sábado, 31 de dezembro de 2011

2011, 2012 e suas excelências

Frederico Mendonça de Oliveira

Não posso encerrar 2011, ano emblemar, sem uma referência à última que saiu, neste 30/12 em que já acendemos churrasqueiras e preparamos fogos para amanhã. E devemos parabenizar a digníssima e admirável ministra Eliana Calmon, que deu aos brasileiros honestos um grande alento ao tirar o CNJ da letargia e enfocar o Judiciário de forma a tirá-lo do abismo em que mergulhou. O Judiciário brasileiro poderia ser comparado a uma lesma abjeta. Todos os advogados vêm reclamando da inconsistência da Justiça, e só ávidos carreiristas sem qualquer objetivo que não o de subir na vida, não importando meios para chegar a seus fins, calam diante do descalabro e da deformação que hoje imperam soltos no Terceiro Poder. Se Deus não intervier duramente nisso, embora já nos tenha enviado Eliana Calmon com sua ainda tímida iniciativa, estaremos entrando em colapso institucional irreversível, sendo previsível até convulsão popular, por simples ação dos quatro elementos. Enter.
Talvez esteja na ameaça dessa possível convulsão o motivo para a criação do maligno e imundo “estatuto do desarmamento”. Ao qual aderiram suas excelências. Um povo desarmado não poderá levar perigo real protagonizando um levante ou uma sublevação. Embora se saiba que isso ocorreria apenas se sob a ação de certas minorias enrustidas, hoje sabemos que a internet é um poderoso – e para “eles” perigoso – instrumento de mobilização. Mas eles apostam na apatia, no marasmo provocado pela TV, sabem que os jovens estão acéfalos e viraram em sua maioria humanóides, andróides, e que a merda é tanta que ninguém tem mais tempo para protestar. Vá, eles não são tapados, embora sejam burros no que agridem bestialmente o princípio cósmico das proporções. Mas vamos a fatos que seriam admissíveis unicamente numa Uganda de Idi Amin Dada. Enter.
Suas excelências embolsam agora outra benesse inexplicável nesse país sem porquês. Vejam só: http://joaoesocorro.wordpress.com/2011/12/31/uniao-paga-bilhoes-por-auxilio-moradia-retroativo-de-magistrados/ Você já leu? Pois não é uma gracinha? Fique tranquilo, tem mais: http://www.dignow.org/post/ju%C3%ADzes-recebem-benef%C3%ADcio-por-anos-em-que-eram-advogados-3489102-56378.html . E assim vai nosso Judiciário, e você coça a grenha considerando nossa impotência diante da orgia escancarada que se instalou no poder. E que, pensávamos, não atingiria aqueles tão severos e austeros senhores de togas negras sempre aboletados naquele plenário de que pende, de sua parede principal, um Cristo Crucificado – onde deveria estar a imagem de Baphomet... e a coisa começou a feder feio, e a ministra Eliana Calmon puxou o gatilho, e as togas andam se agitando mais que a batina de padre Marcelo dançando o axé do Senhor. E agora a OAB não teve jeito de ficar de fora na quebradeira, e já perguntam aqui e alhures se estariam “Juízes acima da lei ou fora da lei?”, rolando um texto brabo: “OAB diz que novos benefícios de juízes são ilegais – Débora Zampier, repórter da Agência Brasil Brasília – A Ordem dos Advogados do Brasil afirmou hoje, por meio de nota, que os novos benefícios concedidos a juízes pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) são ilegais. Ontem (21), o Conselho aprovou resolução que garante direitos como licença remunerada para estudo no exterior e auxílio-alimentação aos juízes. A OAB disse que os benefícios só poderiam ter sido criados por lei”. Bem, e durma-se com um barulho desses. Mas todos temos que dormir. E como suas excelências estão no andar de cima, inacessível para os pobres mortais, fica tudo como dantes no quartel de Abrantes. Enter.
E acaba que o bicho pega justamente no mais essencial. A juízes não poderia ser concedido nada além de um salário justo e condições decentes de moradia quando exercendo funções em cidades que não as de origem. E eles mesmos deveriam zelar por uma conduta espartana dentro do contexto social. Jamais se admite que tenham negócios fora do exercício da magistratura. Pois existe até juiz acusado de agiotagem! Qualquer benefício é janela para o desvio de atribuições e aceno para o relaxamento do rigor fundamental exigido pela condição do magistrado, seja um juizeco de aldeota, seja o presidente do Supremo. Benesses são precedentes, e basta abrir um deles para que se possa escancarar a bocarra da corrupção e seja impossível conter a bola de neve. Os próprios juízes deveriam se negar a aceitar qualquer benefício, e deveriam vetar todos os aumentos abusivos dos parlamentares corruptos: tudo isso deveria passar pelas mãos do STF. Mas se suas excelências até brandem o direito de isonomia para com congressistas... está tudo perdido. E a pergunta se avoluma e não quer calar: estarão suas excelências acima ou fora da lei? Chegamos a um ponto de nossa História em que algo terá de ocorrer, seja por mãos humanas ou divinas, para que o tumor não acabe explodindo sobre todos nós. Enter.
Você vive de seu suor, eu também. Não sei o que seja benefício nesta vida, só conheço as palavras de Kant, que me iluminam a alma: “Não há nada mais grandioso que o céu estrelado sobre nós e a lei moral dentro de nós”. Parece que suas excelências não leram Kant senão por obrigação curricular, e não duvido nada quanto a serem, todos – com as exceções de praxe –, uns iletrados de carteirinha sempre renovada. Enter final.
Bem, você deve estar sentindo o mesmo que eu, que tudo está perdido. Mas Deus sabe o que faz. Suas excelências sabem da lei de ação e reação: assim como fizerem, outros virão e farão com eles. Pode ser até em outra vida... mas é a Lei! Como disse a Blavatsky: “Não tenhas nojo de tocar a capa de um mendigo, porque na outra vida ela poderá estar sobre teus ombros”. E viva Santo Expedito! Oremos. Até 2012, queridíssimos!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Farras com dinheiro público prosseguem em 2012?

