Frederico Mendonça de Oliveira
“Quem é burro peça a Deus que o mate e ao diabo que o carregue!”, dizia a aguerrida avó de Manoel, Virgínia Ferreira de Mendonça. A mulher, além de ser um dínamo, um trator, era chegada a um astral porradeiro: nasceu levando pancada grossa, hábito muito difundido em sua terra natal, Torres Vedras, ao norte de Lisboa. E deu prosseguimento à usança espancando os filhos, inclusive Manoel. O pai de Manoel, também Manoel de pia batismal, genro da Virgínia e homem da paz, da arte e do bembão, considerava ser a método educacional daquela gente a “lei do tamanco”. Mas a filosofia da educação pela porrada incluía coisas como “Enquanto o pau vai e vem o lombo descansa”, ditado de conteúdo paliativo no que respeita a hábitos violentos no trato familiar e alhures. Mas essa abertura se desvia do rumo da reflexão de Manoel às vésperas desse paradoxo universal, por muitos considerado coisa de português; por outros, de baiano; para Manoel, lamentada a falta de possibilidade de inverter esse quadro, coisa de brasileiro. Enter.
Minoria irrisória num país em que um pinguço baixa lei restringindo uso de bebidas alcoólicas para motoristas e de um apedeuta que sanciona uma reforma ortográfica, ambos conjugados na mesma pessoa do “presidente” da República das Chicanas e Maracutaias, vulgo Brasil, Manoel não se intimida: “Sou mais eu que essa macacada toda, que mija na lei que protege o cidadão como sendo isso uma façanha, quando não passa de um suicídio de natureza típica de quadrúpedes vestidos e apoiados nos quartos traseiros”. Aliás, continua Manoel em sua abordagem filosófica da burrice: “Os macacos também ficam de pé – e me parecem mais razoáveis e sensatos que os brasileiros em geral.”. Enter.
Certo, Manoel: afinal, quem transgride a lei sem saber o que faz não deixa de pagar por isso. Mas, outra burrice, quem o faz de caso pensado, premeditadamente, normalmente não sofre sanções como o criminoso inadvertido. Se um juiz comete um crime, caberia impor a ele uma punição implacável, impiedosa – porque um homem da lei cometer crime impõe que se lhe imputem penas exemplares... ao passo que, no Brasil, juízes fazem o diabo na cara de todos, e nada os atinge, são beneficiados por aquilo que o Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, corrupto cabal, inaugurou nesta Pindorama Alucinada: blindagem. Seria burrice oficial o poder constituído estimular a corrupção e o desrespeito frontal às leis, mas é isso que se promove direto e reto no Brasil. Burrice digna de fazer um asno zurrar de perplexidade e de temor por estar com as quatro patas plantadas nesta terra de pirados. Vide a vergonha que se abate na mais alta corte do País, o STF: o presidente da casa leva uma carraspana de um dos ministros, que o desmascarou diante do mundo através das imagens divulgadas no You Tube. Também, pudera: esse ministro-chefe é um chicaneiro notório, ultimamente tornado famoso também pelos dois apoios dados ao arquitrambiqueiro Daniel Dantas, de ingloriosíssima memória. Enter.
Pois um amigo de Manoel recorreu ao Supremo por ter sido censurado pelos membros da Justiça do arraial. Eram favas contadas, mas... o exmo sr. ministro-chefe do STF, o mesmo que levou a mijada em regra do outro ministro, manteve a liminar de censura. E essa censura nada mais é que uma ordem judicial espúria no que proíbe um cidadão honesto de denunciar barbaridades praticadas por autoridades de diversos estamentos do poder no arraial. Tudo isso cheira a feno, a excrementos de muares, e os latidos de cachorros abandonados estupidamente nos quintais do bairro mais surrealista do arraial substituem os zurros que deveriam imperar 24 horas por dia nesse município, que por sinal é descrito com fera mordacidade na Desciclopédia. Enter.
E a burrice chega ao âmbito do bucólico: a tal pracita maldita, que empilhou uma série de crimes para que exista de fato sem existir de direito e para gáudio dos que se beneficiaram da maracutaia e alegria trêfega dos asininos seres que dela se beneficiam – se é que descer ao nível da estupidez e dos hábitos das periferias onde pululam descamisados é benefício para alguém... –, a tal pracita hoje reúne batatas de sofá que fazem suas bundas variar de assento. É uma opção para essas quadrupedâncias... que deixam a televisão em casa e vêm falar sobre novelas e sobre vidas alheias no ambiente escuso de um espaço envolvendo crimes de prevaricação, de responsabilidade e ainda exibe uma improbidade administrativa. Esses seres devem considerar o espaço algo ideal: fruto de corrupção para benefício de cérebros de frango de granja. Neste caso especial, Manoel se vê acachapado com o fato de o morador legalista estar coberto de razão quanto à falcatrua e ser ele exatamente a vítima da sanha sádica dessa ralé cuja marca maior é a exibição agressiva da própria ignorância e o comprazimento em perseguir um único ser honesto e viril no enfrentamento dessa tramóia. “Quanta beleza!”, exclama consigo Manoel, “as estrebarias em que se ajaezam bestas no interior de Portugal deveriam mandar seus cavalariços aqui, para contemplar o que seja ‘espírito de estrebaria!’” Enter final.
