um maestro legítimo? Por que tal factóide? Bem, a orquestra foi iniciativa do tal Reischtul ou coisa que tal – não sei o que sabe ele de música ou de orquestra –, e o factóide musical WT era então entronizado nessa “boquinha” para fazer música popular brasileira. Ué... então por que Gershwin? Mas o Brizêu é isso mesmo: surrealismo. Enter.
Pois nestes últimos dias eis que o “maestro” atacou de pianista e cometeu, sob a batuta de Isaac Karabchewsk (nossa, quanta consoante!), a mesma Rapsody in Blue, para delícia de... quem mesmo? A quem interessa isso de a Petrobras Sinfônica ficar tocando Gershwin? Alguém se habilita a explicar? Pois rolou a coisa, para espanto de muitos, especialmente dos músicos da orquestra, que saíram da folia globalizada comentando entre eles, à boca solta, que aquilo não foi Rapsody in Blue, mas Rapsódia em brulho, tal a embrulhada cometida pelos inábeis dedos do “maestro” pop eruditóide ao pianol. Enter final.
Isso é Brasil, gente: tantos maestros aí – inclusive com admirável material de composição –, afiadíssimos e aptos para ocupar cargo de maestro e regente da máquina em questão, e a turma aturando patacoadas... E viva Santo Expedito! Oremos. Inté!

sábado, 16 de agosto de 2008

Notas sobre um Brasil surrealista

Frederico Mendonça de Oliveira

Bar Bossa Nueva, Vila Madalena, São Paulo, 13 de agosto de 2008. Só faltava ser sexta-feira... Começando a “festejar” 40 anos de uma carreira que engordou contas bancárias de fariseus a serviço de multinacionais da canção e que me valeu apenas menções em dicionários especializados em música e registros vários mundo afora e na internet, eis-me tocando com um grande amigo, o brilhante pianista Osmar Barutti, e com músicos outros, como eu desconhecidos do grande público. Osmar é exceção: aparece naquele hoje infame programa do Jô toda noite, mas não enverga o traje das celebridades filistinas que se julgam olímpicas porque ungidas pelos globalizadores. Aos outros cabe a obscuridade dos zé-ninguém, mas em essência, sensibilidade e conhecimento destoam do triste amontoado humano que deambula a esmo e entope os espaços sociais, espaços, na verdade, socioterminais... Bem, tocamos pra gente grande, isto é, pra nós mesmos. Os presentes até piraram de ver, pois é para eles impressionante contemplar as maluquices que fazemos com os instrumentos, mas o teor musical não é assimilado por NINGUÉM exceto, no caso daquela noite 13/08, pelos ilustres presentes Zé Rodrix e Tavito, meus velhos companheiros do hoje usurpado Som Imaginário, mas eles entenderam tudo unicamente porque são músicos também. Ninguém fora músicos assimila nada, porque o abismo entre a música e o público de hoje é irreparável. A desmusicalização do Brasil é incurável, irreversível, assim também a dessocialização e a desidentificação nacional. E nos resta prosseguir, em nome de Deus. Enter.
Puxa!, que paragrafão! Tive de reler! E temos de tirar o chapéu para os globalizadores, porque conseguiram habilmente, com precisão de relojoeiros suíços, transformar preciosidade social em merda pura. Quem conheceu o Brasil de Villa Lobos, Ary Barroso e Tom Jobim não valorizava nem mesmo Chico Buarque e quejandos da MPB, porque na verdade para estes a música era já TOTALMENTE RELATIVA, o que os condena sumariamente diante do tribunal da música. A MPB, ou emepebê, foi tarefa de multinacionais, ou coisa de globalizadores, com a participação de colaboracionistas como os já citados emepebistas, e aí é que a vaca Brasil foi pro brejo. A canção de hoje, desgraça liderada pela patética Ivete Sangalo, paradigma da ignorância sorridente premiada pelo sistema, e por figuras sinistras como Daniel, Leonardo, as duplas do miserabilizante e cancerígeno breganejo e por DJs e tantas outras deformidades que animam o oceano dos ímpios e da miséria sonora, é matéria em plena decomposição. O ambiente que cerca essa prática regressiva e destrutiva rima totalmente com outro ajuntamento, para o que reservo o parágrafo conclusivo desta sessão de avaliação do que sofremos nestes tempos pré-apocalípticos já escatológicos, e nos dois sentidos conhecidos. Enter final.
Entro na loja de 1,99 para comprar sacos de terra vegetal para minhas plantas – aqui dizem ‘prantas” – e eis-me integrando, como um extraterrestre, o gado humano global. A ralé vivendo o consumo, eis a maior ironia de todos os tempos! Não podendo se desfazer dos fedelhos para “ir consumir”, os bugres fazem da loja um pandemônio, seguramente a reedição do palácio de Satã, de Milton. Os fedelhos berram e fazem birra porque também querem consumir porcarias, e seus rústicos pais e mães, rudes e toscos, não se importam com o caos que produzem, para eles coisa normalíssima. Os seres abissais entopem os corredores entre prateleiras de quinquilharias e bugigangas enquanto seus rebentos berram e choram alto. A “música” de fundo não poderia ser outra: “dupras” de breganejo emitindo ganidos e gemidos lancinantes. Pensar em Deus numa hora destas é até risco. Só resta fugir em busca de ar... E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té mais, babes!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A Civilização Brasileira acabou-se