Frederico Mendonça de Oliveira

Você deverá até achar que reclamo de barriga cheia. Afinal, se sou contra farras com dinheiro público, que eu fique na minha. Poderia reclamar se estivesse morando sob uma ponte – embora no arraial que hoje me escondo não existam pontes para alguém “habitar” sob – por causa dos que destroçam nossas instituições. Mas estou bem abrigado, confortavelmente instalado num bairro de classe mé(r)dia que mais e mais se assemelha a um canil, seja pelo número absurdo de cães, seja pelas cachorradas que moradores praticam direto e reto. Mas existe um problema: sou contra farras com dinheiro PÚBLICO, porque esse dinheiro não é desses moleques, é DE NÓS TODOS, ô meu! Se você quer sua vidinha quietinha com o que deixam chegar às suas mãos, ok. O diabo é que o bolsão de miséria está aí, atinge milhões de brasileiros, e, por exemplo, suas excelências nadam de braçada recebendo até adicionais pelo tempo que trabalharam como advogados antes de envergar as tão desacreditadas togas... Morô? Ou, melhor: quer ver? Então abra o link a seguir e pasme: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1027475-juizes-recebem-beneficio-por-anos-em-que-eram-advogados.shtml. Mas tem muito mais, muito mais. A corrupção e a impunidade são irmãs gêmeas siamesas, xifópagas, uma depende da outra em tudo. E chegamos ao auge dessa manifestação em nossa triste História: o poder necessita da corrupção para se manter no poder. Nojento, isso, mas é o que vemos no Executivo, Legislativo e Judiciário. Enter.
Veja você que inversão perversa: no passado, a figura do juiz era exemplo de probidade e de inatacabilidade em todos os sentidos. Essa visão foi funda e duramente arranhada quando o juiz Stanislaw Santos Neto, depois conhecido por Lalau, foi flagrado levando milhõõõõões da verba de construção do TJ-SP. De lá para cá a turma veio se tocando da vulnerabilidade da imagem do juiz, isso através de várias experiências pessoais e da consolidação pública da noção de falibilidade da Justiça: “Tarda, cara e falha”, eis os três adjetivos que viraram pecha, estigma para o poder de Têmis, a deusa grega da Justiça. Tobias Barreto, contemporâneo de Castro Alves, mostrou o que a nossa Justiça a fez virar: “Antes peituda e vendada; hoje, peitada e vendida”. É mole? Os próprios advogados falam a abertamente que a Justiça já era, que “hoje tudo se pode fazer, e nada acontece”. Ou seja: não há mais previsão para o que vá sair da cabeça de um juiz, e o que vemos é que a “punição” para os togados corruptos é a aposentadoria plena de benefícios, não a cadeia. E um prefeito de aldeia interiorana, comentando sobre não valer a pena peitar o juiz da comarca pelos desmandos deste, disparou: “Juiz não acha que é Deus: tem certeza”. O mesmo disse a agente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) Luciana Silva Tamburini quando se pegou com o juiz João Carlos de Souza Correia, parado em blitz sem habilitação, documentos e sem placas em sua deslumbrante Land Rover. E não custa ver os links http://ricardo-gama.blogspot.com/2011/03/juiz-joao-carlos-de-souza-correa-de.html e http://ricardo-gama.blogspot.com/2011/02/juiz-joao-carlos-de-souza-que-deu-voz.html, em que o blogueiro Ricardo Gama dá notícias sobre essa excelência aloprada por delírio de poder. Tem até foto da criatura, tirada na delegacia. Mas tem mais, muito mais. Enter.
Recebi de um amigo advogado um artigo de um certo Marco Antônio Villas, que nos revela onde fomos parar em termos de descalabro, escândalo com dinheiro público e surrealismo no Judiciário: http://www.imil.org.br/artigos/triste-judiciario/. Bem que os Sarney andam de beijos, abraços e blandícias com suas excelências, especialmente a turma do STF, dizendo até publicamente, sobre o ministro Eros Grau, por exemplo, que “Essa toga é nossa!”. Se você quer saber de coisas do baú, não faltam livros, e indico de cara Honoráveis Bandidos, do Palmério Dória, sobre “o Brasil na era Sarney”. Saiu também A Privataria Tucana, de arrepiar. Nesses e em outros livros aflora o papel do Judiciário como poder agregado não ao Executivo, mas à perdição do Executivo. Enter final.
O apagar das luzes de 2011 vai chocante. Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowsky brecando a ação do CNJ, que anda checando o vidão de suas excelências; o Supremo permitindo que Jáder Barbalho, notório ficha suja, reassuma cadeira no Senado – e depois da cerimônia, o filho do “senador”, durante a coletiva posterior à “posse” do notório bandido, protagonizou um espetáculo de caretas, seguramente encomendado pelo pai para cuspir na cara do povo brasileiro trabalhador; a declaração, aliás comprometida, do excelentíssimo ministro Lewandowsky de que os mensaleiros estarão livres de sentenças por prescrição dos processos ou por aí – aliás, estes processos passaram anos sob a asa do ministro Joaquim Barbosa, por sinal um togado que não é juiz concursado – e outros bichos; a lei 12.562, de 23 de dezembro, aprovada agora pelo Congresso e sancionada pela presidente Dilma Roussef, e publicada na primeira página do Diário Oficial do dia 26, nesta semana, portanto. E tem mais: acesse www.tribunadainternet.com.br e mantenha-se inteirado de todas as loucuras que viajam pelo Brasil como balas perdidas viajam pelo Rio. Vem 2012. Você bota fé em alguma mudança? Você acredita que suas excelências subirão em suas divinas tamancas para renunciar publicamente, a bem de suas reputações e da reputação já enxovalhada do Judiciário, aos benefícios monumentais de que desfrutam? E que o Judiciário seja objeto de profunda faxina moralizadora de condutas e ganhos? Pois eu não. Mesmo assim, desejo a todos um ano de realizações mesmo contra a correnteza de miséria que nos assola. Feliz Ano Novo! E viva Santo Expedito! Oremos. Té pro ano, sô!
Ah!, você sabe: estamos censurados desde 11/04/08. São 2225dias sob abjeta mordaça. E repetimos as palavras do ministro Carlos Aires de Brito: “NÃO HÁ NO BRASIL NORMA OU LEI QUE CHANCELE PODER DE CENSURA À MAGISTRATURA”.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal nesta pátria extinta!