Pois ficamos assim: fechamos o artigo contendo a reflexão de Manoel sobre a burrice considerando o feriado de 1º de Maio. Comportaria isso uma consideração? Sim, acredita convicto nosso herói: “Se fosse Dia do Descanso todos trabalhariam? Então, sendo dia do trabalho, por que todos descansam? Não é outro paradoxo que nos faz considerar que a burrice está de vez instituída não só no Brasil, mas no mundo inteiro??” E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes! See you later!
quinta-feira, 30 de abril de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Manoel considera os “novos hábitos” brasileiros
Frederico Mendonça de Oliveira
Pois eis que um amigo de Manoel, um médico recém-formado, caiu no cadafalso de um casamento para encurtar uma gravidez inesperada. Ou “inesperada”... embora isso não mude obrigatoriamente os sentimentos entre os nubentes, até pelo contrário. E lá foi Manoel engrossar o rol das testemunhas, sempre algo sádicas, em roda do “condenado”. E aí começa um longo percurso de maluquices as mais malucas – sim, não há redundância, há intensificação, como o “Brasil brasileiro”, do gênio Ary Barroso, compositor que a maioria dos brasileiros hoje desconhece... – e de cenas capazes de fazer Fellini se virar na sepultura, achando-se verdadeiramente superado. Antes de fazer desfilarem as cenas, que vão do bizarro ao atroz, cumpre ressaltar que o casamento ocorreu na matriz de uma pequena cidade perto do arraial onde Manoel se acoita nesses dias de choro e ranger de dentes. E que, sendo Manoel um especialista em arquitetura canônica, tal casamento veio a calhar, porque a igreja em questão é um dos mais portentosos monumentos góticos do País, e nosso herói aproveitaria o evento para realizar uma reportagem fotográfica sobre a admirável construção, a despeito do que a invade e do que a cerca. Enter.
Pois lá estava o circo armado dentro da maravilhosa construção religiosa, capaz de deixar abestalhado um especialista conhecedor do teto do King’s College, Londres, ou do octógono na base da lanterna da catedral de Ely, Cambridgeshire, England. Manoel chegou, o casamento já começara. O padre parecia um inconveniente mestre-de-cerimônias de desfile de debutantes ou de escola de samba: só faltava pular e bater os calcanhares um no outro. A mulherada espalhada pela nave da igreja dava um espetáculo de mau gosto em que os panos pareciam tudo, menos vestidos: estavam muito mais pra fantasias em filme de teor oscilando entre o terror e o cômico. Os valetes, que lástima!: pareciam bonecos enrolados em roupas que não seriam deles, com cabelos arrepiados, coisas de intrigar um personagem de Turgueniev... e a música, ah!, a música! Mesmo que não sendo de todo má, mesmo que adequada – vá lá – a uma cerimônia em um templo, havia o desvio para o banal, as harmonias erradas, os latins embodocados por bocas profanas – mesmo que buscando o tom respeitoso. Bem, assim rolou a cerimônia, com um finale verdadeiramente acachapante: antes de terminar a função, o padre resolveu entrevistar a mãe do noivo, e instalou aquele clima de sem- cerimônia típico dos carismáticos, seguramente os idiotas assumidos do catolicismo desviante. Coisas do tipo “padremarcelo”, aquele fogo de palha que assolou o Brasil há uma década ou mais. Terminada essa patacoada que ecoava estupidamente pela deslumbrante arquitetura gótica do templo imponente, a macacada espoucou em palmas e assovios, como se tivesse terminado um espetáculo herético de baixo nível, e a fauna local defluiu para a praça frontal, engrossando o ror de bugres presentes à manhã ensolarada de sábado. E o sol já ia a pino. Enter.
E lá foi a macacada para a festa de casamento. Manoel, com sua Maria – ela retornara... – a tiracolo, deixava-se estar quieto em meio à azáfama, e lá veio cerveja honestíssima estalando para um contingente de convidados praticamente em jejum, e começou, no pátio da fazenda do pai na noiva – por sinal, uma criatura de rara beleza, combinada a uma simplicidade e naturalidade notáveis –, o fuzuê dos diabos. De pronto, no início da fuzarca, nada de som, do famigerado som que invade e corrompe tudo que atinge. Nessa hora inicial, as pessoas conversavam em grupos, confraternizavam, se reencontravam depois de tempos sem se ver, e tudo ia muito bem. Até que chegou a famigerada "música ao vivo", sempre uma merda grossa, sempre um estorvo, sempre um grosseiro incômodo, sempre perturbando o ambiente com uma poluição agressiva, sempre as mesmas merdas de Djavans, Gils, Caetanos, Alceus, Bestânias, ah!, puta merda, a gente não consegue mais viver sem esse assédio estúpido, sem essa violência instituída como se fosse algo religioso e inevitável, hoje como que obrigatória. E aí começou a segunda etapa da festa, em que o álcool já circulava solto pelas veias e cucas, e instalou-se o rasteiro, o deselegante, o feio, a anti-estética. Estava bom demais sem som para ser verdade... Enter.
E Manoel, com sua divina Maria, esta apresentando um semblante crítico para com as cenas que via, embora não perdendo sua doçura, olhava para a degradação que se instala mais e mais em tudo neste Brasil antes tupiniquim, depois caboclo e mulato, hoje combinando um axavantado de bugres com um urbano de catrumanos, e não havia como não contemplar analisando com piedade e compreensão o que fizeram de nossos irmão brasileiros... Ah!, os bons tempos da Pindorama! Ah!, os bons tempos dos “verdes mares bravios de minha terra natal”! E a coisa degringolava. De uma mesa ao lado da sua, Manoel se esquivava de olhares lúbricos de uma bela obesa loura artificial, que desfilava volta e meia uma bunda descomunal balangando por conta de um andar decidido e célere. E lá vinham provocações, mesmo que suaves, que Maria nem mesmo percebeu, não porque não fossem escancaradas, mas porque nossa heroína estava em outra dimensão... Enter final.
