quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Manoel e o Ano Novo cheirando a mau desfecho

Frederico Mendonça de Oliveira

Curioso isso, mas o amigo de Manoel anda sentindo um cheiro de ciprestes, ou “a cipreste”, como se diz na Santa Terrinha. É que, por ser um cara consciente e por ter muita experiência em enredos – o cara é da Literatura, da Cultura, da Filosofia, da História e por aí envereda direto – ele anda ressabiado com o enredo mórbido que se formou em torno dele. Mesmo cercado de seres que ele sempre soube serem muito simples, ele não conhecia uma reação em cadeia de tamanha ferocidade e malignidade por parte de seres vestidos e chamados de humanos. Sim, ele tem a grande experiência da maldade humana através do que leu e a que assistiu em cinema e teatro, mas na vida real é outra coisa. E, pior, sendo iniciando em conhecimentos especiais, anda encafifado com o fato de ter feito a revisão e reescrita de seu livro sobre a horrenda história do pianista Tenório Jr., e agora lhe assombra, dado o ódio verdadeiramente selvagem que a vizinhança lhe anda movendo, que acha que seu destino está por um fio, e pode ir pelo mesmo caminho. Enter.
“E o pior é que o cara está com 64 e padecendo de uma severa catarata, e vive sob a perseguição perversa e até bárbara da aliança em torno do crime na pracita”, considera Manoel sentindo um estranho frio na espinha. A história do pianista desaparecido todos sabem: saiu para fazer uma temporada com a dupla Toquinho e Vinícius – “Coitado do rapaz!”, pensa Manoel: “ter de acompanhar aqueles sambetes míseros e populistas, e ainda cair na ratoeira em que caiu!” – e acabou preso por maluquice dos militares argentinos em ação de rua, preso sem haver qualquer motivo, e caiu nos porões da tortura, nas mãos de oficiais brasileiros do SNI operando no Cone Sul na tal imunda Operação Condor, ainda tendo seu destino decidido por um ministro-conselheiro do Itamaraty, que sabia perfeitamente não ser ele senão um músico inofensivo!! Enter.
E considerando a dimensão do ódio que os aldeães lhe devotam simplesmente por ele não concordar com a corrupção escrota que gerou esse litígio do que decorre uma perseguição covarde e vil, o amigo de Manoel começa a associar seu destino ao do amigo pianista desaparecido cuja história de dor ele escreveu. “Meu amigo em parte alcança alguma razão: é tão surrealista e descabido o linchamento que sofre da vizinhança que cabe mesmo esperar pelo pior!”, e as últimas palavras do amigo lhe bateram na moleira: “Manoel, agora só falta lesão corporal grave e homicídio: a prosseguir tal sanha doentia, poderia eu esperar o quê?” E Manoel queda consternado, considerando a procedência desse prognóstico sombrio mas tão admissível a partir de tanta miséria que já alcança a marca de três anos. “Isso fede a um ‘juízo final’”, considera Manoel enquanto busca mentalmente saídas para tamanha barbárie. Enter.
E assim se avizinha o fim do ano, Manoel preocupado com a lúcida preocupação do amigo, que nada tem de bobo. E, considerando a selvageria e a crueldade que já se verificaram, em episódios de violência assustadora e de desumanidade estarrecedora, fatos de levar qualquer um a pensar estar entre bestas feras devastadoras, Manoel anda mais próximo de sua amada, que emite as vibrações de um anjo pacificador, sem contudo descer à possibilidade de transigir com as tristes imagens de suas semelhantes na área, sem jamais poder se deixar descer à baixa frequência que as dondocas do entorno exibem sem pejo. Enter.
Em noite de preparação para exames obrigatórios para a cirurgia de catarata, o amigo, insone durante as doze horas noturnas de jejum necessário para o exame de sangue, baixou na cama sua biblioteca de revistas especializadas em política e história recente do Brasil. E eis que reviu o horror do desfecho do governo Vargas, aquele suicídio, aquela sanha desencadeada pelo tresloucado Carlos Lacerda e que levou o grande estadista ao suicídio. O amigo viveu isso de perto. Leu também sobre a inexplicável morte do Juscelino na Dutra, reportagem que apresenta evidências inequívocas de ter sido aquilo um cruel atentado, pois acidente não poderia ser, da forma como ocorreu. E raiou o dia, e lá foi o amigo entregar o cano à seringa para tirar sangues e outros babados, como fazer eletrocardiograma e radiografias. Enter final.
