quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Manoel, Tiririca e o fio da meada perdido

Frederico Mendonça de Oliveira

“Ó Maria, tu não terias votado às ocultas no Tiririca, sei que não é teu feitio. Mas muita gente fez isso. Sendo secreto o voto, muita coisa acontece que acaba surpreendendo depois... Será que todos os milhão e quatrocentos que votaram no palhaço revelaram sua intenção? Sei lá... Lembro-me de um candidato a vereador num arraialito próximo a este que, depois da contagem de votos, verificou ter tido apenas UM, o dele. Nem a mulher nem os filhos – que dirá amigos ou outros – votaram nele!... Na segunda-feira depois da apuração vi o pobre subindo a rua principal do arraial, semblante arrasado. Exibia isso publicamente, manifestava-se deprimido convicto. Pois a ‘mulher pera’ (ou a ‘melão’, uma das duas) não teve um voto sequer; então nem ela teria votado em si!”, fala divertido Manoel, sob o olhar atento e prenhe de sua Maria, envolvida com seus papéis de estudo. Enter.
E Manoel prossegue em solilóquio, ferino para com o cenário surrealista que se nos apresenta: “Mas a coisa agora entrou em outra dimensão: passado o impacto da votação de quase milhão e meio no palhaço, agora vêm a ‘justiça eleitoral’ e as outras ‘justiças’ querendo brecar o ingresso do infeliz na ‘vida pública’. Não o querem ‘parlamentar’, pelo que vemos. E o Estadão publica essa belezoca, pasmem todos: ‘Segundo ele (Tiririca), os anos de atividade circense causaram lesão que dificulta a aproximação do dedo indicador ao polegar. A confissão de Tiririca confirma laudo do Instituto de Criminalística, elaborado a pedido do promotor eleitoral Maurício Antonio Ribeiro Lopes. Peritos do IC concluíram que o autor dos manuscritos examinados possui uma habilidade gráfica maior do que aquela que ele objetivou registrar ao longo do texto da declaração. No dia 1º deste mês, o promotor apresentou à Justiça pedido de cassação do registro de Tiririca sob a acusação de falsidade documental e ideológica’. Ora, pois, quanta fanfarronice institucionalóide, parece uma ressaca depois do porre eleitoral com que o palhaço e a população brindaram a história recente deste covil de safardanas que virou o edifício político brasileiro e a arquitetura de poder em geral, em todas as dimensões e instâncias! Que confa! O palhaço afirma que tem dificuldade de aproximar polegar do indicador por causa de lesão. Os caras dizem que não? Qual é, afinal?? E veja bem, ó Maria, tem mais merda debaixo desse tapete. Afinal, a consagração do Tiririca é uma contrafação feíssima para o sistemão que está armado aí...!”. Maria remexe em seus papéis de estudo, recompõe os coxões cruzados, respira fundo pensativa e prossegue atenta. Enter.
“Ora pois: por que só depois de o palhaço lavar a égua no pleito os ‘técnicos’ nisso e naquilo vêm trêfegos investigar isso e aquilo? Por que não investigaram no ato da inscrição do cara? Por que não puseram em dúvida a capacidade dele antes de rolar o processo eleitoral? Todos dormiam? Agora, quando até os gringos globalizadores no Exterior caem de pau fazendo galhofa com a sensacional vitória do palhaço e do que isso estampa como síntese de cena política no Brizêu, os ‘defensores da lei e dos valores democráticos’ querem varrer de cena a vergonha. Sim, a VERGONHA: tantos professores, tantos juristas, tantos jornalistas, tantos estudiosos, tantos artistas da pesada, todos socados em empreguinhos e em instituiçõezinhas de merda lutando pra ganhar uma miséria de sobrevivência poderiam se habilitar, e justamente os apedeutas de estádios, de circos televisivos e de palcos da miséria sonora e da mídia estupidificante se apresentam pra representar a população brasileira!... O que salta aos olhos é que os bons