Frederico Mendonça de Oliveira
Quando menino, eu achava graça na representação gráfica de sons nas revistinhas a que minha geração foi submetida. Isso valeu in my life até 1995, quando parei de ler Asterix, porque a mulher de então reclamava de eu ter verdadeiras crises de riso na madruga depois de ela já adormecida. E como Asterix já começou a decair feio desde o episódio dos Belgas, uma chanchada paupérrima de roteiro, e isso era lá pra 1980, esqueci quadrinhos, mesmo que desde os meus 30 já os lesse investigando a questão do entretenimento como ferramenta para devastar a cultura como edifício. E assumi a maturidade em plenitude. E foi feia a minha surpresa: com isso eu me ejetava para cima de forma balística, e deixava pra baixo quase todo o restante. Aliás, subindo a meu lado só vi mesmo os meus discípulos de música e raras adjacências e minha caríssima metade, que comigo galga sem senões a coisa da evolução. Bem, não tem ninguém nu até agora nessa história, mas já vai começar a baixação de peças pernas abaixo. Enter.
Em 1995, a brasileirada estúpida babava perante um ensaio fotográfico do bamba JR Duran tendo Adriane Galisteu diante de suas Nikon. Onã foi muito cultuado por conta disso, e a gente só via as Playboy dependuradas nas bancas com aquela criatura cheia de dentes e vácuo mostrando seus contornos na revista dos abestalhados. Lembrei dos quadrinhos de minha infância, com aqueles sock, bang, pow, e pensei em que sonoridade se poderia anexar às fotos de AG. Talvez um pum... ou um finíssimo piiiiiiiiii, um punzeco bem fininho, resultado da lagosta com vinho branco da noite anterior à sessão de clicadas duranianas. Foi na Grécia, isso. E a macacada brasilis depois enforcando o ganso diante daquilo e, pior, vivendo o que vivemos... Enter.
Adriane Galisteu é a prova cabal da miséria intelectual do povo brasileiro. Se é bela, e isso é relativo, não importa: quantas mais belas em todos os sentidos estão penando na batalha da vida e nem aí para primeiras páginas de revistas para onanistas em todas as dimensões. E batalhando não exatamente por um futuro ou por colher frutos disso aqui: batalhando em direção à outra dimensão, com o aperfeiçoamento guiando seus passos. E essa pobre modelo mais que “bem de vida” resolve agora posar nua de novo, aos 38, para a mesma Playboy, talvez para mostrar a eficiência de botoxes, de Pitanguis, de spas e de uma vida fútil e estúpida. Se jamais me interessou a nudez dessa mulher, criatura digna de pena – e talvez por isso, por piedade dos donos da mídia, tenha sido alçada a tal visibilidade para o gado não pensante –, muito menos perderei hoje meu tempo senão para usar do direito do deboche diante de tanta merda. E o que mais chapa é ver o destaque dado ao ensaio pela “grande imprensa” – que de grande só tem a boçalidade e a grana investida, tanto quanto a dimensão dos anúncios grotescos e agressivos. Vá ler o Evangelho de João, pobre criatura! Ou o Tao te King! Faça algo por si acima! Enter.
E lá está o borrachudo e sardônico Palocci na mídia de novo, aquele semblante de pastel assado reforçando a visão de podridão do “poder constituído”. Dá pra imaginar o cara sem calça, e logo mudamos de pensamento para evitar essa mal vinda visão de intimidade. Nádegas flácidas, caídas, sem vigor... rimando com uma fisionomia entre fria e cortante. Não parece ser um bom garfo, mas deve gostar muito de um salmão, de uma sessão de frutos do mar... de bons vinhos e de outras degustações... como as que teria realizado gerando o escândalo da “república de Ribeirão Preto”, em que o caseiro Francenildo virou herói por 15 minutos. Se for dado a flatulências, Palocci deve usar aquele dispositivo que transforma emissões sonoras em chamadas de celular. Aliás, todos nesse “governo” devem usar isso. Imagine-se a sinfonia de toques de celulares que deve rolar em uma “sessão” da Câmara... pois certamente todos ali traqueiam direto, sentados ou enxameados como ficam naquele conluio de sudras e cafres amontoados estupidamente em busca de seus privilégios. “Birds of a feather/ flock together”: os semelhantes se atraem. E a semelhança ali é a corrupção. Seria interessante podermos dispor de uma câmera especial que desnudasse aqueles sudras todos de suas vestes, para ver de forma real a suruba que é a função naquele antro. E seria melhor ainda dispor daquele aparelho mostrado no Casseta & Planeta, que revela a existência de gases sulfídricos nos buchos dos seus geradores e ver a emissão deles em colorido. Seria o maior espetáculo possível para o “povo brasileiro”. Enter final.
E Palocci aguarda com cara de paisagem o desfecho da atual investida contra suas novas aquisições milionárias. Ele sabe muito bem o caminho das pedras nessa lagoa imunda. Saberá se defender da ação dos poucos quixotes que ainda trabalham para fazer valerem as instituições, hoje “instituições”. E pode ser que esteja com fermentação maior em seu trajeto cólico, produzindo mais gás sulfídrico agora, quando vê seu castelo cercado de malucos que ainda acham que a lei existe. E nem de longe sonha em ser colega de pavilhão de seu semelhante Pimenta Neves. Semelhante, bem entendido, porque o sonho de verão do povo brasileiro é ver criminosos atrás das grades. E ambos são criminosos. Pimenta é um monstro raro: matou aquela infeliz de uma forma emblemática. Pelas costas, ela fugindo dele, a pobre levou o primeiro tiro. Depois veio outro perto do ouvido, quando já estava prostrada em consequência do primeiro. Qualquer policial enxerga: foi de frieza rara. Acertou de cara um tiro fatal e concluiu o “serviço” cruelmente com o de misericórdia. Trabalho de profissional provecto... e a máquina era um turbinaço, com balas devastadoras. Era máquina para tiro de perto, de defesa pessoal, e ele a usou muito bem. É nojento. Este desgraçado arrogante está nu para sempre e cheirando a enxofre, que é o que lhe corre nas veias. E assim ficamos: com este belo retrato do Brasil. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Vale lembrar: estamos sob censura desde 11/04/08, aliás mantida por Gilmar Mendes, e a restrição vai totalizando 2009 dias. Abraço pra turma do Estadão, há 663 dias também sob mordaça.