Frederico Mendonça de Oliveira
O sujeito calhorda que ocupa a presidência da República já deixou de ser apenas um metalúrgico fajuto, um líder de partido que brandia a bandeira do decoro em meio à putaria que sucedeu o militarismo escroto ao longo de 20 anos, um sucedâneo para a orgia indecorosa senão putíssima que nos emporcalhou a vida na seqüência Sarney-Collor-FHC: esse cara de pau sem qualquer caráter, esse macunaíma garanhunense depois são-bernardense mas na verdade um pilantra de quatro costados sem origem e que navega ao sabor da imposição de um golpe irreversível no tão capaz e laborioso povo brasileiro precisava ser deposto a bofetões e encarcerado em masmorra nada especial, indo com ele para o xilindró também Sarney e FHC. Collor, pensando bem, é um nada. Esse cabra não tem nada de pernambucano, é apenas um ladrãozinho reles como qualquer parlamentar safado com quem ele faz acordos imundos pra se manter mamando e nadando de braçada na folia presidencial enquanto o zé-povo rala crescentemente comendo merda e o pão que o diabo amassou na surubada em que se transformou o poder constituído. Caetano e Gil acertaram: o Haiti é aqui. Enter.
Bem, o ministro da Cultura, parceiro de Caetano em diversas canções que desnudam o horror que vivemos, especialmente naquele rap genial Haiti, denuncia mas também mama, com a mesmíssima cara, hoje desfigurada parecendo um coco seco e de cabeleira rala e esparsa. Parece que anda se assemelhando a Babalon ou Baphomet. Agora deu pra sair na Mônica Bérgamo, aquela coisa de coluna fedendo a carniça. Gilberto Gil, com quem toquei durante todo o ano de 1974 num show em que os sucessos eram Maracatu Atômico e Xodó, aponta as cobras desde Aquele Abraço, mas sabe muito bem comer no mesmo cocho que elas. E o Brasil vive sonorizado a duplas ganibundas e sob toda sorte de misérias “musicais”, enquanto nosso bom – não tanto, não tanto – baiano desfila de ministro e deve possivelmente dispor de um cartão corporativo. Se não, me desculpe o compadre, erramos. Mas que ele deita e rola no fuá, mesmo que enxergando claramente a cor do sangue dos explorados, isso é fato. E a cultura no Brasil prossegue sob absoluto controle das multinacionais, e assim foi pro saco nossa identidade. Gil é inteligente e talentoso, mas perdeu a vergonha na cara. E ele sabe muito bem disso. Um guitarrista que me sucedeu no trabalho com ele falou curto e grosso: desde Parabolicamará o cara virou estrela e subiu pro andar de cima. Detalhe: ele não acrescenta mais porra nenhuma a nada: apenas colhe dividendos da indústria de extração que montou. Não é diferente com Chico, Caetano, Milton e caterva: todos enriqueceram à custa de detonar a cultura nacional com pactuar com as multinacionais da canção e do disco. Enter.
Grande merda! Hoje são um resto de um período sombrio regado a ilusão, quando a macacada acreditava que a canção salvaria o país. A macacada também achava que o retorno do poder civil, apoiado pela canção emepebê, salvaria esse penico em que estamos enfiados desde 1964. Mas os espertos entreviam que Simones, Wagner Tisos, Paulos Bettis e caterva, aboletados em palanques, davam o sinal de que algo ia muito mal. Aliás, cito o medíocre pianista mineiro não porque ele seja algo, mas porque é o exemplo vivo do embuste e da trapaça. Ele se acha digno de glorificação, quando não passa de um megalomaníaco descarado e um usurpador. Simone, essa é de doer: anteontem o rádio tocava enquanto eu trabalhava, e eu sofria com ouvir a desafinação doentia da maluca no que “entoava” Um Novo Tempo, aquela beleza do Ivan, que ela pisoteou com sua desafinação de gambá. Eu sofria mas não queria deixar o texto que elaborava, pra não perder o fio da meada e o calor: deixei que aquilo passasse para dar lugar a algo menos lúgubre e porco. Quanto a Paulo Betti, bem, coitado do Lamarca, representado por ele naquele filme ridículo. Lamarca foi gente, embora tenha cometido os erros que todos os que abraçaram o torpe bolchevismo cometeram de alguma forma. Essa turma toda apenas se adapta ao que ocorrer. Simone, cantora execrável como Betânia, chega a tentar não sair de cena gravando aquela versão rasteira de Noite Silenciosa, calcando no sotaque baiano fajuto no que pronuncia Noite feliz (é), transformando a linda canção em homenagem ao Salvador em algo do tamanho dela. É a velha história: precisa faturar... Enter final.
O governo de sudras comandado por Lula prossegue apodrecendo. Agora tenta até livrar a cara do demônio FHC. São todos discípulos de Mefistófeles. O Brasil não merece o Brasil que está aí. E o povo, ignorantizado e miserabilizado ao cúmulo, nada pode mais. A fantasia de um levante, de uma sublevação, isso é carochinha pura. Estamos morrendo à míngua, e isso não vai mudar. Vai tudo minguar, minguar, minguar, enquanto a macacada no andar de cima se esbalda na suruba com o dinheiro público. O diabo há de carregá-lo, mas a nós ele já vai carregando ou já carregou. Quero ver como é que vai ser nas próximas encarnações. “Bem aventurados os que sofrem”, disse o Cristo. A gente entende e abraça – mas a contragosto, que ninguém nasceu pra masoquismo. Agora, que os que desgraçam o povo e o país hão de pagar, disso ninguém duvide: “Quem com FERRO fere, com FERRO será ferido”. Deus não brinca. Veremos um dia a coisa feder. E viva Santo Expedito! Oremos. ’Té a cervejada final, gente!
Um comentário:
Olá!
Cheguei aqui pela recomendação do nosso amigo Mario Drumond.
Sou Fernando Barbosa e desde já salvei seu blog para ler com mais calma toda essa reflexão sensata, que por exemplo, nos apresenta neste texto.
Um abraço... bom demais e até breve!
Fernando Barbosa
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