Frederico Mendonça de Oliveira
Mais um desastre aéreo cheio de contradições e inverdades até ridículas, se não forem estúpidas e trágicas. Os desastres como a loucura envolvendo o Fokker 100 da TAM em 1996, a absolutamente fantasiosa e criminosa notícia de colisão entre o Legacy com gringos e o Boeing 737 da Gol em 2006, fisicamente impossível, e ainda o tecnicamente inaceitável desastre do Airbus da TAM em 2007, em que o aparelho, depois de pousar normalmente, apresentou pane múltipla e a acabou dentro do próprio edifício da companhia, na avenida Rubem Berta, tudo são absurdos sem pé nem cabeça jogados nas fuças da população e dos envolvidos com as vítimas. A essas desgraças somemos a explosão da base de Alcântara e a explosão da P36, tudo completamente sem explicação lógica ou concreta, e, pior, tudo falseado e manipulado criminosamente para ser imposto ao público. Manoel se horroriza com tanta loucura neste Brasil de Lula, o esparolado. Agora, com esse desastre que nos associa diretamente à França, o que vai acabar dando mais zebra que o que já temos de mal parado com a nação de Asterix, temos um problema binacional, e as cagadas da brasileirada petista aflorarão mais escandalosamente do que quando ocorrem apenas dentro dessas malfadadas fronteiras. Já começaram a vir farpas de lá, e não contra os brasileiros dignos envolvidos com o desastre e o trabalho posterior a ele, mas com as “otoridades”, especialmente o álacre e trêfego “ministro da Defesa”, Nelson Jobim (oh!, Tom, que desdita esse trêfego sem pátria ter sobrenome igual ao seu!), e com a ignóbil imprensa marrom dos jornalões, controlada pelo capital dos globalizadores. E ainda desfila aos olhos sérios de nosso herói o colar de besteiras e ditos e não ditos sobre o acidente e seus desdobramentos, que assustam até um traficante da Rocinha ou do Complexo do Alemão. Enter.
Um amigo de Manoel comentou que a Folha Online tinha, na manhã de 5/6/09, a notícia sobre os destroços até agora encontrados no mar na área da tragédia não seriam do Airbus sinistrado. Essa matéria continha, como Manoel constatou ao lê-la, declarações do brigadeiro Ramon Borges Cardoso, que afirmava categoricamente que fora constatado que os destroços encontrados na área não eram do Airbus que fazia o vôo AF447. Abrindo logo após o JB Online, Manoel depara com essa: “O brigadeiro Ramon Cardoso disse há pouco que os destroços avistados na terça-feira por aviões da Força Aérea Brasileira pertencem ao Airbus da Air France que desapareceu na noite de domingo no trajeto entre Rio e Paris. Cardoso garantiu que os mesmos só não foram recolhidos na ocasião porque a prioridade, naquele momento, era encontrar sobreviventes ou corpos”. “Porra!”, exclama nosso herói: “São ou não são, cacete??”, e se abespinha como gato que vê cachorro na rua, considerando o que os brasileiros têm de sofrer sob a irresponsabilidade dessas elites cretinas e sórdidas.
Abestalhado, Manoel volta à Folha Online para confirmar a contradição entre os noticiários, e constata que as declarações do mesmo brigadeiro, que ele lera atentamente, sumiram da primeira página. Mesmo assim, recorre a outro amigo, que ele sabe ser assinante da Folha, e consegue outra declaração parecida, mas não aquela que ele vira na edição eletrônica. Na edição impressa, saiu somente o que se segue: “Peça tirada do mar não era do Airbus/ Aeronáutica e Marinha também descartaram ontem que a mancha de óleo tenha sido provocada pelo avião da Air France. Grupo de resgate não afasta possibilidade de que outros destroços avistados, que ainda não foram recolhidos, possam ser da aeronave”. Enfim, uma barafunda, uma azáfama, que aumenta quando entra em cena, irresponsável e calhorda como sempre, o “ministro” da Defesa, Nelson Jobim, que por sinal nem deve saber manejar um simples FAL: “As declarações do ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, na quarta-feira, descartando as hipóteses de uma explosão e de um incêndio no avião da Air France, devido à presença de uma extensa mancha de óleo no possível local da queda da aeronave foram alvo de críticas entre os franceses. As informações são do jornal O Estado de São Paulo. (...) A emissora TV TF1, a mais importante rede da França, chegou a chamar Jobim de 'bavard', que em francês significa 'indiscreto' ou 'falador'. Na concorrente France 2, uma reportagem afirmou que 'a França é mais prudente antes de falar”. E Manoel considera: “Os franceses já disseram décadas atrás, referindo-se ao Brasil sob ditadura nos anos 60, que ‘Este não é um país sério’, e agora terão muito mais motivos para repetir essa espetada.”, a julgar pela boçalidade que se presencia na imprensa sobre o acidente mais feio dos últimos tempos em todo o planeta. Enter.
“Mas, afinal, o que aconteceu?”, pergunta-se Manoel diante dessa porcariada. Na verdade, ele já se acostumou a multiplicar por menos um qualquer notícia sobre acidentes aéreos no Brasil. A versão de abertura no reversor do Fokker, em 96, é louca. É impossível mecanicamente um reversor de qualquer aeronave se abrir durante decolagem. A menos que uma sabotagem muito especial tenha sido realizada no aparelho – mas a mídia consagrou isso. A “colisão” entre o Legacy recheado de gringos e o Boeing 737 da Gol é mais impensável ainda: se passasse a dez metros do Boeing, o Legacy entraria em tangagem* e viraria farinha... mas a mídia, sem nem ter havido qualquer laudo pericial, “aceitou” a versão dos gringos – os passageiros da Gol só podem falar através de médiuns em centros espíritas – e difundiu esse absurdo, fazendo dos brasileiros um bando de babacas. Já o acidente da TAM em 2007, em que, segundo ficou sabido, os equipamentos do Airbus entraram em inexplicável falência múltipla, fato absolutamente impossível de ocorrer, especialmente em condições normais de operação, só pode ter sido decorrência de ação de sabotagem. Mas a mídia dos globalizadores tem outros planos para todos nós. Enter final.
Pois é: agora já se fala em terrorismo, em explosão em vôo, depois de se falar em raio... e Manoel já está a par dos fatos reais. E manda toda a imprensa brasileira pro diabo. “Vão pro raio que os parta, jornalões!” E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
* Tangagem é termo não dicionarizado, constando apenas do jargão aeronáutico mais privado: significa rotação horizontal sobre o eixo longitudinal, igual a um carro rodopiando na pista molhada.