“Meu reino não é deste mundo, Manoel, eu já tinha constatado isso antes, quando acordei para a barbárie em que ingressamos desde aquele fatídico 1964. Mataram nosso país, claro, mas a desgraça maior foi o tipo de gente que brotou dessa mudança. Acho que vem chegando a hora”. E Manoel considera, ponderado: “Pois se é pra ser, que seja! Não cairás sozinho! Mantenha Deus e o Cristo no coração. Isso parece que não vai acabar bem, mas daremos o melhor de nós!” E vem chegando o Ano Novo com os dois amigos abraçados fraternalmente, Maria disfarçando de lado, vertendo suas lágrimas de cristal. E o amigo de Manoel se despede com alguma esperança no coração: “Vou pra casa acender as luzinhas piscantes de Natal, que sempre me trouxeram tanta esperança e tanto encantamento, desde que me conheço. Talvez o Cristo dê uma chegada a essas profundezas e traga alguma luz para essas almas, e as ensine a renunciar ao ódio... Quem sabe?” E viva Santo Expedito! Oremos. Té pro ano, amigos!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 628 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO, VERGONHA QUE SOMA 151 DIAS E QUE FOI MANTIDA EM RECENTE VOTAÇÃO NO SUPREMO, ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS..., FOI MANTIDA PELO MINISTRO PRESIDENTE DO STF, GILMAR MENDES. E CONTINUAMOS AMORDAÇADOS BONITINHO!B

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Manoel e o Natal entre os degenerados

Frederico Mendonça de Oliveira

Dia 22 de dezembro de 2009. O Arraial das Bagas recebe um Papai Noel triste, sem o nascimento do Cristo, mas sob a avidez doentia e psicopatológica dos vendilhões do templo. O Natal de hoje, parta os filhos da Rede Globo, é o Natal do ágio, do lucro, do comércio, da avareza, da matéria. Nas lojas, zumbis atendem outros zumbis, cada um pensando em seus interesses. O Cristo, pendurado ironicamente nos crucifixos que esses objetos vestidos trazem nos pescoços ou que estão nas paredes, repete a frase que proferiu antes de subir aos céus: “Perdoai-os, Pai, eles não sabem o que fazem”. Sim, isso vem de muito longe, e o Natal, antes a festa da confraternização cristã, hoje é o dia de raspar os cordeiros cristãos e católicos de seus poucos recursos, esses cordeiros que já não são gente por se terem curvado à TV como religião muito mais forte que qualquer filosofia. Enter.
Fora o Natal dos zumbis e das múmias do Sistema, a bestialidade anda à solta. O amigo de Manoel, que há três anos sofre perseguição de seres deformados e carregados de um ódio que eles não sabem de onde vem, não cede. Conseguiu gravações especiais de ruídos, de recreio em escola infantil, de ultrassons, ele mesmo gravou sons super loucos na guitarra. Quando os demônios infantis orquestrados pelos autores do crime aparecem, ele revida com som à altura. Os animais vestidos se vêem frustrados, brocham com ver que são superados em incômodo pelos ruídos do amigo. Claro, esse cara é super preparado, super culto, cheio de criatividade, não vai se curvar a um bando de psicopatas ignaros e estúpidos – tão estúpidos que não só usam seus próprios filhos para coonestar a praça criminosa como ainda não se dão conta de que educam seus rebentos para o desrespeito à ordem, aos princípios mínimos do respeito à moral. “Estúpidos ao quadrado, essas bestas feras, senão ao cubo!”, considera Manoel, enojado com o baixo nível que toma conta do enfrentamento. Enter.