Frederico Mendonça de Oliveira

Sob o tendepá institucional que agora alcança e balança o Judiciário, depois de vermos transformados Executivo e Legislativo numa farra orgíaca de assustar os espíritos que sucumbiram em Sodoma e Gomorra – mas sem nenhum Vesúvio ameaçando queimar sob suas lavas as bacantes engravatadas –, chega o Natal. Você deve estar com sua arvorezinha piscando tecnológica, até enfeitando a casa por hábito, movimento inercial, coisa assim. Mas você deve estar sentido algo estranho no ar. Talvez porque suas excelências togadas andam às turras com a ameaça de terem suas contas pesquisadas... coisa que vai contra o já calcificado fato de que estas “divindades” se acham acima dos pobres mortais. Entrou Eliana Calmon nessa coisa torta e foi como entrar a raposa no galinheiro. Algumas cacatuas de toga negra do Supremo baixaram o topete por momentos no que começaram a ouvir o zumbir das setas lançadas do Conselho Nacional de Justiça. E assim o Cristo parece dar sinais de vitalidade nesse espaço soturno e desandado, da parede do qual pende o mártir maior dos que movem ódio contra a Humanidade. Na verdade, o Criso ali é um adereço desprovido de qualquer valor, nem mesmo simbólico. É apenas um adereço remetento a nosso passado, aos tempos que antecederam a rede Globo, quando o Natal era uma data cristã e religiosa – não a orgia comercial e estúpida em que a transformaram, restituindo aos fariseus e vendilhões do templo.a primazia sobre a casa de Deus. Enter.
A voz empostada e carregada de empáfia do excelentíssimo senhor ministro Marco Aurélio Mello ainda ecoa pelos corredores de um Supremo de supremacia hoje duvidosa. Ele brecou as investigações sobre a casa e seus pares, sendo sucedido pela figura de fisionomia abissal Ricardo Lewandowsky na sanha de calar a voz que os interroga sobre seus vidões e suas estratosféricas posições como membros daquela “corte”. Tem ainda o Peluso, patético, pulando na chapa quente sob o avanço das pesquisas – ainda bem – do Conselho sobre boladas que caem nas mãos de nossos divinizados magistrados. Inclusive na dele, na do Ricardão e de outros lá. Expliquem-se, excelências... Pelo menos sente-se um fedor de gás sulfídrico em meio à festa das togas das quais se destacam as que servem a Sarney e caterva. O Natal no STF em recesso, com a sala de audiências fechada e escura, poderá mostrar uma inesperada luz: o Cristo dependurado naquela parede fria acenderá à meia-noite, desinfetando aquela sala sempre a serviço de outros ideais que não os da Justiça. Ou não teriam recolocado Jáder Barbalho no Senado; ou não teriam votado pelo impedimento de Jackson Lago e seu vice no Maranhão, para empossar Roseana e seu vice – inaceitável, porque o governador já estava diplomado junto com seu vice; cassado o governador, assumiria o vice. Nada feito: com os Sarney tem sempre treta grossa. Assim também ocorreu como o repulsivo ex-presidente, sempre senador e coronel do Maranhão desde que cresceram seus pelos pubianos: Tancredo não fora diplomado, morreu antes. Então o vice não poderia assumir. Mas assumiu. Coooooooomo????????? Bem, você sabe: é o Brasil. E a cada voto a favor do impedimento, ouviam-se gritos da família na mansão da Praia do Calhau: “Esta toga é nossa!”. Assim começava a festa da família quando Eros Grau deu seu voto pela cassação. De outros “correligionários” de Sarney nem vale falar, mas anote aí, você: Gilmar Mendes é um deles. Sabe quem é esse um? É aquele que levou uma espinafração de outro deles, Joaquim Barbosa, em plenário. Veja no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=mGuYhGoW8CI , pra ver que impropérios encaixam como luva em suas excelências. Mas o fato é que, se a Justiça está fazendo água e mostra que virou um caldeirão do Hulk, eis aí, justamente, um presente de Natal: Cristo nos permite ver por terra uma farra de DESRESPEITO TOTAL AOS TRABALHADORES DO BRASIL! Porque nada justifica o fato bizarro de magistrados alcançarem uma condição de casta estelar acima dos que carregam este desgraçado país nas costas e viverem a condição de deuses pagãos, alguns deles se locupletando enquanto – especialmente professores – trabalhadores se arrebentam pra construir um futuro que parece mais e mais remoto! Enter.
E o Natal vai morrento, soterrado por lixo. Você me pergunta: “que lixo?” Respondo: andar pelas ruas entre zumbis atônitos e bovinizados ouvindo no PA público a infame Simone cantando Noite Feliz em baianês, falando féliz, córação e outras merdas; ou ser assediado por vendedores estupidificados pelo sistema e pela estratégia de vendas ditada pelos demônios das associações comerciais e aturar “posso ajudar em alguma coisa?” ONDE QUER QUE PONHAMOS AS PATAS! Puta que pariu!!! E os imbecis ainda dizem, caso neguemos “ser ajudados” – ajudados é o cacete!!! – “fique à vontade”, quando já estávamos à vontade até a abordagem boçal dos miseráveis fantoches obrigados a isso. Onde está o Cristo? Basta irmos às ruas e veremos que Ele foi expulso daqui pelos vendilhões do templo! Na maioria das lojas toca a mais mórbida, miserável e sórdida “música” em caixas de som postas na porta. Se alguém reclama, os energúmenos dizem que é pra “chamar freguesia”. Pra que, bandidos? Pra dançar em frente à loja ou enquanto se compra? Safados, isso é a desordem pública trazida pelos monstros que tomaram suas almas para sempre! E vocês, ainda por cima, brigam pra ir pro inferno! Enter final.
Que o Cristo Salvador encontre algum coração permeável a Sua palavra. Que o amor, soterrado por tanto ódio e lixo, sobreviva, mesmo que oculto e proibido de ser manifestado. Que a paz esteja conosco. Em Cristo. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Você ainda acredita no Judiciário?