Já ia adiante e em direção a seu desfecho o forrobodó. As mulheres da mesa ao lado, completamente á vontade, já se engalfinhavam em amassos com valetes circunstantes, e de algumas, sentadas muito á vontade, se entreviam os regos da bunda emergindo de calcinhas quase que completamente à mostra... e Manoel e Maria resolveram dar o fora, deixando para trás amigos envolvidos em armações e o casal de noivos absolutamente à vontade, alheios ao furdunço e já em paz no espaço que daqui pra frente será dos dois... E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Pois eis que um amigo de Manoel, um médico recém-formado, caiu no cadafalso de um casamento para encurtar uma gravidez inesperada. Ou “inesperada”... embora isso não mude obrigatoriamente os sentimentos entre os nubentes, até pelo contrário. E lá foi Manoel engrossar o rol das testemunhas, sempre algo sádicas, em roda do “condenado”. E aí começa um longo percurso de maluquices as mais malucas – sim, não há redundância, há intensificação, como o “Brasil brasileiro”, do gênio Ary Barroso, compositor que a maioria dos brasileiros hoje desconhece... – e de cenas capazes de fazer Fellini se virar na sepultura, achando-se verdadeiramente superado. Antes de fazer desfilarem as cenas, que vão do bizarro ao atroz, cumpre ressaltar que o casamento ocorreu na matriz de uma pequena cidade perto do arraial onde Manoel se acoita nesses dias de choro e ranger de dentes. E que, sendo Manoel um especialista em arquitetura canônica, tal casamento veio a calhar, porque a igreja em questão é um dos mais portentosos monumentos góticos do País, e nosso herói aproveitaria o evento para realizar uma reportagem fotográfica sobre a admirável construção, a despeito do que a invade e do que a cerca. Enter.
Pois lá estava o circo armado dentro da maravilhosa construção religiosa, capaz de deixar abestalhado um especialista conhecedor do teto do King’s College, Londres, ou do octógono na base da lanterna da catedral de Ely, Cambridgeshire, England. Manoel chegou, o casamento já começara. O padre parecia um inconveniente mestre-de-cerimônias de desfile de debutantes ou de escola de samba: só faltava pular e bater os calcanhares um no outro. A mulherada espalhada pela nave da igreja dava um espetáculo de mau gosto em que os panos pareciam tudo, menos vestidos: estavam muito mais pra fantasias em filme de teor oscilando entre o terror e o cômico. Os valetes, que lástima!: pareciam bonecos enrolados em roupas que não seriam deles, com cabelos arrepiados, coisas de intrigar um personagem de Turgueniev... e a música, ah!, a música! Mesmo que não sendo de todo má, mesmo que adequada – vá lá – a uma cerimônia em um templo, havia o desvio para o banal, as harmonias erradas, os latins embodocados por bocas profanas – mesmo que buscando o tom respeitoso. Bem, assim rolou a cerimônia, com um finale verdadeiramente acachapante: antes de terminar a função, o padre resolveu entrevistar a mãe do noivo, e instalou aquele clima de sem- cerimônia típico dos carismáticos, seguramente os idiotas assumidos do catolicismo desviante. Coisas do tipo “padremarcelo”, aquele fogo de palha que assolou o Brasil há uma década ou mais. Terminada essa patacoada que ecoava estupidamente pela deslumbrante arquitetura gótica do templo imponente, a macacada espoucou em palmas e assovios, como se tivesse terminado um espetáculo herético de baixo nível, e a fauna local defluiu para a praça frontal, engrossando o ror de bugres presentes à manhã ensolarada de sábado. E o sol já ia a pino. Enter.
E lá foi a macacada para a festa de casamento. Manoel, com sua Maria – ela retornara... – a tiracolo, deixava-se estar quieto em meio à azáfama, e lá veio cerveja honestíssima estalando para um contingente de convidados praticamente em jejum, e começou, no pátio da fazenda do pai na noiva – por sinal, uma criatura de rara beleza, combinada a uma simplicidade e naturalidade notáveis –, o fuzuê dos diabos. De pronto, no início da fuzarca, nada de som, do famigerado som que invade e corrompe tudo que atinge. Nessa hora inicial, as pessoas conversavam em grupos, confraternizavam, se reencontravam depois de tempos sem se ver, e tudo ia muito bem. Até que chegou a famigerada "música ao vivo", sempre uma merda grossa, sempre um estorvo, sempre um grosseiro incômodo, sempre perturbando o ambiente com uma poluição agressiva, sempre as mesmas merdas de Djavans, Gils, Caetanos, Alceus, Bestânias, ah!, puta merda, a gente não consegue mais viver sem esse assédio estúpido, sem essa violência instituída como se fosse algo religioso e inevitável, hoje como que obrigatória. E aí começou a segunda etapa da festa, em que o álcool já circulava solto pelas veias e cucas, e instalou-se o rasteiro, o deselegante, o feio, a anti-estética. Estava bom demais sem som para ser verdade... Enter.
E Manoel, com sua divina Maria, esta apresentando um semblante crítico para com as cenas que via, embora não perdendo sua doçura, olhava para a degradação que se instala mais e mais em tudo neste Brasil antes tupiniquim, depois caboclo e mulato, hoje combinando um axavantado de bugres com um urbano de catrumanos, e não havia como não contemplar analisando com piedade e compreensão o que fizeram de nossos irmão brasileiros... Ah!, os bons tempos da Pindorama! Ah!, os bons tempos dos “verdes mares bravios de minha terra natal”! E a coisa degringolava. De uma mesa ao lado da sua, Manoel se esquivava de olhares lúbricos de uma bela obesa loura artificial, que desfilava volta e meia uma bunda descomunal balangando por conta de um andar decidido e célere. E lá vinham provocações, mesmo que suaves, que Maria nem mesmo percebeu, não porque não fossem escancaradas, mas porque nossa heroína estava em outra dimensão... Enter final.
