Você já deve “pensar” assim: “neste mundo de hoje, tudo pode”.
Mesmo não podendo, pode. Tem que poder. E todos seguem a idéia do Lobão:
“Peidei, mas não fui eu”. Simples assim. Então, mesmo que reprimindo uma
tremenda repulsa, você TEM DE SE OBRIGAR a achar normal a onda dos gays,
incluindo casamentos, adoções e o escambau. Muita gente que declara apoio ao
movimento – que começou GLS e hoje tem mais de dez letras – e que publicamente
demonstra oposição a homofobia carrega em si profunda aversão a homossexualismo
de qualquer natureza. E nutre consigo forte asco para com essa exposição cada
vez maior das manifestações do mundo gay. E ferve a rejeição a homens se beijando
e outras cenas que causam abjeção no pessoal que gosta mesmo é do real órgão
genital complementar ao seu – e exclui terminantemente práticas sexuais usando
aparelho excretor ou roçação de aranhas. Isso até lembra o soneto Mal Secreto,
do Raimundo Corrêa: “Se a cólera que espuma, a dor que mora n’alma” etc,
falando sobre muita gente que ri mas que “guarda um atroz, recôndito inimigo,
qual invisível chaga cancerosa”. Coisas desse Brasil em decomposição e desse
mundo que perdeu as formas dadas por Deus e mergulha nas trevas. Mesmo assim,
com essa hipocrisia imposta e tanto fingimento e falsidade grassando aqui e
alhures, vemos alguns levantando vozes – mesmo que absurdas – contra essa história, e disso aparecem manifestações
até tendendo a alucinação. Enter.
Alá: “Um líder da polêmica Westboro Baptist Church disse que
o tornado que devastou uma região do estado de Oklahoma (EUA) foi uma resposta
de Deus ao apoio que Kevin Durant, jogador do Oklahoma City Thunder (NBA),
manifestou ao companheiro de liga Jason Collins, do Washington Wizards, que
recentemente assumiu ser gay. Segundo Phelps Jr., o apoio de Durant a Collins ‘enlouqueceu
Deus e o fez esmagar Oklahoma’. Para ele, o tornado foi consequência da ‘maravilhosa
ira’ divina. Esta não é a primeira vez que um religioso põe a culpa no
casamento gay pela ocorrência de um fenômeno natural. Ano passado, o capelão
John McTernan afirmou que o furacão Sandy, que arrasou a costa nordeste dos
EUA, era uma manifestação divina contra a comunidade LGBT e o apoio do presidente
Barack Obama ao casamento gay”. Que tal? Seja algo alucinado ou primitivismo
maniqueísta, isso lembra Sodoma & Gomorra, meu. Neste caso “bíblico” ou sei
lá que barato, haveria fundo de verdade ou seria só lenda pra arrebanhar
trouxas para um catolicismo que pretendia infundir o temor a Deus como caminho
para deter a tendência a promover a luxúria? Segundo a história ou a
“História”, as duas cidades, totalmente entregues à prática da sodomia
desenfreada, foram arrasadas por uma força do tipo “ira divina”, como disseram
os pastores referindo-se às tragédias de Oklahoma e do setor yankee, sob o
Sandy. Piração ou não, algo está agredindo algo. Não se pode negar que o
movimento gay tem trazido séria inquietação a boa parte da Humanidade, e vê-se
nessa rejeição um princípio que congloba conteúdos filosóficos, morais,
religiosos e até mesmo estéticos. Neste último caso, temos uma visão natural do
homem atraído pelas formas femininas e vice-versa. Assim, um pensamento
coletivizado se opõe oculta mas concretamente a esse avanço gay que, contrariando
as leis da Natureza e Deus, relativiza a união de homem e mulher, seres
complementares e capazes de gerar vida. A união homossexual seria um amor que
não gera frutos, o que em si coloca em xeque tal atração. E tem mais: os
próprios homossexuais conscientes declaram que o homossexualismo é um recurso
natural para deter a superpopulação que ameace qualquer comunidade. Enter.
Então, meu: fica dito assim. De minha parte, nada a
declarar, senão que, se essa onda é rock, sou do samba. E que fiquem gays,
pastores, furacões e tornados trocando bolachas e caneladas. Se isso vira
notícia e acirra discussões, quem leva a grana é a imprensa, que está nas mãos
dos globalizadores, e dessa eu tô fora. Fico na minha, porque sou do Cristo de
corpo e alma, e é só. Mas tem um outro assunto... que entra nesse papo nosso
através do Lobão, que cunhou a magnífica expressão “Peidei, mas não fui eu”.
Ele mandou fazer uma camiseta preta com esses dizeres em branco no peito para
comparecer a caráter à entrega dos prêmios Sharp aos melhores de não sei que
lá. E fica muito claro que ele se referia a esse cafajeste undecápodo, esse
monstro degenerador, verdadeiro javali abjeto, que dizia nada saber diante da
explosão dos escândalos petistas lá pra 2006. E a pergunta é: por que entrar o
peido nisso? Porque talvez ninguém goste de assumir que emitiu a sopradela,
sempre criadora de reações de protesto e repulsa, como você pôde ver naquele
comercial da Luftal. E já que estamos metidos nessas reflexões que aproximam a
suposta ira divina sob o enfoque de pastores ao conteúdo de negação de autoria
do peido, vamos a uma reflexão sobre esse fenômeno gerado no meio intestinal e
que causa sempre algum impacto ao ganhar a atmosfera e que traz em si uma
contradição inexplicável. Enter final.
Diverso do que muita gente possa “pensar”, peido não é
palavra onomatopéica, embora a todos pareça uma imitação do ruído produzido
pelas pétalas da florzinha quando da passagem do “arzinho”. Peido parece ser
aquele “pêêêêi” produzido para aliviar as tripas de gases descartáveis. Mas não
é. Vem do latim peditus, que
significa ventosidade. Apreciou?
Então seu fim de semana está garantido, meu. Você peidará pensando na Flor do
Lácio, que deve emitir fragrância, não o tão popular futum. E a florzinha se
sentirá engrandecida por saber que constantemente está emitindo latinórios,
embora xexelentos. E, na solene situação de emissão de bombons – ou croquetões,
toletões, morenaços, navegantes ou quejandos – a que todos nos dedicamos diariamente,
havendo a participação dos arautos da coisa sólida, você provavelmente pensará:
“É, talvez por isso a turma ande cagando no idioma...” E viva Santo Expedito!
Oremos. Have a sexy weekend, babe!
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