sexta-feira, 27 de março de 2009

Manoel e a noosfera

Frederico Mendonça de Oliveira

Um grande amigo de Manoel, pessoa de quem ele já era amigo há mais de década mas que só agora ocorreu de se tornar grande amigo, mandou um arquivo da pesada para nosso herói, falando sobre a grande mudança que se operará no ano de 2009 e que deverá deixar os globalizadores comendo o pão que o diabo amassou. Conhecedor de coisas do esoterismo, Manoel bateu os olhos na coisa e viu que não é pouca merda. O amigo Ary, quando de sua última visita ao arraialito, estreitou conhecimento especial com Manoel, incluindo até música refinada, para conhecedores das coisas que os objetos vestidos nem sonham calcular que possa existir. E daí vieram as novas condições de troca, em profudidade. E veio o tal texto, que passo a transcrever, para delícia de meus queridos possíveis leitores neste Brasil iletrado, em que o presidente, um semi-analfa, assina uma revisão ortográfica e que, bebum de carteirinha, baixa lei seca para motoristas em geral, já eu ele não dirige, né? Enter.
“Qual é o maior legado do ano Gregoriano 2008 para o seguinte, 2009? Sem dúvida o colapso do sistema financeiro mundial – isso e a eleição do primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos. São estas as duas forças que darão forma aos eventos mundiais do próximo ano. Ambas auguram 2009 como o ano da Grande Divisão”. Tá. Manoel, em não sendo um ignaro em assuntos esotéricos, já começa verificando que o ano, somados seus algarismos, dá 11, que é considerado número que simboliza transição, excesso e perigo. Manoel sabe que alguns autores lhe atribuem um caréter infernal, já que ele excede o número da perfeição (dez), e está relacionado também com o dois, número da fragmentação. E o texto avança em revelações chocantes mesmo para os ligadôes: “Claro, o que torna a situação tão difícil no plano relativo é que a ficção do dinheiro
dominou muito o ciclo babilônico de 5000 anos da História – isto e o que vem com essa paisagem: o horror dos impostos, guerra e domínio imperialista. De fato, virtualmente toda instituição do mundo moderno é governada e manipulada por dinheiro”. E não fica por aí. Quem tem cu tem medo, e qualquer um de nós ignora o que fez nas outras existências e sabe que, estando vivo, até o último instante de existência pode sofrer duras punições por erros passados. E uma mudança cósmica radical não erra em um mínimo aspecto sequer, e só os merecedores sairão vivos dessa, mesmo que passando por duras provas. Enter.
E o autor do texto prossegue, implacável: “Para a oligarquia reinante, o colapso financeiro-econômico será causa de maior entrincheiramento e endurecimento das artérias do poder. Ao invés de encarar o fato de que o velho jogo acabou, preferirão apegar-se a ele ainda mais. Em vez de tentar o novo, continuarão a tentar escorar instituições em falência, criando uma linha divisória ainda maior entre os que têm e os que não têm – sendo que estes últimos crescerão ainda mais em número conforme a falta de trabalho aumentar”. E os pobres desprovidos, em número já astronômico em relação à realidade anterior de poucas décadas, irão à luta. Isso já ocorre com o êxodo de trabalhadores para o Primeiro Mundo em busca de tarefas inferiores mas melhor remuneradas que abaixo da linha do Equador. E prossegue a cacetada: “Sim, 2009 é o ano da grande divisão. Não só temos as crises do aquecimento global e guerra ao terrorismo, como agora o tumulto financeiro dos mercados mundiais – uma crise tríplice global! A guerra ao terrorismo e o aquecimento global resultam do domínio exercido pelo dinheiro na mente humana e o que isso fez ao nosso caráter, fomentando ganância e indiferença descuidada, senão insensível, à violência e destruição da Natureza. Esta ameaça tripla é a crise terminal da civilização. Mas é a crise financeira que finalmente começou a fazer as pessoas pensarem seriamente – o velho mundo está realmente morrendo. Vamos morrer com ele ou escolheremos o novo?” Precisa dizer mais? Ou podemos tratar de ir aos finalmente? Enter final, então.
“O deslocamento para a noosfera – mutação da biosfera –é a única mudança real. É o único caminho de parar o terrorismo, pois os terroristas hoje nada mais são que a porção de nós mesmos ligados ao mito do progresso e adoração do dinheiro. Sem dinheiro mandando, Bão haverá mais razão para a causa terrorista. Osama Bin Laden nada mais é que um mito sombrio inventado e perpetrado pelo Banco Federal de Reservas, Organização do Comércio Mundial e Fundo Monetário Internacional para criar uma aura de medo para proteção do sistema financeiro”. Semana que vem prosseguiremos, queridos. Manoel está encantado com novas revelações... E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!

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