Frederico Mendonça de Oliveira
Foi sensacional, e há muito tempo não acontece nada tão significativo em nossa reprimida pátria, aviltada há quase meio século (desde antes de 1964, quando Moscou mobilizava seus bonecos aqui tentando tirar o pirulito da boca de Washington) e a cada dia mais estupidificada e corrompida, ai de nós. Tirando uma bravata envolvendo aquele boçal Aureliano Chaves, que teria mandado dois caças a jato F5F Northrop da FAB ao município sulmineiro de Três Pontas, também reduto da toada pop de Milton Nascimento e seu rebanho de fervorosos devotos, estamos sem fatos relevantes há meio século. Não se sabe exatamente o que foi aquilo, se foi loucura do Aureliano ou o oposto, isto é, os gorilas dando um tranco no estúpido fazendeiro trespontano. Mas o que ocorreu no domingo e vimos na TV na segunda não foi mole: um Mirage deu um rasante sobre o “Supremo Tribunal” e estilhaçou as vidraças do prédio, foi quase tudo pro chão. Outro Mirage deu um rasante sobre o “Congresso”, também estilhaçando boas vidraças. Você não terá visto, porque isso não recebeu espaço devido: a mulher do Tande, a “atriz” Lisandra Souto, disse que “ele não foi bom marido”; teve também a mexeção na merda que foi o fracasso da estréia da burraldinha Fátima Bernardes; tem Shakira, Madonna, isso é o que eles publicam. O ato militar foi devidamente abafado, mas, em meio à densa enxurrada de besteirol nas primeiras páginas dos jornalões, alguém entreviu o grande valor político do fato. Serei bonzinho com você, vou relatar o fato até com detalhes e aprofundarei a questão. Enter.
Primeiro, era um domingão brasiliense, rolava cerimônia de troca de bandeira, a aviltada flâmula maçônica tão lembrada em eventos esportivos. Acontece que aquele 1/7 também marcava os 60 anos da criação da Esquadrilha da Fumaça (a própria, não a da turma do jererê, esta grafada com minúsculas). Muita encenação, como se fôssemos mesmo nação, toda aquela pantomima falseada com fantasias e adereços, marcha, toque de corneta e o cacete. No ar, os Tucanos faziam aquelas coisas, inclusive traçando com fumaça um coração no céu – deviam fazer é a imagem daquele gesto do dedo médio...– e outras evoluções, já manjadas. Brasília, enfim. Pois eis que vinham dois Mirage e também um Lokheed Hércules C130 abastecendo dois F5F. Os Mirage, talvez pra começar a se despedir de uma longa boa vida, décadas de ócio, resolveram também se manifestar naquela manhã. E foi o que vimos: vidraças do “Supremo” vieram abaixo sob a ressonância aerodinâmica emitida pelo caça, enquanto outro cutucava o “Congresso” deitando vidraças de 28 andares daquilo ao chão. Você pode ver isso como vaca vê trem passar, ou seja, não sacando bosta nenhuma. Mas não é por aí, não. Se você não distingue cheiro de bosta de cheiro de rosas, não quer dizer que as duas coisas sejam iguais. Aprofundemos. Enter.
Quem pilota um Mirage? Consta que os pilotos desses caças são majores – oficiais de estado-maior, portanto. E profissionais de admirável preparo em todos os sentidos. Eles não dizem “vai vim”, certamente. E, claro, esses militares sabem perfeitamente que estrago um rasante pode fazer. E não dão rasantes por diversão... Vendo as imagens, comentei que parecia um sério recado aos bandidos que infestam os três poderes, simbolicamente ali reunidos na encenação já rotineira de cerimônia oficial. No “Senado” rola a patuscada envolvendo quase todo o Congresso, a “CPI do Cachoeira”, que desnuda a imundície de nossa “classe política”; no “Supremo”, suas excelências se preparam para o corredor polonês que enfrentarão quando julgarem outros sevandijas, os enrascados no “mensalão” – e o “Supremo” jamais se vira “antes neste país” sob o olhar implacável da população pensante que quer ver rolarem as cabeças desses quadrilheiros. Pois os pilotos dos Mirage quebraram os vidros dessas duas bocas de banditismo e conchavos. Enter.
As Forças Armadas estão sem combustível pra fazer funcionar quase 80% de seus equipamentos; falta comida, os soldados estão indo comer em casa!; o soldo anda mais por baixo que tapete de porão: dizem até que um ascensorista do Senado ganha mais que um piloto de caça ou um comandante de destróier; e as FFAA estão sob o comando de um civil – que não distingue um fuzil de uma cartucheira –, sob humilhação inédita em nossa história. Os rasantes foram, sim, um “presta atenção!”: foi consciente, uma tomada de posição revelando o pensamento e a revolta da maioria esmagadora dos militares. O silêncio deles pressagia uma explosão, e esses majores deram a pista de que a putaria petista está muitíssimo além dos limites do suportável. Enter final.
Você considera a Dilma capacitada pra resolver isso? Veja bem: a coisa já fedeu, agora é mexer na merda – não como falaram José de Abreu e Paulo Betti naquele encontro com Lula na casa do Gil no Rio, em que o charangueiro do PT Wagner Tiso se consagrou revelando sua idéia sobre o que seria ética – pra limpar o País, não para chafurdar nela como fazem os bandidos que dominam o Planalto. O que falta à Dilma é real autoridade: ela pode ter sido eleita, mas... que eleições são essas que ocorrem aqui? Expressam, por acaso, os reais anseios dos eleitores? Pior: Dilma conseguirá – ou tentará – botar ordem na zona viva em que se transformou a vida pública no Brizêu? Não e não: Dilma ocupa uma sinecura, apenas., embora cumpra uma agenda farta. É um boneco. E bonecos não agem, são manipulados. Os Mirage não foram miragem: talvez esteja chegando a hora de expressar por atos a rejeição a essa putaria que explode no poder. Corrupção desenfreada no poder civil e merda pros militares?? Tá bão isso não... e não vemos como esse barco não afundar. Tá chegando a hora, você não acha? E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
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