Frederico Mendonça de Oliveira
Sob o tendepá institucional que agora alcança e balança o Judiciário, depois de vermos transformados Executivo e Legislativo numa farra orgíaca de assustar os espíritos que sucumbiram em Sodoma e Gomorra – mas sem nenhum Vesúvio ameaçando queimar sob suas lavas as bacantes engravatadas –, chega o Natal. Você deve estar com sua arvorezinha piscando tecnológica, até enfeitando a casa por hábito, movimento inercial, coisa assim. Mas você deve estar sentido algo estranho no ar. Talvez porque suas excelências togadas andam às turras com a ameaça de terem suas contas pesquisadas... coisa que vai contra o já calcificado fato de que estas “divindades” se acham acima dos pobres mortais. Entrou Eliana Calmon nessa coisa torta e foi como entrar a raposa no galinheiro. Algumas cacatuas de toga negra do Supremo baixaram o topete por momentos no que começaram a ouvir o zumbir das setas lançadas do Conselho Nacional de Justiça. E assim o Cristo parece dar sinais de vitalidade nesse espaço soturno e desandado, da parede do qual pende o mártir maior dos que movem ódio contra a Humanidade. Na verdade, o Criso ali é um adereço desprovido de qualquer valor, nem mesmo simbólico. É apenas um adereço remetento a nosso passado, aos tempos que antecederam a rede Globo, quando o Natal era uma data cristã e religiosa – não a orgia comercial e estúpida em que a transformaram, restituindo aos fariseus e vendilhões do templo.a primazia sobre a casa de Deus. Enter.
A voz empostada e carregada de empáfia do excelentíssimo senhor ministro Marco Aurélio Mello ainda ecoa pelos corredores de um Supremo de supremacia hoje duvidosa. Ele brecou as investigações sobre a casa e seus pares, sendo sucedido pela figura de fisionomia abissal Ricardo Lewandowsky na sanha de calar a voz que os interroga sobre seus vidões e suas estratosféricas posições como membros daquela “corte”. Tem ainda o Peluso, patético, pulando na chapa quente sob o avanço das pesquisas – ainda bem – do Conselho sobre boladas que caem nas mãos de nossos divinizados magistrados. Inclusive na dele, na do Ricardão e de outros lá. Expliquem-se, excelências... Pelo menos sente-se um fedor de gás sulfídrico em meio à festa das togas das quais se destacam as que servem a Sarney e caterva. O Natal no STF em recesso, com a sala de audiências fechada e escura, poderá mostrar uma inesperada luz: o Cristo dependurado naquela parede fria acenderá à meia-noite, desinfetando aquela sala sempre a serviço de outros ideais que não os da Justiça. Ou não teriam recolocado Jáder Barbalho no Senado; ou não teriam votado pelo impedimento de Jackson Lago e seu vice no Maranhão, para empossar Roseana e seu vice – inaceitável, porque o governador já estava diplomado junto com seu vice; cassado o governador, assumiria o vice. Nada feito: com os Sarney tem sempre treta grossa. Assim também ocorreu como o repulsivo ex-presidente, sempre senador e coronel do Maranhão desde que cresceram seus pelos pubianos: Tancredo não fora diplomado, morreu antes. Então o vice não poderia assumir. Mas assumiu. Coooooooomo????????? Bem, você sabe: é o Brasil. E a cada voto a favor do impedimento, ouviam-se gritos da família na mansão da Praia do Calhau: “Esta toga é nossa!”. Assim começava a festa da família quando Eros Grau deu seu voto pela cassação. De outros “correligionários” de Sarney nem vale falar, mas anote aí, você: Gilmar Mendes é um deles. Sabe quem é esse um? É aquele que levou uma espinafração de outro deles, Joaquim Barbosa, em plenário. Veja no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=mGuYhGoW8CI , pra ver que impropérios encaixam como luva em suas excelências. Mas o fato é que, se a Justiça está fazendo água e mostra que virou um caldeirão do Hulk, eis aí, justamente, um presente de Natal: Cristo nos permite ver por terra uma farra de DESRESPEITO TOTAL AOS TRABALHADORES DO BRASIL! Porque nada justifica o fato bizarro de magistrados alcançarem uma condição de casta estelar acima dos que carregam este desgraçado país nas costas e viverem a condição de deuses pagãos, alguns deles se locupletando enquanto – especialmente professores – trabalhadores se arrebentam pra construir um futuro que parece mais e mais remoto! Enter.
E o Natal vai morrento, soterrado por lixo. Você me pergunta: “que lixo?” Respondo: andar pelas ruas entre zumbis atônitos e bovinizados ouvindo no PA público a infame Simone cantando Noite Feliz em baianês, falando féliz, córação e outras merdas; ou ser assediado por vendedores estupidificados pelo sistema e pela estratégia de vendas ditada pelos demônios das associações comerciais e aturar “posso ajudar em alguma coisa?” ONDE QUER QUE PONHAMOS AS PATAS! Puta que pariu!!! E os imbecis ainda dizem, caso neguemos “ser ajudados” – ajudados é o cacete!!! – “fique à vontade”, quando já estávamos à vontade até a abordagem boçal dos miseráveis fantoches obrigados a isso. Onde está o Cristo? Basta irmos às ruas e veremos que Ele foi expulso daqui pelos vendilhões do templo! Na maioria das lojas toca a mais mórbida, miserável e sórdida “música” em caixas de som postas na porta. Se alguém reclama, os energúmenos dizem que é pra “chamar freguesia”. Pra que, bandidos? Pra dançar em frente à loja ou enquanto se compra? Safados, isso é a desordem pública trazida pelos monstros que tomaram suas almas para sempre! E vocês, ainda por cima, brigam pra ir pro inferno! Enter final.
Que o Cristo Salvador encontre algum coração permeável a Sua palavra. Que o amor, soterrado por tanto ódio e lixo, sobreviva, mesmo que oculto e proibido de ser manifestado. Que a paz esteja conosco. Em Cristo. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Um comentário:
Quanta clareza, a verdade sempre triunfará!
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