sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Manoel, Belchior, motos e corrupção de menores

Frederico Mendonça de Oliveira

Lembrando os fortes momentos do clímax de Os Maias, Eça de Queiroz, Manoel compreendeu que a beleza não tem mais vez neste mundo, se depender dessa corriola demoníaca que detém o poder internacional. Não há mais perspectiva de saneamento dos males instalados no país, no mundo, e a morte de Afonso da Maia, o hercúleo patriarca presente em toda a história, bateu forte nos nervos sensíveis de Manoel, como que instaurando o começo de uma contagem regressiva implacável. Maria ainda não dormia quando percebeu a forte emoção que assaltava Manoel ao enfrentar a leitura daqueles duros instantes vividos por todos no Ramalhete, a austera propriedade da família Maia. Lágrimas desciam pelas faces de nosso herói, conduzido pela prosa vibrante de Eça às imagens vivas e pungentes daquele passamento. O gato de dom Afonso, que todos chamavam de “reverendo Bonifácio”, consumiu as últimas lágrimas de Manoel, ao saber este que o Vilaça, administrador da família, homem prático e puramente financista, fizera para o queridíssimo e fiel bichano do velho Afonso um pequeno mausoléu de mármore ao pé da janela do dono amado. Enter.
E Manoel considera: “Bem, bem. Terminado Os Maias, vamos a Camilo. Ainda não li Coração, Cabeça e Estômago, embora sempre sabendo do que se trata. Vamos em frente: é positivo prosseguir mergulhado na literatura portuguesa para não cair no vazio e na negatividade desses dias de globalização massacrante...”, e lá vai nosso herói viver momentos belos e fortes pela mão do gênio português que responde pela mais vasta obra no idioma de Camões. Enquanto isso, a merda grossa campeia geral neste lugar chamado Brasil, onde os globalizadores testam todas as modalidades de intervenção que não podem usar abertamente na Europa e nos EUA e que são duramente rechaçadas no mundo árabe, na Coréia do Norte e na Venezuela de Chávez, agora também seguida da Bolívia de Evo e do Equador de Rafael Correa. O boneco etilizado Lula fica por aí bancando o grande “chefe de Estado”, defensor de Honduras e Haiti, e dizendo suas asneiras de costume (por exemplo: “Estou com dor no pé, mas não posso nem mancar, senão a imprensa vai dizer que estou mancando porque estou num encontro com os companheiros portadores de deficiência”), enquanto que no Brasil a podridão política e a tragédia institucional se combinam com uma guerra civil sem comparação em toda a história da Humanidade. E o Brasil despenca em horror e miséria: saíram na internet fotos do enterro da mulher de um traficante, em que a sepultura é um quarto cavado no chão, todo em alvenaria, com massa corrida e pintura, acarpetado, com móveis, o caixão colocado sobre cama de casal, e ainda se vêem cômoda, cadeira estofada, mesa com bebidas importadas (inclusive um Chivas 12 Years Old de cinco litros), copos, flores, quadros nas paredes, um imenso espelho com moldura, TV de cristal líquido gigantesca, objetos de uso pessoal da finada, oratório e outros bichos. Sobre a cabeceira da cama, uma cópia simples da Santa Ceia. Salvador Dali, René Magritte e Paul Delvaux estão definitivamente superados e esquecidos como artistas e pensadores do surrealismo... Enter.
Bem, desgraça pouca é besteira: a moto, veículo de utilidade inquestionável e hoje ferramenta de trabalho de centenas de milhares senão de milhões de brasileiros, agora virou polêmica. É que também virou veículo de grande eficácia para o crime. Desde disk-entrega de drogas (especialmente crack e cocaína, sem contar Extasy) até disk-crime (super eficiente para efetuar roubos e homicídios), a moto está estigmatizada, associada crescentemente a delitos e causando temor geral. Num país-lixo como este, tudo pode se deteriorar da noite para o dia, desde a presidência da “República” até os mais simples significados sociais. E ainda alguém se espanta quando o Belchior se encafua no Uruguai pra traduzir a Divina Comédia para o idioma de Cervantes... “Fica por aí mesmo, amigo! Se bobear estarei do teu lado quando menos esperares!”, considera divertidamente Manoel, consciente da deterioração feia que nos atinge em cheio. Além disso, pra que diabos Belchior vai continuar essa farsa de ser ídolo em país de cavalgaduras e bandidos de toda espécie, e em que platéias são como imensas récuas ululantes que nada entendem do que aplaudem aos balidos, zurros e mugidos? Sendo a pessoa séria que sempre foi, Belchior naturalmente haverá de buscar uma alternativa para o Brasil, que mergulha no inferno de cabeça, processo por sinal providenciado cientificamente pelos globalizadores monstruosos, que promovem chacinas desde 540 A.C., vide o livro de Esther. Enter final.
E eis que um amigo iniciado na verdade da política internacional, entusiasmado com a postura digna e firmíssima do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, soube por sua filha menina que a van escolar promovia “festinhas” no percurso de volta das crianças para casa, tocando música obscena e induzindo as crianças a um “percurso feliz”. Mandou pela menina um bilhete para o motorista, em que o advertia que abriria processo caso continuasse ocorrendo essa miséria no trajeto. Curiosamente, já no dia seguinte à tomada de posição do pai e sem que o bilhete fosse entregue, a farra parou, porque o motorista foi trocado. “Meno male”, pensou o amigo, “mas muito pouco muda: as crianças sabem de cor e salteado TODAS ESSAS COMPOSIÇÕES OBSCENAS, aprendidas na TV, e basta tocarem em qualquer lugar e logo todas cantam aderindo ardente e religiosamente”. Moral da história: se correr o bicho pega; se ficar, o bicho come”. Não há mais saída para a inexorável destruição comandada pelos globalizadores. Como disse João Gilberto, provavelmente para Ronaldo Bôscoli: “Não adianta, Ronaldo: eles são muitos!”... E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!

ATENÇÃO: ESTE BLOG ESTÁ SOB CENSURA HÁ EXATOS 15 MESES E 14 DIAS. A LIMINAR DE CENSURA FOI BAIXADA PELO JUIZ NELSON MARQUES DA SILVA EM 11 DE ABRIL DE 2008. O PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, GILMAR MENDES, NEGOU O RECURSO CONTRA O ATO INCONSTITUCIONAL, E MANTEVE A LIMINAR. EIS A "JUSTIÇA" NO BRASIL...