quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Vai começar o espetáculo da acochambração!!! Na berlinda, o mensalão!

Frederico Mendonça de Oliveira

Os fatos estão aí, nos narizes de todos. Toffoli, amigo e até acusado de ser membro da "organização" vai "julgar". Sabemos que pode ser manobra de desespero dos pilantras encurralados. Ocorre é que a frágil película que protege o tumor que congloba a turma da rapinagem vê chegar perto dela a lanceta, e todos "cortam agulha". Por mais que se encontrem brechas e saídas para tudo, a própria degenerescência acabou por gerar uma ameaça abissal cuja profundidade começa a assediar as mentes mais impérvias nessa confa. Mesmo que consideremos o caso/anedota do advogado corruptíssimo e ateu que, já vergando sob doença terminal, começou a ler febrilmente a Bíblia e que, à pergunta que amigos intrigados lhe dirigiam, “Ué, você não era ateu? Por que agora se agarra na Bíblia?”, ele respondeu que “Estou procurando uma brecha na lei!”, parece que de tantas brechas abertas já se esgotou a superfície onde ainda se possa abri-las. A desfaçatez, a hipocrisia e o cinismo superlativizados pela prática de desvios e delitos durante décadas acabou que agora esbarram no esgotamento do repertório de jeitinhos, de expedientes de malandragem e de torpeza instituída. É aquilo: o malandro dá tantos golpes que uma hora ele cai da própria pernada. "Um dia a casa cai", é o que dizem... Enter
Já virou refrão o comentário popular sobre o político e a política serem território de maracutaias como essência. A indigência a que foi condenada a mente coletiva do brasileiro acabou por fazer dele um fatalista – ou derrotista mesmo? – que se acomodou no conforto imoral do imobilismo e da paralisia autodestrutiva. E grande parte, a quase totalidade disso, provém do que o Millor fala em charge inesquecível no seu dele livre pensar: “Paiê, quando eu crescer posso trabalhar na mídia? Quero ser um grande cretinizador!”. Pois é: de onde vem esse poder cretinizador, que tem o louro josé como seu parâmetro mais escandaloso de boçalidade e que alinha desfilando na telinha diuturnamente uma fauna de mentecaptos sorridentes e de apedeutas empedernidos com cérebro de frango de granja? Onde estão os ministérios que até se pretendem mantenedores do bem estar social, da educação, da cultura que não regulam essa bacanal de estupidificação torrencial e ininterrupta há mais de quatro décadas? Pior: ante qualquer tentativa de regular a ação dos meios de comunicação, logo virão as acusações de que se está querendo limitar o direito de manifestação e expressão. Mas quando a imprensa revela fatos imorais que marcam o cotidiano da “política”, aí a estrutura da esquerda quer limitar a ação dos jornalistas e jornais que ousam abrir as cortinas do poder e revelar a ação de honoráveis bandidos. Vide o caso do filhote do Sarney, cujas atividades ilícitas, reveladas pelo Estadão, motivaram a censura ao jornal, por obra e poder divino do desembargador Dácio Vieira, mostrado por Augusto Nunes em foto com o eterno senador intocável e gente deles em festa de casamento da filha de um marajá notório, o “deputado” Agaciel Maia, que se locupleta de benesses na Corte. Mas a Globo pode ser chamada de “ministério da desinformação”, tamanha a desmobilização mental que produz nesta Pindorama. Desmobilização, cretinização e estupidificação, e muito mais: cega a população com suas imagens hipnóticas e de teor quase sempre deletério quando não obsceno, tudo, na verdade, estupefaciente e alienante. Millor não ia perder uma oportunidade dessas de manifestar sua genialidade. Enter
O mensalão é Lula, Lula é o mensalão. O que vivemos é uma asquerosa farsa, um jogo sujo, uma encenação em águas turvas, em que não sobreviveria nem sequer uma larva de aedes aegipti. E começa o sambalelê depois de amanhã, e o babalorixá da Banânia, devastado pela quimio mas muito, muito, muito! longe de largar o osso, vive flanando lampeiro blindado pelas forças que não dão bobeira: elas não se mostram, trabalham sempre muito bem camufladas… e são elas que dão as cartas direto e reto. E quanto a nós? “Teló neles!”, ordenam os conquistadores. E a macacada adere maciçamente, pulando como macacos diante da miséria sonora e da indigência em música e letra apresentada por essa legião de novos membros da fauna canora brasilis, e isso avança como câncer agressivo, corroendo nossa mente coletiva com essa matéria depravadora, causando até incredulidade poder haver milhões e milhões que se deslocam para lotar auditórios em que a miséria sonora ganha o status de verdadeiro altar onde se veneram deuses vivos. E o que se vê nesses palcos de apresentação de abundantes sessões deformadoras é o que há de mais miserável, de mais rasteiro, de mais bastardo em termos de canção. As letras apresentam a dimensão superada até por pongídeos; as estruturas musicais são as mais degradadas possíveis, isto num país em que uma evolução musical nos colocou, através de Villa Lobos e Tom Jobim, à frente da melhor música do planeta. Enter.
Será esse retrocesso algo “natural”? Seria natural um corpo vivo começar a entrar em decomposição quando de sua plenitude? Não, claro que não, a menos que um fator destrutivo como um câncer ou envenenamento progressivo ou agressão letal produzisse esse retrocesso antinatural. Você talvez não perceba o teor do que está sendo dito, porque para o cidadão comum a música normalmente é um fator acessório de que se tem vaga compreensão. E é necessário lembrar que o povo aceita o que se lhe impinge como dieta sonora, então isso não assusta, nem mesmo preocupa ou impressiona. Mas a exposição do público a material corrosivo, regressivo e patogênico produzirá resultados, creia, e seus filhos e netos é que pagarão – e muito duramente, senão penosamente – essa conta. E, se acordarem de sua letargia, perguntarão: porque não se impediu isso? Enter final.
O babalorixá da Banânia anda desfilando sua feiúra agravada pela quimio. É lastimável, deprimente, uma feiúra só. Ver essas imagens hoje nos leva a pensar num pesadelo histórico nos hostilizando a vida, e temos pouca ou nenhuma alternativa. Manoel Bandeira falava, diante da ameaça da morte em Pneumotórax, na alternativa final: “Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino”, disse o médico. Para os nigérrimos e tão sombrios dias de hoje, podemos dizer, se indagados sobre que fazer diante do que nos ameaça e se temos saída: “Não. A única coisa a fazer é cantar com o Teló: ‘Ah!, se eu te pego’”! E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, queridos!