citados acima não ousam tentar ingressar no dantesco meio político por se sentirem incapazes de navegar em águas tão imundas e tétricas... Aliás, não foi o maestro petista quem disse que o que interessa é o jogo do poder, não a ética? Se é assim, os bons e os capazes fogem disso. Não querem meter a mão na merda, como disse outro global em fala combinada à do tal ‘maestro’. Se o Martin Luther King disse que ‘O que me preocupa não é o grito dos maus. É, sim, o silêncio dos bons’, não significa admitir que só existam maus e bons. A meu ver, linda, existem maus operando, maus quietos e só na espera de oportunidades – e esses são muitos, muitos! – e maus sem iniciativa nenhuma. Também existem bons, mas não podemos esquecer certa frase lida em manual muito discutido: ‘É preciso ter em vista que os homens de maus instintos são mais numerosos que os de bons instintos’. Talvez por isso a Humanidade viva em regressão, a despeito de progressos, por sinal a cada dia mais duvidosos, como os da ciência e da tecnologia”. Enter.
Maria finalmente intervém: “Ora, é o caso de perguntar se Tiririca é bom ou mau. Ou se quem o julga agora avaliando suas condições para exercício da legislatura para que foi ribombantemente eleito é bom ou mau. ‘Quid est veritas?’, perguntou Pilatos diante do Cristo, embananado frente a uma contradição viva entre condenar um inocente por pressão da multidão conduzida por agentes e inocentar um salteador notório que a mesma multidão ‘queria’ livre. Pois o Cristo teria (usando as mesmas letras!) solucionado o enigma: ‘Est vir qui adest’, isto é, ‘é o Homem a sua frente’. Mas o diabo é que não temos hoje nem Cristo nem Pilatos, só temos judas de todas as laias, e nosso tempo não trará soluções, só catástrofes e desgraças. Estão tentando crucificar o Tiririca depois de alçá-lo – QUEM??? – a uma glória que ele não sonharia alcançar. Hoje ele é, por ação de terceiros, uma INSTITUIÇÃO, que saiu pela culatra dos que articularam isso. Por que, então, eliminar o pobre depois de o erigirem? E teremos mais um episódio de cinismo revelando a podridão geral: a sociedade se dividirá entre detratores e defensores do Tiririca, e não virá uma decisão de consenso, mas o que o dedo invisível apontar. O mesmo dedo que ‘libertou’ Barrabás. Doa em quem doer, seja certo ou errado, falso ou verdadeiro, o dedo invisível imporá o resultado”, conclui Maria entre séria e marota, convicta de estar sendo clara e muito bem entendida... Enter final.
“Pois aí está, ó linda: até lamento não ter votado no cara. Aliás, seria uma beleza TODO O BRASIL votar no Tiririca: seria o MAIOR PLEBISCITO JÁ REALIZADO NA HISTÓRIA DA PINDORAMA!, pense bem! Por isso fantasiei que poderias ter em segredo votado nele, porque isso ajudaria numa definição que o tempo, muito mais que a História, revelará como sendo a verdade! Podem esses moralistas de ocasião pular como quiserem, mas a verdade está definida: se o Brasil se tornou um circo, seria perfeito que toda a população elegesse um palhaço, ó linda! Que bufonada! Jamais Tiririca teria pensado em nos divertir com tamanha piada!!!”, exulta Manoel. Maria se mantém com semblante de Mona Lisa e considera: “Até me comichou por vão desaforo votar no palhaço – uma verdade para esse circo –, mas tu sabes que não vergo a pruridos. Mas que nos tentou a todos nós, lá no fundo, isso tentou!”. E Manoel se perde no profundo dos olhos castanhos límpidos e sinceros de sua amada. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Vale lembrar que estamos sob censura desde 11/04/08, e que a restrição já vai totalizando 904 dias. Abraço pra turma do Estadão, que também atura isso há 455 dias...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Manoel, uma "ressurreição" e o caso Tiririca

