sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sobre a era da ilusão e do embuste

Frederico Mendonça de Oliveira

Se você acredita em carochinha e Papai Noel, nesses dias em que urubu é chamado de “meu louro”, boa sorte. A era que enfrentamos pode ser chamada de “era do salve-se quem puder”. E é assim que vemos despontar no horizonte visual um fato que assusta há décadas, aliás meio século: a possibilidade de a Palestina se autodeterminar como Estado e conseguir fazer parte da grande farsa que é a ONU. Os jornalistas a soldo do capital que domina o planeta, e que tem em Israel e EUA seus dois polos de manifestação de fato e aquilo a que podemos chamar de referência de domínio planetário, já estão boquejando como asnos zurrando para uma lua artificial. Um deles, não sei mais em que jornalão, manda que “Os critérios da decisão serão um pouco mais democráticos. "Em vez de socos e chutes, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, terá como arma os votos dos membros do Conselho de Segurança da ONU.” Palhaçada, seu babaquara! Você quer fazer que os que possam lê-lo pensem que a Autoridade Palestina é que dá “socos e chutes”? Então procure, no YouTube, Collateral Murder, véio, pra ver quem é o agressor genocida naquela encrenca do Oriente Médio! É claro que você é pago pela turma de aliados de Israel, então você tem que ser contra os palestinos, senão você perde o emprego. Mas tem outra coisa: tem o caráter e a índole. Tem gente que se vende para enriquecer, para subir na carreira, às vezes apenas para sobreviver. Seria o seu caso? Pois olhe bem quem tem medo nessa história: “No ringue dos conflitos mundiais, a ONU recebe, nesta sexta-feira 23, adversários já conhecidos. A Palestina, no canto direito, tenta vencer com a admissão de seu Estado como membro das Nações Unidas, enquanto, no canto esquerdo, Israel tenta fazer de tudo para impedir”. Tá com medo, Israel? Por que a Palestina não pode existir como Estado? Porque Deus, que elegeu vocês como povo, não quer, segundo pacto que os gentios não alcançam? Pois bem: esperamos que se faça a justiça há tanto esperada. A Palestina foi invadida, seus territórios tomados, existe uma grande complexidade nessa história, mas as coisas não estão mais tão fáceis para os Sharon e os Netanyahoo da vida. O último aí até trocou umas figurinhas com o Robertão (Carlos), nas quebradas desse show do “rei” da mediocridade e do mau gosto. Se o Robertão “acontece” por lá, é sinal de que o mal já está encravado naquilo. O que, aliás, não é novidade pra ninguém..., até porque a música popular deles é de um primarismo cavernal. Enter.
Pois é, você deve saber, ou nem sonha saber. Hoje é assim. Pergunto aos jovens teen já chegando aos 20 se conhecem Tom Jobim – e ninguém tem a menor idéia sobre quem seja. Ou “seje”, como dizem os montanheses daqui. A sorte é que também escaparam ao mal: também não conhecem o Brasa, com sua voz fanhosa e lúgubre, suas canções míseras e falseadas, medíocres, quando não estúpidas, remetendo a situações banalíssimas e a estados de espírito de grave atraso. Não há qualquer vestígio de estética em Roberto Carlos, há, sim, o maior embuste já urdido nesse pobre desgraçado Brasil... e a Globo tratou de alçar esse fantoche canoro à condição de “rei”, e na terra de Tom Jobim!! E Tom ainda era vivo!, e produzindo, então, maravilhas como Matita Perê, enquanto o “Brasa” “compunha” aquela torpe “Us botão da brusa/ que você unzava”... Que afronta ao mestre e ao País!!! Mas é assim: isso rima com Fernandinho Beira-Mar, com balas perdidas, com É o Tchan e com a depredação do idioma – que está aí ainda vivo, embora estertorando, e é bom acabar com ele logo, acabar com pronomes oblíquos, conjugação de verbos, concordância verbal, com crase, pra ficar todo mundo falando como aquele pilantraço a quem entregamos a faixa presidencial em 2003. Enter.
Pois é, falei em depredação do idioma e, dando uma geral nas primeiras páginas dos jornalões, topei com essa pérola: “Cidadão que pagou a conta da Copa vai assistir à ela pela TV”. No clichê, a carinha sorridente do Nelson Mota. Deveria estar rindo da pedrada no idioma dada justo em sua coluna no Estadão. Pois os erros de gramática nos jornalões avançam como peste em povo desnutrido, e isso combina perfeitamente com os R$ 11.545,00 que pagamos por minuto para manter parlamentares sevandijas chafurdando em delícia no mar de lama que é o “Congresso”. Você sabe do que eu estou falando? Sabe, sim. O pior É (tem esse é, sim) que os brasileiros são tão estúpidos que só fazem se lamentar por não poderem desfrutar dessa mamata... e é por isso que a mamata continua. E voltemos à questão do idioma, pra fechar esse parágrafo: você seria capar de conjugar verbos da mesma forma que um menino fazia há 50 anos? Claro que não, né? Bem, deixemos isso pra lá: tem uma coisa nova aí, que vale a pena comentar. Enter final.
Tenho visto, desolado, a conduta de “crianças” por aí. Parecem uns bugrezinhos ouriçados, e basta olhar para os pais deles pra entender. Filhos de bugres bugrinhos são. E com isso de não contrariar esses infelizezinhos, vamos constatando que eles vão ficando muitíssimo mais infelizes do que eram quando podiam levar uns safanões ou umas reprimendas. A felicidade é um estado de espírito, independente do que possamos querer ou fazer. Tem gente que se contenta com pouco, tem gente a quem nada satisfaz. Mas os bugrezinhos vão se perdendo a olhos vistos. E agora vem a notícia do aluno que atirou na professora e suicidou depois. Bonito. Um jornalão disse que ele deu dois tiros de 38 na cabeça. Você pode experimentar: tente dar DOIS TIROS DE 38 em sua própria cabeça... Bem, essa loucura já tem bullying como justificativa. Estamos todos perdidos... mas pelo menos a “fessora” não morreu nessa. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té pra semana, queridos!