quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Manoel, Belchior e Vanusa (e “Madonna”)

Frederico Mendonça de Oliveira

Completamente abestalhado com tanta podridão, loucura e descalabro no Brasil, Manoel toma conhecimento do sumiço do Belchior, amigo do peito há quase 40 anos. “Que diabo é isto??”, comenta Manoel com sua amada Maria, que, não conhecendo o artista como Manoel, considerou possível alguma loucura ter levado o cantor ao sumiço. Manoel argumentou de cadeira: ”Pois saiba, minha linda, que o Belchior é homem de qualidade e fibra, e nada do que lhe atribuem nessa mídia porca do Império coadunaria com a conduta dele, homem digno e grandioso, senhor de si e de suas ações, uma exceção em meio a essa plévia de intérpretes de canção a serviço de interesses pessoais de glória e grandeza e dos interesses das multinacionais do disco!”. E nosso herói tratou de entrar em contato com seus amigos e pessoas ligadas a Belchior conhecidas de muito tempo, e ninguém dizia nada de concreto. Até com o pessoal radicado na Ibéria Manoel falou, e nada. Conversando com o amigo músico guitarrista de que falamos lembrando o show em homenagem ao Raul, Manoel ficou sabendo que havia mutreta nisso, embora o músico achasse realmente atípico o sumiço, a ser verdade o fato, claro. Mas os dois convieram em que Belchior pudesse estar simplesmente enojado de tudo nesse país de miséria, desgraça e malignidade explícitas. E as notícias e especulações não paravam, chegando a alimentar a fogueira que faz Globo e Record abrirem luta pela audiência de forma aberta, envolvendo o público na disputa, com evidentes lucros para ambas no que expuseram ao público o embate: “De acordo com informações da coluna (Outro Canal), os executivos (da Record) entendem que a notícia foi um ‘artifício’ da Globo para evitar derrotas no ibope para ‘A Fazenda’ e para a estreia de Gugu. Ainda segundo a Outro Canal, a Globo sustenta o sumiço de Belchior, afirmando que a produção do ‘Fantástico’ ouviu mais de 60 pessoas ligadas ao cantor para os quais Belchior não dava notícias há mais de um ano e meio”. E ia assim a história quando Belchior sem qualquer problema fez contato e brecou as mirabolâncias, mostrando que é dono no próprio nariz, desapegado de glória e grandezas, e todo o circo armado desabou fácil. Enter.
“Entendeste, Maria? É o que eu lhe disse: o cara é sabedor de si!”, comentou Manoel com sua amada, que está mais que ciente de os dois serem tampa e caldeirão. E a novela Belchior acabou sem gran finale, mas certamente o cachê do cantor vai subir bastante quando (se) ele voltar a fazer shows no Brasil. “Se ele premeditou isso, terá sido de forma serena e inteligente, deixando apenas que a macacada sem rabo se desse conta do ‘desaparecimento’ de forma a criar tremenda expectativa e potencializar o valor do cachê, seguramente depreciado nestes dias de miséria musical. Se estava de todo desigual, havia que desempatar, porra!, e Belchior não é nenhum Daniel ou Leonardo, é homem culto como poucos nesse cu de país com 50 milhões de miseráveis e ‘governado’ por uma horda de monstros degenerados”. E ainda põem a Vanusa pra cantar “hino nacional”... Pois enter.
Vanusa era conhecida como uma das “musas” da jovem guarda (perdoem as minúsculas...) e como ex do Antônio Marcos, um maluco de primeira, dos poucos entre os que na “música” brasileira se mataram com bagulhos vários (Tim Maia, Raul, Sérgio Sampaio, Cássia Eller e alguns outros menos votados). Ela está no sétimo casório; os seis anteriores, segundo ela mesma, foram recheados de porrada, ela também dando, não escapando nem o pai, que ela cobriu de pau talvez para revidar o remoto dia em que ele disse que a irmã dela nasceu pra ser mãe e esposa, e ela para ser puta. Tudo isso está num depoimento dela no Google. Mas voltemos à reaparição gloriosa da cantora, que aconteceu paralelamente ao auê envolvendo o sumiço do Belchior. Trata-se de uma sessão de loucura musical admirável, e o paralelismo da reaparição dela com o sumiço do Belchior encontra também uma confirmação interessante no Google, pois tem lá um vídeo dela cantando Paralelas, bela canção do Belchior. Que viagem!... Nestes dias de Gilmar Mendes, Sarney, Palocci, magistrados aloprados rasgando lei a torto e a direito e perseguindo quem os denuncia, que hino poderia ser cantado para esse puteiro em que transformaram o Brasil? Fantástico a Vanusa ser contratada para cantar um treco surrealista desde sua “invenção” e mais surrealista ainda nesses dias de miséria e horror, porque nada mais faz sentido em relação a nada... Enter.
Vejam bem: o que se encontra de palavreado barroco no sempre absurdo e inviável “hino nacional” nada tem a ver com o que, digamos, vivemos – no passado e no presente. Entre outras bazófias, falam de o Brasil ser “florão da América”. Que florão? Somos quase todo o continente em território e, por outro lado, a vergonha da América do Sul, hoje até agigantada por Chávez, Morales e seus povos. Somos é merda nenhuma, somos é um chiqueiro e uma bicheira imunda! Portanto, Vanusa acabou por mostrar que cantar hino para nação inexistente faz sentido nenhum, e inventou uma outra coisa. E vai faturar com essa, porque chamou a atenção de todos. “Só podemos garantir é que não vai posar nua pra Playboys da vida...”, considera Manoel sorrindo lá consigo. Enter final.
E tem a ordinária Madonna, sempre de pernas abertas onde quer que apareça, uma imbecil ignorante que parece pensar com as coxas e a bunda mirrada, como que impondo a todos pensar no que conclui essa geografia obscena que ela insiste em empurrar goela abaixo do mundo. Pois a criatura se diz Madonna, nome da Virgem Maria. Só não sabemos o nome verdadeiro da tipinha, mas isso fica pra outra. Por agora, viva Belchior!, valeu, Vanusa!, xô Madona, que quase desmaiou no palco, e deveria mesmo é se estabacar de vez. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!.