Frederico Mendonça de Oliveira
Estamos começando a festejar a nova etapa evolutiva do idioma, como você pode ver nos termos deste tão lindo título. No passado pré-cristão era o Latim, depois veio ocorrendo a falação de zumbis submetidos por Roma através das colônias por séculos, e disso decorreram o Francês, o Espanhol e o Português, essa tão admirada “flor do Lácio” de que falou o maluquete Bilac: “Última flor do Lácio, inculta e bela,/ És, a um tempo, esplendor e sepultura”. Do esplendor ficou titica nenhuma; já quanto a sepultura, o esplendor dela permanece, e é o futum da tetrametilenodiamina – carniça, para os íntimos. Só o fato de o verbo vir ter virado vim, revelando o espírito de escatologia das cabeças axavantadas (em sentido pejorativo: os xavantes são muito mais gente do que essa legião porca de brancos azedos que explora como vermes ávidos a carcaça dessa amaldiçoada Pindorama), esse oceano de penicos, já nos revela o que nos espera em termos de “idioma do futuro”. Estamos a caminho do idioma “grunhês”, inspirado no latim “grunn/o, o som do porco”. A julgar pelo que emitem “verbalmente” coisas como aquele Mirosmar, que virou Zezé Di Camargo, por sinal ícone/paradigma liderando uma incomensurável procissão de bugres palradores e lamurientos deste Brasil prostituído, desgraça inaudita neste planeta, os grunhidos sucederão as frases. Se os palestinos, exemplo de infortúnio nacional, enfrentam aquele horror desde 1948, pelo menos eles não decaíram em seus costumes, mantendo a dignidade de uma fala e de uma escrita originais mesmo sob o fogo atroz do invasor. Enter.
Você sabe, está vendo direto e reto: a podridão cresce e cresce e cresce, e não há saída. Uma vez, um juiz falou que “daqui dez dias vamos nos encontrar”. “Daqui dez dias”, meritíssimo?? Vossa Excelência não enfrentou uma provinha de conhecimento do Português para envergar a toga?? A preposição deve ter ido pro seu bolso como certos “adicionais” distribuídos no TJSP que o Ivan Sartori grita serem “devidos”; na verdade, são substrativos: subtrai-se a preposição da fala tanto quanto subtrai-se o “adicional” do erário, hohoho. A que pocilga descemos! Mas sempre há um consolo: nossos filhos sofrerão bem mais do que nós... diriam os que já se assumiram pública e claramente como sendo coprófilos. Nossos filhos e netos mijarão em nossos túmulos, você sabe: ficaremos para eles como plastas de merda que se adaptaram a uma pústula social sem dizer um “a”. Se não for pior, no caso de termos participado dessa pústula como os vermes que a geraram e nela chafurdam diante de um povo azumbizado e miserável EM TUDO! Você sabe: as bestas deambulantes nessa superfície malignizada que é o solo do Brasil nem sonham com ação e reação, jamais saberão o que é carma, vivem como irracionais transfigurados na busca de seus desejos enlouquecidos. Querem é carro – se possível, carrão –, matéria, eletrodomésticos, roupas de marca, show de miséria vocal dos chapeludos, fiveludos e botinudos, baladas e, claro: furebs no sofá e guampas na TV. Enter.
Ultimamente você também deve andar fugindo de “crianças” na rua, nas lojas, onde for. Os miserozinhos agora estão vivendo um interminável “outing”: manifestam publicamente a liberdade criminosa a eles conferida pelos cães que manejam os cordéis desse inferno em que estamos mergulhados. O que há de mais caro para as crianças lhes foi suprimido porcamente: o pátrio poder. Os pentelhos de que fala o Faustão hoje disputam corridas em lojas e supermercados, se enfiam entre você e o que você está fazendo, falam bem alto com seus “pais” – esses estafermos abestalhados e abostalhados –, fingem ser gagos pra alegrar os que os geraram e/ou pariram, falando bobo pra mostrar seu charme infantil idiotizado... e isso mostra o que serão amanhã: umas bestas ao sabor do caos. “Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. Negar pode acarretar frustrações prejudiciais.; Tome o partido dele contra vizinhos, professores, amigos. Afinal, todos têm má vontade para com seu filhinho” – eis aí um texto da polícia de NY intitulado “Como fazer um delinqüente”. Você sabe: a turma de papás e mamãs hoje está criando bugres perigosos, que irão certamente protagonizar uma era de horror e barbárie só vivida nos primórdios da chegada do homem NA Terra, quando nossos ancestrais se ocupavam com aprender a fazer um nó ou um laço com o cipó que a Natureza lhes ofertava. Daí terá vindo a forca... Enter final.
Pequepê, você pode ver, estamos fritos! O homem chegou à Terra ou NA Terra? Segundo o “juiz daqui dez dias”, deve ser NA. Ele deve conversar com seus congêneres nessa toada: “Você não vai VIM tomar umazinha cunóis? É só três copo!”.E assim marchamos a passos largos para o idioma Grunhês, porque, a julgar pela monstruosidade que se apodera das falas dos bugres deambulantes hoje, em curto prazo eles estarão falando por grunhidos. Mas ainda não é isso o ideal: a etapa do Grunhês é preparatória para a conclusão desse processo, quando falaremos o idioma dos gorilas, chimpanzés e orangotangos – nada de palavras. Se você não se grilar, chegará lá também... e é claro: ficará bem mais fácil. Todo mundo nu, os pelos crescendo pelo corpo para proteger da intempérie e, sublime conquista: não precisarão mais “IR NA ESCOLA”, não sofrerão mais a tortura de aprender a ler e escrever, não terão de distinguir pronomes de conjunções, tudo terá desaparecido. É possível até que reapareça acima do furebs um apêndice que vai aumentar de geração em geração, e aí a turma vai poder realizar seu sonho de tantos séculos: voltar às árvores, de onde, segundo os cientistas, eles vieram. Não é lindo? Pois é: a isso chamam de “evolução da Humanidade”... E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!