E vai morrendo dezembro, vai morrendo mais um ano de opróbrio, de degradação social, de ignomínia. de vergonha, de vexame. A degenerescência é tal que só falta lesão corporal e homicídio nesse tango escroto e desafinado. E os humanóides responsáveis por essa perseguição atroz e covarde, coitados, ainda decoram suas casas com lampadinhas natalinas, tentando fazer de seus antros dominados pela Globo pareçam humanizados e, pior, cristianizados!... Cínicos estúpidos! Como disse o Eça, “só uma obtusidade córnea ou uma má fé cínica” poderiam engendrar enredo tão imbecil. É que o que realmente conduz essas mentes é Mefistófeles, o demônio da trapaça, do engano, da mentira. Sobre ele dizem os magos: “De fato, ele é o selvagem da Filosofia, ou pior ainda: seu Inimigo. Ele é o Pai de todas as Mentiras, o espírito pérfido de negação sistemática e da recusa em admitir que sequer exista qualquer Verdade a ser buscada. Por isso é tão especial nas fileiras do Mal: porque representa e inspira um dos piores tipos de ofensa a Deus, que é o de negar a Verdade e o de rejeitar a Sabedoria”. Pois aí está: os perseguidores do legalista são claramente dedicados a enganar a todos, até a si mesmos, porque são maus e querem parecer bons até para eles próprios, que não passam de bonecos do sistema de ódio que vigora direto e reto por esse mundo afora Enter.
E os vizinhos que perseguem o amigo músico de Manoel são apóstolos do ódio, ainda por cima, lembrando com isso outro demônio, Astaroth, a quem deveriam reverenciar em altares em suas “casas”. Sobre Astaroth, líder desses imbecis, Manoel tem definições: “Sua especialização é justificar a agressão por meio de sofismas baratos e pela mais descarada manipulação dos fatos. Como se sabe, ‘Em toda guerra, a primeira vítima é a Verdade’. Por isso ele não se distingue por suas idéias, mas pelos atos cruéis que impulsiona”. “Preciso dizer mais alguma coisa?”, eructa surdamente Manoel considerando a mediocridade do ódio em si e a superlativização disso através da ignorância como peso multiplicador. “Macacos! Moleques sujos!”, conclui. Enter.
“Pobres crianças, tão cedo conduzidas ao ódio insano, à delinquência, à pratica de delitos pelos próprios pais!”; Mas como a Lei não falha, um dia isso terá uma volta. E os pais anormais, que babaram de ódio cego e necessidade de descarregar suas deformidades e frustrações sobre um homem honrado e feliz, cuja postura de honestidade para com eles foi uma cusparada nos cornos cínicos, um dia receberão a ação em sentido contrário através dos filhos, que deformaram para satisfazer seus instintos de ódio. E o amigo de Manoel dirá apenas: “Deus sabe o que faz”, sem qualquer sentimento de revanche. Apenas contempla a perfeição divina operando livre. E na verdade nem lhe será dado saber do que ocorrerá com esses infelizes que cavam sua própria desgraça: “Isso não é comigo, é com Deus”, comenta o amigo com Manoel, os dois vivendo momentos de grande paz, da paz dos perseguidos que sabem de sua verdade e da razão da perseguição. E o amigo ainda lembra Mateus 5: “Bem aventurados os que são perseguidos por sede de Justiça, porque eles serão fartos”. E a lembrança das Bem Aventuranças deixa os dois grandes amigos em silêncio de êxtase místico por alguns momentos. Enter final.
Depois de uma reação santa sobre os arruaceiros mirins conduzidos por seus “pais”, frustrando a intenção delituosa de perturbar a paz e o sossego de um artista feliz, a calma e o bem voltam a reinar, e o amigo volta a seus trabalhos fecundos e felizes, enquanto os baderneiros somem em meio ao crepúsculo não só desse dia em que agiram como estúpidos delinquentes, mas de sua própria consciência. Não desce sobre esses imbecis infelizes só a noite corriqueira: desce também a treva, o espírito obscurantista e desagregador que os assemelha ao mal em si, que eles aninham em suas almas já a caminho da perdição. Mas Deus é grande: um dia eles inverterão isso, em alguma vida isso virará uma tarefa pelo bem E viva Santo Expedito! Oremos. Feliz Natal, babes.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Manoel e o direito de ir e “vim”

Frederico Mendonça de Oliveira

Nosso herói sempre compreendeu a frivolidade dos brasileiros em diversos aspectos, e sempre soube relevar isso. Até porque, considerando o que se faz com o povo, um verdadeiro massacre, todos os desvios são admissíveis. As piadas sobre portugueses, algumas de fino humor e manifestando um sentimento oculto de amor e até veneração, Manoel considera não passarem de um exercício amigável de fraternidade lúdica. E sabe perfeitamente distinguir a diferença entre isso e os sentimentos entre brasileiros mesmo, como sulistas debocharem de baianos com uma ponta de hostilidade e desprezo, tanto quanto os baianos considerarem os sulistas uns bichos de goiaba, uns branquelos meio chucrutões e quadradões. E nosso herói queda penalizado com ver a completa falta de higiene vocabular que vai invadindo o linguajar do povão, sem contar que o Português anda em baixa mesmo nas elites, espaço onde deveria imperar um maior cuidado com o palavreado, já que as elites são o front de contato com o primeiro mundo. Pois é: vai tudo se deteriorando... então tá. Enter.
