Frederico Mendonça de Oliveira
“Bem, até hoje não houve uma definição por parte do governo americano quanto a quem terá derrubado aquelas torres estúpidas, símbolos da decadência da tão sonhada civilização. Isso não é novidade: não ficou dito quem matou Kennedy (o Lee Oswald não foi, claro, era uma besta desequilibrada e um instrumento nas mãos dos verdadeiros assassinos), não se teve explicação sobre a morte do Bob Kennedy, sobre a morte de Martin Luther King ou de Malcolm X, tudo fica nebuloso, perdido no ar, e o tempo acaba sepultando as perguntas que antes vibravam em mentes e espíritos sequiosos de ter a verdade. Shakespeare estava certo em seus nobres e iluminados escritos: “Há muito mais coisas entre o céu e a Terra do que sonha nossa vã filosofia”. E eis o que vivemos: a ditadura da mentira deslavada, cínica, descarada, despudorada, e a grande maioria dos chamados seres humanos está aí perdidona, enquanto a Natureza vai reagindo aos maus tratos dos que querem lucro a qualquer custo. Agora chega um maluquete na Flórida, um pastorzeco de nome Terry Jones, propondo a queima de centenas de exemplares do Alcorão, e o mundo é sacudido pelo temor de uma conflagração prematura de uma guerra mundial que já se concretiza e eclode tanto pontual como linearmente desde que a tribo de Israel invadiu a Palestina. Um certo Marcos Guterman aí, que escrevinha no Estadão, deu contornos até nítidos do problema, só que o cerne da coisa ficou – como seeeeeeeeeeeeeeempre! – “esquecido”, a verdade que sempre é contornada e ocultada mas cujo fedor nos invade as vidas sem dó desde tempos imemoriais”, falou Manoel. Enter.
Fox considera os fatos trazidos por seu velho amigo, silencioso e mergulhado em reflexão, e acaba que lembra: “E nós, quando saberemos o que houve em Alcântara, o que houve com a P36, como o voo (ôo) 1904 – aquela ‘colisão’ foi de amargar, hem, Manoel!... –, com o voo (ôo) 3054 (outro enigma!), com o voo (ôo) 402, com tantas outras coisas ocorridas na Pindorama e que ficam sem explicação e são jogadas na lixeira do tempo? Parece que o Brasil não difere do resto desse mundo estúpido e cancerificado...”. Manoel olha para as rugas de velhice que vão dominando a pele de seu braço esquerdo – ele olhava para o cronógrafo Citizen automático adquirido em 1977 para sacar as horas –, verificando ainda que o envelhecimento de sua pele é bem mais visível que o do relógio, e uma certa nostalgia o assalta, chega mais constantemente, de um tempo para cá, a conscientização do momento crucial de que ninguém escapa. “Gauguin fez um quadro a que deu o nome de ‘Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?’, e eis que a pergunta tríplice está a cada dia mais procedente, vindo dos primórdios dos tempos, desde que estabelecida a consciência do ser ‘criado à imagem e semelhança de Deus’... Afinal, quem somos, ó Fox?? Veja só: considerando a lei de ação e reação, fica mais do que evidente que ninguém conhece seu passado, ou seja, o que fez em outras vidas, o que mostra que até o último instante desta encarnação que vivemos estamos sujeitos a pagamentos de dívidas... não importa idade, condição social, religião, nada!!! Na verdade, a verdade não nos pertence: dela temos apenas vislumbres ou a certeza de que existe. Basta dizer que não coube a nós a existência de um só fio de cabelo que tenhamos... Quem somos, então?”, propõe Manoel para um Fox com semblante meditativo, viajante. Enter.
