quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Manoel e a bestialidade da censura

Frederico Mendonça de Oliveira

“Muito significativo isso de censurar quem denuncia crimes imundos praticados por autoridades!”, conjetura Manoel vendo que a censura contra o jornal Estado de São Paulo prossegue cínica e covardemente imposta pelo Judiciário há 70 dias, torpeza injudiciosamente praticada nas fuças dos brasileiros. O “presidente” Lula fica na dele, dizendo que “isso é assunto do Judiciário”, como se tal instância de poder não integrasse o edifício nacional. “Seria uma instituição estanque?”, indaga-se Manoel, para quem a censura poderia até existir no caso de coibir monstruosidades como produção de canções com letras visivelmente perniciosas para a infância ou quaisquer produções visivelmente deseducativas e atentatórias à evolução social. “Se podemos coibir através de nossas glândulas a ação de invasores prejudiciais a nossa saúde, a censura poderia agir do mesmo jeito em se tratando, por exemplo, de coisas como a asquerosa dança da garrafa e de outras teratologias como a pornografia desenfreada na TV aberta e na internet. E tudo leva a crer que a censura ao Estado de São Paulo prossiga, mesmo com a tentativa de intercessão de órgãos internacionais condenando a intervenção: “Sem obter resposta oficial da primeira carta enviada no dia 10 agosto, a Associação Mundial de Jornais (WAN) e o Fórum Mundial de Editores (WEF), entidades máximas da imprensa mundial, pediram novamente 'ação' do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, sobre a censura ao Estado, que completa hoje 69 dias.” E até abrem o bico em condenação: "’Estamos preocupados porque, dois meses após a primeira decisão judicial, a censura se mantém’, anota o texto assinado pelos presidentes da WAN, Gavin O"Reilly, e da WEF, Xavier Vidal-Folch” Enter.
“Estão mesmo preocupados, ó pás? Então vejam o caso de meu amigo aqui no Arraial das Bagas!”, ruge discretamente Manoel, que sofre com uma situação criminosa entalada em sua goela desde fins de 2006. Ele se refere à censura covarde e criminosa imposta a seu amigo, que denunciou crimes praticados por autoridades dos três poderes no arraial. O amigo e sua mulher não aceitaram a realização de uma obra ilegal ao lado da casa deles, e soltaram a denúncia na imprensa. Diante disso, o autor intelectual do crime meteu dois processos imundos, um penal e um cível
contra cada um. Uma brabaridade: os penais eram por calúnia, coisa que não houve, pois só foram denunciados fatos comprovados por farta documentação; os cíveis não passaram de tentativa suja de usurpação, alegando danos morais infligidos ao autor pelo fato de ter havido “calúnia”. Uma verdadeira monstruosidade. E o amigo ainda sofreu censura, estando proibido de mencionar o nome do autor do crime nos meios de comunicação – “mordaça torpe, sórdida, covarde!”, vocifera intimamente Manoel, profundamente enojado com tanta violência escrota, com tanta pústula emporcalhando os poderes do arraial – sob pena de multa de R$ 10 mil/dia e prisão por desobediência à ordem de não falar. “Isso são homens??”, pergunta-se Manoel diante de tanta perversão. Enter.
E já lá se vão mais de 546 dias desde que um juizeco do arraial baixou a liminar covarde e cabalmente demonstrativa da miséria do caráter de humanóides que hoje infestam o Judiciário em TODAS AS INSTÂNCIAS DESSE PODER!, desde a mais alta até o mais insignificante forunzinho de aldeota. A opinião pública é ciente de tudo, mas impotente diante dessa ditadura monstruosa, em que o “juiz entende assim ou assado”, estabelecendo um subjetivismo inaceitável na prática da magistratura. De há muito Manoel ouve falar da intocabilidade e da deformidade de caráter de muitos juízes, hoje agindo como opressores cruéis, ávidos, irresponsáveis e arrogantes. Sem contar serem regiamente pagos pelos impostos que esmagam os cidadãos... Podem dar voz de prisão a qualquer cidadão, seja um pobre mortal, seja um ministro de Estado, e ninguém lhes pode fazer o mesmo, estabelecendo uma distorção de valores inaceitável, pois privilegia imoralmente uma casta de seres que têm, como todos, merda dentro das tripas! Mas hoje está inaceitável a intangibilidade desses seres. Dostoyevski comenta isso: “O melhor dos homens pode, com o hábito, transformar-se num animal feroz. O sangue e o poder embriagam, engendram a brutalidade e a perversão”, disse o gênio eslavo. Enter.
E Manoel ainda pensa no escritor russo quando se recorda de outra fala dele na tristíssima obra A Casa dos Mortos: “Daí o perigo de um idêntico despotismo contagiar a sociedade. Uma sociedade que se afaz a tais conjunturas já está corroída até o âmago”. E assim se dá com o amigo de Manoel, monstruosamente perseguido também por uma vizinhança porca, quase toda ela curvada aos poderosos safados, glamurosos por serem detentores de poder no arraial, principalmente o deformado e repulsivo autor intelectual do crime denunciado pelo amigo. Enter final.
“É o fim!”, considera Manoel contemplando enojado tão horrenda paisagem. “Agora só tsunamis, terremotos e outras desgraças salvarão este planeta corrompido pelo ódio dos globalizadores, que aliás estão por trás de toda essa tragédia que enfrentamos. O diabo detém o cetro do poder sobre o mundo: Baphomet comanda o despedaçamento final. Que Deus livre os bem aventurados desse horror que já é uma realidade irreversível”. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
ATENÇÃO: JÁ ESTAMOS CENSURADOS HÁ 546 DIAS. A CENSURA A O ESTADO DE SÃO PAULO JÁ ESTÁ CONDENADA EM ÂMBITO MUNDIAL. QUANTO A NÓS...