Falar desse presidente aí é até covardia. Basta deixá-lo abrir o falador, e tudo se manifesta. Como disse o Frei Beto, por sinal meio que desinformado – ou temeroso em relação aos globalizadores –, “Nem sob os anos da ditadura a direita conseguiu desmoralizar a esquerda como esse núcleo petista fez em tão pouco tempo. Na ditadura, apesar de todo o sofrimento, perseguições, prisões, assassinatos, saímos de cabeça erguida e certos de que tínhamos contribuído para a redemocratização do país. Agora, não. Esses dirigentes desmoralizaram o partido e respingaram lama por toda a esquerda brasileira.” (Frei Betto, amigo histórico de Lula, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em 24/8/2005). Precisam de mais alguma fala? Pois é: pois Manoel teve também de corrigir o texto do “amigo histórico” do histriônico Lula. Aliás, só um bobalhão seria amigo desse factóide por anos a fio e não enxergaria quem é ele e quem é quem nessa “organização”, duvidosa desde sua fundação e cheia de “gatos” desde sua origem. Enter.
Mas outro dia Manoel conversava com o motorista do ônibus que faz o seu bairro. O rapaz é um líder por natureza, embora com pouca instrução. Além de ser lúcido para com a problemática visível no dia-a-dia do Arraial das Bagas, o rapaz ainda puxa considerações de cunho jurídico, cita leis, denuncia políticos corruptos, é um dirigente popular inato. E falando da formidável burrice que foi a reforma do terminal rodoviário de transporte urbano, ele criticou o prefeito, que ainda por cima quer impedir que os motoristas uniformizados da companhia que atende ao transporte no arraial entrem no prédio do terminal, destinado a passageiros. “Proibição estúpida!”, concorda Manoel: “E se chover, os motoristas vão se abrigar onde?”, ao que o rapaz voltou à carga: “Pois é: isso atenta contra o direito de ir e... e... vim”, concluiu ele com relutância em pronunciar o verbo final, que pareceu que não encaixava na expressão. Enter.
“Os brasileiros estão matando a si mesmos com isso de depredar o idioma!’, considera abismado Manoel. Não se ouve MAIS NINGUÉM pronunciando o infinitivo do verbo “vir”! Os brasileiros hoje só falam “pode vim”, “vai vim”, “vou vim”, numa demonstração clara de um desleixo estúpido. “Parece uma forma de se odiarem, de se fazerem desprezíveis isso de falar como débeis mentais, sem reflexão nem culto estético à língua!”, considera Manoel, que se sentiu até um tanto confortável quando verificou a hesitação do motorista, que sentiu que o “vim”, no mínimo, não RIMAVA com “ir”. “Meno male”, considerou nosso herói: “Vê-se que o rapaz tem uma sensibilidade diferente da grande maioria”. Enter.
Pois em tempos idos, quando a TV ainda era vez por outra ligada na casa de Manoel, ele assistiu a um começo de programa de tarde de sábado em que o apresentador disse a um calouro: “Pode vim”. Simplesmente porco, isso, porque uma emissora de TV ou qualquer meio de comunicação deve primar por falas corretas. Pois outra criatura, uma doidivanas que apresenta programa de variedades vespertino, diariamente fala com telespectadores que supostamente ligam pra ela. E ela diariamente pergunta: “Você tá falando DAONDE?”, e assim vai se formando um desidioma brasileiro, em que a ignorância avança contra o conhecimento de forma cavalar, treinando os brasileiros para serem amputados de senso de preservação de si mesmos. Enter final.