Frederico Mendonça de Oliveira

“Ó Maria, veja o que transcrevi de uma notícia de primeira página em jornalão!”, e nosso herói passa a ler em voz alta um texto em que se exercita em sua tarefa de jornalista: “Em João Pessoa, um aposentado de 80 anos era dado como morto. De repente, já posto no caixão, apresentou mobilidade vital, momentos antes de se iniciar o velório. O protagonista da situação era Pedro Porcino da Silva, 80, morador da zona rural de Pilar, e ocorreu com ele um caso raro na medicina: catalepsia, ou perda temporária de sinais vitais. A família viveu momentos de dúvida e emoção, logo tentando recorrer à Justiça, a filha Celma declarando à imprensa que 'A gente está muito feliz, mas a gente quer justiça. Isso não se faz com ninguém'". "Que achas, ó linda?”, pergunta Manoel a sua deusa, que o contempla com olhar matreiro, na expectativa. E Manoel prossegue; “Daqui por diante mudo o tom do texto, assumo o coloquial crítico, particularizando o discurso: 'Pois o cara estava duro e frio: estaria morto, pois. Quem o examinou – parece que mal, sem muita atenção, ou nenhuma, apenas empurrando o trabalho com a barriga – passou logo um burocrático atestado de óbito. A responsável por tal bobeira foi uma médica de Itabaiana. O idoso teria sofrido infarto fulminante, acometido de dor terebrante, sucumbindo em seguida. Mas o inesperado veio logo depois'. Segundo o jornal, "Três horas após chegar ao necrotério, quando estava sendo preparado (embalado para o velório e para descer ao túmulo), seu Pedro se mexeu no caixão". E volta Manoel: 'A família, até ali empenhada em aviar o defunto para o destino de praxe, deparou com inversão abrupta de fatos: o defunto não prosseguia defunto, reassomava no mundo dos vivos. Instalava-se um intenso quadro conflitante', conclui Manoel cofiando o bigode grisalho e rebelde, herança de seus ancestrais árabes. Enter.
“Pois veja, ó Maria, como o redator circunstante conduziu bem o texto: ‘Na manhã seguinte, seu Pedro foi transferido para a UTI de um hospital em João Pessoa, em estado grave e coma induzido. Nos dias seguintes ele surpreendeu a equipe médica. Após receber alta, o idoso deve comemorar com a família o aniversário de 80 anos, completado dois dias antes de ser dado como morto’. A conclusão da matéria é impecável, ó Maria, é até musical, um texto fluido, fechando com valores de fábula, teor de happy end equilibrado e vertical, só deixando dúvida quanto à temporalidade: ele recebeu a alta e deve então comemorar ou comemorará depois de recebê-la? Mesmo assim, dá alegria na gente ver um irmão brasileiro na Paraíba esgrimindo uma tão clara digitação!”, festeja Manoel divertindo sua Maria, que tem um terno olho nele e outro no gato, que chega ondulante e carismático. E a manhã se tinge de cores alegres, também ao sabor do Rob Madna Trio, que esbanja elegância no rádio traçando com delícia Fallin’ in Love with Love”, de Rogers e Hart, jóia do século passado, coisa de tempos de uma ainda viva civilização. Enter.
“A ressurreição é uma questão sempre espantosa, porque tema de essência para os vivos que consideram a inevitável morte, contingência inescapável... e, se algo balança os que enfrentam uma leitura profunda do Evangelho, é Lázaro. Que o Cristo seja o Deus encarnado, isto é uma coisa; quanto a Lázaro ser fato ou metáfora, aí todos oscilamos. Estaria ele catatônico, e teria ‘morrido’ justamente para que se cumprisse a Lei, para que o Cristo o chamasse de volta, parecendo isso o prodígio dos prodígios aos olhos dos vivos e para desespero dos fariseus, que já tramavam a morte do Homem? Pois vá: se o ‘camelo’ a que se refere o Cristo na parábola do homem rico hesitando em segui-Lo não é o animal, mas a baita corda com que se amarravam embarcações àquele tempo, com isso abre-se uma perspectiva no que se abordam os textos dos evangelistas, que