Frederico Mendonça de Oliveira

Você deve estar vendo, claro: uma avalanche de denúncias na imprensa, mesmo que amestrada e arrolhada, e blogs expõem aos olhos dos brasileiros dignos e trabalhadores rombos chocantes no edifício operacional do poder Judiciário. Brasileiros decentes aos milhões penam sob arbitrariedades praticadas justamente por aquilo que a ministra Eliana Calmon chamou de “bandidos de toga”, gente que se alçou à magistratura sem ter qualquer mínimo juízo de si e dos escrúpulos necessários para o exercício desta atividade. A verdade você sabe: suas excelências estão alçados à condição de seres acima do bem e do mal, e, se pilhados e condenados por crimes, tirando aquele “juiz Lalau”, Stanislaw das candongas, sofrerão apenas a “pena” de aposentadoria – que pena, hem, meu??? – só perdendo o dever de trabalhar. Tamanha deformação coloca a Justiça na berlinda. Seria justo que “bandidos de troga”, se constatados seus crimes, sejam beneficiados por uma aposentadoria – gordíssima, claro, e cheia de penduricalhos e benefícios – e a possibilidade de voltarem a trabalhar como advogados, como se cidadãos honestos fossem, e, não, criminosos notórios? Você deverá estar matutando: “Deveriam pegar é cana braba, com perda de TODOS OS PRIVILÉGIOS, inclusive o salário que não souberam honrar!”, pois maior deve ser a pena para os que conhecem a lei e a transgridem conscientemente, praticando ilegalidades e crimes – assim pensam os seres honestos e carentes da justiça real. Enter.
Criaram o Conselho Nacional de Justiça anos atrás, e isso virou esperança para melhorar um Judiciário já bem detonado. O escândalo do prédio do TRT/SP revelou a torpeza de um magistrado que abocanhou milhões com sua construção. Foi em cana, mas hoje... sei lá: não se tem notícia mais do pilantraço. O silêncio dele foi um dos elementos atenuantes para sua pena, pois o traidor FHC poderia ser atingido caso reveladas as ligações do juiz no caso do TRT/SP. Brasil, você sabe como é. Bem, não se souve cadê a grana desviada. Mas agora pipocam várias denúncias sobre patifarias cometidas por togados, e a Associação dos Magistrados do Brasil veio gritar contra a ação do CNJ – quando deveria endossá-la em tudo. O presidente da AMB, Nelson Calandra, acusou Eliana Calmon de “jogar para a mídia” e de “colocar a opinião pública contra aqueles que têm a missão de julgar”. Ora, dom Nelson, quem não deve não teme. E suas excelências devem tratar de julgar mais e enriquecer menos. Na verdade, deveriam ganhar o que ganham os professores e lamber as unhas! E deveriam trabalhar por devoção à causa da Justiça e viver discretamente, longe do mundo festivo do poder e sem extravagâncias de toda sorte, como vemos sendo reveladas pela imprensa. Tem juiz aí que anda dirigindo embriagado seu carrão e ameaçando, quando em bares sobe o teor etílico na cuca, seus companheiros de birirta de prisão “caso cruzem seu caminho”. Advogados amestrados referem-se ao tipo alegando ser ele “um juiz sem preconceito”. Gente séria diria que é “um juiz sem compostura”. Enter.