E os brasileiros têm introjetado como referência o conceito de que os portugueses são burros. “Deviam gravar suas falas e vozes, para se darem o direito de uma autocrítica saudável. Aliás, no Arraial das Bagas e no Brasil, especialmente em Brasília, a burrice não está só no trato do idioma: está na maneira como se depredam instituições, leis, natureza, a vida urbana, e tudo isso nada mais é que uma burrice córnea, que é a marca desse país tão adorável e tão destruído em tudo por seus próprios habitantes!”, reflete Manoel com coração sofrido. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 616 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO, VERGONHA QUE SOMA 139 DIAS E QUE FOI MANTIDA EM RECENTE VOTAÇÃO NO SUPREMO, ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS..., FOI MANTIDA PELO MINISTRO PRESIDENTE DO STF, GILMAR MENDES. E CONTINUAMOS AMORDAÇADOS BONITINHO!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Obama, Lula e o Arraial das Bagas

Frederico Mendonça de Oliveira

“Só faltava essa: esse boneco transformado em presidente dos EUA, simples serviçal dos globalizadores implacáveis, ganhar Nobel da Paz! Que serviço ele tem prestado à paz para ganhar essa merda de prêmio??”, comenta iracundo Manoel com sua linda Maria ao ver estampado em primeira página de jornalões estúpidos tamanho disparate, misturado a outras titicas inúteis que em nada contribuem para informar ou esclarecer coisas que sempre ficam no ar. Coisas como todos os escândalos que sacodem esse país miserabilizado e já moribundo, terminal sob tanta imundície e depravação. “Afinal, essa besta cheia de glamour pra otários não esconde que acredita na guerra para se alcançar a paz... Ora, o que o país-lugar que ele falsamente comanda faz é ocupar, invadir, massacrar, não há nenhuma guerra em curso! Guerra é outra coisa, é exército contra exército, não é o poderio irresistível da maior potência mundial invadindo países desarmados como Iraque e Afeganistão, não esquecendo a ação imunda dos yankees contra Cuba, Vietnam, Coréia, não esquecendo a ignomínia que foi o lançamento de bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki! E, pior que essas duas cidades, o bombardeio-genocídio contra a Alemanha já rendida, pulverizando a maioria das cidades importantes e massacrando população civil absolutamente indefesa! Isso é guerra para alcançar a paz?? Ora, vá pentear macaco, vá chupar um prego até virar parafuso, lacaio dos globalizadores!!” Enter.
Pra contrabalançar essa constatação que abestalha todos os seres com um mínimo de visão da realidade, temos aí o boneco tido pelo Obama como líder na América que não fala inglês: o execrável Lula, refinado farsante, aliás nada refinado, pois não passa de um bugre, um grosso, e está na presidência devidamente colocado pelos que manejam os cordéis dos poderes mundo afora. “Obama disse que ‘Esse é o cara!’, o que nos faz desconfiar definitivamente de qualquer coisa que esse boneco roufenho e caricatural, senão histriônico, faça ou diga. Anda perdoando dívidas de diversos países latinos e africanos sob orientação dos globalizadores, para seguramente, dentro de pouco tempo, estar como líder aglutinador de um monte de paisecos, com isso quebrando a verdadeira arrancada pela soberania movida por Chávez, Morales e Rafael Correa na América do Sul, arrancada que Lula está sendo trabalhado para brecar, pois a podridão petista não tem qualquer índole que a faça ombrear com gente como esses três líderes autênticos...” Então Manoel pega o gatinho e senta em sua poltrona refletindo sobre o negro horizonte que se vai definindo sob a política dos Conquistadores do Mundo: “É como aqui neste arraial fedorento, cheio de moleques e bandidos: o que rola é um câncer para destruir todo e qualquer tecido saudável onde quer que se vá! Os globalizadores não agem somente visando o poder: é preciso destruir para dominar, dividir para imperar. E o mais horripilante é que isso é movido a ódio histórico, senão cósmico: os globalizadores são movidos a ódio, são o ódio feito povo, ai de nós cristãos!...” Enter.
E por falar em Arraial das Bagas, a podridão tem lugar aqui. Não só rola ódio entre os arraialeiros, todos eles – são pouquíssimas as exceções – ignorantes e cheios de fantasias de arrogância e megalomania, como se verifica um pendor explícito para participar de corrupção. “Trata-se de um lugar até maldito, porque nele nada de bom tem espaço, ao contrário do que acontece com tudo que é ruim. Uma das únicas virtudes nas Bagas é o fato de metade do arraial ser flamenguista, mas isso não é novidade: metade do Brasil também é, porque o Flamengo é um estado de espírito, é o que resta de bom nos corações perdidos nessa pindorama estraçalhada!... Enter.
