sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Manoel abre de vez com a imprensa em geral

Frederico Mendonça de Oliveira

“Não raro são picaretas, golpistas e mesmo criminosos; no geral e com poucas exceções são burros e ignorantes; e em se tratando de mentir ou espalhar mentiras ordenadas por editores, são mestres em obediência e deformidade”. Assim nosso herói se refere aos seres robóticos lobotomizados que integram o mundo da imprensa e especialmente da informação. “Informação?? Não existe nenhuma relação direta entre fatos e notícias desde tempos indefiníveis, especialmente desde a Primeira Guerra! A imprensa existe para enganar os trouxas, especialmente para vender a eles material completamente enganoso, quando não ficções estúpidas e regressivas”. Nesta última questão, Manoel se refere a duas grandes mentiras divulgadas no século XX, uma delas proibida terminantemente como notícia, porque é a base da dominação mundial desde especialmente a Segunda Guerra. “Mas isso tem seus dias contados, até porque os maiores sábios do mundo e todos os intelectuais conscientes sabem da coisa, e ainda explode a denúncia vinda do Irã, desmascarando essa merda”, vocifera nosso herói pontificando sobre essa fantasia, de que é conhecedor aprofundado. A outra fantasia é escandalosa, ridícula, simplesmente inacreditável como fato e como coisa em que toda a Humanidade acreditou: a ida do homem à Lua. E não foi senão o lobby de dominação internacional pela imprensa que fez com que o mundo caísse nessa balela, e assim fica mais que visto o quanto somos vítimas dessa empulhação ridícula. Enter.
“Que tenhamos visto fotos, que haja fotos diversas do “homem na Lua”, quanto a isso não há dúvida. A dúvida é: que filme resistiria a uma temperatura de 153º C negativos à sombra e de 107º C positivos em exposição solar? Nenhuma película suportaria tal contraste, a própria Kodak revela: ‘Agradecemos o contato mantido conosco e o interesse demonstrado pelos produtos e serviços Kodak. Informamos que um filme já exposto e ainda não processado não deve ser submetido a altas e/ou baixas temperaturas. O ideal é mantê-lo em local fresco e arejado com temperatura ambiente. Não dispomos de filmes especiais que suportem variações de temperatura’. Então fica visto que a tecnologia de registro fotográfico até hoje não realizaria as tais fotos. Que por sinal apresentam sombras em diversas direções, quando na Lua haveria uma só projeção, numa só direção. Somos otários ou não??”. Pois muito bem: tem muito mais. A radiação solar na Lua incidindo sobre seres humanos, por exemplo, seria fatal em poucos segundos: é estupidamente superior à que suportamos, por causa da rarefação do ar. E assim desaba mais uma fantasia. Mas o que Manoel levanta é mais espantoso, pela simplicidade da abordagem e pela irrespondibilidade: questões técnicas elementares. Enter.
“Bem, a turma subiu de Cabo Cañaveral, passou quatro dias cruzando o espaço entre Terra e Lua, desceu lá, ficou algumas horas, voltou pra Terra consumindo mais quatro dias. Certo? Não: errado. Porque não haveria, primeiro, oxigênio suficiente pra três caras passarem oito dias respirando dentro de compartimentos limitados. Mas admitamos que tivessem já àquela época uma tecnologia de compressão de ar para tal armazenamento. Não é fantasioso que os caras respirassem ar comprimido por oito dias fazendo toda aquela movimentação? E a expiração, como fica? Sairia por que buraco e seria lançada pra onde?”, indaga Manoel. Mas isso ainda é pouco. Existe outro problema ainda, o mais vergonhosamente fantasioso, e que faz qualquer um coçar a cabeça, de tão bandeiroso, e é o que apresentamos a seguir. Enter.
“Bem, os caras desceram, andaram, brincaram, deixaram aquela bandeira boçal lá. E depois, como ‘decolaram’ de volta? Com que combustível? E que combustível provocaria o empuxo da nave Apolo, para que realizasse o percurso desde a órbita lunar para vir de volta à Terra? Bem, gases sulfídricos os caras não teriam, porque um peido ali seria fatal... E que reserva de baterias poderia haver para garantir o retorno depois de uma operação de acoplamento do “veículo lunar” à cápsula em que os caras vieram até cair no Pacífico – onde, curiosamente, só o pessoal da missão estava para receber os astronautas?”, considera Manoel completamente sereno em seu ceticismo, neste caso sendo tal termo apenas o oposto de “credulidade otária”. E assim se vai desmantelando claramente a fantasia da ida do homem à Lua. Manoel só fica velhaco ao considerar o silêncio da então URSS, que poderia em cima ter desmascarado a farsa – mas a Guerra Fria tem razões que a própria razão desconhece... e não há qualquer dúvida quanto a que o poder mundial é um só, e a ordem desse núcleo era NÃO ABRIR! E cabem mais detalhes, que passam batidos aos olhos dos otários que todos fomos diante da encenação. Enter.