podem estar cifrados para leigos... Veja: andar sobre as águas, fazer parar a tempestade, multiplicar pães e peixes, tudo é deslumbrante ao pé da letra tanto quanto sugere um encantado e precioso subtexto. O diabo é podermos penetrar nisso... mas a ‘ressurreição’ de 'seo' Pedro, além de ser para mim o primeiro caso de catalepsia revertida registrado em imprensa – conhecia isso de relatos, quase sempre anedóticos –, traz em si um vírus do grande mistério. E a todos encanta como experiência, acaba de algum modo virando festa para os envolvidos com o fato...”, considera Manoel, enquanto o rádio agora dá notícias do vaivém envolvendo nosso novo deputado, o palhaço Tiririca. Enter.
“Eis aí: falamos sobre ressurreição, e Tiririca adentra o recinto com toda a contradição que envolve seu ingresso na ‘vida política’ da Pindorama... e agora temos outra questão: sob o impacto da estrondosa eleição deste palhaço, morre ou renasce o Legislativo e a instituição política brasileira como um todo? O fato é que está instalado um conteúdo de limiar, de extremo, algo acabou e algo começou através de sufragar este mestre da baixa estima... Na verdade, algo da voz de Deus moveu os dedos dos eleitores para eleger o absurdo... porque de absurdos em cascata grossa todos andam fartos, e eleger Tiririca não passou, claro, de uma bofetada nas nádegas faciais desses engravatados que depravam o Legislativo – e não só o Legislativo, óbvio... então irrompe o efeito Tiririca sendo sugerido como remédio salvador porque absurdo, como se todos o usassem como placebo de alto impacto justamente por se saber ser inócuo, a partir do próprio slogan do candidato”, fala meio consigo Manoel, enquanto Maria se ocupa de receber os afagos do gato. Enter.
“Ora, Manoel, a catatonia já tomava o Legislativo há décadas..., e a eleição expressiva de Clodovil e de Agnaldo Timóteo, dois antiparlamentares por definição, décadas atrás já sinalizavam a descrença do eleitorado ante a intangibilidade apresentada pelos ‘parlamentares’, esses seres de outro mundo, outro idioma, outro ‘princípio moral’ tão diverso do nosso... e com isso víamos uma como que metáfora da necessidade de alterar o conteúdo da massa humana presente naquela pinóia. Claro, não eram os seres indicados para minorar ou alterar significativamente a deterioração já presente naquela massamorda parlamentar. Mas, vá lá, era um protesto, era uma piada, uma provocação, até para revelar que tipo de conceito os eleitores guardam a respeito dos profissionais da tramóia em que se transformaram os políticos em geral. A necessidade explicitada por todos é e vem sendo dar um choque para ressuscitar a instituição... mas todos sabem, ai de nós, da irregenerabilidade daquilo, e que nem uma droga do tipo ‘levanta-defunto’, como um Tiririca eleito por milhão e quatrocentão de votos, é capaz de fazer com que aquele covil desperte e volte a andar...”, emite Maria por entre seus lábios suaves, incapazes de deixar passar por entre eles uma palavra má, embora de tempos para cá se permitindo articular fortes conceitos. Enter final.
“E agora querem porque querem achar alguma coisa que ‘impeça’ o palhaço de integrar o corpo – ou o ‘corpo’ – de legisladores, talvez porque a repercussão da vitória eleitoral de um palhaço em nossa Câmara seja depreciativa para nós no Exterior... ‘Nós’, quem?? Quem pensa que pode recombinar categorias de valor tão opositivas como a do poder e a do povo numa coisa só? Doeu em vossos tobas elegermos o palhaço, ó pás? Bem, então parece que teremos alguma ressurreição por aí, porque o remédio Tiririca já começa a fazer efeito!...”, conclui Manoel entre gostosas risadas com sua Maria, e ei-los enlaçados por olhares arrulhantes... E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, babes!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Manoel e os micos no comércio