Já ia adiante e em direção a seu desfecho o forrobodó. As mulheres da mesa ao lado, completamente á vontade, já se engalfinhavam em amassos com valetes circunstantes, e de algumas, sentadas muito á vontade, se entreviam os regos da bunda emergindo de calcinhas quase que completamente à mostra... e Manoel e Maria resolveram dar o fora, deixando para trás amigos envolvidos em armações e o casal de noivos absolutamente à vontade, alheios ao furdunço e já em paz no espaço que daqui pra frente será dos dois... E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Manoel e a perdição do mundo
Frederico Mendonça de Oliveira
Pudera: analisando a ação terrorista do Império contra o Afeganistão, o Iraque, a posição dos EUA – sede do Império – contra o Irã, a Coréia do Norte, Paquistão e mesmo Índia, sem contar a política extorsiva que os mecanismos do Império, a partir do FMI, exercem contra o Terceiro Mundo, Manoel, agora desligado de sua amada Maria, olha com desprezo e desengano para esse mundo que antes ele e seus conterrâneos chamavam de “mundo de Deus”. E que agora ele poderá chamar, sem nenhum traço de visão simplória no plano filosófico, de “mundo do diabo”. E, enfrentando o estado praticamente de choque pela ausência de sua amada Maria, Manoel se entrega a leituras várias, inclusive à de clássicos que lera em sua tenra juventude: Camões, Júlio Diniz, Camilo, Herculano, e qual não é sua estupefação quando constata que seu desengano vara séculos. Custa-lhe acreditar que a condição humana possa viver um sempre desastre iminente, sempre à beira do abismo, sempre no limiar da tragédia!... e que os homens estão sempre divididos entre a maioria de zumbis corruptíveis ou susceptíveis e a minoria de conscientes vivendo o conflito diante do caos e da contradição de encartar a desesperança e o horror como fatais diante da constatação da “realidade”... Enter.
O arraialito deu a Manoel a maior de suas experiências desastrosas na vida. Nem a guerra civil no Rio, aquele horror indizível, indescritível; nem a ação bélica suja e covarde do Império contra países indefesos como Iraque e Afeganistão; nem a ignomínia de décadas de massacre de Israel sobre a Palestina, simplesmente nada o feriu tanto como constatar a deformidade da “moral” da vizinhança de seu bairro no que promoveu e promove perseguição, apoiada pela corrupção EXPLÍCITA das autoridades locais, contra o morador que se apoiou na lei para defender sua propriedade, atingida por uma mudança criminosa providenciada por setores do “poder constituído”. Essa abjeção toda, que revelou a Manoel uma deformação de caráter coletivizada e assumida pelos moradores simpatizantes do ilícito e que perseguem o morador de forma torpe e covarde, “virou-lhe os bofes”, como se diz na Santa Terrinha em relação a vísceras. Mas ganhemos altura: esse rés do chão, esse estar nivelado a essa gentuça estúpida e/ou corrupta é algo capaz de produzir ânsias. Vamos ao passado. Enter.
Camões dissera, nos Lusíadas: “Põe-me onde se use toda a feridade, entre leões e tigres, e verei se neles achar posso a piedade que entre peitos humanos não achei”. Pois é o que o morador perseguido vive, nesses dias de tecnologia chegando ao inacreditável. Vive entre algo muito pior que feras, pois esses seres são gregários como lobos, atacam em alcatéia e são unidos por um insaciável desejo de sangue. E se dizem gente, e se consideram no topo da civilização. Pois bem antes, muitos séculos, Lao Tsé denunciava: “Quando a ordem prevalece no império/ os cavalos de guerra cultivam os campos/ Quando o Caminho (a ordem, a lei)é esquecido,/ os cavalos de guerra correm nas fronteiras”. E ainda: “A corte é corrupta!/ Os campos estão carregados de ervas daninhas/ Os silos estão vazios/ Todavia é possível encontrar pessoas ricamente/vestidas, com as/espadas dependuradas na cintura” (neste caso, trata-se de seguranças, carros blindados, armas caras, proteção eletrônica, etc.) “Empanturradas de comida e encharcadas de bebida/ que nem sabem avaliar o total de suas riquezas/ E quem acumula riquezas estimula o roubo”. Enter.
Precisa mais? Pois é. “Quem estimula a corrupção esbofeteia a si próprio e a Deus”, pensa nosso herói. A si próprio, porque cospe naquilo que o protege; a Deus, porque Ele tudo vê! E foi ainda em Herculano que Manoel recordou coisas que o sacudiram na tenra juventude: “Hoje, nos Paços de Toletum (Toledo) só retumba o ruído das festas (como no arraialito, as orgias regadas a tudo), os francos (gauleses) e os vascônicos (bascos) só falam das províncias do norte, e a espada dos guerreiros só reluz nas lutas civis” E essa ainda: “Dantes, nos conselhos dos prelados, dos nobres, dos homens livres, as leis iam buscar a sanção da sabedoria a aferir-se pela utilidade comum. Lá, o rei sabia que o poder lhe vinha de Deus e da vontade dos godos (que ocuparam a Espanha quando da ação do romance de Herculano), que o cetro era cajado de pastor, não cutelo de algoz, e a coroa, uma carga pesada, não uma auréola de vanglória”. Enter final.
E Manoel pensa no fútil e álacre Lula, tipo histriônico desfilando sua vanglória por um país cadáver e por esse mundo vergado à degenerescência imposta pelo Império... E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes...
