Frederico Mendonça de Oliveira
Não, não é o que você poderá ter pensado: falo do que vai pelo seu cérebro, que não deve andar nada bem. Quer ver só? Você acha que tem opinião, mas não tem titica nenhuma. Você não sabe se o bom é Michel Teló ou Zé Luís Mazziotti. Qual dos dois canta melhor? Ou, melhorando a pergunta pra você já cair do cavalo de bunda no chão: qual dos dois CANTA? Você não tem saída: xeque-mate. Nesta vida você não conhecerá ZéLuiz Mazziotti, você não teria acesso, a menos que agora vá ao Google. Mas você não vai entender por que ele é melhor que o Teló: você não tem instrumento de aferição... Você pensa que você é quem escolhe o que lhe agrada, mas não sabe que quem escolhe é quem lhe enfia isso goela abaixo. Uma das maiores podridões impostas ao Brasil antes da petralhada puxada pelo cachaceiro roufenho foi alçarem à condição de “rei” um traste reles como o Robertão (Carlos – você conhece isso?). Esse tipo é o paradigma da estupidez, do mau gosto, da mediocridade, um exemplo de incapacidade elevada à condição de excelência. Todo diabólico ano – não vou dizer “todo santo” –, a Rede Globo alveja o povo brasileiro com o especial de fim de ano protagonizado por esse tipo infeliz. Deve ser para emporcalhar os míseros resquícios de espírito cristão que ainda restam nas legiões de cooptáveis desse país prostituído e entronizar Baphomet nas vidas e nas casas da Pindorama. Pois o trêfego Michel Teló é decorrência natural desse descaminho maligno que foi a unção de Robertão como “rei”. Rei da merda musical, da titica verbal, do timbre peganhento e nasalóide, da imagem da decadência estética em direção ao horrendo, isso foi esse infeliz “rei”. Hoje ele definha pelos 70 enrustido no bojo do opróbrio que lhe cabe depois de prostituir a canção brasileira por no mínimo três décadas. E você, se sabe que ele existiu, talvez se curve irracionalmente à coroa e ao cetro dessa besta musical. Enter.
É assim. Vão entulhando porcaria sobre porcaria ano após ano, e a macacada vai engolindo e virando objeto vestido. É aquilo: não pensar e aceitar o que impõem é bem mais fácil. Por exemplo: não há nenhuma força que se levante contra o Ministério da Educação no que se estabelecem as regras da nova ortografia. Extinguem o trema, e os asininos nem estão aí, porque na verdade nem um entre mil nesse lupanar sabe o que é trema, pra que serve e, pior, quando usar. É como a crase: por que não abolem essa merda, se NINGUÉM sabe pra que serve e como usar? É como o verbo “vir”: por que não introduzem a variação “vim” para o infinitivo? Se a boiada fala “vô vim”, “vai vim”, “pode vim” e não há o que altere essa deformação porca e reles, por que não oficializam a destruição já instituída pelos asininos zumbis ambulantes? Por que não introduzem logo o “cunóis” em lugar de “conosco”? Por que não extinguem logo os pronomes oblíquos? Nas montanhas do Sul de Minas, onde deambulam cavalgaduras broncas pelas calçadas apinhadas de estupidez glorificada, o uso do pronome oblíquo sugere a impressão de estarmos falando grego. E você: fala “pode vim” ou “pode vir”? Na verdade, você nem percebe mais esse tipo de coisa... não é? Tenho um aluno que sempre me pergunta: “Tudo tranquilo?”, ao que respondo: “Claro, e sei por qüê”. E ficamos brincando com a desgraça do idioma e dos que hoje o manipulam pelo orifício oposto ao que ele antes era emitido: “Qüero aqüele qüeijo, por gentileza”. Se não tem mais o trema, como é que as bestas palradeiras vão saber distinguir? Ou distingüir? Você está vendo a que ponto chegou a merda? É assim, e você jamais saberá por que as coisas tendem a degenerar de tal maneira..., apenas sofrerá com cara de paisagem em preto e branco os efeitos da ação dos demônios. Enter final.
E, nestes tempos de falares pelo furebs, detectamos as causas desses sintomas horrendos de decadência e degenerescência. Um, as bestas que ocupam TODOS OS PODERES com mão de ferro disfarçada em blandícias. Veja esse trechinho: “Ou por um Legislativo contaminado por parasitas, a maioria dos quais não seria capaz de entender as primeiras linhas deste texto. E pelo outro poder no qual ainda depositamos nossas esperanças, o Judiciário, que por sua inoperância tem se mostrado um cúmplice dos políticos”. E eu ainda vou ser bonzinho com você: acesse www.tribunadainternet.blogspot.com e procure, com sua admirável capacidade de buscar significados, a matéria “Malandragem boçal”, de Jorge Brennand. É de 10/05 passado. No calendário acima do site à direita você pode clicar no dia dez e obter a matéria pelo título. Olhe só um detalhe: “O jornalista Carlos Marchi editou histórica e contundente matéria, na edição dominical de O Estado de São Paulo, em 31 de agosto de 2008, intitulada ‘Linha direta entre Lula e FHC evitou o impeachment’, detalhando: ‘Conversas secretas, intermediadas por Palocci e Bastos, ajudaram a evitar o caos do mensalão.’”. Vê como você está tão por fora como asa de penico? Mas tem coisa horrorosa pra comparar: na quarta-feira, 09 de maio de 2012, veio a matéria do Carlos Newton “Adeus às ilusões: novo presidente do Supremo só pensa em aumento de salário”. Bonito: justo no momento em que a credibilidade do Judiciário despenca mais feio que jaca podre e que a assunção de Aires de Britto trazia um alento para nós, vemos o lindão aparecendo em capa de Veja dizendo que o julgamento do mensalão será técnico. “Senão seria linchamento”. Pergunta: e os julgamentos em geral, não serão técnicos? A Justiça tem julgamentos especiais, que não seriam “técnicos”? Ora, linchados eles já estão por si mesmos, por serem bandidos imundos, canalhas, traidores da pátria, porcos, moleques safados falando Português de puteiro e por terem sido já pilhados como os cães miseráveis que são... A única real coisa que falta é mandar esses monstros abomináveis pro cárcere, para trabalhos forçados, e imediatamente! Mas isso parece coisa de leigo... larga mão. Vai vim coisa aí. E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, babes!