Você deve ficar emocionado ou abestalhado quando vê uma
empresa como a Cemig dizer que fornece “a melhor energia do Brasil”. Primeiro,
sob que critério isso pode ser afirmado? As outras fornecedoras concordam? A
Light, do Rio, a CESP, todas elas calam diante dessa afirmação que parece puro
cabotinismo, propaganda enganosa? Ou o negócio é não dar atenção a essas coisas
e ir em frente tomando no rabo como todo mundo – ou quase todo mundo? E
pergunto isso porque estava pesquisando mensagens recebidas e já excluídas,
para limpar a caixa postal, quando um pico de energia desligou tudo e logo
voltou a energia, e o palhaço de merda aqui teve de esperar a reiniciação do
bendito computador pra continuar sua atividade. Esperei, claro que putíssimo da
vida por dentro, xingando esses bandidos dos nomes que eles merecem realmente
ter, e eis que abri tudo de novo, reabri o que estava começando a ver e... nada
de internet: fiquei sem. Enter.
Se essa quadrilha de nome Cemig se diz fornecedora da
“melhor energia do Brasil”, gostaria de saber por que ela diariamente dá essa
de pico, interrompe o fornecimento e volta um segundo depois. É isso a tal
melhor energia? Morei 37 anos fora do arraial onde hoje me acoito, e era raro
aturar isso. Nem me lembro de coisas desse tipo, lembro de outras, mas não eram
constantes, eram “às vezes”. A gente se sentia menos corno. Tinha outros
problemas, claro, falta d’água – que os cariocas escolarizados falavam assim
mesmo, com essa aspa viva, tanto quanto se pediam copos d’água; hoje, as bestas
pedem “um copo de água; ao me pedirem isso, digo que tenho copos de vidro, de
barro, de plástico e de alumínio; de água, não... e os animais nem entendem, ou
“entendem” com o rabo... –, inflação desenfreada, uma corrupção que, comparada
aos dias de hoje, parecia piadinha de Jardim de Infância, e outras coisas mais.
Só que você podia reclamar com alguém se sua conta vinha errada; hoje, tudo vai
ficando bem diferente... Enter.
Por exemplo: nos bons tempos da Bossa Nova, naqueles dias em
que ainda não nos chegara a praga Roberto Carlos/Rede Globo, coquetel de dois
flagelos comparável às piores epidemias – porque esses dois aí matam inoculando
seus teores mas deixam os zumbis vagando por aí... e às dezenas e dezenas de
milhões, podemos até dizer centenas mais algumas dezenas de milhões. Roberto
Carlos e a Rede Globo instituíram a era da indústria dos mortos-vivos –, o
telefone era um canal de comunicação entre pessoas físicas e jurídicas, e deu
até samba surrealista (“eu já estou desconfiando/ que ela deu meu telefone pra
mim”), sem contar que embalava romances consistentes, conduzia lindas trocas de
palavras cheias de ternura culta – ou, pelo menos, alfabetizada – e não
existiam ainda secretárias estúpidas submetendo-nos a interrogatórios puteantes.
Pelo contrário, falar com a secretária de uma empresa tinha até um glamour,
elas eram um fator atrativo que esquentava as tarefas com um pré-contato magnético.
As empresas eram como o futebol daqueles tempos, tinha arte e gente até lida e
portadora de “humanidades” no meio da coisa. não tinham as macacas de hoje, que
falam artificialmente como bonecos e são “preparadas” para submeter o idiota
que se arrisque a tentar falar com os “chefes” ou os merdas que forem. Exceção
para um jornal de Formiga, O Pergaminho, que prima pelo bom atendimento por
parte de suas secretárias e funcionários em geral. Mas se tento falar com o
Nêumane no Estadão ou com o Faro ou o João Marcos Coelho na Folha, ai de mim!,
vou aturar seguramente aquilo de “Quem desejaria?”, me obrigando a me
identificar, para depois gloriosamente a voz titica do outro lado dizer: “ELE
NÃO SE ENCOUNTRA”. Diante do que, claro, parto pra esculachar: “Ele está
precisando de ajuda psicológica?”, e se de lá a asininazinha cair do cavalo
dizendo desconcertada que não, eu digo: “Se ele não se encontra, posso ajudá-lo
a se encontrar, se achar”. É pra Salvador Dali... Enter.
E assim caminha a “Humanidade”, instituição que me nego a
integrar se for isso que vagueia por aí. As empresas vão dominando a vida
geral, os homens têm de se submeter a elas pra tudo. Claro, quem as comanda –
não só as bestas visíveis atrás de mesas de presidentes ou diretores; aliás,
essas bestas só fazem cumprir ordens “de cima”, não são patrões nada, são paus
mandados também – sabe muito bem que todas elas juntas estão sob um cockpit que
dirige o planeta. Vide a Comissão Trilateral: um lobby de empresas instaladas
nos EUA, Europa Ocidental e Japão passou a exercer a condição de “governo
mundial”, porque todas elas rezam pelo mesmíssimo credo, e por trás delas está
o capital intervencionista que se dinamizou posteriormente sob o conceito de
“globalização”. Em suma: uma grande empresa funciona como quadrilha ou gangue
detentora de parcela do domínio mundial. Você gostou? Bem, vamos com isso.
Enter final.
O mundo já era, e não poderia ser de outra forma. A
bestialização promovida pelo governo invisível do complô das empresas – que só
pensam em vender, mas na verdade o que fazem é estabelecer um domínio sobre os
seres e subjugá-los. Isso é coisa de quadrilha. E quem está no comando desse
lobby? Ganha um pirulito azul sabor gabiroba (pode ter, também, a opção de
sabor sirigüela) quem responder, no espaço dos comentários, quem manda no lobby
mundial das empresas. Não é pra qualquer um responder a isso, até porque a
maioria dos zumbis deambulantes submissos mentais ao louro josé e ao
biguibróder nem sabem do que estou/estamos falando. Olham pra isso como vacas
vendo passar um trem bala. Aliás, resultado da ação desse mesmo lobby: a
burrificação é um statu quo a ser imposto, para transformar os católicos em
consumidores compulsivos. É a ação da quadrilha mundial das empresas. Mas volto
à pergunta: quem manda nesse lobby? É um efeito? Então tem uma causa. Pense
nisso. E atenção com sua vida. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!