Pudera: analisando a ação terrorista do Império contra o Afeganistão, o Iraque, a posição dos EUA – sede do Império – contra o Irã, a Coréia do Norte, Paquistão e mesmo Índia, sem contar a política extorsiva que os mecanismos do Império, a partir do FMI, exercem contra o Terceiro Mundo, Manoel, agora desligado de sua amada Maria, olha com desprezo e desengano para esse mundo que antes ele e seus conterrâneos chamavam de “mundo de Deus”. E que agora ele poderá chamar, sem nenhum traço de visão simplória no plano filosófico, de “mundo do diabo”. E, enfrentando o estado praticamente de choque pela ausência de sua amada Maria, Manoel se entrega a leituras várias, inclusive à de clássicos que lera em sua tenra juventude: Camões, Júlio Diniz, Camilo, Herculano, e qual não é sua estupefação quando constata que seu desengano vara séculos. Custa-lhe acreditar que a condição humana possa viver um sempre desastre iminente, sempre à beira do abismo, sempre no limiar da tragédia!... e que os homens estão sempre divididos entre a maioria de zumbis corruptíveis ou susceptíveis e a minoria de conscientes vivendo o conflito diante do caos e da contradição de encartar a desesperança e o horror como fatais diante da constatação da “realidade”... Enter.
O arraialito deu a Manoel a maior de suas experiências desastrosas na vida. Nem a guerra civil no Rio, aquele horror indizível, indescritível; nem a ação bélica suja e covarde do Império contra países indefesos como Iraque e Afeganistão; nem a ignomínia de décadas de massacre de Israel sobre a Palestina, simplesmente nada o feriu tanto como constatar a deformidade da “moral” da vizinhança de seu bairro no que promoveu e promove perseguição, apoiada pela corrupção EXPLÍCITA das autoridades locais, contra o morador que se apoiou na lei para defender sua propriedade, atingida por uma mudança criminosa providenciada por setores do “poder constituído”. Essa abjeção toda, que revelou a Manoel uma deformação de caráter coletivizada e assumida pelos moradores simpatizantes do ilícito e que perseguem o morador de forma torpe e covarde, “virou-lhe os bofes”, como se diz na Santa Terrinha em relação a vísceras. Mas ganhemos altura: esse rés do chão, esse estar nivelado a essa gentuça estúpida e/ou corrupta é algo capaz de produzir ânsias. Vamos ao passado. Enter.
Camões dissera, nos Lusíadas: “Põe-me onde se use toda a feridade, entre leões e tigres, e verei se neles achar posso a piedade que entre peitos humanos não achei”. Pois é o que o morador perseguido vive, nesses dias de tecnologia chegando ao inacreditável. Vive entre algo muito pior que feras, pois esses seres são gregários como lobos, atacam em alcatéia e são unidos por um insaciável desejo de sangue. E se dizem gente, e se consideram no topo da civilização. Pois bem antes, muitos séculos, Lao Tsé denunciava: “Quando a ordem prevalece no império/ os cavalos de guerra cultivam os campos/ Quando o Caminho (a ordem, a lei)é esquecido,/ os cavalos de guerra correm nas fronteiras”. E ainda: “A corte é corrupta!/ Os campos estão carregados de ervas daninhas/ Os silos estão vazios/ Todavia é possível encontrar pessoas ricamente/vestidas, com as/espadas dependuradas na cintura” (neste caso, trata-se de seguranças, carros blindados, armas caras, proteção eletrônica, etc.) “Empanturradas de comida e encharcadas de bebida/ que nem sabem avaliar o total de suas riquezas/ E quem acumula riquezas estimula o roubo”. Enter.
Precisa mais? Pois é. “Quem estimula a corrupção esbofeteia a si próprio e a Deus”, pensa nosso herói. A si próprio, porque cospe naquilo que o protege; a Deus, porque Ele tudo vê! E foi ainda em Herculano que Manoel recordou coisas que o sacudiram na tenra juventude: “Hoje, nos Paços de Toletum (Toledo) só retumba o ruído das festas (como no arraialito, as orgias regadas a tudo), os francos (gauleses) e os vascônicos (bascos) só falam das províncias do norte, e a espada dos guerreiros só reluz nas lutas civis” E essa ainda: “Dantes, nos conselhos dos prelados, dos nobres, dos homens livres, as leis iam buscar a sanção da sabedoria a aferir-se pela utilidade comum. Lá, o rei sabia que o poder lhe vinha de Deus e da vontade dos godos (que ocuparam a Espanha quando da ação do romance de Herculano), que o cetro era cajado de pastor, não cutelo de algoz, e a coroa, uma carga pesada, não uma auréola de vanglória”. Enter final.
E Manoel pensa no fútil e álacre Lula, tipo histriônico desfilando sua vanglória por um país cadáver e por esse mundo vergado à degenerescência imposta pelo Império... E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes...
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Manoel descrê da realidade que o cerca
Frederico Mendonça de Oliveira
Começa vendo o que se passa pelo mundo. Embora cético para com evidências não concretas, coisas de natureza subjetiva ou mesmo padrões místicos mais para a superstição, um grilo se instalou na cabeça de Manoel a respeito da ação dos globalizadores. É que desde a fantasia Osama bin Laden, aquilo de acusá-lo de ser o autor dos atentados às Twin Towers, quando depois se comprovou não ter isso qualquer fundamento – e já que está sobejamente sabido terem sido justamente os globalizadores os responsáveis pela ação “terrorista” –, essa história de Obama, presidente americano de origem africana em país ainda completamente racista, e verificando que ele tem quase o mesmo prenome do suposto saudita, não lhe sai da cachimônia. Tá, pode ser coincidência, pode ser isso e aquilo, mas cachorro mordido de cobra... e, como Manoel vem se abestalhando com o que vê a seu imediato redor, é bom não descartar evidências sutis ou gritantes, mesmo que apenas se constituindo de uma semelhança sonora entre nomes de gente proeminente em dois países ainda em conflito, o mais poderoso atacando o mais fraco. Enter.