Como foi que o módulo lunar alunissou? Utilizando propulsão de freio aerodinâmico, igual ao pouso de helicópteros? Tá. Mas ali não se trabalharia em termos aerodinâmicos, justamente por causa da rarefação do ar, o que facilita as coisas. Mesmo assim, o módulo pousou sem sacudir a poeira, e alguma poeira seria levantada, e ficaria espalhada no espaço, formando uma espécie de nuvem imóvel de pó lunar. Nada disso aconteceu nem no pouso nem na posterior decolagem. Nem foi levantado pó lunar quando os astronautas caminharam pela superfície do satélite, e isso seria rigorosamente obrigatório. Outra questão é a das pegadas. Não havendo umidade no pó lunar, e estando ele em suspensão embora depositado, o pó retomaria o espaço calcado pelos calçados tão logo o pé se levantasse. É exatamente como no fundo do mar, só que em estado oposto: tanto quanto a água não permite a formação de pegadas, a ausência total dela também impede a formação de marcas. “E todos engoliram tudo, e ficou essa lenda...”, diz nosso herói balançando a cabeça em desolada consideração. Enter final.
“E a Venezuela, que diabos está acontecendo lá que os noticiários começaram a falar sobre a questão, e não sai mais uma nota sequer em jornal nenhum desde que mataram um manifestante chavista?”, desafia Manoel toda a imprensa maligna que submete os povos sem piedade. “Logo saberemos sobre isso!", promete Manoel, bolivariano como o grande estadista Hugo Chávez. E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, babes!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 656 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO, VERGONHA QUE SOMA 182 DIAS E QUE FOI MANTIDA EM RECENTE VOTAÇÃO NO SUPREMO, ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS..., FOI MANTIDA PELO MINISTRO PRESIDENTE DO STF, GILMAR MENDES. E CONTINUAMOS AMORDAÇADOS BONITINHO!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Manoel e o mundo carente de sentido qualquer

Frederico Mendonça de Oliveira

“Bem, ver e ouvir o ‘presidente’ do Brasil (aspas, também?) em suas falas públicas, isso de há muito já perdeu a graça, mesmo que, como piada ou disparate, seja ocasionalmente hilariante. Só sabermos que o sujeito vive com a caveira cheia de cana direto é suficiente para dar de ombros e entregar a Deus o destino de nós todos”, considera Manoel depois de saber que o primeiro mandatário do “país” anda agora até vomitando em seus próprios – por assim dizer – domínios, obrigando serviçais a limpar suas fétidas e ácidas “devoluções” compostas de restos de cardápio presidencial mais álcool etílico em cavalares doses, capazes de nocautear um jegue. A turma vai falando pelos blogs e onde se possa externar opiniões, mas é só, porque a grande imprensa opera apenas visando manter intocável a imagem do hoje esdrúxulo “Çilva I”, o maior embuste já imposto ao operoso e generoso povo brasileiro, que recebe mais este diploma de otário sem poder revidar à altura – já que o Planalto é um bunker ardilosamente localizado a milhares de milhas de qualquer capital. Quem poderá marchar até lá pra gritar, espatifar e derrubar aquele circo de picaretas e de peralvilhos safados assumidos? Enter.
