quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Não nos resta senão dizer adeus

Frederico Mendonça de Oliveira

O advento da TV trouxe o golpe mortal para nossas identidades pessoais e, pior, nossa identidade nacional em todos os sentidos. Os brasileiros nem mais suspeitam do que são, muito menos do que querem. Movidos a desejos materiais imediatos e obrigatoriamente sem sentido ou objetivo que não satisfazer vontades espicaçadas por comerciais e publicidade desenfreada metralhada através dos meios de (des) comunicação, os zumbis, vestidos de panos ricos, normais sóbrios ou pirados, ou de andrajos os brasileiros, erram pela vida, pelas ruas, pela desventura, esquecidos de Deus, da pátria e, suprema conquista dos interventores internacionais, os ignóbeis e odiosos globalizadores, da família. E não adianta falar: quem tem a palavra é a TV, o Fantástico, os programas - que têm esse nome justamente porque programam mentes e a mente coletiva dos povos - os mais reles e de conteúdo mais miserabilizante possível. Enter.
Não adianta vir o papa dizer que fazer da TV uma babá eletrônica desagrega a família: soa retrógrado e doentiamente moralista, e, pior, inútil, pois o serviço já está feito. A família deixou de existir desde a entrada da máquina de burrificar nos lares. E vejam bem: trata-se de um equipamento que basicamente não dá defeito, para não haver a possibilidade perigosa de alguém ficar sem o demônio hipnotizador fora de ação no lar e em suas extensões. O crime é perfeito, e por isso não há como ocorrer qualquer enfrentamento. Não adianta o Chávez acabar com a Grobo venezuelana: as outras grobos do mundo são um milhão contra um. E não faltam as hienas imundas para tachar o presidente venzuelano de ditador aloprado e de difamá-lo geral, especialmente na imprensa tupiniquim, essa instituição completamente prostituída a serviço do desmantelamento de todas as instituições benéficas possíveis. Os demônios globalizadores fazem seu serviço nadando de braçada, com todos os ventos a favor, sem maiores resistências que uns bloguinhos por aí e umas correntezinhas na internet. O diabo está como quer. O reino de Deus neste mundo já era. Pelo menos na Terra, nesta conjuntura escatológica e irreversível que enfrentamos, aliás, por sinal, prevista nos textos sagrados, vide o Apocalipse de João, se é que alguém ainda dispõe de saúde mental para essa leitura tão esclarecedora. Enter.
A Veja, abjeto valhacouto/reduto operacional dos globalizadores e objeto de prazer de bobalhões midiotizados folheadores de magazines, apresentou, tempos atrás, um artigo de duas páginas assinado por um certo Reinaldo Azevedo, que nem sabemos se é real ou invenção da revista. O cara investe contra uma suposta "Al Qaeda eletrônica", e denuncia que "Os integrantes da Al Qaeda eletrônica não se contentam só com o envio de mensagens desaforadas: criam páginas anônimas só para esculhambar aqueles de que não gostam; formam comunidades para odiar pessoas; ressuscitam o hábito nativo de especular sobre a orientação sexual de desafetos; fazem montagens de fotografias de 'direitistas'; dão curso, em rede de e-mails, a teorias conspiratórias". Esse mesmo Reinaldo escreve essa pérola: "Elas se assanharam também na demonização de Bento XVI, na defesa do fechamento da RCTV na Venezuela ou no apoio à censura prévia no Brasil. Durante a campanha eleitoral (as últimas eleições, N.R.), fizeram a denúncia de um fantasioso golpe contra Lula. No caso da USP, foram fazer vigília lá na reitoria invadida, misto de Palácio de Inverno russo com Parque da Xuxa - sem contar o aroma dos roqueiros de Woodstock". O cara até escreve direitinho, tem um instrumento afiado e tal, mas é um escamoteador profissional - ou eventual, se a serviço de alguma convocação especial, sabe-se lá. O que importa é que tem espaço na Veja e abiscoita simplesmente página dupla aberta, em espelho, nas páginas 102/103, dispondo até de excelente ilustração, embora confusa para não iniciados. E o recado é passado para incontáveis incautos, sofrendo avaliação lúcida apenas de um ou outro leitor aceso que por acaso tope com o artigo - porque leitores acesos não perdem tempo com Vejas da vida. Enter.
Esse patético Reinaldo não considera como sendo a maior Al Qaeda eletrônica de todos os termpos a desgraçante e catastrófica rede Globo à frente de todo o horror televisivo brasileiro, de que discretamente diferem uma ou outra emissora menos daninha e patológica, embora já sob o aperto asfixiante dos tentáculos cancerígenos da globalização. Al Qaeda eletrônica é o bloco de novelas globais infames e abjetas, de programas globais vis como A Grande Família e afins, dos programas para massas miserabilizadas material, mental, moral e espiritualmente, aliás por motivo justamente da ação dessa Al Qaeda eletrônica devastadora em ação há mais de 40 anos. Trocar jabs e bofetões, como faz Reinaldo Azevedo, com atiradores esparsos ou com escória de esquerdistas assalariados de instâncias escusas ou envolvidos na corrupção que assola o sistema é fácil como tomar pirulito de criança. E a Veja prossegue devastando, embora apresentando a melhor escrita da área. É como eu já disse um dia: a Veja nega Deus. É que Deus escreve certo por linhas tortas, enquanto a Veja escreve torto por linhas certas. E ninguém ainda aventou outra questão: a Veja e a Globo professam uma religião, seja nas entrelinhas, seja de forma escancarada; e essa religião exclui o Cristo. Seguramente estão ambas envolvidas com um golpe de Estado internacional iminente, e que os iniciados conhecem muito bem. Neste caso específico, o escalafobético Reinaldo Azevedo vai dizer que isso não passa de delírios de quem acredita em "teorias da conspiração", como foi mostrado acima - e com isso ele mostra, como disse o Eça, sua obtusidade córnea ou má fé cínica, ou ambas. Enter final.
Bem, o blog está aí, e vamos fazer um grande exercício de pesquisa e denúncia. Para entrar, é só acessar http://thetweet.blogspot.com, e estaremos no mesmo barco. E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, amigos (não os da rede Globo, claro!)!