Frederico Mendonça de Oliveira

“Posso ajudar em alguma coisa?”, pergunta cínica e/ou abobada a sirigaita empregada em qualquer loja em que se entre. Numa dessas, Manoel, embaraçado, responde educadamente que não, ao que a criatura acrescenta, com estudada falsidade: “Fique à vontade”. “Puta que pariu!, caraco, puta merda!! Eu já estava à vontade! Entro no diabo da bendita loja e nem posso olhar para as titicas expostas, lá vem a maluquete ‘instruída’ pelos psicopatas do comércio tirando-me o direito de olhar as merdas sem ser incomodado ou, pior, estorvado!! Que miséria, que dislate, que MICO!!”, vocifera Manoel para suas profundezas emputecidas pelo assédio agressivo no comércio impudente. Sentindo-se realmente assediado pela doidivanazinha, Manoel foi ao Houaiss, e lá está um dos significados do verbete estorvar: “tolher, impedir (liberdade de movimento, livre trânsito etc.). E é isso que ocorre atualmente “na avidez doentia no mundo das lojas”, segundo nosso herói. “Não se pode mais olhar porcaria nenhuma em lugar nenhum!!! Entramos para olhar!, comprar será escolha nossa, porra!!!! Ou não pode??? Poooooooooooorra!!!”, desabafa indignado o mais brasileiro lusitano nessa Pindorama desvairada. “Estão todos loucos, ó Maria, e parece gostarem, e obedecem como zumbis acéfalos, já se preparam para o próximo patamar, qual seja, o de voltar às árvores, seguramente o lugar de onde vieram...”, e Maria já se reta e engatilha sua ira santa quanto à conduta dessas pobres atendentes, na verdade umas metediças, e vem chumbo. Enter.
“São umas infelizes, ó Manoel! São coitadas tratando de se agarrar à tábua de salvação que é o emprego, decerto um subemprego perverso... Sei até de vexames por que passam essas infelizes! Um dono de loja aqui no arraial, por exemplo, volta e meia obriga suas funcionárias a dar pra ele nos fundos da loja para não despedi-las. A miséria moral desse meio é tal que elas sucumbem a tais horrores para manter colocação nesse inferno, pois inferno pior, para a maioria delas, será aturar desemprego! Então podemos entender que obedecem a tudo para se manter ‘colocadas’. Mas, vejamos: não são só moças: rapazes, embora não tenham de dar para se garantir, também assediam de forma escrota... mas... vamos à origem disso, ó meu caro? Afinal, para tudo existe uma causa, certo? É batata que isso é só ponta de iceberg!”, e os olhos firmes e pestanudos de nossa heroína se alojam belos nos de nosso herói. Enter.
“Falaste e disseste, ó Maria! Pois não é que outro dia, na caixa do supermercado, estando atrás de mim um monte de gente com carrinhos, ouvi da atendente, depois de receber o troco, a absurda pergunta: ‘Mais alguma coisa?’, e fiquei atônito, perdido. ‘Como assim?’, perguntei, sentindo o silêncio de uns cinco na fila atrás. Pois a garota travou, só pôde insistir mecanicamente na pergunta, já em pânico. ‘Você tem alguma sugestão?’, perguntei, tentando sair do impasse. Pois a garota ficou em total embaraço, aturdida. A fila parada, lá, aguardava. Apiedado diante da merda mental da infeliz, ajudei: ‘Não, é só isso.’, ao que a pobre respirou aliviada, voltando à irracionalidade que lhe garante o salariozinho seguramente uma titica.”. Maria contemplava o ar, imaginando a cena besta, “vendo” a bobalhona em colapso mental, e insistiu: “As causas disso, Manoel, as causas! Se EM TODAS AS BOCAS DE COMÉRCIO ACONTECE ASSIM, algo move isso, trata-se de uma ação planejada, posta em prática em plano sistemático, e essas pobres criaturas acríticas obedecem como gado, em aquiescência vacum, são objetos e engrenagens de um programa!”, conclui Maria com inflexão aquilina em seus olhos firmes e belos. Enter.
“Ah, ó Maria, veja que mataste a charada! Pois não é que, dia desses, uma bela operadora de caixa me revelou isso?! Ante a piada de um amigo a respeito do infame ‘posso ajudar em alguma coisa?’ com que nos otarizam direto e reto de uns tempos pra cá, a moça nos desvendou o mistério enquanto operava o troco: ‘Ah!, é o treinamento da Associação Comercial! Eles treinam a turma pra agir assim!’. Fiquei chapado, ó linda, porque apareceu o rabo da onça, a prova do crime! Tens razão, eis a origem! Trata-se de um que os pobres acéfalos aprendem a impor ao cidadão! As associações comerciais, por sinal instituições de origem obscura – o que está por trás disso, que não sabemos? – e de inserção suspeita no contexto social, sempre operando de forma intangível e obedecendo a uma instância silenciosa e cheirando a secretismo, seriam as responsáveis por essa deformidade perversa?! Seriam?? Bem, a moça não falaria pelo rabo, pois estava sentada sobre ele, obstando um possível discurso do traseiro... mas, cacilda!, que achas disso??”. Enter
Maria assumira um teor pesado no semblante, uma seriedade combinando entendimento com indignação. “É o que eu dizia, ó Manoel... tem carne por sob esse angu, como dizem por aqui. A maluquice está na deterioração premeditada das relações, coisa estudada, a estética da impertinência. Hoje constatamos uma caotização de conteúdos... E vem a calhar você tocar no assunto dessa relação absurda e absolutamente inaceitável para quem pensa ou sente um mínimo que seja, e ouvir as ‘razões’ que ‘eles’ lhe apresentam, razões deformadas, de golpistas assumidos, de contraventores profissionais. Assim como garotas têm de dar para o patrão no fundo da loja pra prosseguirem empregadas, da mesma forma são investidas na tarefa de estorvar os fregueses. Pois é: Criticam Hitler diariamente há mais de 60 anos mas ele continua aí, destruindo tudo... Não é mesmo? Hem? Hem?” Enter final.
“A verdade, Maria, é que vamos chegando ao limiar de uma era. Vai se formando uma Babel no planeta, não há como fugir. Eles avisam: ‘Causaremos tal desordem entre os povos e dentro deles que, no dia em que tomarmos o poder através do golpe de Estado internacional, todos beijarão nossos pés em total gratidão’ (!!!), é ou não é isso? Se hoje falamos do surrealismo no comércio, em que o consumidor já vive direto sob atentado contra sua identidade, personalidade, privacidade, seu direito de ir e vir e direito de escolha, puteado sob perguntas impertinentes, como se fossem incapazes de decidir e de escolher o que lhes convém, de saber discernir entre o que interesse ou não, imagine-se isso daqui a alguns anos... Bem, quem sabe de si não cai nessa, mas a boiada perdida na vida está sob esse jugo, e a coisa só fará piorar. E as associações comerciais? Piam a respeito dessa política escrota e maligna? No mínimo dirão que ‘não sabiam’, parafraseando certo ser abissal de voz roufenha e de caveira sempre ‘cheia de alpiste’, ou talvez digam o que dizem os que seguem a orientação delas: ‘Se você não atende o freguês, ele reclama!’. Ora, como dizem lá na Terrinha: ‘Vão lavar essa bunda!!!’, pois vocês enganam é os trouxas, gente que já deixou de ser gente!”, brada nosso herói sob a aquiescência de sua linda Maria, que já arma outras abordagens especiais pra frente... E viva Santo Expedito! Oremos. Té pra semana, babes!

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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Manoel e Maria consideram o “voto Tiririca”