“Depois de tantos escândalos explodindo, que porra se pode esperar daquele simulacro de bordel?”, pergunta-se Manoel como sendo a voz de todos os brasileiros que lutam por seu país, por sua pátria, e eis todos traídos diariamente, a cada ano, a cada mês, a cada dia, a cada minuto, segundo, a cada piscada de olhos. Mas até aí, “tudo bem”, digamos assim: na verdade, vai tudo mal, tudo péssimo, um horror só, mas estamos vendo isso, tá na cara de todo mundo. Historiador da evolução do trabalho no Brasil, Ricardo Antunes é até condescendente para com nosso trêfego fantoche de presidente: “É brincadeira (dizer, como o Delfim Neto, que ‘primeiro é preciso crescer para depois distribuir a renda’, tese que o Çilva I contestava posando de oposicionista e que hoje corrobora, vergonhosa e cinicamente), porque o crescimento hoje não significa divisão de recursos, e é claro que não estou falando do Bolsa Família, porque é grotesco imaginar que, dando de 20 a 80 reais para os pobres, a estrutura da miséria brasileira estará sendo alterada”. Ou seja:, vemos que Lula, antes no papel de líder da classe trabalhadora, hoje enverga o terno do poder e vira o tragicômico, histriônico Çilva I, boçal irretocável, um “político tradicional”. “Não sou contra os pobres receberem 20, 30 reais, mas imaginar que isso está mudando a estrutura da miséria não dá!”, prossegue Antunes, alvejando Lula e seu papel ridículo de protetor dos pobres, quando não passa de um capataz do Império e das elites dominantes de sempre. “O que Lula e pares querem é manter as mãos nas tetas do poder!”, considera amargamente Manoel, pesando as declarações do estudioso. “A reforma trabalhista no governo Lula não é para fazer avançar os direitos sociais do trabalho no Brasil; é para desmontar os direitos conquistados desde a época das lutas operárias no getulismo, e que hoje, a pretexto de que estão arcaicas, vão ser desmontadas”, conclui Ricardo. Enter.
E a coisa enfeia mais ainda quando vemos a subserviência do governo ao Império, no momento em que a Venezuela e a Bolívia puxam o cordão da desobediência clara a Tio Sam, destruidor de soberanias nacionais: “Tomara que essas lutas sociais na América Latina nos dêem um empurrão, porque, depois desse segundo governo Lula, teremos perdido oito anos de possibilidade de desmontar essa barbárie brasileira. Esta será a tragédia. Digamos que o Brasil tem dez pilares de sustentação dessa barbárie. O governo Lula foi incapaz de destruir um só desses pilares. Vamos ter de começar a fazer isso tudo de novo!”, sentencia Ricardo, que sabe perfeitamente do abismo que separa Lula e sua embófia etílica e sua cascata populista e servil das posturas viris e patrióticas de Evo e Chávez. Enter.
Pois mesmo depois de visto que Lula não reverteu a destruição na era FHC, analisemos: se ele aumentar em 100 % o salário mínimo, a maioria da população brasileira vai apoiar, por ser um benefício para o povão. “Mas ele aumenta em 10%, 15%, ele aumenta em 100% as taxas de lucros dos bancos, é o que ele fez”. E depois se lamenta: “Tenho uma única tristeza nessas eleições: NUNCA NINGUÉM FEZ TANTO PELOS RICOS NO BRASIL, e eles não vão votar em mim”. Bonito, isso, não?? Enter.
Pois então Lula declara que foi o maior benfeitor dos ricos, das classes dominantes neoliberais, e agora RECEBE O PRÊMIO DE ESTADISTA GLOBAL”??? “A serviço de seus amos é que você belisca essa ‘honraria’, ó Çilva?? Quem tá maluco? Você? O Fórum Econômico Mundial, que lhe confere isso? Nós? Todos?? Quem??!!”, ruge Manoel. Mas está aí, sem dó: “O Fórum Econômico Mundial conferiu ao presidente Luís Inácio Lula da Silva o prêmio de Estadista Global. De acordo com o Palácio do Planalto, o prêmio é uma homenagem pela atuação de Lula em vários setores, como do meio ambiente (??), erradicação da pobreza (???), redistribuição de renda (????) e paz mundial , com o objetivo de melhorar a situação do planeta”. Enter.
“Ao homenagear o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com esse prêmio, o Fórum Econômico Mundial tenta pegar carona na boa imagem do chefe do executivo brasileiro para recuperar prestígio no cenário internacional”, avaliou o sociólogo Cândido Grzybowski, diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e um dos fundadores do Fórum Social Mundial (FSM). “Eles darão esse prêmio a um personagem de destaque mundial, que no último ano se saiu bem em vários espaços. É uma tentativa de recuperar alguma legitimidade e desfazer uma imagem de clube dos donos do mundo”. Enter final.
