sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Manoel e as crianças do Brasil hoje

Frederico Mendonça de Oliveira

Simplesmente perplexo pelo fato de constatar que uma obra criminosa realizada por autoridades deformadas atingindo a residência e mesmo a vida e a paz de seu amigo músico teve como “apoio” para que ficasse “legal” a convocação das crianças do entorno para “frequentá-la”, Manoel começou a considerar as crianças como vítimas diretas e desgraçadas pela ação dos adultos, seres simplesmente sem qualquer vestígio de humanismo ou mesmo escrúpulo mínimo em suas almas. Almas penadas, diga-se muito claramente: a estupidez, a tacanhez e mesmo a ignorância podem ser admissíveis em geral. Mas a deformidade de espírito e a completa falta de sentido de humanidade levarem a atitudes de conveniência através de deformar crianças, especialmente os próprios filhos, isso é de causar engulhos, revolta! E, vendo-se todos impotentes diante de tudo como todos se vêm, trata-se da materialização da imagem do horror. Enter.
Pois Manoel tem visto as crianças, a partir dessa podridão e dessa deformidade inacreditáveis, como vítimas da escrotidão que se instala pra todo lado no Brasil (no mundo também?) e que parece irreversível. Acabrunhado com o simples fato de ver crianças alopradas pelas ruas, em lojas ou supermercados ou onde quer que estejam essas pequenas bestas fabricadas pelo sistema, nosso herói se indaga se já não estará ficando meio caduco. É que ele se surpreende tomado até de certo pânico ao deparar com essas criaturinhas a cada dia mais estupidificadas e exibindo um desequilíbrio inquietante em simplesmente tudo que fazem. As cenas envolvendo os pobres diabinhos onde quer que estejam revela uma deformação a eles imposta não se sabe se de forma programada pelo sistema, não se sabe se apenas pela degenerescência natural decorrente de toda essa empulhação que vemos explodir em todas as dimensões e instâncias de viver no geral e da área de poder. O arbítrio está mais claro e explícito do que nunca, e o mal acontece como sendo o normal – e todos se submetem e se adaptam a isso como sendo algo completamente natural! E as crianças vão acompanhando essa decomposição de tecido social “fazendo a sua parte”, envolvidas, arregimentadas, consoantes! A feiúra toma conta de tudo, e as crianças dão seu toque “mágico” a toda essa escatologia crescente e horrenda, e “que fazer??”, pergunta-se nosso herói diante de tanto horror! Enter.
Comprando suas necessidades básicas em supermercado, volta e meia Manoel contempla a miséria que é a presença de crianças no espaço do consumo. “Comprar é simplesmente adquirir o de que se necessita de acordo com nosso poder aquisitivo”, considera Manoel tomado do tédio filosófico em meio a produtos - que só significam, para ele, matéria para suprir necessidades. Pois os supermercados inventaram aqueles carrinhos em que os fedelhos vão alojados como que dirigindo um automóvel de brinquedo, sendo que o volante não interfere no rumo da geringonça, o que já faz dos rebentos dos consumidores uns idiotazinhos – pois ficam tentando operar o volante, e nada acontece. Recebem ali um múltiplo diploma de otários, porque, além de manipulados num treinamento para serem futuros consumistas crônicos e compulsivos, dá-se que não só aquilo não é carrinho como não obedece ao comando deles. Isto faz com que sejam também duplamente cooptados pelo adulto estúpido que os mete nessa patacoada. Enter.
Pois tem coisa pior: moleques correndo como zumbis adoidados pelos corredores, vindo como bólidos cegos em direção aos compradores, enquanto os boçais que os geraram e/ou pariram quedam inebriados no ato hoje religioso da compra, do consumo como atividade realizadora, gratificante, sagrada, catalisadora e mágica. Manoel se esquiva cuidadosamente desses maluquinhos perdidos, desses espectros da estupidez reinante, deixa-os passar como se fossem alimnárias desembestadas a serviço da loucura generalizada, imagens deprimentes dela. E a cada dia mais e mais se consolida na consciência de nosso herói a certeza da perdição imposta a essas pequenas cavalgaduras, projetos de boçais palradores, balantes e mugentes. Eles serão os personagens vivos e imagens móveis do futuro que já está aí, patético, esfarrapado, deformado, degringolado!... Enter final.
“Vinde a mim as criancinhas”, teria dito o Cristo em algum ponto dos Evangelhos. Pois o capeta intercedeu nisso: hoje as crianças são dele, do demônio que opera através da TV em filmes de animação carregados de violência gratuita e obsessiva, são reféns do mal instituído, contextualizam assustadoramente o inferno vivo que vamos suportando em direção ao despedaçamento final. E não há piedade nem humana nem divina que livre esses infelizes desse destino horrendo. E viva Santo Expedito! Oremos. E semana que vem falaremos mais disso. Bye!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 588 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO, QUE SOMA 114 DIAS, JÁ ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS...