Frederico Mendonça de Oliveira
Você não dormiria na semana passada enquanto não fosse esclarecido o que realmente rolou entre dois ídolos deste lugar chamado Brasil: afinal, Luciano se separar de Zezé di Camargo é uma tragédia nacional, concorda? O que fará o “povo brasileiro” se for privado de ouvir os guais dessa “dupra”? Que será do Brisêu se os filhos de Francisco dissolverem a união que mantém o “país” tão coeso, trazendo benefícios como redução de pobreza, aumento de oferta de emprego, aperfeiçoamento de setores como Educação, Saúde, Segurança Pública? Os sons assemelhados a ganidos emitidos por essas duas preciosidades culturais não têm contribuído enormemente para o “pogréssio” de nossas instituições mais valiosas? Então: você constata quão caro é para nosso povo e nosso país que os irmãos sertanojos se reconciliem, para que a normalidade institucional se reinstale entre nós. Enter.
Bem, um amigo me alertou para ser isso um golpe de marketing pra reaquecer o prestígio da “dupra”, possivelmente abalado pelo crescimento e aceitação crescente do “sertanejo universitário” (???) e da diversificação de mercado que isso vem produzindo de tempos pra cá. Pode, sim. Pois quão importante foi para todos ver a foto daquele tão adorado estafermo Luciano, envolto em panos de péssimo gosto e um boné ridículo e mais óculos escuros, fazendo gesto de vitória – ou de paz e amor? – com os dedos indicador e médio da mão direita ao sair do hospital! Está salva a pátria, ó Deus! Todos respiraram aliviados, todos dormiram tranquilizados, alguns até fizeram festinhas; outros, festões. E o Brisêu voltou aos seus tão firmes trilhos de antes, com a “dupra” agora reconciliada depois de uma estranha rusga de irmãos. E a legião de fãs, aquilo que Nestor de Holanda, nos tempos do Brisêu inteligente, chamou de “macacas de auditório”, poderá voltar a realizar suas sessões de ganidos conjuntos, coros de guais em êxtase de decadência coletivizada. Hoje o Nestor estaria enquadrado em crime de racismo, embora nossos admiráveis governantes e seus amos – que criaram essa lei repressiva estúpida e geradora de hipocrisia generalizada – façam de nós todos uma legião de macacos sem rabo. Isso pode. Não é uma lindeza? Pois é: temos visto – eu vejo esse horror de passagem, a toda hora – as legiões de meninas desmioladas “cantando” babosas e em transe de estupidez com essas “dupras”, e isso mostra que estamos na contramão da evolução, que o abismo se abre à frente dessa “pátria amada idolatrada”, especialmente se considerarmos o número de duplas de difusão da miséria sonora, vocal, cancionística, da estupidez assumida e do atentado irreprimível ao que seria nosso processo evolutivo. Enter.
Bem, você leu o Tutti Vasquez, aquele gozador do Estadão. Ele disse que, pior do que a separação da “dupra”, seria o surgimento de duas carreiras solo. Pobres de nós, claro, embora valha lembrar que Daniel e Leonardo estão aí emitindo seus sons vocais deletérios sozinhos porque seus parceiros foram fazer carreira subsolo... e assim você fica bem servido de assunto para reflexão fecunda. Vão alguns tópicos para suas elucubrações: um, considerar a irreversibilidade ou não dessa desgraça instalada pela mídia democida em nosso dia a dia; dois, conjeturar sobre a relação entre essas “dupras” e possíveis tsunamis que atinjam nosso litoral; três, indagar sobre que poder oculto transformou com mão implacável o país de Tom Jobim no país dos Filhos de Francisco. Enter.
E aí você fica sabendo que Lula está com câncer na laringe. Cacilda! Coitado!, dizem todos. Ou quase todos. E a imprensa trata isso na tremenda defensiva, evitando agudizar a situação, temendo gerar uma conflagração de ira santa no poviléu anestesiado e mantido passivo sob ação intervencionista fatal. E vem – você terá lido – o maçante e de hábito inconsistente Dimenstein na Folha condenando os que, sabendo da doença, se valem da internet pra liberar sua indignação represada no coração e na alma, especialmente os que sabem que o governo petista está se lixando para com a Saúde. O Lula de fala bostejante ter posado por 25 anos de salvador da pátria e inverter isso de forma radical tão logo envergou essa tão desclassificada faixa presidencial, isso pode. Na verdade, não interessa a ninguém o Dimenstein “se envergonhar” por causa de a macacada emputecida com a depravação constatada nessas duas gestões pegar o gancho desse câncer e liberar broncas entaladas há anos. Acontece é que o senhor impostor Lula, homem de duas caras e de cinismo assumido, ser tratado na estratosfera da medicina brasileira e por especialistas já podres de ricos gera revolta em setores desassistidos, claro. O palrador presidente não disse que o SUS é o mais avançado sistema de Saúde já visto no mundo e o que, em seu governo, chegou à condição de qualidade jamais alcançada “nefte paíf”? Procurasse então o SUS pra tratar a bosta! A macacada agora pergunta justamente isso, claro... e lava um pouco a alma tão aviltada por anos de corrupção explícita e ainda lança outra pergunta: por que este pelintra não respondeu pelos crimes praticados por seus auxiliares diretos? E outros dizem que esse câncer na garganta é castigo por ter mentido para o povo por 25 anos e ter invertido o jogo quando, empossado, se curva aos poderosos e frustra a expectativa dos que o elegeram esperando ocorrer a virada que ele tanto pregou. A turma tá puta da vida, meu!. Enter final.
Você pode sossegar: a crase está liberada. Saiu no O Globo: “Acusados de matar jovem grávida de 9 meses vão à júri popular”; e, na Folha: “Tripulantes deixam simulação de missão à Marte depois de 520 dias”. Marte e júri agora são muié! Vivaaaaaaaaaa!!! Abaixo o Portuguêis! E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, babes!
E continuamos sob censura, amordaçados desde 11/04/08. A vergonha vai totalizando 2169 dias. O advogado Gerardo Xavier Santiago, RJ, lembra que o artigo 5 da Constituição Federal garante a liberdade de expressão e de manifestação em local público! Abaixo a censura! E viva Eliana Calmon, brasileira de coração!
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