Pois é. Aqui no arraialito, as coisas chegaram ao cúmulo dos cúmulos. Primeiro, processos graves contra o prefeito incluindo crime eleitoral quando de seu primeiro mandato, estão na gaveta e de lá não saem nem a porrada. O Judiciário local está sendo acusado de favorecer o prefeito autor de ilicitudes várias, alega-se tratar-se de troca de favores. Feio isso... pois o mesmo prefeito, pouco antes de ser reeleito (!!!), foi indiciado pela Polícia Federal por formação de quadrilha e fraude em licitação. Depois de reeleito, não bastando tudo que já explodiu de escandaloso na primeira gestão, eis que entram processos contra o burgomestre acusando-o de ter aceito doação de campanha vinda de estabelecimento classificado como de utilidade pública, portanto impossibilitado de doar dinheiro para qualquer campanha política. E nada de acontecer nada: o tempo passa, tudo vai se acomodando, e resta lembrar que o juiz eleitoral da aldeota aprovou a doação “entendendo que a instituição doadora tem fins lucrativos” sim. Enter.
Pois em outra pendenga contra o prefeito, que autorizou obra sem documentação, portanto gerando um tremendo ilícito público, houve solicitação ao promotor do meio ambiente no sentido de abertura de inquérito civil público. O dito promotor se esquivou da abertura alegando suspeição – quando ISSO É DEVER DELE! – e mandou a solicitação para instância superior, e tudo acabou por desaparecer no vazio depois de um ano sem qualquer notícia sobre resultados para a solicitação. Deu-se de tudo ser acochambrado, os denunciantes da ilegalidade acabaram sendo processados por calúnia – sem qualquer fundamento, já que só denunciaram fatos –, a Câmara se faz de desentendida, quando a tal obra ilegal deveria ter sido aprovada em plenário para poder ser realizada – e não foi nem mesmo examinada pelos edis! –, e tudo virou do avesso no arraial, que por sinal nem imprensa real tem, e nem a imprensa da região publica nada a respeito de tamanho descalabro estabelecido como normalidade total. Enter.
“A maluquice é total no Brasil”, grunhe com seus botões um lusitano com o estômago querendo queimar, isto quando explodem notícias sobre gastos e ganhos de políticos. No Senado, aquela orgia de gastos; na Câmara, loucura atrás de loucura; na Presidência e nos ministérios, uma farra dos diabos com dinheiro público. No arraialito, os vereadores são acusados de gastos absurdos com diárias, e a acusação aponta para o fato de ter sido denunciado que não são exigidos comprovantes dos gastos com diárias, que chegam a somas sesquipedais! E ainda pesa no quengo da turma o fato de o vice-prefeito ter aumentado o próprio salário em 122%, segundo noticiado num site de notícias locais por um cidadão indignado. Enter final.
Mas o mal não pára aí. Acontece que a querida Maria, amor de Manoel, anda de avó atrás do toco com ele, e o mal adentrou no lar antes movido a amor e bem-estar. Aí Manoel realmente começou a sofrer de forma diversa: agora a merda atingiu seu coração. Na próxima renovação deste sítio os leitores saberão de desdobramentos dessa crise no seio de um lar de onde antes só saíam arrulhos. E viva Santo Expedito”! Oremos. Bye, babes!
Começa vendo o que se passa pelo mundo. Embora cético para com evidências não concretas, coisas de natureza subjetiva ou mesmo padrões místicos mais para a superstição, um grilo se instalou na cabeça de Manoel a respeito da ação dos globalizadores. É que desde a fantasia Osama bin Laden, aquilo de acusá-lo de ser o autor dos atentados às Twin Towers, quando depois se comprovou não ter isso qualquer fundamento – e já que está sobejamente sabido terem sido justamente os globalizadores os responsáveis pela ação “terrorista” –, essa história de Obama, presidente americano de origem africana em país ainda completamente racista, e verificando que ele tem quase o mesmo prenome do suposto saudita, não lhe sai da cachimônia. Tá, pode ser coincidência, pode ser isso e aquilo, mas cachorro mordido de cobra... e, como Manoel vem se abestalhando com o que vê a seu imediato redor, é bom não descartar evidências sutis ou gritantes, mesmo que apenas se constituindo de uma semelhança sonora entre nomes de gente proeminente em dois países ainda em conflito, o mais poderoso atacando o mais fraco. Enter.
Pois é. Aqui no arraialito, as coisas chegaram ao cúmulo dos cúmulos. Primeiro, processos graves contra o prefeito incluindo crime eleitoral quando de seu primeiro mandato, estão na gaveta e de lá não saem nem a porrada. O Judiciário local está sendo acusado de favorecer o prefeito autor de ilicitudes várias, alega-se tratar-se de troca de favores. Feio isso... pois o mesmo prefeito, pouco antes de ser reeleito (!!!), foi indiciado pela Polícia Federal por formação de quadrilha e fraude em licitação. Depois de reeleito, não bastando tudo que já explodiu de escandaloso na primeira gestão, eis que entram processos contra o burgomestre acusando-o de ter aceito doação de campanha vinda de estabelecimento classificado como de utilidade pública, portanto impossibilitado de doar dinheiro para qualquer campanha política. E nada de acontecer nada: o tempo passa, tudo vai se acomodando, e resta lembrar que o juiz eleitoral da aldeota aprovou a doação “entendendo que a instituição doadora tem fins lucrativos” sim. Enter.