Frederico Mendonça de Oliveira

Não, não é o que vocês estão pensando: refiro-me à EDITORA Civilização Brasileira. daí as maiúsculas. Pois é: outro dia li, para não perder um amigo, um artigo da Folha – que os comunistas do extinto MR8 e hoje editores do jornal Hora do Povo chamam de “a cloaca da Barão de Limeira – assinado pela Bárbara Gancia, por sinal glamurizada, pela multidão de lacaiso dos globalizadores, como grande e sensata pensadora em meio a esta barafunda letal que enfrentamos. De cara ela deu uma tropeçada no penico, esparramou mijo no soalho: ela acredita na “mentira do século”, está por fora da mais importante realidade de nossos tempos desde 1945. E fala da coisa com a emoção da indignação de quem sabe o que aconteceu em Acosta Ñu. Pois ela começou falando já estar se achando meio velha, porque não acredita mais na civilização, coisa que em outros tempos a gente achava que um belo dia ia encontrar ali na esquina. Ela pode estar ficando velha sim, como todos nós, se não morrermos prematuramente, ficaremos, estamos ficando ou já ficamos. E a civilização já acabou sim, dona Gancia, trata-se de um fato, mesmo que a senhora seja colunista da tal “cloaca” também glamurizada como sendo um oásis em meio ao despedaçamento final. Puxa, vamos em frente, senão isso vira nariz-de-cera... Enter.
Mas a Civilização Brasileira acabou, e isto é trágico. Perdemos tudo neste país, e este é um feio sinal. Quando cursei Letras na Universidade do Estado da Guanabara, hoje UERJ, a Civilização publicava livros aos caminhões, numa qualidade jamais vista, e em todos os aspectos, desde as capas do Eugênio Hirsh até a participação profusa de pensadores em simplesmente todos os aspectos. Nessa época, a Eldorado Tijuca, uma das maiores livrarias do País, não tinha espaço nem prateleiras pra abrigar tamanha produção editorial: ficavam pelo chão pilhas e mais pilhas de livros recém-chegados, tudo cheirando a novo: as livrarias teriam de dobrar de tamanho para comportar tamanha demanda. Hoje, ora, “hoje”!... “Hoje” é a merda! As livrarias só têm porcariada, os tais dos best-sellers dos globalizadores ocupam quase todo o espaço, além da enxurrada de produção de auto-ajuda, sem contar o paulocoelhismo escatológico balizando os parâmetros da ignorância global generalizada. Enter.
“Hoje” é a merda. Estive no Rio tempos atrás e fui a todos os grandes sebos da “cidade maravilhosa” hoje cidade pavorosa, não precisa dizer por quê. Em nenhum deles achei um Iracema (!!!). Do Guimarães Rosa, só um Sagarana, que adquiri, claro. Do Campos de Carvalho, neca. Aliás, ninguém dos sebos sequer o conhecia. E o Campos de Carvalho foi publicado completo pela Civilização, com capas memorabilíssimas do já citado Hirsh: A Lua Vem da Ásia, Chuva Imóvel, Vaca de Nariz Sutil, O Púcaro Búlgaro eram livros do Brasil ainda brasileiro, com um belo contraponto na obra de João Antônio, também publicada pela Civilização, inclusive o Malagueta, Perus e Bacanaço. Eram tempos, não essa merda desse “hoje”. É carma coletivo, claro, e carma brabo, hem?! Que diabos andamos fazendo no passado para viver uma condenação dessas, caraco?? Será que fomos nós que afundamos a Atlântida e condenamos os atlanteanos a morrer afogados e devorados por predadores marinhos, a maioria dos infelizes habitantes do continente perdido boiando e tentando salvar mulheres e crianças da voracidade de dragões marinhos, polvos gigantes, tubarões e orcas? Enter final.
A Civilização acabou, porque aliás acabou a civilização. Resta-nos as degustações das boas coisas que alegram os que não morreram mentalmente sob a Grobo, resta estudar e progredir em meio ao caos, resta pedir a Deus pelos desvalidos. ’Tá russo, também ’tá ruço! E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Pra não dizer que não falei de...

Frederico Mendonça de Oliveira

...flores. É, também falo dessas coisas, que passam desapercebidas de tantos seres neste mundo. Beaudelaire escreveu “As Flores do Mal”, que não li, mas o título se fixa com facilidade. Parece que ele falou das papoulas do ópio, que são mortais, mas deixo para ele ou para quem quiser o trabalho de ler sobre algo que só nos destruirá se for usado por nós. As flores que me interessam são as do bem, as rosas, as orquídeas, mesmo as margaridas e as simplórias mas tão alegres tagetes, por aí. Também me interessam as flores que brotam das notas de Bach nos prelúdios para cravo nos lindos adágios do Cravo Bem Temperado. Epa!, estou bancando o intelectual, falando de coisas que os que se deliciam com flores do mal podem considerar maluquice de eruditóide! Enter.
Quando tenho de sair da toca, onde me refugio deste mundo a cada dia mais medonho e horrendo, sou obrigado a ouvir as flores sonoras do mal. Onde quer que haja comércio, lá está uma caixa de som despejando “sucessos”. Agora temos flores do mal até na feira, onde se instalaram caixas de som tocando obscenidades e gratuidades ao âmbito da estupidez para “animar” os que compram e vendem hortaliças, secos e molhados e tudo mais. As letras do “sertanejo” da programação desta detestadíssima e até detestabilíssima “rádio feira” são tétricas, coisas como “só qué coisá”, referência a uma personagem mulher que apresenta furor uterino. E tome falar de festa que tem muita “muié”, “as muié”, e volto pra casa com essa escatologia zoando na cabeça, e ela só passa quando ponho pra rodar algo sonoramente digno, construtivo, saudável. É terrível considerarmos que o mal avança a galope, e o bem se encolhe em seu canto mais e mais, cada dia mais, com medo, com vergonha, com imenso espanto. Enter.
Os objetos ambulantes e vestidos do sistema se engalfinham nessa massamorda social em decomposição e causam medo. Sim, porque eles dão continuidade, como mensageiros irracionais, a toda a deformidade imposta pelos globalizadores, e ai de quem levantar a voz contra todo esse horror. Uma amiga bancária se queixava, outro dia, de ter de passar todo o expediente ouvindo uma maldita caixa de som da loja em frente, sempre em liqüidação e sempre projetando som miserável de “sucesso” na rua. Pois agora parece lei: todas as lojas – maneira de dizer, claro – estão pondo essas desgraças na porta, e temos de suportar conviver com isso, e sem reclamar. Se reclamamos, lá vêm aqueles olhares de espanto estampados em semblantes asininos, como se estivéssemos revelando que encoxamos a própria mãe no tanque ou que batemos nela com porrete por causa da mistura. O que essas criaturas defendem? A desgraça que adotam contra si e que querem ver difundida mais e mais? O que será desses seres que praticam um suicídio que lhes é proposto pelos globalizadores através dos “meios de comunicação”? Virarão zumbis sem referência da vida, de si e de Deus? Enter.
É, tudo se encaminha para uma calamidade atroz. Os elefantes se afastaram com sábia antecedência do local onde ia rolar o tsunami. Aqui, os humanóides do sistema se apresentam ávidos para o abate mental, moral e espiritual. Só resta orar por eles, que são a esmagadora maioria nesse cenário cataclísmico. Não, não devemos chorar sob o cobertor, isso é para fracos. Devemos peitar isso, e basta, para tanto, refletir sobre a própria lucidez resistente e seguir de cabeça erguida por entre a multidão mesmerizada pelas forças das trevas, flores do mal. Enter final.
Flores, sim, comecei falando delas. Estou com lindas orquídeas sapatinho no xaxim. A despeito da demência instalada em torno, elas florescem e embelezam, e gostam do jazz que estudo sempre; senão, murchariam. E encerro com uma fala especial: “bem aventurados os bêbados, porque verão a Deus duas vezes”. Significa dizer que é bom estar fora do que é considerado normal. “Publicam viam ne ambules”, isto é, não ande por onde anda o vulgo. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té pra semana, babes!