“Onde diabos estamos, caraça?? Que diabo fez este bufão Çilva I por meio ambiente no Brasil, por erradicação da pobreza ou por distribuição de renda??? São e somos todos palhaços de cara pintada e tudo??? E quem é esse tipo de sobrenome de sopa de consoantes que cospe essas lérias amalucadas??”, reage Manoel rubro de estupefação. “Aonde vai parar tanta escamoteação cínica???”, conclui nosso herói, já abrindo o freezer cheio de salvação. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Tá pra semana, babes! ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 649 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO, VERGONHA QUE SOMA 175 DIAS E QUE FOI MANTIDA EM RECENTE VOTAÇÃO NO SUPREMO, ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS..., FOI MANTIDA PELO MINISTRO PRESIDENTE DO STF, GILMAR MENDES. E CONTINUAMOS AMORDAÇADOS BONITINHO!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Manoel, catarata, Iguatama e Formiga

Frederico Mendonça de Oliveira

Incomodado por severa catarata que lhe toldou a visão do olho esquerdo, Manoel se viu em apuros quando, não podendo operar usando seus próprios recursos, viu que o SUS não tinha data previsível de operação, agravado isto por desmandos do atual Executivo municipal, o que mais ainda fechou caminhos. Foi quando um amigo de Formiga, Manoel Gandra Fonseca, proeminente figura na cidade e região, sugeriu-lhe que fizesse a cirurgia em município próximo daquele, Iguatama, em clínica especializada e a preço popular. Pois deu certo, e lá foi Manoel e sua amada Maria para a tal região, seguros da eficiência da coisa, pois a clínica especializada em catarata é referência internacional. Inclusive, o projeto foi engendrado e realizado por cubanos, o que para nosso herói já cheirou muito bem. Enter.
Chegando a Formiga, eis que foram recebidos, Manoel, Maria e outro casal que embarcou no lance para operar também, pelo amicíssimo Gandra, vendo descortinar-se a sua frente um cenário social e humano em tudo oposto ao caos dramático por eles vivido no já terminal Arraial das Bagas, lixo geopolítico sem salvação. E tome conversa, tome discussões várias, e coisas admiráveis foram aflorando. Enter.
Primeiro, ver que Formiga tem vida própria e um forte trabalho interno, comércio vivo e dinâmico, vários jornais – sendo o do amigo de Manoel um dos poucos jornais diários de Minas fora da capital –, emissoras de rádio, emissora de TV, tudo em radical oposição ao decrépito e degenerado Arraial das Bagas, completamente manietado por uma política de obscurantismo e de retrocesso por pura ignorância e obsessiva tacanhez, sem contar que a corrupção reina absoluta. “No Arraial das Bagas o que vigora é a ignorância aliada à arrogância, vestígios de um coronelismo cafeeiro colonialóide!”, denuncia Manoel ante a vitalidade da operosa Formiga. Enter.
E Gandra não para de enumerar coisas como o fato de Dona Beja ter nascido ali, de naquele município ter sido decretada a última execução de um condenado no Brasil, de a cidade bater recordes e mais recordes em várias direções. Mas operar era preciso, e lá foi Manoel pra Iguatama visando recuperar sua visão pelas mãos de verdadeiros missionários. Enter.
Sem nenhum glamour: nada de granitos, vidros plexiglass, ar condicionado, parafernálias. A clínica lembrou a Manoel o estilo cubano, ou seja: o continente é simples e despojado, mas o conteúdo é sofisticado e de rara eficiência tecnológica e humana. Atendentes solícitos e trabalhando como guerreiros; um rush de consultas, avaliações e cirurgias. Um grande congraçamento entre os pacientes, todos unidos pela beleza de voltar a ver; e, o mais importante de tudo: um verdadeiro boom de humanismo e gratificação combinados, um cotidiano puxado de realização em alto estilo. Tudo isso em ritmo de multidão, todos se roçando, todos se comunicando, e tudo isso regido pela mais admirável harmonia de todos os atendentes. Enter.