Pois em outra pendenga contra o prefeito, que autorizou obra sem documentação, portanto gerando um tremendo ilícito público, houve solicitação ao promotor do meio ambiente no sentido de abertura de inquérito civil público. O dito promotor se esquivou da abertura alegando suspeição – quando ISSO É DEVER DELE! – e mandou a solicitação para instância superior, e tudo acabou por desaparecer no vazio depois de um ano sem qualquer notícia sobre resultados para a solicitação. Deu-se de tudo ser acochambrado, os denunciantes da ilegalidade acabaram sendo processados por calúnia – sem qualquer fundamento, já que só denunciaram fatos –, a Câmara se faz de desentendida, quando a tal obra ilegal deveria ter sido aprovada em plenário para poder ser realizada – e não foi nem mesmo examinada pelos edis! –, e tudo virou do avesso no arraial, que por sinal nem imprensa real tem, e nem a imprensa da região publica nada a respeito de tamanho descalabro estabelecido como normalidade total. Enter.
“A maluquice é total no Brasil”, grunhe com seus botões um lusitano com o estômago querendo queimar, isto quando explodem notícias sobre gastos e ganhos de políticos. No Senado, aquela orgia de gastos; na Câmara, loucura atrás de loucura; na Presidência e nos ministérios, uma farra dos diabos com dinheiro público. No arraialito, os vereadores são acusados de gastos absurdos com diárias, e a acusação aponta para o fato de ter sido denunciado que não são exigidos comprovantes dos gastos com diárias, que chegam a somas sesquipedais! E ainda pesa no quengo da turma o fato de o vice-prefeito ter aumentado o próprio salário em 122%, segundo noticiado num site de notícias locais por um cidadão indignado. Enter final.
Mas o mal não pára aí. Acontece que a querida Maria, amor de Manoel, anda de avó atrás do toco com ele, e o mal adentrou no lar antes movido a amor e bem-estar. Aí Manoel realmente começou a sofrer de forma diversa: agora a merda atingiu seu coração. Na próxima renovação deste sítio os leitores saberão de desdobramentos dessa crise no seio de um lar de onde antes só saíam arrulhos. E viva Santo Expedito”! Oremos. Bye, babes!
quinta-feira, 2 de abril de 2009
“Um panorama patético”, reflete Manoel
Frederico Mendonça de Oliveira
A propensão a participar da corrupção virou um conteúdo inerente aos brasileiros. Aqueles sujeitos que bostejaram suas posições políticas naquele encontro de artistas em apoio à reeleição de Lula chez Flora & Gil deixaram uma lição indelével. O tal de Paulo Betti dizendo que “Não dá para fazer política sem sujar as mãos, sem pegar na merda”; o tal do Wagner Tiso dizendo que nem está aí para ética e que o que vale é o jogo do poder; e ainda o José de Abreu pedindo salva de palmas para José Genoíno, José Dirceu e um outro dessa laia dos beneficiados pelo mensalão mostram que tudo se perdeu na Pindorama. Pedir palmas, diante de um “presidente” que diz nada saber, para aquele bando de pilantras envolvendo ainda Marcos Valério, Daniel Dantas, Silvio Land Rover Pereira, Duda Mendonça, essa corja de salafrários e escroques cinicamente deitando e rolando no poder, parece instalar o paradigma da postura dos cidadãos brasileiros de hoje. Basta um aceno para uma corrupçãozinha, lá estão todos abanando o rabo que nem cachorrinhos subservientes e desprovidos de senso ético, de princípios de moralidade, de consciência crítica. “Que fazer?”, pergunta-se Manoel, contemplando a degenerescência que o faz recordar Ovídio: “Vilia miratur vulgus” – o povo admira a vileza. Enter.
A tal pracita irregular no bairro de classe média em que Manoel reside mostra muito bem a deformação que vai dominando tudo e todos. Primeiro, uma praça ilegal projetada e realizada contra a lei pelo poder constituído, com apoio dos poderes do Município, rasgando a legislação que protege os cidadãos e ardorosamente apoiada por esses próprios simpatizantes, que não passam de seres assumidamente subservientes. Como pode a comunidade ajudar a destruir a legislação que a protege?? “Quem é burro peça a Deus que o mate e ao diabo que o carregue!”, lembra Manoel de sua avó Virgínia proferindo em altos brados este ditado tão descritivo da mentalidade dos brasileiros de classe média nesses dias sombrios, se não tétricos. Enter.
Manoel sente o coração oprimido ao considerar o massacre imposto ao único cidadão decente nessa pendenga, um sessentão egresso das áreas de arte e cultura e que se bandeou para estas montanhas para salvar um casamento com filhos e por não mais estar de acordo com a deformação imposta à área artística em que viveu e manteve atividade durante quase duas décadas. Pois o sujeito arrumou com muito sacrifício sua vida por aqui, lutando para dar uma formação moral decente a seus filhos – no que praticamente foi boicotado em tudo pela ex – e, depois de quase morrer de aturar toda sorte de maldades, conseguiu se ajeitar numa bela casita ao lado de uma área verde, casita que ele decorou com sua capacidade de homem das artes. Passaram-se bons sete anos até que a tragédia desabou sobre sua vida. O espaço ao lado de sua casa virou um pandemônio, com a participação ativa de uma vizinhança entupida de rede globo até as negras profundezas dos espaços intestinos. Enter.
E as retaliações ao único cidadão a invocar a lei chegaram ao inacreditável: crianças sendo usadas para gritar diabolicamente em frente ao jardim do coitado, bandos de malucos aprontadores realizando badernas indescritíveis, incluindo pancadarias, bebedeiras e sexo a céu aberto, bandos de adolescentes convocados para jogar futebol diante da casa do pobre, agressões inomináveis contra ele em seu portão, com injúrias, infâmias, tentativas de agressão, TUDO PORQUE O ÚNICO CIDADÃO CORRETO NESSA HISTÓRIA IMUNDA PLEITEOU PELO CUMPRIMENTO DA LEI!!!!!! Ninguém quer saber se ele está certo: querem apenas penalizá-lo, constrangê-lo, agredi-lo, sadicamente perseguir um cidadão que discordou do “desejo” da maioria. Enter final.