A AMB é autora da Ação Direta de Inconstitucionalidade que contesta a Resolução 135 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A regra trata da aplicação de procedimentos para investigar juízes suspeitos de cometer crimes. E a imprensa não para de revelar: “Um Natal decepcionante na estrebaria do Supremo Tribunal Federal, o baluarte da corrupção”; “Marco Aurélio Mello virou ministro do Supremo sem ter feito concurso para juiz”; “Ministro Lewandowski manda suspender ato de ‘devassa’ da Corregedoria do CNJ”; “Ministro do Supremo beneficiou a si próprio ao paralisar inspeção (‘O ministro do STF Ricardo Lewandowski está entre os magistrados do Tribunal de Justiça de São Paulo que receberam pagamentos que estavam sob investigação do CNJ, informa reportagem de Mônica Bergamo, publicada na Folha’)”, e tem mais: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1024489-peluso-que-recebeu-r-700-mil-do-tj-sp-defende-lewandowski.shtml. Tem ainda a coisa de distribuição de R$ 1 mi de uma só vez para 17 juízes paulistas, quando a grana seria distribuída para 353 e em parcelas. Você ainda acredita no Judiciário? Pois tem mais: a história de o Frei Beto – que escreveu o livro Calendário do Poder, em que revela essa passagem – receber de Lula, o Çilva I, a incumbência de “achar um negro para integrar o STF”. O “Frei” encontrou um belo dia um advogado afrodescendente num saguão de aeroporto e fez a proposta. O cara se retou, achou que era sacanagem. Pois “Frei” mostrou-lhe a credencial de assessor do Planalto, e hoje temos o ministro Joaquim Barbosa brilhando nas sessões daquela casa – que deveria tirar o crucifixo daquela parede e substiruir por outra imagem... O Barbosão, segundo denúncias, não é juiz concursado, portanto incapacitado para envergar a toga. Marco Aurélio Mello idem. Você ainda acredita no Judiciário? Você acha que o STF condena os mensaleiros? Você crê em um tribunal em que os juízes são nomeados pelo presidente da República? O advogado de um dos mensaleiros é simplesmente o ex-ministro da Justiça do Çilva I, Márcio Thomás Bastos, figura patética e ridícula que apareceu na TV dando marteladas abaitoladas num revólver tentando convencer você a votar SIM naquele plebiscito sobre venda de armas de fogo? Enter final.
Pois eu já tenho minhas brancas barbas de molho, meu. Desprezo a podrdão, não consigo conviver com o fedor do tetrametilenodiamina, da putrescina que, mesmo muito disfarçada pelos caríssimos perfumes franceses, emana do espírito dos profissionais da corrupção. E é voz geral: os que sabem da lei deveriam sofrer punições inclementes, de máximo rigor. Claro, se conhecem a lei e a transgridem, são criminosos premeditados! A turma toda quer vê-los duramente punidos se saírem do penico! Você brincaria com a verdade se estivesse nesse barco? Eu não! E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah!, você sabe: estamos censurados desde 11/04/08. São 2218 dias sob abjeta mordaça. E repetimos as palavras do ministro Carlos Aires de Brito: “NÃO HÁ NO BRASIL NORMA OU LEI QUE CHANCELE PODER DE CENSURA À MAGISTRATURA”.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Notas sobre o Brasil terminal

Frederico Mendonça de Oliveira

Você já deve ter recebido ou deve ter ouvido falarem a respeito. Rola na rede uma denúncia, não sabíamos se procedente, sobre o médico José Guilherme Vartanian, que estaria participando do tratamento do câncer que hoje Luís Inácio Lula da Silva, o Çilva I, que ocupou a cadeira presidencial durante oito anos, enfrenta. Esse médico teria matado a socos e pontapés, segundo a denúncia, um japa de nome Marcos Takashi Kawamoto, 20 anos, em dezembro de 1992 no bar Opera, em Londrina. E o médico, ainda segundo o que rola na rede, está aí todo tchan, dando entrevista à Globo News sobre como anda o tratamento a que se submete o patético Çilva I. O texto, que circula com grande intensidade e impacto na rede, termina falando que os semelhantes se atraem, sugerindo ser Lula um bandido envolvido com assassinatos – revolvendo coisas como as mortes de Toninho do PT e Celso Daniel, ambos mortos nos tempos de vertente ascencional da campanha de Çilva I. No caso Celso Daniel, foram eliminadas também várias testemunhas, mas ficou assim: normal. Olavo de Carvalho se refere a esse bizarro “filho do Brasil” como “a deformidade mental e moral encarnada”. Dê uma olhada no link em que o filósofo desanca o Çilva: (http://www.youtube.com/watch?v=rQpRgwETgPE). Bem, seria tudo isso procedente? Sim ou não, e fomos checar. É que a macacada brasilis anda tão emburrecida e abestalhada que para todos tudo parece normal. Quando um casal mata uma menina de cinco anos; quando uma moça mata a golpes de barra de ferro seus pais com a ajuda do namorado e do irmão deste, até parece que rola alguma comoção pública. Pois basta uma olhada um pouco mais atenta para verificar tratar-se de “comoção noticiosa”: o que ocorre é a notícia virar sucesso, não o fato em si causar horror. Então: o tal médico assassino é hoje conceituado oncologista e pontifica sobre o câncer de Çilva I pela tevê, desfrutando de posição privilegiada em sua vida profissional e pessoal. Um assassino frio e cruel que escapou de uma condenação por interferências de poderosos. Enter.
Não sei se você se lembra, se é que chegou a saber quem são Tomás Oliveira de Almeida, Max Rogério Alves, Eron Chaves Oliveira e Antônio Novely Cardoso Vilanova. Não precisa de Memoriol: são os assassinos do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos. Estariam presos? Então verifique. E não se surpreenda: são filhos de classe média alta brasiliense, e conseguiram todos os benefícios imagináveis quando da tramitação do processo e depois de lavrada a sentença. Quer ver? Pois tome: “Em agosto de 2004, foi concedido o livramento condicional aos quatro condenados. Esse benefício foi recepcionado pela opinião pública como um atestado do "caráter volúvel do Poder Judiciário frente à força político-econômica" e revoltou os familiares do índio assassinado. A mídia também noticiou a concessão do benefício, apesar de previsto em lei, como ‘certeza da impunidade’ para um crime considerado hediondo pela legislação brasileira“. E, pasme: já rolou na rede que os caras estão muito bem empregados em funções públicas, ganham muito bem – obrigado. E então? Que credibilidade pode ter a Justiça nesse território-puteiro se TODOS OS CASOS DIGNOS DE AÇÃO RIGOROSA DA MÁQUINA JUDICIAL CAEM NO VAZIO? Enter.
Sim, nosso descontentamento não é mais apenas sentimento, já independe de nós. Os advogados honestos dizem que a Justiça vive bem melhor quanto maior a criminalidade. Não se estranhe, portanto, que juízes pratiquem ilícitos a céu aberto e punam quem os denuncia. Estamos vivendo o tempo em que o crime compensa. Lembra do mensalão? O ministro Ricardo Levandowsky, do Supremo, já encarta prescrição para os envolvidos. E Folha/UOL pergunta: “O sr. acha que se corre o risco, inclusive com o passar do tempo, e depois eles podem recorrer, que essas penas para muitos ali sejam inclusive prescritas?”, e responde o ministro: “Sem dúvida nenhuma. Com relação a alguns crimes não há dúvida nenhuma que poderá ocorrer a prescrição”. Uma belezura, não? Tem mais delícia pr’ocê: “Folha/UOL: O sr. acha que corre o risco, inclusive com o passar do tempo, e depois eles podem recorrer, que essas penas para muitos ali sejam inclusive prescritas?”, e o ministro dispara: “Sem dúvida nenhuma. Com relação a alguns crimes não há dúvida nenhuma que poderá ocorrer a prescrição”. Bem, podemos dormir em paz: os lindos criminosos serão inocentados. Você pode cometer o crime que quiser: se tiver grana e posição, “esteje” tranquilo. E tem mais! Enter.
Nas montanhas do sul de Minas ocorreu um atropelamento de que foi vítima fatal uma mulher, mãe de dois filhos, que ia à casa da sogra resolver coisas de fim de semana num sábado pela manhã. O atropelador estava embriagado e não era habilitado. A vítima morreu na hora. Todo o bairro viu. Pois o matador foi levado ao hospital com fratura num braço, recebeu atendimento e saiu depois sem qualquer problema, como se nada tivesse acontecido. A polícia disse ao viúvo, em posterior encontro para resolver o caso, que “não pôde prender o sujeito porque não houve flagrante”. E nada foi feito. Nem vai ser, você sabe... Enfim, nem rico é preciso ser... Tá tudo calmo, devagar, quase parando... inclusive o curso e os prazos da Justiça. Tudo calmo, devagar, quase parando... Enter final.
A já prevista prescrição para os bandidos do mensalão foi manchete/bomba na Folha. E o ficha suja Jader Barbalho, aquele moleque profissional consagrado, volta, por decisão do mesmo STF, a ocupar cadeira no Senado. Junto com o senador que pediu sua prisão tempos atrás. É a consagração da orgia da corrupção e da falência do Judiciário. E Carlos Chagas confirma isso. Leia: http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=27859 E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah!, você sabe: estamos censurados desde 11/04/08. São 2211 dias sob abjeta mordaça. E repetimos as palavras do ministro Carlos Aires de Brito: “NÃO HÁ NO BRASIL NORMA OU LEI QUE CHANCELE PODER DE CENSURA À MAGISTRATURA”.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Equilibrando a perereca

Frederico Mendonça de Oliveira

Você não sabe, mas eu descobri. Deu na Folha: Dilma Roussef acompanha a escatológica Fina Estampa. Dá pra ficarmos abestalhados, porque uma dirigente de um país, pessoa que dispõe de coisas do baú para se aperfeiçoar, joga no lixo seu tempo e sua qualidade/condição pra ficar diante da fauna global e dos enredos estrambóticos, coprológicos, de novelas das oito. Será que a tortura a fez esquecer que a Globo estava envolvida com a repressão, se não estava co-protagonizando as sevícias que ela aturou? Será que Dilma confirma, agindo como age, que “O revolucionário de hoje é o reacionário de amanhã?” Saiba, presidenta, é estranhíssimo considerá-la contemplando Torlonis e quejandos, quando poderia estar curtindo boa literatura e arte de alto nível. Ou degustando, pagando decentemente, os grandes artistas que o Brasil oculta sob o entulho de montanhas de lixo com que a mídia soterra nossas vidas. Por que a senhora não chama ao Planalto regularmente artistas maravilhosos, como faziam os aristocratas do passado – que traziam ao palácio a fina flor de seus artistas para apresentações ao vivo e, em alguns casos não raros, patrocinavam-nos? O Império “não dêssa?” Pois saiba presidenta: a senhora joga horas preciosas no lixo plantando-se numa poltrona diante dessa matéria abjeta. Ou será que a senhora se identifica com a Tereza Cristina Velmont? .. Eu, hem! Enter.
A perereca anda bambeando na boca. Há que equilibrá-la. Mas normalmente é difícil. Quando a gente pensa que a perereca tá firme, vem uma notícia dessas: a presidenta vê novela global. E confirma em evento paulistano: “Quer discutir novela comigo? É claro que eu assisto novela, minha querida!”; e, segurando o rosto da colunista (???), completa: “Esqueceu que eu estive presa?”, e ela informa que no cárcere começou a se depreciar. Gozado: ela diz que assiste novela; como? Trabalhando no set, como iluminadora, continuista, câmera? Se não é isso, madame, tem preposição: “assisto A novela”. Podemos ver claramente que não só a presidenta, mas a esmagadora maioria dos que se aboletam no poder é composta de ignorantes. Dilma é uma iletrada. Se tivesse um mínimo verniz, teria vergonha de si ao se postar diante de uma novela global. Teria muito mais vergonha ainda de declarar publicamente esse desvio. O único ser dotado de algum preparo no Planalto é justamente o paradigma da corrupção e do banditismo, o que anula seus dotes literários – que não avalizo por não me permitir lê-lo: José Sarney. Arrrrrrrrrrgh! Enter.
Por essas e outras “eles” pegaram o Brizola: ele disse, publicamente: “Se eleito presidente, garanto: a primeira medida na primeira manhã de governo será tomar uma atitude contra esse grupo”, e ele se referia à Rede Globo e sua ação deformadora sobre o povo brasileiro e contra a história deste país. Pois Dona Dilma já se deu ao mais incrível dos micos: comparecer àquela plasta reles que é o Mais Você, e talvez tenha até trocado um lero com o repulsivo “louro josé” (desculpem, mas essa miséria torpe não merece maiúsculas). A distância entre o legítimo brasileiro Leonel Brizola e a atual ocupante da cadeira nº 1 neste lupanar é de anos luz... São completamente antípodas, aliás. Primeiro, Brizola era um estadista, enquanto Dilma é uma burocrata a serviço de outras forças – que nos mostraram ser algo mais perigoso que o câncer. Estranha, por sinal, a metáfora do câncer do Lula: depois de mentir por 25 anos, inverte o jogo e passa dois mandatos eructando asnices e transfomando nossos ouvidos em penicos e a política e a estrutura de poder num verdadeiro cagafum. Pois é justamente no gogó do cara que bate a sujeira... e lá está a Marisa, sempre parecendo de borracha... Enter.
Ninguém até hoje falou sobre Marisão, senão que ela não fala. Teria ficado muda por não poder chupar todos os drops da fábrica em que trabalhou, a Dulcora (“embrulhadinhos um a um”, lembra?). Pode. Mas... teria ela o que dizer a alguém, mesmo ao maridão? Ou será mais fácil ficar em seu mundo emborrachado, o sorriso patético parecendo de mulher inflável? Aliás, quem garante que ela não é inflável, e que Lula a desinfla depois das cerimônias bestas em que ela “aparece” sorrindo sardonicamente? Enter.
E tome lixo na imprensa, vide a estúpida coisa da saída da Fátima Bernardes do JN – aliás, nem questão é, mas uma titica mais que reles. Pois saiba, babe: está nas primeiras páginas dos jornalões que a dondoca foi tirada do ar pelo HD, a alta definição da imagem, última inovação tecnológica nisso. Começou mal, pois logo revelou que a carinha de santinha já apresenta perigalhos ou indícios de. E isso é contra a caradebundice global em telejornais. Gostou? Pois eu pergunto: “E NÓS COM ISSO, PÔ??? Eeeeeeeenter! Final, por sinal!
Fumaça no Judiciário: “O Conselho Nacional de Justiça informou em seu site que a Corregedoria Nacional realiza inspeções em diversos tribunais estaduais, trabalhistas, federais e militar para verificar movimentações financeiras atípicas de magistrados e servidores”. E mais essa: “Repórter da Folha revelou que a corregedoria iniciou uma devassa nos registros do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para investigar supostos pagamentos ilegais a magistrados e a eventual evolução patrimonial de desembargadores incompatível com suas rendas”. Mais ainda: “Um grupo formado por 17 integrantes da cúpula do Tribunal de Justiça de São Paulo que está sob investigação do CNJ pode ter recebido ilegalmente R$ 17 milhões dos cofres públicos em 2010, informa reportagem de Flávio Ferreira, publicada na Folha em 8/12”. E a inatacabilidade de suas excelências? Pau na máquina, CNJ! E viva Santo expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah!, você sabe: estamos censurados desde 11/04/08. São 2204 dias sob abjeta mordaça. E repetimos as palavras do ministro Carlos Aires de Brito: “NÃO HÁ NO BRASIL NORMA OU LEI QUE CHANCELE PODER DE CENSURA À MAGISTRATURA”.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Notícias indispensáveis para sua vida