Pois rolou a cirurgia, e Manoel encarou tudo simplesmente perplexo.Na enfermaria, aguardando o ato cirúrgico, nosso herói conviveu por horas com gente simples e idosa, todos expondo suas idéias, todos considerando o viver, e chegava um operado de curativo no olho, e chamavam outro, e Manoel acabou trocando considerações espirituosas com um paciente de leito próximo, que o divertiu muito com falas finas. Era o José Soares Ferreira, o Zé do Caldas, que revelou ter três filhos cujos “nomes” causaram curiosidade: Galinha, Criminoso e Caipira. Manoel ficou de língua coçando por perguntar por que tais nomes, mas o próprio Zé foi logo revelando. O primeiro, porque, ao roubar uma galinha na cidade, esporte do pessoal de lá, foi flagrado pelo dono da festa que rolava na casa, e foi obrigado a passar com a galinha pelo meio dos convidados: virou o “Galinha”; o segundo virou Criminoso por se parecer muito com um vilão de um filme que fez muito sucesso na década de 80; e o terceiro virou Caipira por gostar muito de uma caipirinha. E os comentários eram imperdíveis, até por se tratar de gente sem instrução mas de muita filosofia e experiência. Manoel era o único letrado ali. Enter.
Pois rolou a operação, e Manoel saiu meio grogue pela ação da anestesia, e sua Maria, solícita e amorosa, fornecia uma logística muito especial a nosso herói. Enter final.
Rolou a cirurgia, veio a avaliação no dia seguinte, o rush na clínica era renovado por outros beneficiados pela ação missionária daquela gente admirável. Terminada a primeira avaliação, Manoel já podia ver com o olho operado e seguiu-se a isso um lauto almoço mineiro na deliciosa residência do irrepreensível anfitrião Gandra Fonseca. E começou a contagem regressiva para o regresso ao rebaixado Arraial das Bagas. E da suíte em que ficaram hospedados, dotada de deslumbrante vista, Manoel já nostálgico dessa magnífica experiência alinhavou estas linhas. Agora é retornar ao enfrentamento com os bugres e retomar a faina e os embates. Mas uma coisa ficou certa: nem tudo está perdido nessa Pindorama. E viva Santo Expedito! Oremos. Até pra semana, babes!
P.S.: Manoel e Maria ficaram maravilhados com a clínica, simples e eficiente e... sem NENHUM APARELHO MALDITO DE TV CORROMPENDO MENTES E EMPORCALHANDO O AMBIENTE COM IMAGENS DELETÉRIAS DE VIOLÊNCIA E SOM MISERÁVEL NAQUELES TEXTOS CARREGADOS DE VIOLÊNCIA E MONSTRUOSIDADE!

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ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 642 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO, VERGONHA QUE SOMA 165 DIAS E QUE FOI MANTIDA EM RECENTE VOTAÇÃO NO SUPREMO, ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS..., FOI MANTIDA PELO MINISTRO PRESIDENTE DO STF, GILMAR MENDES. E CONTINUAMOS AMORDAÇADOS BONITINHO!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Manoel, 2010, crianças e imponderabilidade

Frederico Mendonça de Oliveira

“Não, não: 2010 não será melhor que 2009 porra nenhuma!”, decreta Manoel de cima de seus 64 anos repletos de experiência e saber adquiridos a duríssimas penas. “O horizonte que temos é negro em todos os sentidos, e esta vida material aqui não tem senão a perspectiva do despedaçamento feio, coisas que os desastres de toda natureza com desencarne coletivo já sintomatizam. Vamos é penar ainda mais, batalhar duro mais ainda, e agradeçamos a Deus se não nos advier o pior, como paga de erros passados. Sabe-se lá o que fizemos nas existências passadas? E se temos dívidas, haveremos de pagar, é a Lei”. Assim Manoel se posiciona em relação à otarice de achar que uma passagem de ano, só porque todos esperam melhorias, signifique melhorar nossas vidas mesmo. O atual papa soltou os cachorros no dia de Reis, denunciando que os homens se esqueceram de Deus e se julgam senhores do mundo, quando é exatamente o oposto. Mesmo não sendo católico, embora tendo todos os sacramentos – tendo dado até uma casada no religioso no passado –, Manoel concorda com o sumo pontífice, que execra publicamente a conversão da Humanidade ao culto da matéria e à degenerescência em todos os sentidos. “O negócio é ter o Cristo no coração e saber ser humilde de verdade, ou seja, saber que nada sabemos daquilo que fomos! E trabalhar duro no aperfeiçoamento, especialmente amputando desejos e tentações”. Enter.