“Agora, depois de toda essa cambulhada de besteiras sobre a derrubada e desabamento – na verdade, aquilo foi implosão – das torres, missão seguramente realizada pelos próprios americanos e, mais ainda, pelo próprio governo americano!, depois de atribuírem a gente do Bin Laden a autoria da maluquice maior de todos os tempos em termos de “atentado” e de falarem até em carro abandonado no aeroporto de Nova York tendo em seu interior manual de pilotagem em árabe, além de outras loucuras, vem outro curuquerê. Só faltava essa: um pastor sai do nada e ganha as primeiras páginas da imprensa mundial através de resolver homenagear as vítimas daquela loucura queimando exemplares do Alcorão em cerimônia no Marco Zero, causando um sismo planetário, mobilizando os mandachuvas do Ocidente e fustigando a turma dos camelos, do quibe e das mesquitas, e eis que se instala uma bosta mundial através de uma simples ameaça de protesto de um zé-ninguém da Flórida. Na verdade, a barafunda é geral: o 11 de Setembro é um embuste, e uma ameaça de um pastor maluquete põe em risco o equilíbrio mundial a ponto de se vislumbrar a eclosão da Terceira Guerra, que mobilizará os ‘aliados’ de sempre, só que agora contra o mundo árabe – o que em verdade já vem acontecendo desde 1948, com a imposição do estado de Israel –, que já é o ‘novo vilão mundial’, a nova ‘ameaça ao Ocidente’, ficando a jeremiada contra Hitler, ufa!, afinal, em segundo plano. Veja a fragilidade da situação mundial, amigo Fox! E o pior é que estamos nessa muvuca também, porque o mundo todo está submetido pela ditadura desses ‘aliados’, caramba! Basta lembrar a famigerada Tríplice Aliança, os aliados sul-americanos organizados pelos banqueiros europeus – com sobrenomes ‘exóticos’... – contra o Paraguai. Os agressores são sempre os mesmos, e quem os peita vira bandido, vilão, inimigo da Humanidade, como se a Humanidade pertencesse a essa minoria maligna e a ela coubesse decidir sobre o que é bem e o que é mal. Puxa, estou parecendo boneco falante reequipado com pilha alcalina...”, considera Manoel diante do semblante divertido e atento do amigo Fox. Enter.
Bem, nosso herói tocou na ferida maior da História, e Fox assina embaixo e abre outra questão, que parte de uma distorção no mínimo ridícula, na verdade trágica. “Manoel, ‘saca’ essa: o Brasil ingressa na vanguarda da estupidez consentida, assumida e até exibida e glorificada. Um presidente apedeuta que se orgulha de sua ignorância mas que não passa de um bonifrate do Império encabeça uma horda de pelintras que vai transformando o País numa pústula em todos os sentidos e direções. A reforma ortográfica é uma cagada federal: chega a incluir as letras k, y e w no alfabeto, mesmo que elas não tenham utilidade qualquer. Tiram o acento dos ditongos abertos em éia e óia, mas mantêm esses acentos em dói, herói, causando uma assimetria no conjunto de regras que obrigatória e fatalmente levará a mais erros e mais ignorância por escolha, já que os objetos vestidos virarão as costas para essa confusão. Os dicionários agora têm de apontar a pronúncia, se aberta, nesses casos. E os brasileiros ainda contam piadas de portugueses... Convenhamos: caberia chamar a atenção dos seus patrícios para essa estupidez, para virarmos piadas por lá!...”, conclui o amigo de nosso herói, que apoia (ói) a fala e acrescenta: “O que podemos esperar de um país em que crianças são usadas e deformadas para dar apoio a obras criminosas e ilícitas?”, e chega Maria com Alfa, mulher do Fox, e corta para a próxima. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
Ah! Vale lembrar que estamos sob censura desde 11/04/08, e que a restrição já vai totalizando 861 dias. Abraço pra turma do Estadão, que também atura isso há 406 dias...
2 comentários:
Querido amigo e mestre Frederah, segue abaixo uma aula sobre a liberdade de informação na internet, na forma de uma extensa mas magistral sentença judicial, que recusou a pretensão do obscuro banqueiro Daniel Valente Dantas de calar pelo bolso e pela censura prévia o combativo jornalista Paulo Henrique Amorim pela via judicial. Exatamente como aconteceu - e ainda acontece - com você via poder judiciário do Arraial de Alfenas. É mui longa a sentença, mas para quem realmente se interessa pela ampla, geral e irrestrita liberdade de comunicação social no Reino de Pindorama, vale a pena lê-la às inteiras. Do sempre amigo Geraldo, forte abraço na patroa. Salam Ayek.
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T
Frederah, por ser muito longa a sentença referida acima, não deu para colá-la aqui. Mas, para lê-la, vá ao ótimo site site do Paulo Henrique Amorim (www.conversaafiada.com.br).
Salam Ayek!
"Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão, têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista". (Paulo Henrique Amorim)
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