Frederico Mendonça de Oliveira
Você deverá ter ficado besta com saber que o Carlinhos Cachoeira, bandido preso em presídio de segurança máxima (cheio de mordomias, certamente...) será defendido pelo ex-“ministro da Justiça” Márcio Thomaz Bastos. A titica grossa nisso está em que um homem que conhece a “lei” por dentro dos meandros os mais escusos deste lupanar político chamado Brasil vai ganhar milhões para defender um bandido de alta penetração nos meios “políticos”. Marcião Thomaz conhece tudo e todos, sabe os macetes e caminhos para desarticular qualquer investida contra a bandidagem de colarinho branco. Faz o gênero Mário de Andrade – óculos redondos, calvo, esplancnocrânio, nariz abatatadaço, muito ajanotado no vestir e no posar para as câmeras da nossa tão prostituída “grande imprensa” –, seguramente por fazer da lei o que o poeta modernista fazia da gramática: desfiguração. Se você não sabe, um livro prefaciado pelo vate da Paulicéia Desvairada sobre o compositor soviético Shostakovich contém uma nota do editor, ao final do extenso prefácio: “Foi respeitada neste prefácio a ORTOgrafia do autor”. Que de orto não tem nada. Assim é seu clone na “justiça” de hoje no Brasil: de integridade jurídica ele não tem nada... e não sei se você viu essa “distinta” figureta, quando daquela pantomima odiosa dos cães inimigos do Brasil para o “desarmamento”, dando marteladas num revólver à guisa de se mostrar “contra a violência” e, claro, pondo-se a favor da intervenção criminosa contra a soberania nacional. Afora a maneira como ele batia, que lembrou aquela pergunta da marchinha “Cabeleira do Zezé” (“será que ele é?”), a atitude é de um ser abjeto, de um asqueroso traidor da pátria que o pariu. E você vai ver por quê. Enter.
O “estatuto do desarmamento”, golpe torpe em nossa claudicante senão já estraçalhada soberania, mostra o quanto estamos à mercê de pilantraços e de traidores pustulentos, que agem escancaradamente como se vendessem a própria mãe, pondo-a pra rodar bolsinha pelas ruas cheias de cafajestes e capadócios useiros e vezeiros de patifarias e portando navalhas para dirimir dúvidas e contendas. Figuras patéticas circulam nesse cenário de degeneração, montando um painel felliniano escancarado numa capital de aspecto daliniano. Ex-ministro da “justiça”, MTB agora é o contratado para atacar de garantidor da liberdade a que aspira um arquibandido acusado de crimes e mais crimes contra o erário e envolvido com meio mundo na esfera política desta desgraçada Pindorama. O que se espera de um homem que não se vexa de servir, sob grossa remuneração, a um notório meliante, aliás já devidamente trancafiado em Mossoró, RN, embora certamente deitando e rolando em mordomias, como já considerado. A pergunta é: estando a essa altura montado em patrimônio que o faz completamente senhor de seu nariz – eta nariz!... – o ajanotado ex-ministro não poderia muito bem se esquivar de se envolver com defesas dessa natureza, passando a bola para colegas menos “montados”? Não seria uma questão de higiene espiritual não misturar essa auras – que a macacada brasilis, a bem do emporcalhamento do idioma e da autodestruição moral chama de “áurea” – evitando rombos no perispírito? Não seria, por outro lado, atitude de gente decente não faturar se emporcalhando nesse mar de lama pra ganhar uns milhõezinhos? Ou é aquilo que disseram ou o Paulo Betti ou o outro lá, naquele encontro com Lula na casa do Gil no Rio: “Fazer política é meter a mão na merda” ou coisa por aí? Ou seria o que disse o maestro petista Wagner Tiso, a coisa de “não estar nem aí pra ética do PT ou qualquer tipo de ética: importa é o jogo do poder”, frase lapidar como paradigma para o emporcalhado pragmatismo que esmaga nossas vidas nesse tempo de honoráveis arquibandidos? Bem, “dom” Márcio, sua imagem e atuação sempre causou engulhos a gente digna e que guarda o Cristo no coração. Boa sorte em sua nova tacada, ou, melhor: que sua defesa falhe geral, que o meliante continue em cana, para honrar os homens honestos vergados em aflição nesse bordel tupiniquim em que o senhor está sempre desfilando mariodeandrademente no andar de cima. Enter.
Deu na Tribuna da Internet: “Como se sabe, o ex-ministro é o responsável pela defesa de nomes indefensáveis como Carlinhos Cachoeira, a empresária Tânia Bulhões, envolvida em sonegação e contrabando, o médico Roger Abdelmassih, que dopava e estuprava as pacientes e está foragido, além de empresários picaretas e bandidos da pior espécie”. E a TI fecha a gestalt: “Se abordar esses casos na autobiografia, o livro de Thomaz Bastos será um espetáculo. Especula-se, por exemplo, que ele estaria cobrando R$ 15 milhões para soltar Cachoeira, o mesmo preço que cobra a grandes trambiqueiros, digo, empreiteiros. O ex-ministro é igual ao sabonete Lifeboy, vale quanto pesa”. E Carlos Newton, na mesma publicação, completa: “Ao mesmo tempo, o advogado (de Cachoeira) Antonio Carlos Almeida, conhecido como Kakay, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação das escutas entre o parlamentar e o empresário (aspas nisso, CN!) Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Alega que o Ministério Público Federal e a Justiça Federal deveriam ter pedido autorização ao STF para fazer as gravações telefônicas, porque Demóstenes é senador e tem foro privilegiado”. Você deve estar todo borrado, né? Enter final.
Estamos todos borrados, mas a grande, esmagadora maioria dos pobres diabos brazuqueiros está de toba colado na poltrona e os cornos pregados na TV assistindo desde aos currupacos escrotos daquele mísero e asqueroso louro josé até às porcarias tão bem filmadas das novelas do plimplim. Plimplim que na verdade lembra as caganitas tipo de cabra caindo na água do vaso quando a ingestão demasiada de açúcar prendia meus intestinos na primeira infância. O horror é a normalidade hoje nesse lugar irremediavelmente emporcalhado. Esse lugar chama-se ainda Brasil. Logo logo vai virar outra coisa. A menos que Deus tenha outro projeto. Só Deus... E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!