sexta-feira, 22 de abril de 2011

Brasil desarmado, um lugar de joelhos

Frederico Mendonça de Oliveira

Sim, senhores, um lugar, não um país. País até fomos algo parecido, até a “entrega do poder aos civis” depois de 22 anos de infame domínio militar – por sinal, uma escandalosa ação norte-americana dentro de nossas fronteiras, sendo que os yankees obedeciam a outras ordens, vindas de outra esfera, esta oculta e dominante em quase todo o planeta. E viramos uma gigantesca fábrica de humanóides, de uma (como que) gente à beira da marginalidade se reproduzindo aos milhões, uma exponencialização de um exército de desmiolados ambulantes, sem qualquer noção de instituições, de valores tradicionais de suporte social, de significados inerentes ao chão que mais pisoteiam do que pisam. Podemos chamar a isso, a esse ajuntamento de objetos vestidos, de “população”? Isso é país? É nação? Enter.
A boçalidade é o estado mental generalizado que unifica os milhões e milhões de simulacros de mentes que essa legião proletária atrasada e vazia tem como sendo mentes mesmo. É alarmante pensarmos em ser, essa legião de seres obtusos e à beira de uma lei da selva, uma “mente comum”, aquilo que no passado chegamos a ter, a chamada “consciência social”, isto é, os seres agregados e dinamizados em torno de conteúdos sociais vivos. Esses andróides de hoje até falam, alguns escrevem linhas tortas como seus valores, estão aí deambulando "vestidos" em retalhos de cores estupidamente variadas. Parecem espantalhos, e religiosa ou militarmente protegem seus envoltórios de bestuntos com bonés, que representam a generalização da estupidez festejada em um acessório do que no passado chamavam de vestuário. Hoje vemos é uma variedade bizarra de panos despencando corpos abaixo, panos multicoloridos e geralmente cheios de dizeres aleatórios, tanto quanto é aleatório o existir para esses espectros, réplicas de seres humanos. Enter.
E pipocam loucuras por esse território de ninguém, por esse desagregado se não desgraçado Brasil, e vemos que ingressamos na era em que a barbárie se materializa como conduta previsível para um coletivo “nacional”. Um desses milhões de andróides resolveu se “definir ideologicamente”, providenciando um “posicionamento” perante o restante da sociedade brasileira em função de ter sido maltratado em tempos de escola secundária. E o que resultou disso? Um massacre em que 12 crianças – dez delas, meninas – foram assassinadas a tiros. Na verdade, foram executadas com requintes de covardia. E mais 12, dez delas também meninas, foram parar no hospital. Isso revela muita coisa, especialmente que a loucura está solta por aí, e que malucos podem sair executando gente a torto e a direito, e que não há como prever, muito menos como prevenir isso. E fatos como esse sempre ocorreram, em todos os lugares do mundo, de forma tão ou menos ou mais horrenda, e não há como impedir que isso se repita adiante, porque o mundo sempre teve loucos, e sempre terá. E a coisa se complica bastante se pararmos para considerar o que esse “Brasil” aí pode produzir como desdobramentos de toda a loucura presente em seu edifício “social”, especialmente considerando o câncer em nossa estrutura de poder. Enter.
Bem, o louco do Realengo mata 12, e agora as hienas de plantão resolvem investir no golpe sujo de desarmar a “população”. Que “população”? Esse monte de malucos desmiolados gerados por um sistema controlado por uma súcia de safadões? É até procedente considerar que os humanóides que compõem quase 90% da “população” têm caca dentro da caveira, pois os que detêm o poder desde sempre mas especialmente desde 1964 trabalham duro para desfazer a estrutura social até transformá-la num pirão de amalucados mansos e assemelhados a boiada. E disso, volta e meia, sai um fato como esse de Realengo, ou como matar bebês, de abandonar recém-nascidos em caçambas de lixo ou em matagais, como estuprar filhas menores, como jogar filhos de sexto andar de prédio, como matar os pais a porradas de barras de ferro e depois ir para motel e no dia seguinte chorar no enterro – alô Suzana e Cravinhos, tudo belê? –, e isso rima perfeitamente com a loucura que é o Congresso agora enriquecido com a presença de um palhaço a quem pagamos regiamente para ser mais um sanguessuga descarado, e assim vai esse fecaloma social que soma 511 anos hoje, 22 de abril, data que sequer festejamos, talvez porque os sudras que sempre estiveram no poder nesta descarada suruba jamais tenham considerado importante festejar essa “descoberta”... Enter final.
Então agora os sudras resolvem criar um plebiscito para desarmar de todo a população, e um juiz do TSE, Levandowsky, “considerou” o “fato novo” de Realengo gatilho para uma mobilização visando deixar a população “na mão”. Não há o que dizer sobre isso, senão que este é um país cheio de loucos em todos os sentidos e em todas as categorias de poder. Valeria até controlar posse e porte de armas sim, pois o brasileiro comum tem titica na cabeça, basta ver a decadência social que vivemos, basta ver os humanóides que pululam pra todo lado nesta Pindorama. Mas desarmar não vai acabar com as armas, e malucos assassinos sempre as conseguirão. E nada vai deter malucos de Realengo da vida. E saiba você que os espertinhos por trás da proibição do comércio de armas obedecem aos que desejam tirar-nos do mercado externo, pois proibir a comercialização interna de qualquer produto automaticamente impede tal produto de ser exportado. Quem ganha com isso? Nós? Ora... E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, babes!
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 1074 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 630 dias também sob mordaça...