Enojado, Manoel emite um sonoro arroto, única atitude plausível diante de tamanha monstruosidade. Pois o mais torpe foi saber que o tal cidadão foi processado criminal e civelmente por denunciar o ilícito, não encontrou apoio de NENHUMA INSTÂNCIA de poder local, não recebeu oitiva da grande imprensa, que se esquivou miseravelmente de denunciar tamanho escândalo, e dá nojo e asco saber que os moradores “beneficiados” pelo ilícito prosseguem em sua tarefa de odiar, discriminar, perseguir, provocar e tentar transformar a vida do pobre legalista num inferno. Diante de tal teratologia manifestada, é fazer como o perseguido: viver recluso em sua bela casa tomando sua loura e produzindo arte para si mesmo ao lado de sua amada. “Faço o mesmo com minha Maria!”, exclama nosso herói em solidariedade a um simples homem honesto que destoa da miséria que o cerca e o vitima. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
A propensão a participar da corrupção virou um conteúdo inerente aos brasileiros. Aqueles sujeitos que bostejaram suas posições políticas naquele encontro de artistas em apoio à reeleição de Lula chez Flora & Gil deixaram uma lição indelével. O tal de Paulo Betti dizendo que “Não dá para fazer política sem sujar as mãos, sem pegar na merda”; o tal do Wagner Tiso dizendo que nem está aí para ética e que o que vale é o jogo do poder; e ainda o José de Abreu pedindo salva de palmas para José Genoíno, José Dirceu e um outro dessa laia dos beneficiados pelo mensalão mostram que tudo se perdeu na Pindorama. Pedir palmas, diante de um “presidente” que diz nada saber, para aquele bando de pilantras envolvendo ainda Marcos Valério, Daniel Dantas, Silvio Land Rover Pereira, Duda Mendonça, essa corja de salafrários e escroques cinicamente deitando e rolando no poder, parece instalar o paradigma da postura dos cidadãos brasileiros de hoje. Basta um aceno para uma corrupçãozinha, lá estão todos abanando o rabo que nem cachorrinhos subservientes e desprovidos de senso ético, de princípios de moralidade, de consciência crítica. “Que fazer?”, pergunta-se Manoel, contemplando a degenerescência que o faz recordar Ovídio: “Vilia miratur vulgus” – o povo admira a vileza. Enter.
A tal pracita irregular no bairro de classe média em que Manoel reside mostra muito bem a deformação que vai dominando tudo e todos. Primeiro, uma praça ilegal projetada e realizada contra a lei pelo poder constituído, com apoio dos poderes do Município, rasgando a legislação que protege os cidadãos e ardorosamente apoiada por esses próprios simpatizantes, que não passam de seres assumidamente subservientes. Como pode a comunidade ajudar a destruir a legislação que a protege?? “Quem é burro peça a Deus que o mate e ao diabo que o carregue!”, lembra Manoel de sua avó Virgínia proferindo em altos brados este ditado tão descritivo da mentalidade dos brasileiros de classe média nesses dias sombrios, se não tétricos. Enter.
Manoel sente o coração oprimido ao considerar o massacre imposto ao único cidadão decente nessa pendenga, um sessentão egresso das áreas de arte e cultura e que se bandeou para estas montanhas para salvar um casamento com filhos e por não mais estar de acordo com a deformação imposta à área artística em que viveu e manteve atividade durante quase duas décadas. Pois o sujeito arrumou com muito sacrifício sua vida por aqui, lutando para dar uma formação moral decente a seus filhos – no que praticamente foi boicotado em tudo pela ex – e, depois de quase morrer de aturar toda sorte de maldades, conseguiu se ajeitar numa bela casita ao lado de uma área verde, casita que ele decorou com sua capacidade de homem das artes. Passaram-se bons sete anos até que a tragédia desabou sobre sua vida. O espaço ao lado de sua casa virou um pandemônio, com a participação ativa de uma vizinhança entupida de rede globo até as negras profundezas dos espaços intestinos. Enter.
E as retaliações ao único cidadão a invocar a lei chegaram ao inacreditável: crianças sendo usadas para gritar diabolicamente em frente ao jardim do coitado, bandos de malucos aprontadores realizando badernas indescritíveis, incluindo pancadarias, bebedeiras e sexo a céu aberto, bandos de adolescentes convocados para jogar futebol diante da casa do pobre, agressões inomináveis contra ele em seu portão, com injúrias, infâmias, tentativas de agressão, TUDO PORQUE O ÚNICO CIDADÃO CORRETO NESSA HISTÓRIA IMUNDA PLEITEOU PELO CUMPRIMENTO DA LEI!!!!!! Ninguém quer saber se ele está certo: querem apenas penalizá-lo, constrangê-lo, agredi-lo, sadicamente perseguir um cidadão que discordou do “desejo” da maioria. Enter final.
Enojado, Manoel emite um sonoro arroto, única atitude plausível diante de tamanha monstruosidade. Pois o mais torpe foi saber que o tal cidadão foi processado criminal e civelmente por denunciar o ilícito, não encontrou apoio de NENHUMA INSTÂNCIA de poder local, não recebeu oitiva da grande imprensa, que se esquivou miseravelmente de denunciar tamanho escândalo, e dá nojo e asco saber que os moradores “beneficiados” pelo ilícito prosseguem em sua tarefa de odiar, discriminar, perseguir, provocar e tentar transformar a vida do pobre legalista num inferno. Diante de tal teratologia manifestada, é fazer como o perseguido: viver recluso em sua bela casa tomando sua loura e produzindo arte para si mesmo ao lado de sua amada. “Faço o mesmo com minha Maria!”, exclama nosso herói em solidariedade a um simples homem honesto que destoa da miséria que o cerca e o vitima. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
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