E por falar em Flamengo, ocorreu um episódio estranhíssimo com o amigo músico de Manoel: no que o cara festejava a conquista, pelo seu Flamengo, do Campeonato Brasileiro de 2009, um vizinho começou a bombardear a casa do cara com tijoladas, o cara estava completamente transtornado, parecia em transe de droga, virou um assassino potencial, ameaçou o amigo de Manoel de morte, injuriou o cara de todas as maneiras! E o amigo não tem a quem recorrer no arraial: tudo está dominado, tudo envolvido com o crime e os criminosos que ele denunciou como responsáveis pela alteração que criou uma praça ilegal. Manoel, consternado, pede ajuda a Deus para reverter esse horror que ameaça o futuro dessa comunidade corrompida, infeliz e beirando a loucura coletiva. Enter final.
Pois o pai do menino, que estava viajando nesse fim de semana prolongado, chegou e procurou o amigo de Manoel para uma “conversa” e veladamente ele foi ameaçado, aconselhado a não tomar nenhuma medida policial ou judicial, a não tomar nenhuma providência em relação ao delito, alegando que ele mesmo tomaria suas medidas para com o infrator. Detalhe: esse pai, entre outras coisas, assinou a favor do crime, se posicionou de diversas maneiras contra o amigo de Manoel e ainda vem dizer o que o cara deve fazer. Veladamente, veio uma ameaça, não esquecendo que na conversa o tipo lembrou que o filho agressor é a única pessoa no entorno que dá razão ao amigo de Manoel. E bombardeia a casa dele com tijoladas??? Que diabo é isso? “Isso é o Arraial das Bagas, isso é Minas, isso é Brasil, isso é o mundo sob a globalização, sob a ação deles!”, pensa Manoel. “E durma-se com um barulho desses, sem esquecer que a selvageria se manifesta em cada gesto desses arraialeiros, ficando em questão ou em xeque a escolha de viver no interior ter sido um ato acertado, baseado em fugir da violência das capitais!...” E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, babes!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 609 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO, VERGONHA QUE SOMA 132 DIAS E CUJA LIMINAR BAIXADA PELA PUBLICAÇÃO ESTÁ EM VOTAÇÃO NO SUPREMO. A CENSURA AO ‘ESTADÃO’ ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS..., FOI MANTIDA PELO MINISTRO PRESIDENTE DO STF, GILMAR MENDES. E CONTINUAMOS AMORDAÇADOS BONITINHO!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Manoel e a orangotanga fotógrafa

Frederico Mendonça de Oliveira

“E daí? Que importância tem isso de uma fêmea orangotango tirar fotos? O Alex Silveira, que está praticamente cego, não é hoje diretor de fotografia e documentários na Globo, e não cobre eventos e mais eventos depois de uma bala de borracha disparada por um gorila da PM paulista lhe arrebentar o olho são? Ora, não há nada de especial em orangotangos fotografarem!”. Pois é: Manoel, um estudioso e pensador, analista rigoroso de seu tempo e iniciando na tarefa de transcendência assumida para no mínimo se realizar em três existências, considera que deve intervir nessa palhaçada de promoverem orangotangos, e essa é a segunda vez que isso acontece neste 2009 esmerdeado por tantas outras titicas elevadas a potências inadmissíveis. Enter.
O outro orangósio que ganhou primeira página na mídia mundial, faz até pouco tempo, foi um que andou assoviando, não se sabendo se continua. Aí fizeram um CD em que aparece o assovio do bicho com fundo musical, e a macacada vestida, essa legião de “humanos” que não volta às árvores por não ter mais rabo, achou isso maravilhoso e comprou o CD para ouvir e mostrar a “novidade”. “Novidade seria vocês voltarem a pensar, macacos vestidos! Novidade é vocês conseguirem retomar qualquer resquício de consciência crítica, imbecis!”, ruge Manoel, pensando na Europa que ele deixou pra trás e onde acontecem esses “fenômenos” em zoológicos que são os territórios de vida real e normal nesse planeta, territórios cercados de estúpidos por todos os lados e sempre invadidos por macacos vestidos que insistem em dar pipoca aos macacos e jogar alimentos para os “bichos” que não pensam, só reagem a estímulos mostrando que nem estão aí. “Bichos que não pensam?? Ora, como se os macacos vestidos pensassem! Rarará! Que piada essa, dizer que ‘humanos’ pensam! Alguns pensam, sim, mas são raríssimos! Quem, hoje, é capaz de entender o que diz o Gilberto Nable? Aliás, que é a poesia do Gilberto Nable senão uma espécie de (nost)algia do pensar – e sentir! – em meio a um oceano mundializado de bestas? Ora, macacos (extremamente mal) vestidos, vejam se me dizem se o macaco real descasca a banana pra comer! Descasca ou não descasca? E por que é que você descasca a banana para comê-la, macaco vestido? A casca é imprópria para a digestão e a alimentação? E por quê? Porque é suja? Porque existe somente para proteger a banana?” Enter.