Frederico Mendonça de Oliveira

“Um milhão, trezentos e tal votos, ó pá! É o segundo deputado mais votado no Brasil desde o admirável Enéas, que os bufos mijados da mídia hetera chamaram de ‘nazista’, saindo até ilustração do grande mestre Cássio Loredano, em deslize lamentável... mas é imprescindível pensar nos significados que envolvem a extraordinária marca alcançada por um palhaço vulgar do presente, pobre beldroegas alçado a ícone dimensões nesta Pindorama”, discursa Manoel exercitando sua oratória um tanto enferrujada pelos tempos de silêncio forçado sob os bostejos dos postulantes às tetas da mãe República. E a formosa e abundante Maria não deixa passar o mote, e parte para uma glosa mordaz e anavalhada: “A imprensa hoje, cloaca a que se resumiu uma instituição de séculos, usa aspas na palavra nacionalista, como se isso fosse deslize, deformidade, o que vem a rimar com o que teria proferido Samuel Johnson em sua frase tão abrangente quanto vaga: ‘O patriotismo é o último refúgio dos canalhas’. Então, é no mínimo um belo pum isso de os jornalões e a TV nem promoverem nem desancarem Tiririca, registrando defensivamente os fatos e evitando posicionamentos. Chamarem Enéas de nazista é torpe, imundo, especialmente porque encarta valores outros, subtextuais, que os besteirões que lêem, vêem e ouvem imprensa não entendem – mas engolem, incorporam, introjetam”, avalia nossa fornida heroína. E Manoel, contemplando sua deusa, considera consigo: “Parece as imagens da mitologia, lembra as mulheres das pinturas de Renoir, mas está viva e, mesmo pujante e avantajada, enxuta!”, e ainda fala em si, entre os dentes de sua mente tomada de ternura, que “Quem gosta de caniço é pescador”, lembrando-se da tão badalada Gisele Bündchen, esta criatura tão cortejada quanto pobre de carnadura, sem contar o nariz grosseiro, que perto do de Maria parece uma inesperada batata doce, destoando de uma linda cerejinha... “Eu diria que aquilo é Gisele Sem Bündchen... e não entendo como brasileiros, em cuja tradição se finca a adoração à beleza e grandeza da bunda, podem eleger tal criatura, assemelhada estrangeiras retilíneas, a tal grau de admiração, com teores de endeusamento... Eu, hem!” Enter.
Bem, nossos heróis vivem seus dourados momentos no aconchego, no sacrossanto recesso de um lar produtivo, e se dão o direito de pairar acima dessa patacoada em que estrumadas e flatulências verbais dos candidatos empestearam por meses, atrozes meses, o éter do arraial já em franca decomposição, como de resto a republiqueta das bananas e o pobre e já claudicante planeta dos macacos. E Maria, recebendo em seu farto colo o gato, solfeja: “Quer dizer que não podemos mais amar a pátria sem virar canalhas, que não podemos mais ter nação sem virar nazistas?? Bem, se não estou derrapando para reducionismo ou generalização, que pretendem os que cunham tais falas, que soam como cornalgias ou ginglimalgias cotovelares, cubitais, tão específicas ou amplas se apresentam, associando cu com bunda...”, e nossa heroína logo se sente incomodada e emenda: “Bem que eu poderia amenizar os termos, como ‘ânus com nádegas’, para contornar um turpilóquio... mas que turpilóquio pode ser maior que um discurso de um engravatado congressista, mesmo que sem qualquer escorregada para o chulo tão presente nas falas daquele Ciro do Ceará?”, repensa Maria, concentrada com os olhos espetados no éter, como disse Machado sobre o Quincas Borba. E o gato se lambe, lambe a pata e passa elegantemente pela linda cara, com uma religiosidade que fecha com o torso ereto de nossa heroína, e Manoel bosteja um “ingrêis”, como dizem os arraialeiros dessas montanhas não escarpadas: “Although not many dogs have style, cats have it in abundance”..., “e dlim e dlom”, como Guimarães Rosa finalizou a respeito de um esquilinho: “... e já de ah subindo p’la árvore de jequitibá, de reta só assim esquilando até em cima, corisco, com o rabãozinho bem esticado para trás, pra baixo, até mais comprido que o corpo – meio que era um peso, para o donozinho dele não subir mais depressa do que a árvore...” Enter.
“Fazer o quê? Se Tiririca chegou a tal marca, ó Manoel, isso pode ser um sinal vital de um eleitorado novo, aguerrido e abespinhado em resposta radical a uma estrutura achavascada até o rés do chão, à sarjeta da História, que é o que vemos e vivenciamos”, engrena Maria, cantando seus inexistentes pneus. Ou peneus, como diz o Galvão Bueno. “Hão de tachar como atitude de boçais, de gente identificada com a dimensão do palhaço, de congêneres e assemelhados do festejado histrião. Pode, admitamos isso. Mas, conscientes ou não, refletidos ou não, racionais em seu gesto ou não, ocorreu mesmo foi voto-antídoto ou voto-veneno, uma curiosa manifestação de coerência através da incoerência, de afirmação usando negação, e não se pode descartar a relação fatal disso com a escatologia planaltina em décadas: uma escandalosa e superlativamente escrota palhaçada destroçando o Congresso e as instituições essenciais da arquitetura de poder. ‘Se é assim’, diriam, ‘elejamos um palhaço profissional, assumido’, que se mostrou impagável em seu humor, aliás sua possível consciente ironia quando propôs, em slogan de campanha: ‘Vote em mim, pra eu ajudar minha família’, uma bela escarrada, sonora bofetada nos que aberta e criminosamente praticam o nepotismo nas barbas do povo trabalhador sofrido. Não há como condenar a gigantesca votação alegando ser ela estupidez coletiva, já que até explode como contundente metáfora. Isso é muito diverso de considerar ‘Eguinha Pocotó’ manifestação cultural, como cometeu nosso ex-ministro da Cultura ante um contingente boquiaberto de pensadores e resistentes”. Enter.
“Agora ELES terão de engolir o próprio veneno, os fimícolas que chafurdam no cagalhão em que foram transformadas – aliás, por eles mesmos! – as instituições essenciais de uma nação. ‘Nação??’, ora, olha só, que eu viro nazista!, ó Maria, metendo-me a falar em nação!, e viro canalha se valorizar nossos conteúdos pátrios!”, ironiza Manoel incendiando o semblante da amada, que o fita com ponteagudos olhos castanhos perspicazes e divertidos, considerando a pachouchada que move esses cordéis esmerdeados levando países e planeta ao desfecho do Armagedon. Enter final.
“’Vote em Tiririca: pior do que tá não fica!’, eis uma tirada genial se considerada a gratuidade e a vacuidade vomitadas em slogans ultrabatidos de candidatos tão abundantes como estranhos a todos, horda de hienas sorridentes ou de ilustres bonifrates, ou de jagodes notórios, de pelintras consagrados, e mais um monte de bobões espertos que nessa assomaram sonhando escapar de sua atual titica existencial. É: atrás do bufão veio chusma de ex-famosos; uns, artistas; outros, esportistas, todos hoje no ostracismo e loucos por sair da merda ingressando na grande mamata, e o grande golpe é virar, todos, “parlamentares”, claro. Mas só Tiririca chegou lá, e em grandíssimo estilo. O resto dançou feio. Eis a lição: só um palhaço autêntico seduz o brasileiro radical, mesmo que radical em sua ignorância, em sua pequenez. Mas, jamais, sujo por mentir durante 25 anos e depois trair porcamente o País. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!

