sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Líbia, Flamengo, nu artístico e “chegar na”

Frederico Mendonça de Oliveira

Você já está acostumado com ver maluquices, claro. ’Inda mais se vivendo nesse lupanar-quintal baldio de nome Brasil, aliás proveta para experimentos do tipo como levar uma comunidade a extremos de degradação política, social e humana. É esse lugar em que estamos. Pois eis que “nossa imprensa” revela que andam pondo o Ghadafi/Kahdafi (é G ou K, pô??) na rua, e eu me pergunto: “Quem?”. Se essa imprensa, hetera do sistema, esse piriri ralo apóia os rebeldes, é caso para desconfiança. Afinal, quem assumirá na Líbia? O Egito, onde começou a “primavera árabe”, até parece coerente, pois já vai se pegando com Israel, sua fronteira a nordeste. O Mubarak vivia aos afagos com os perversos invasores da Palestina. Agora eis que já rola titica na fronteira, pinta até disenteria diplomática. Assim faz sentido. Mas quanto à Líbia... sei lá! Enquanto não aparecer alguma demonstração clara de que não haverá aliança com a “turma do yahoo” (Deus, em hebraico), ficamos de orelha em pé. E até agora só causou real interesse e alguma simpatia o fato de um dos “revolucionários” (a serviço de quem, a propósito?) estar envergando camisa do Flamengo. Na Líbia?! Bem, não custa sacar o “noticiário”: “TRÍPOLI - Um flamenguista entrou na quarta-feira vestido com a camisa do time carioca na fortaleza de Muamar Kadafi, em Trípoli – conquistada pelos rebeldes – em meio a tiros e explosões nas redondezas, para acompanhar o fim anunciado de 42 anos de ditadura. Era Mohamed Firjani, de 19 anos, filho de um diplomata líbio que representava o governo de Kadafi no Brasil até 2007 e agora desertou”. Tá. Vale o registro. Se esse flamenguista tiver o espírito do Kleber Leite, adeus. Mas valeu a gracinha. Pelo menos o assunto ganhou alegria. Enter.
Domingo passado, você nem pode imaginar: no arraial onde estou autoexilado há quase três décadas, rolou a “parada do orgulho LGBTTS”, de que estive antipodamente colocado por motivos imagináveis. Aliás, não perdendo a deixa, acredito que daqui a pouco a sigla dessa coisa deverá ser: LGBTEISDADDDCESSS, que pode significar, digamos: L (lésbicas) G (gays) B (bi – ou boiolas?)) T (transformistas) E (eventuais) I (indecisos) SDA (saídos ou saindo do armário) D (drags) D (duvidosos) D (diletantes) C (constrangidos) E (extraviados) S(suscetíveis) S (sacadores) e, finalmente, S (simpatizantes) , a julgar pela constante inclusão de letras na “sigra”, palavra comum nestas montanhas paradoxais. A “sigra” no início era GLS, “gays, lésbicas e simpatizantes”; daí, foram chegando mais nuances da coisa, e hoje tá lá LGBTTS, registrando novas adesões, suponho. De qualquer forma, não sei se você concorda, essa parafernália com saturnais de militância radical vem enchendo o saco. Anda rolando na rede um desabafo de um “entendido” que vale a pena inserir: “Nunca tive problemas em ser homossexual porque sou uma pessoa comum, quase igual à vida de qualquer heterossexual. Esse negócio de viver a vida expressando diuturnamente sua sexualidade é uma doença. A sexualidade é algo que se encontra na esfera da intimidade e não diz respeito a ninguém. Para mim, qualquer tipo de extremo é patológico.”. Concordo, a maioria concorda e vem aturando as paradas com o gogó entalado, engolindo esses sapos e, o que é pior, aturando a ESCROTÉRRIMA ESTÉTICA exibida nessa exteriorização. Quem não se recolhe para nhanhar são os animais. Porque eles não sofrem, como nós, a questão da ética: todos vivemos vestidos, embora eventualmente a nudez seja imposta ou ocorra por aí. Como dizia Herivelto Martins, “Amor é pra quatro paredes”. Se não for assim, vira zona... Enter.
E sai outra notícia estúrdia nos jornalões: “Uma professora de uma escola pública da cidade de Luís Correia, no Piauí, que ensinava artes para alunos da 8ª série do ensino fundamental, foi demitida por ter pedido a um estudante que tirasse a roupa durante uma atividade. O tema da aula era a mitologia greco-romana, e a docente queria que o aluno fosse modelo para que os demais estudantes o desenhassem, como uma escultura. Uma das alunas não gostou da ideia do ‘nu artístico’ da professora, reclamou com a família, e o caso foi parar no Conselho Tutelar, que denunciou o fato para a Secretaria de Educação do Piauí”. E a “fessora” foi demitida por “descumprir o regimento”. Bonito. Onde está a verdade? Nossos filhos são submetidos a violência e erotismo via TV, imprensa, internet – quem lhes pode impedir acesso a pornografia em sites sem censura qualquer? –; todos diariamente levamos bundas na cara via telinha/telões; gays e lésbicas agora se amassam em novelas; pais levam seus filhos para verem o espetáculo da libertinagem do orgulho LGBTTEISDADDCESSS nas praças centrais de capitais ou qualquer remoto arraial – como esse em que me escondo de balas perdidas e arrastões –, e uma professora é demitida por questão puramente regimental? Bem, consideremos: ela poderia providenciar um “shorts” cor da pele pro garotão e preparar o espírito da turma para a aventura artística de desenhar nu, claro. Aí, talvez, a garota não reclamasse com os pais. Talvez o apolo em questão fosse o namorado da reclamante... e a professora estaria apenas querendo provocar a julietinha... Bem, está salva a moral no Brisêu. Você hoje vai dormir melhor, pois alguém salvou a decência alhures. E tive de acrescentar duas vírgulas ao texto do jornalista, que deve ter “esquecido” delas, coitado... Enter final.
E olha só: você não precisa mais se preocupar com o idioma. Agora deve dizer “chegar em”, “ir em”, em vez de “chegar a”, “ir a”. Saiu, na Folha e no O Globo, que “Eles vão na porta da escola convidá-las etc.” (O Globo); e “quando a PM chegou no local” (Folha). Você aprendeu? Então seja burro: é mais fácil, e você não será considerado errado ao falar certo. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Lembramos que estamos sob censura desde 11/04/08. A restrição vai totalizando 2099 dias. O Estado de São Paulo já se livrou desse absurdo, aliás, inconstitucional. O advogado Gerardo Xavier Santiago, RJ, lembra que o artigo 5 da Constituição Federal garante a liberdade de expressão e de manifestação em local público! Abaixo a censura!

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