Frederico Mendonça de Oliveira

Você hoje começa bem o seu dia: está na mídia, nas primeiras páginas de edições eletrônicas na Folha, no Estado de São Paulo e no Jornal do Brasil que Fátima Bernardes vai deixar o Jornal Nacional e passará a fazer programa pela manhã na “Grobo”. Puxa vida!, que coisa mais importante para o Brasil! Se você não soubesse dessa, como ficaria primeiro dia de dezembro, em que embarcamos no mês último desse 2011 tão merreca e explodindo de corrupção, bandalheira geral, porcariada, lixo? Bem, pelo menos seu primeirinho de dezembro está salvo. A partir de hoje, Fátima, a carinha de boazinha, arrumadinha, educadinha, burrinha, tudo inha, terá aparição matinal naquele antro que entra em sua casa pela telinha. Além da Ana Maria Brega, com aquela voz de fêmea de caramujo, agora vem a “inha”. Você está salvo. Está tudo salvo. E o William B(urr)onner vai ter todo dia a seu lado a Patrícia Poeta. Acaba virando anedota... mas você deverá rezar um terço agradecendo pela dádiva recebida hoje. Enter.
E tem, para seu engrandecimento, a notícia de que Lady Gaga não encontrou até hoje a realização. La Gaga disse que nunca se sentiu feliz com um homem, porque sua criatividade desencadeia inveja em seus companheiros. "Eu tenho esse efeito sobre as pessoas. Quando estou em um relacionamento em que eles também são criativos, tudo começa a mil maravilhas, mas depois eles me odeiam". Não estivesse ela tão distante e não fosse tão maluquete, oferecer-lhe-ia meus serviços. Ela acordaria, pode crer... até porque receberia muitíssimo mais do que os serviços corriqueiros: teria também seus olhos abertos para o que realmente vale enxergar nesta vida. Além dos tratos de lei, você me entende. E você sabe: trata-se de uma mula, que ainda não pôde sentir algo melhor do que prazer carnal ocasional e animalesco tendo entre as orelhas a titica a lhe preencher o espaço intracraniano. O mais interessante é que, quando vai ao banheiro aliviar suas tripas, o que sai delas não é nada cheiroso. Como o restante dos seres, deve produzir bonbons com aquele fotum conhecido desde sempre... Não disponha ela de um bom desodorante, quem a suceder no trono há de dizer: “É, é como qualquer mortal! Que fedença!” Enter.
E suas excelências de toga cruzam os divinos braços: R$ 26 mil é pouco, é preciso reajustar isso pela inflação acumulada há anos, claro. Tendo seus salários corroídos pela inflação em 22%, andam inquietos, inconsoláveis. E promovem um apagão jurídico, pois só no setor da Justiça do Trabalho terão de ser reagendadas mais de 20 mil audiências. “Talvez não obtenham o que desejam. E correm o risco de irritar a clientela. A paralisação levará ao cancelamento de milhares de audiências em todo país”, diz a reportagem da Folha, que prossegue: “O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro João Oreste Dalazen, disse nessa sexta-feira (25/11) que a greve de juízes trabalhistas é ‘injustificável’. Ele também sinalizou que o salário dos magistrados que aderirem ao movimento grevista pode ser cortado, a exemplo do que ficou decidido em relação ao corte do ponto dos servidores em greve”. A presidenta Dilma olhou feio para o apagão, considerando que o momento é pra lá de inoportuno, estando o governo às voltas com prioridades inadiáveis e urgências muito mais relevantes a atender. E a Folha acrescenta: “O problema é que o pedido de aumento do STF veio acompanhado de uma pauta que inclui aumento de 56% para os servidores do Judiciário. O Ministério do Planejamento foi à calculadora. Estimou que, levando-se em conta o efeito cascata, o tônico salarial da Justiça custaria ao Tesouro R$ 7,7 bilhões. A cifra corresponde a quase metade do que o governo espera destinar ao Bolsa Família em 2012. Dilma Rousseff torceu o nariz. E contrapôs as togas aos pobres”. Aliás, belo narizinho o dela... Que ela o mantenha empinado. Enter.
Bem, suas excelências conhecem muito bem a máquina, estão não por cima, mas muito acima da carne seca. Deveriam receber o que recebe um professor do nível fundamental, porque a estes cabe a tarefa sagrada de encaminhar os brasileiros do futuro. Suas excelências só dão pareceres, que nada pesam nos rumos do País, senão em situações muito especiais, normalmente atendendo a interesses altíssimos das elites dominantes ou, mal e tardiamente resolvendo – ou não –, pendências em que o clamor por justiça é uma questão crucial. A corrupção, por outro lado, chegou a plano estrutural, senão endêmico, e a Justiça convive com isso em total cordialidade. Basta ver a censura ao jornal Estado de São Paulo, com que o desembargador Dácio Vieira blindou o Fernandinho Sarney para que patifarias deste não fossem espalhadas pelo ventilador e respingos atingissem seus dele pares, causando estragos digamos desagradáveis para tais ilustríssimos “senhores”. “Sir”.Dácio, chegado do clã maranhense que você pode conhecer melhor lendo Honoráveis Bandidos, do Palmério Dória, aparece em “alto estilo” na festa de casamento da filha do calhordíssimo e patusquíssimo Agaciel Maia, sendo Sarney padrinho da noiva. Dê uma olhada em http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/o-doutor-em-censura-esqueceu-de-mandar-prender-a-foto/ e saboreie o artigo do Augusto Nunes, que nos mostra visão mais aprofundada e abrangente da farra que rola em Brasília e a respeito de que nada se pode fazer por agora ou por bons tempos adiante. Enter final.
Cézar Britto, presidente da OAB, dispara: "A liberdade de expressão dos meios de comunicação é uma obrigação que não pode ser frustrada por decisão judicial."; José Arthur Giannotti, filósofo, confirma: "Quando você tem juízes que estão tomando parte no festim de Brasília, eles entendem perfeitamente que precisam defender o festim." E ficamos por aqui. Você acredita em “justiça divina”? E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah!, você sabe: estamos censurados desde 11/04/08. São 2197 dias sob abjeta mordaça. E repetimos as palavras do ministro Carlos Aires de Brito: “NÃO HÁ NO BRASIL NORMA OU LEI QUE CHANCELE PODER DE CENSURA À MAGISTRATURA”.