Ah! Vale lembrar que estamos sob censura desde 11/04/08, e que a restrição já vai totalizando 890 dias. Abraço pra turma do Estadão, que também atura isso há 434 dias...

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/sergiomalbergier/811070-deixem-o-palhaco-legislar.shtml

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Manoel e Maria se preparam para as “eleições”

Frederico Mendonça de Oliveira

“Será que só a Dilma tem telhado de vidro nessa pinóia de campanha pela Presidência desta Pindorama desvairada, ó pá??”, pergunta (-se) Maria diante de um Manoel interrogativo mas sempre ternamente contemplando sua perfumada flor. “Vamos e venhamos, ó Manoel, isso me cheira a certa campanha asquerosa movida há mais de meio século contra um único nome no cenário mundial, como se esse tão difamado infeliz fosse o responsável por todos os males que assolam este ‘planeta dos macacos’”!, desabafa nossa agora também heroína, que “saiu da lata” e mostra verve e ira santa nas diatribes que de há algum pouco tempo se permite desferir contra a estupidez que reina solta “nefte paíf” e alhures. “Realmente é patético ver a Dilma dançando com o Mercadante, cujo bigodão o Zé Simão define como ‘rodapé de xoxota’ – isso, consideremos, só em caso de um sessenta e nove; em caso de cunilingus, seria moldura de teto... –, e Lula com sua ‘galega’, cenas um tanto pra lá de grotescas... E, Manoel, tu observaste a considerável bunda dela, e a breguice da calcinha marcando as ilhargas sob um jeans (?)? Arre, naquele baile espúrio e estrambótico também se viu o Netinho, ‘cara nova no Senado’ – segundo o ‘Eu não Sabia da Silva’ –, dançando parece que com a Marta ‘Suplício’ Suplicy... E realmente não é isso – não seria justamente o oposto? – o que falta para dar sentido a essa verdadeira suruba política tão horrenda que nos assola! Com mil trovadores e menestréis, estaremos os dois ficando caducos, superados, ou o surrealismo foi instalado de vez como regime político neste lugar de zumbis??”. Enter.
Manoel se encafifa no diuturno ato de remoer e engolir pedrouços, aliás batráquios que nos impingem goela abaixo em bombardeio diário, e a fala de Maria atiça o fogo das indagações sobre os fatos que se vão sobrepondo em camadas como em sedimentação irreversível, fatal. “Estão fazendo de nós precoces fósseis, soterrados em levas e levas sucessivas de fatos que nos isolam e imobilizam! Se não há sequer vislumbre de possível reação da sociedade civil, se as instituições estão infiltradas e cooptadas, senão desmanteladas ou aniquiladas, que tipo de realidade política ou REGIME estamos vivendo? Afinal, diante de uma explosão sucessiva de escândalos, basta o ‘primeiro mandatário’ alegar que de nada sabia, e isso simplesmente encerra o assunto, como se não fosse ele, presidente, responsável pelo contingente de profissionais que trabalham com e para ele??”, considera Maria com irônico leve sorriso, que deixa Manoel meio abobalhado, viajando nos traços helênicos de sua amada. Ela se senta em sua costumeira cadeira ao canto da copa, e logo chega o gato e, ao vê-la ali, ruma direto para ela e pula em seu colo generoso, aninhando-se depois de roçadas afetuosas, ronronando alto. Manoel e Maria se entreolham, o sabiá canta lá fora. Enter.
“E agora temos de parar nossas obrigações e atividades produtivas e fecundas para participar dessa pantomima cacete, dessa comédia sem qualquer hilaridade saudável mas, sim, carregada de conteúdos que vão do cínico ao pútrido, do venal incipiente ao imoral de todo, e temos de interromper nossas ricas atividades nesta vida para nós tão cara e nos misturar com esses conteúdos emporcalhantes e degradantes, que sentido tem isso?? Com que finalidade mergulharemos nessa pinóia que para nós é algo que ficará sempre ao largo, coisa que em nada nos diz respeito e que só nos traz prejuízos e constrangimentos??!! E pensar que outrora íamos votar conscientes de estar contribuindo para alterações substanciais de valores sociais e políticos, nós que sofremos o peso brutal daqueles tempos de ditadura, embora enganados por um lado e por outro - mas era diferente: alí víamos possibilidades de mudanças, apioávamos nomes que perseguiam causas palpáveis, gente que não prometia por prometer, pelo contrário: eram candidatos com real militância e discursos consistentes, embasados em propostas concretas de alteração de rumos sociais e políticos! E hoje, Deus???, que diabos temos hoje aí para nos tirar do sossego de nosso lar??”, pergunta Maria lembrando Castro Alves, poeta que ela admira por sua verve e encantamento. Enter.
“Senhor Deus dos desgraçados/ dizei-me vós, senhor Deus/ se é loucura... se é verdade/ tanto horror perante os céus!”, eis um arrebatamento poético do romântico baiano que muito fundo bateu no coração sensível de nossa heroína. Referindo-se aos horrores da escravatura, a fala pareceu mudar a face daqueles tempos negros, pois, considerando a verdade como sendo a História que está nos livros escolares, veio a Abolição, e pronto: os negros viveram felizes para sempre, livres dos grilhões e da vergasta dos senhores desalmados e insensíveis. Pois eis que nossa Maria hoje, revendo seus conceitos adquiridos outrora, revolve o que se cristalizara como verdade absoluta e depara com outra escravatura, não a das cadeias de ferro e dos pelourinhos, dos senhores e seus feitores ferozes. Hoje a escravatura se dá através do ópio dos meios de comunicação induzindo criminosamente ao cativeiro do consumo e da matéria descartável, da fantasia de vergonhas que esmagam compensadas por imagens de seres ideais intangíveis, mas que todos fingem ser. “Vens observando, ó Manoel, que existe hoje uma inversão perversa? Meninas de 12 vivem a fantasia de serem mulheres de 25, e o fazem de tal maneira, com tal convencimento de si mesmas, que até esquecem seu frescor de juventude púbere e sua ainda viva inocência! E mulheres de 50 se vestem como adolescentes de 18, e de tal forma se imbuem disso que se tornam criaturas frívolas e mesmo negando a si mesmas, enveredando por encenação que nega sua verdade e experiência! Teria isso alguma utilidade? Ou seria mais uma loucura, mais um ‘horror perante os céus’?”, considera Maria com olhar taciturno, em que surge uma beleza nova, a beleza do enfrentamento da dor... Enter final.
“Vamos lá, Maria: decidamos em quem votar, fala Manoel com olhar maroto. Temos escolhas: Tiririca, Netinho, Romário, Marcelinho Carioca, estes no território do circo, do pagode e do futebol. Pois bem, temos mais: Popó e Maguila, astros da pancadaria brasileira, que querem dar porrada intransitiva no seio do plenário do Congresso. É outra escolha. Mas, se quisermos mostrar jogo de cintura, temos a Mulher Pera, a Mulher Melão, temos os irmãos K e L, do KLB, não ficaremos sem representantes desta vez, representantes da vacuidade social, da inconsistência em todos os níveis, mas muito especialmente da completa incompetência revelada desde antes de os admirados seres envergarem o terno-e-gravata para mamar nas tetas da nação depredada ao mais triste quadro de destruição já vivido desde Cabral”. E Maria rebate, meio sorrindo: “Tu brincas, ó Manoel, mas eu choro sem lágrimas a rolar-me dos olhos. Peguemos a lista de nomes indicados por amigos e vamos nos livrar dessa canseira. E voltemos logo”. E viva Santo Expedito! Oremos. Té a próxima, babes.

Ah! Vale lembrar que estamos sob censura desde 11/04/08, e que a restrição já vai totalizando 883 dias. Abraço pra turma do Estadão, que também atura isso há 428 dias...