Pois é isso: ano novo, vida nova. E que saibamos compreender nossos irmãos a cada dia mais desprovidos de reflexão e amor. Esses objetos dos globalizadores, cordeiros balantes e a cada dia mais obtusos em relação a tudo,vão marchando estupidamente para o abismo, e não podemos culpá-los, até porque não têm a mínima idéia do que fazem. Mas o que realmente atemoriza é ver que esses objetos vestidos procriam copiosamente, e vão lançando no mundo outros objetos mais vulneráveis ainda, e esses rebentos são alvo fácil e sem qualquer defesa em relação ao trabalho dos globalizadores. São os escravos do futuro, e já são deformados desde cedo pela TV e pela deseducação em termos de amor e de conhecimento do que quer que seja. Os exemplos são alarmantes; as cenas, patéticas. Vejamos. Enter.
Em supermercados, para usar apenas um enfoque, os pobres infelizes se vêem num pesado dilema: querem as coisas, querem guloseimas; os pais, se pobres, não podem dar, e lá vem gritaria, pitis, birras, barracos. E os raros seres conscientes e educados têm de aturar conviver com essas cenas. “Pobres infelizes, esses fedelhos de cabeça esvaziada pela TV e pela estupidez e irracionalidade dos que os puseram no mundo!”, considera consigo Manoel, contemplando com funda comiseração o estado lamentável desses projetos de bugres que já nascem zumbis. Na verdade, mesmo que alcancem estatura normal ou até avantajada, serão sempre fatalmente gabirus, nanicos de alma e espírito, gente que não é gente. E os fedelhos correm, correm, gritam pelo supermercado, que aos poucos vem sendo o cenário de referência dessa escoalha que vive em bandos desfilando e exibindo ignorância e estupidez de forma agressiva e desleixadamente explícita. Enter.
E deu-se um fato digno de registro quando da última ida de Manoel ao supermercado. Tão logo entrou com seu carrinho e tentou ir em direção à prateleira das farinhas, já que sua amada Maria pedira uma farinha especial, eis que nosso herói teve de parar e esperar, porque, na passagem, uma menina de seus três ou quatro anos, integrante de um bando de capioas, jogava bola obstruindo o trânsito de outras pessoas. Manoel parou e ficou esperando poder passar, e ninguém se dava conta do problema. E a menina lá, jogando bola e impedindo o fluxo dos outros compradores. As capioas, abstraídas de tudo, quedavam como estafermos na fila da caixa, mais parecendo uma corja de bilontras em estado de espírito de passeio a esmo. E Manoel parado, olhando, esperando, estudando a situação. Ninguém se tocava de nada. Até que, por força de terem pago a compra e por terem de deixar o local para seguirem seu rumo fútil e cego, pegaram a menina e evacuaram a área. E Manoel pôde passar, e foi em frente refletindo sobre o episódio, que talvez somente ele tenha constatado – porque hoje quase ninguém mais usa o cérebro, e, quando usa, e especialmente se em Minas, “deixa quieto”, temendo “dar confusão”. Enter.
“As crianças, que fazem de supermercados e espaços em geral espaços de brincadeiras, estão sendo trabalhadas pelos globalizadores para virar objetos e escravos. Suprimiram-lhes os parâmetros, os limites, e ei-las caindo no imponderável da falta completa de referências e padrões. São os infames ‘direitos das crianças’ inventados pelos globalizadores para funcionar como enclave entre filhos e pais, tirando destes a autoridade através de suprimir-lhes a razão e a responsabilidade!”, remói Manoel divisando um negro porvir quando essas criaturas geradas pela TV forem ocupar sua “inserção social e histórica como seres agentes”. Seres agentes que nunca serão: foram transformados desde antes de nascer em objetos de um sistema degenerador para agir em harmonia com ele. Seguramente serão é seres pacientes, despreocupados de pensar em valores e teores, certos de que “tudo é assim mesmo”: o poder manda e eles obedecem e dançam conforme a música, e fim de papo. Enter final.
E diante dessa visão tragicômica haveria lugar para qualquer esperança? “2010 será mais um passo dado em direção à grande consumação, ao grande tsunami que já tem nome desde priscas eras: Armagedon! “Estamos vivendo a escatologia, e para isso não há remédio!”, fala consigo Manoel. E não adianta espernear, que Deus tem a força, não o He Man. Não adianta essa Humanidade de humanóides querer ou não, a Verdade é que prevalecerá! E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 635 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO, VERGONHA QUE SOMA 158 DIAS E QUE FOI MANTIDA EM RECENTE VOTAÇÃO NO SUPREMO, ESTÁ CONDENADA ATÉ EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS..., FOI MANTIDA PELO MINISTRO PRESIDENTE DO STF, GILMAR MENDES. E CONTINUAMOS AMORDAÇADOS BONITINHO!