“Então a macaca fotografa, né? Pior é sermos governados por macacos vestidos, que hoje fotografam também! Qualquer macaco vestido hoje fotografa, e as imagens captadas por eles são tão ou mais primárias que as captadas pela Nonja, a orangósia de Viena! Porque só pode captar algo quem vê conteúdos em algo, e os macacos vestidos de hoje só identificam imagens, senão somente perfis definitórios de funções primárias...”, considera filosoficamente Manoel depois de analisar uma foto tirada pela Nonja, um close acidental sobre a face do filhote e que acabou ficando um poema no que revela uma proximidade inusitada com o universo dos pongídeos... “E o tratador dos antropóides, um macaco vestido sem poesia nas células cooptadas, minimiza não o que acontece com a oranga de câmera na mão, mas mostra apenas que obedece a seus antolhos: ‘Claro que os orangotangos não estão nem aí para as fotos, só sabem que apertando um botão aparece uma uva-passa’. Você não entendeu a poesia e o milagre que é ao apertar um botão com aquele dedo ancestral ‘aparecer uma uva-passa’? Pense bem, animal, na poesia que você criou sem querer! Bem, macacos vestidos não lêem Guimarães Rosa, que observou que ‘Quando nada acontece, está ocorrendo um milagre que não estamos vendo’, não é mesmo ô boneco do sistema?” Enter.
E Manoel recorda a sogra do amigo músico, que passou quase um mês na Europa com o filho, e que respondeu, quando indagada pelo amigo sobre o que achou da viagem: “Vi muita coisa bonita, mas tá tudo igual, tudo lojas com gente comprando bestamente, e o pior é que a maior parte do tempo gasto lá foi em engarrafamentos”. O amigo de Manoel pediu à sogra que trouxesse um exemplar de obras completas do Fernando Pessoa quando passasse por Portugal. Pois ela procurou, procurou, procurou – e só achou um livro lá, uma edição especial de uma parte ínfima da obra. De outra feita, ocorreu o mesmo: uma amiga do amigo passou tempos em Lisboa e não achou nada sobre o grande poeta. “Que Europa é esta, que Portugal é este??”, considera Manoel chapado. Enter.
Esta é a Europa dos globalizadores, grande Manoel! E nela estão as multidões dos globalizados, macacos vestidos e de cérebro em ponto morto para serem conduzidos como gado, não é? “Pois tu pensas que não sei, ó Frederico?? Pensas que não enxergo com nitidez, embora esteja quase cego pela catarata, que existe uma desgraça em marcha por trás desse cenário de miséria que é o mundo chamado de ‘civilizado’? Civilizados são os que estão confinados em zoológicos, porque eles não destroem o planeta, e talvez por isso estejam sendo levados à extinção pelo bípede implume que tem por qualidade ímpar prender e matar seu semelhante... O mundo está transformado em nação sem face onde pululam os goyim... e está no Urban Dictionary que ‘goyim’ dignifica ‘cattle’, e ainda cabe a consideração: ‘Said with contemption’... Que podemos esperar de seres que destroem o mundo, um ser vivo que se dá a esses degenerados para eles simplesmente se empenharem em destruí-lo??”Enter final.
Bem, vamos deixar nossos possíveis leitores certos de que Camões já entrevia isso tudo nos Lusíadas: “Põe-me onde se use toda a feridade/ entre leões e tigres, e verei/ se neles achar posso a piedade/ que entre peitos humanos não achei”.”Procurem compreender melhor os pongídeos, ó macacos vestidos!!”, ruge Manoel de dentro de sua iniciação conduzida por Dion Fortune. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 602 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO, VERGONHA QUE SOMA 128 DIAS, JÁ ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS...