Frederico Mendonça de Oliveira
Carnaval nas ruas, carnaval no poder. Dois milhões e meio de foliões no Cordão do Bola Preta no Rio festejando o direito à vida e à alegria. Ou ao direito de estarem todos inacreditavelmente vivos e mais inacreditavelmente ainda... felizes de montão! Você há de convir comigo em que esses dois milhões e meio poderiam marchar sobre Brasília realizando a maior marcha de todos os tempos contra os sevandijas e sudras que se locupletam às custas do suor e das lágrimas de sangue do povo brasileiro. Veja bem, poderiam marchar ao som do samba É, do Gonzaguinha, cantando que “a gente não tem cara de panaca/ a gente não tem jeito de babaca!”, e cercar a Praça dos Três Poderes destruídos pelos traidores da Nação... e obrigar os engravatados criminosos a sair de suas tocas milionárias debaixo de tapas, enfrentando um corredor polonês tendo um milhão e tanto de braços direitos dispostos a desferir pesados bofetões de cada lado do corredor! Carnaval seria isso! Ou prosseguirá o povo brasileiro festejando sua submissão e sua covardia histórica pulando como bando de macacos atrás de qualquer tambor? A corrupção é o ritmo que embala os que se aboletaram no cockpit do Brizêu, e a multidão de desmiolados vai atrás desse trio elétrico sem se preocupar em botar pra funcionar a massa que preenche seu espaço intracraniano. E ainda vem alguém como José Carlos Werneck dizendo “Procura-se um líder de oposição”, vociferando a utopia: “O Brasil vive hoje uma crise moral em todos os seus Poderes. A corrupção tomou lugar de honra no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. E o mais grave é que permanecem calados os que, por dever de ofício, deviam denunciar. Desnecessário citar aqui todos os casos da endêmica roubalheira que campeia em todos os setores da administração pública de nosso país. Para isso basta ler os jornais independentes, acessar o noticiário das emissoras de rádio e televisão não estatais e principalmente, até por uma questão de bom gosto, desligar o rádio quando a ‘Voz do Brasil’ for começar”. Enter.
Não adianta mais pensar em oposição, grande Werneck! Oposição hoje é apenas quem não está com a teta na boca, irmão. O PT nos deu essa lição: foram oposição no que denunciavam tudo que se via de errado no poder ditatorial dos milicos e entraram em cena já quando se promovia a distensão política para o retorno do poder civil. Veja você: o PT passou a existir quando já se diluía o bipartidarismo, isso em 1979. Era Figueiredo, o boçal, quem tinha as rédeas do País nas mãos, e o PT passou a existir sob esse contexto. E sob essa égide. Enquanto não subiu a rampa do Planalto, foi oposição ferrenha a Collor, a Itamar, a FHC – que deveria estar a ferros! – e prometia um Brasil livre de todos os males que apontava nos governos de situação. Pois puseram o apedeuta cachaceiro ocupando o trono de Belphegor, aquele trono que Sebastião Nery comparou com o trono de FHC. Pois foi o desprezível Lula abiscoitar o poder e se converter no poder que ele tanto atacou vivendo o papel de líder saneador. Você ainda acredita, como o grande Werneck, em “oposição”??? Pois eu não. No Brizêu a moeda só tem uma face, a mesma efígie nos dois lados. Para que isso mude, seria necessário fazer retroceder o tempo e a História, especialmente fazer desnascer os milhões de energúmenos do sistema que estão aí entupindo as ruas e depravando o idioma. Seria necessário descer dos céus uma legião de anjos exterminadores com espadas como as de Gabriel, para limpar a superfície do País dessa massaroca de andróides balantes, deambulantes e parasitários. Seria necessário invadir Brasília com um bloco de foliões do Bola Preta – só que tomados de ardor patriótico saneador, não curvados à vidinha de merda que o sistema lhes permite e pulando de alegria apesar disso. Você não acha? Ou será que ainda cabe oposição nisso? Enter.
“Vergonha é palavra esquecida. O negócio, agora, é tirar proveito. O povo que se lixe, que morra nas filas dos hospitais públicos e postos de saúde à espera de um atendimento péssimo, que tenha seus filhos matriculados em escolas que não ensinam, que esperem infinitamente por aposentadorias e pensões miseráveis, que habitem moradias indignas de qualquer ser humano, que morram nas ruas nas mãos de bandidos. Por todas essas mazelas, é necessário que surja alguém entre os integrantes do Parlamento brasileiro que queira de fato assumir o importante cargo de líder da oposição, que de fato se encontra vazio, como o coração do eleitor, que não acredita mais na classe política”. Assim José Carlos Werneck propõe, veja você. Só gostaríamos de saber que engravatado falaria hoje a língua do povo... porque essa classe está extinta faz tempo, ô meu! Enter final.
Já o imperdível Carlos Newton traz outra palavra para nós todos: “Agora, falta o Supremo aceitar que o Conselho Nacional de Justiça investigue as ‘movimentações atípicas’ dos magistrados”. É isso aí. Começou a devassa, vamos fundo. Nada disso de voltar tudo a como era antes no quartel de abrantes. A ministra (existe a forma feminina?) Eliana Calmon começou, vamos todos entrar nessa corrente. O Judiciário está COMPLETAMENTE CARCOMIDO como os outros poderes, mas pelo menos houve a iniciativa da La Calmon, e o barco adernou como um Costa Concordia tupiniquim, pondo em risco toda a riqueza estúpida contida dentro dele... Você não acha? Olhe só: “Nem tudo está perdido. A Advocacia-Geral da União se mostra favorável à retomada da investigação sobre movimentações financeiras suspeitas de magistrados e servidores do Judiciário pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Esta posição da AGU já foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal pela AGU, conforme noticiou o jornal “O Globo”. E assim é que vamos botar essa coisa pra frente. Sem silicone na bunda e nos mamás, sem mostrar as partes e sem sambar o samba do crioulo doido que leva massas de milhões às ruas para festejar nossa desgraça histórica. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes!
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Brasil, carnaval, Ficha Limpa e censura
Frederico Mendonça de Oliveira
Você não deve saber, mas o blog www.thetweet.blogspot.com está no ar há mais de cinco anos e está sob censura desde 11/04/08. Isto porque denunciamos um juiz que praticou um ilícito público. Antes do blog havia o jornal impresso, que não encontrou vida inteligente para absorvê-lo, reunindo apenas um clubinho de leitores mais interessados em ajudar que outra coisa. Quem gostava de ler o jornalzinho O Apito era o Brizola, que o recebia de cortesia através do amigo comum Gilberto Felisberto Vasconcelos. Nada mau: o Brizola era, afinal, o último dos moicanos dignos nesse bordel denominado Brasil. E pessoas me perguntavam o porquê do nome O Apito. A muitos expliquei, para alegria deles. E explico aqui, em homenagem aos senhores censores da publicação eletrônica atual, desdobramento da outra, impressa, que saía quinzenalmente sob esforço hercúleo. Enter.
Primeiro, eu explicava que jornais que se pretendam combativos devem ter nome de algo que emita som: tambor, clarim, trombeta, coisa assim. Então me veio à cuca o instrumento poderoso e penetrante que é um apito, e isso lembrou uma marchinha de carnaval dos anos 1950, “Índio quer Apito”, do Haroldo Lobo. A piada que inspirou a marchinha era nacionalista, já mostrava duas faces do lupanar que era o Brasil: uma zinha menteúda de algum político poderoso, trajando lingerie, atende à campainha no amplo apartamento de frente para o mar no Rio e se assusta. Abrindo a porta, julgando ser seu protetor, deu com um enorme índio todo pintado e armado. Trêmula de medo e algo excitada, perguntou o que ele desejava. Ele respondeu: “Índio quer roubar”. Ela então ofereceu a ele o que quisesse levar do apartamento. Ele viu uma enorme tela do Antônio Parreiras e disse: “Índio quer quadro!”. A zinha logo foi tentar tirar a imensa tela da parede. Subiu no sofá e, no esforço de retirar a pesada tela do prego em que se pendurava, emitiu um flatozinho como um pio longo. Ao trazer a tela para o índio, este manifestou ter mudado de idéia: “Índio não quer quadro; índio quer apito!”. Isso virou grande sucesso carnavalesco e inspirou o nome do jornalzinho hoje reduzido a um blog semanal. E essa historinha vai de brinde para os que se enfurnam em casa durante o tríduo momesco – e que vão navegar na internet buscando algo concreto para os dias de recesso. Enter.
E está em votação a lei da ficha limpa, talvez se defina hoje no STF. Mas, embora só tentando melhorar a imagem das divindades togadas o STF vá aprovar o Ficha Limpa, isso é apenas uma ínfima panacéia. O que vale é inverter a situação grotesca e suja de que se beneficiam suas excelências quando são flagrados com a boca na botija. A Tribuna da Internet soltou essa matéria e vale como um passo em direção à decência no Judiciário – e que ainda é muuuuuuuuuuuito pouco como alteração em direção a um saneamento real: “OAB defende exoneração de magistrados corruptos - Paulo Peres - Depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) ratificou a competência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para processar e punir magistrados envolvidos em corrupção, falta agora o Congresso Nacional, segundo Wadih Damous, presidente da OAB/RJ, ‘editar uma lei permitindo a demissão de juízes que pratiquem ilícitos no desempenho de suas funções com a perda de seus vencimentos’. Atualmente, a maior penalidade administrativa imposta a um magistrado que desonra a toga e a sociedade é, por incrível que pareça, a aposentadoria compulsória com vencimentos integrais, pena esta que pode ser considerada como um prêmio e que, vez por outra, chega ser motivo de piadas entre os profissionais que labutam na Justiça. A advocacia e, certamente, a maioria dos integrantes do Judiciário comprometida com o seu aperfeiçoamento apóiam a alteração da Lei Orgânica da Magistratura, cuja modernização vem sendo gestada há muito tempo no STF, explica Damous. ‘Exoneração sem vencimentos, sim, é penalidade para aqueles que devem ser retirados da magistratura a bem do serviço público, pelo cometimento de ilícitos graves’.
Uma proposta de mudança, defendida pela corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, tem o total apoio da Seccional da OAB-RJ. ‘As penalidades para magistrados que cometerem ilegalidades devem atingir seus bolsos, incluir multas e a devolução de valores ao Erário, quando for o caso. Hoje, está nas competências do CNJ determinar apenas a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com proventos proporcionais ao tempo de serviço, o que certamente configura mais um prêmio do que punição’. ‘O exercício da magistratura deve dispor de mecanismos de proteção como salvaguarda de sua independência, mas isso não pode se confundir com a manutenção de benefícios para aqueles que praticarem atos de corrupção’, afirma Damous”. Enter final.
Que isto não seja marcado para as calendas gregas, e que pelo menos nossos netos já vejam pilantras togados recebendo merecidas punições e execração pública por traição à magistratura e ao povo que lhes paga regiamente para trabalharem. E que possamos ver começar a funcionar decentemente o poder mais emperrado dentre os três neste país: se grana, e muita, não falta a suas excelências, por que não botar essa geringonça de Judiciário pra sacudir as pulgas? Pois chegou a hora: se fomos tímidos e até covardes diante do monstrengo da Justiça, agora estamos nos mexendo em nome dos nossos descendentes, mesmo que não consigamos presenciar a Justiça fazendo justiça com a Justiça. Nossos filhos já estão bem adaptados à miséria moral que emporcalha o País, mas, quem sabe?, nossos netos verão algo melhor... mesmo que custe muito a funcionar um saneamento dentro dos outros “poderes”, que poderiam ser chamados de “mamares”... E viva Santo Expedito! Oremos. Bom carná, babes... e vão de leve nas coisas!
Você não deve saber, mas o blog www.thetweet.blogspot.com está no ar há mais de cinco anos e está sob censura desde 11/04/08. Isto porque denunciamos um juiz que praticou um ilícito público. Antes do blog havia o jornal impresso, que não encontrou vida inteligente para absorvê-lo, reunindo apenas um clubinho de leitores mais interessados em ajudar que outra coisa. Quem gostava de ler o jornalzinho O Apito era o Brizola, que o recebia de cortesia através do amigo comum Gilberto Felisberto Vasconcelos. Nada mau: o Brizola era, afinal, o último dos moicanos dignos nesse bordel denominado Brasil. E pessoas me perguntavam o porquê do nome O Apito. A muitos expliquei, para alegria deles. E explico aqui, em homenagem aos senhores censores da publicação eletrônica atual, desdobramento da outra, impressa, que saía quinzenalmente sob esforço hercúleo. Enter.
Primeiro, eu explicava que jornais que se pretendam combativos devem ter nome de algo que emita som: tambor, clarim, trombeta, coisa assim. Então me veio à cuca o instrumento poderoso e penetrante que é um apito, e isso lembrou uma marchinha de carnaval dos anos 1950, “Índio quer Apito”, do Haroldo Lobo. A piada que inspirou a marchinha era nacionalista, já mostrava duas faces do lupanar que era o Brasil: uma zinha menteúda de algum político poderoso, trajando lingerie, atende à campainha no amplo apartamento de frente para o mar no Rio e se assusta. Abrindo a porta, julgando ser seu protetor, deu com um enorme índio todo pintado e armado. Trêmula de medo e algo excitada, perguntou o que ele desejava. Ele respondeu: “Índio quer roubar”. Ela então ofereceu a ele o que quisesse levar do apartamento. Ele viu uma enorme tela do Antônio Parreiras e disse: “Índio quer quadro!”. A zinha logo foi tentar tirar a imensa tela da parede. Subiu no sofá e, no esforço de retirar a pesada tela do prego em que se pendurava, emitiu um flatozinho como um pio longo. Ao trazer a tela para o índio, este manifestou ter mudado de idéia: “Índio não quer quadro; índio quer apito!”. Isso virou grande sucesso carnavalesco e inspirou o nome do jornalzinho hoje reduzido a um blog semanal. E essa historinha vai de brinde para os que se enfurnam em casa durante o tríduo momesco – e que vão navegar na internet buscando algo concreto para os dias de recesso. Enter.
E está em votação a lei da ficha limpa, talvez se defina hoje no STF. Mas, embora só tentando melhorar a imagem das divindades togadas o STF vá aprovar o Ficha Limpa, isso é apenas uma ínfima panacéia. O que vale é inverter a situação grotesca e suja de que se beneficiam suas excelências quando são flagrados com a boca na botija. A Tribuna da Internet soltou essa matéria e vale como um passo em direção à decência no Judiciário – e que ainda é muuuuuuuuuuuito pouco como alteração em direção a um saneamento real: “OAB defende exoneração de magistrados corruptos - Paulo Peres - Depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) ratificou a competência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para processar e punir magistrados envolvidos em corrupção, falta agora o Congresso Nacional, segundo Wadih Damous, presidente da OAB/RJ, ‘editar uma lei permitindo a demissão de juízes que pratiquem ilícitos no desempenho de suas funções com a perda de seus vencimentos’. Atualmente, a maior penalidade administrativa imposta a um magistrado que desonra a toga e a sociedade é, por incrível que pareça, a aposentadoria compulsória com vencimentos integrais, pena esta que pode ser considerada como um prêmio e que, vez por outra, chega ser motivo de piadas entre os profissionais que labutam na Justiça. A advocacia e, certamente, a maioria dos integrantes do Judiciário comprometida com o seu aperfeiçoamento apóiam a alteração da Lei Orgânica da Magistratura, cuja modernização vem sendo gestada há muito tempo no STF, explica Damous. ‘Exoneração sem vencimentos, sim, é penalidade para aqueles que devem ser retirados da magistratura a bem do serviço público, pelo cometimento de ilícitos graves’.
Uma proposta de mudança, defendida pela corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, tem o total apoio da Seccional da OAB-RJ. ‘As penalidades para magistrados que cometerem ilegalidades devem atingir seus bolsos, incluir multas e a devolução de valores ao Erário, quando for o caso. Hoje, está nas competências do CNJ determinar apenas a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com proventos proporcionais ao tempo de serviço, o que certamente configura mais um prêmio do que punição’. ‘O exercício da magistratura deve dispor de mecanismos de proteção como salvaguarda de sua independência, mas isso não pode se confundir com a manutenção de benefícios para aqueles que praticarem atos de corrupção’, afirma Damous”. Enter final.
Que isto não seja marcado para as calendas gregas, e que pelo menos nossos netos já vejam pilantras togados recebendo merecidas punições e execração pública por traição à magistratura e ao povo que lhes paga regiamente para trabalharem. E que possamos ver começar a funcionar decentemente o poder mais emperrado dentre os três neste país: se grana, e muita, não falta a suas excelências, por que não botar essa geringonça de Judiciário pra sacudir as pulgas? Pois chegou a hora: se fomos tímidos e até covardes diante do monstrengo da Justiça, agora estamos nos mexendo em nome dos nossos descendentes, mesmo que não consigamos presenciar a Justiça fazendo justiça com a Justiça. Nossos filhos já estão bem adaptados à miséria moral que emporcalha o País, mas, quem sabe?, nossos netos verão algo melhor... mesmo que custe muito a funcionar um saneamento dentro dos outros “poderes”, que poderiam ser chamados de “mamares”... E viva Santo Expedito! Oremos. Bom carná, babes... e vão de leve nas coisas!
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
A dança das togas, o Brasil em colapso
Frederico Mendonça de Oliveira
Você pode até achar que não, mas o fato é que chegamos ao fundo do poço. O Wando esperava ser salvo por uma enxurrada de calcinhas mandadas por fãs, mas não deu. Pois o Brasil está em colapso, e não há mais o que salve também. Você vê: em Salvador a coisa pegou, e isso é só um comecinho. A turma até já brinca: o abadá do carnaval de 2012 será colete à prova de balas. Danou-se tudo. Pois não há iniciativa nem projeto que mude a degringolada que está aí. A podridão é um fato. Você já viu carne em decomposição regenerar? Pois é isso: o Brasil está em decomposição. Os poderes são uma imensa pústula, os vermes chafurdam, o pus escorre, o povo nada pode, Deus olha, e assim vamos juntos para o beleléu. Enter.
Não há o que dê jeito no festival de favorecimentos que rola no Judiciário. Veja só: “Ao todo, 29 magistrados são alvos de averiguação pelo TJ-SP. Cinco deles são considerados “casos mais graves”. Um desembargador, Roberto Vallim Bellocche, ex-presidente do TJ-SP, recebeu R$ 1,6 milhão. O atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, desembargador Alceu Penteado Navarro, recebeu R$ 420 mil. O TJ-SP procura os motivos que levaram a esses pagamentos antecipados. A cúpula do maior tribunal estadual do País, com 360 desembargadores, afirma que os pagamentos eram devidos, por causa de férias e licenças-prêmios não cumpridas”. A marchinha “Ei, você aí, me dá um dinheiro aí” deve ser o hino de suas excelências.. E de onde vem essa grana toda??? Eles falam em férias não recebidas e licenças-prêmios não cumpridas, e a gente daqui de baixo pergunta: “será que também temos isso aí pra receber e não sabemos?”. Pois a vaca embicou pro brejo: “Tribunal de Contas mandou parar a farra salarial em Brasília, mas os desembargadores inventaram uma desculpa e seguiram adiante”. O resultado não poderia ser outro: nesta quarta-feira, 08 de fevereiro de 2012, às 10h27, saiu a notícia: “Prestígio do Judiciário junto à opinião pública segue caindo, e não faltam razões para isso”. Veja o texto: “Duas em cada três pessoas já consideram o Judiciário pouco ou nada honesto e sem independência, segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo”. A FGV não erraria na pesquisa, mas você, pessoalmente, já sabia. Todos já sabíamos. E suas excelências estão carecas de saber também, mesmo apresentando jubas exuberantes como as do Peluzo, do Marco Aurélio Mello e do Lavandowsky. Mas a verdade é que “quando o ouro fala, tudo cala”. E isso parece calar fundo nas vidonas de suas excelências. Pelo que vemos, “só pensam naquilo”... ou seja: muuuuuuuuuuuuuuita grana! Para que o prestígio chegue ao âmbito da execração total, é só suas excelências do STF inocentarem os mensaleiros. Será uma “grória” nesse país em que o idioma involui para os grunhidos – que já andamos ouvindo pelas vozes das maravilhosas duplas breganejas, pela fala do Tiririca, pela voz estúpida do deformado Michel Teló. Enter.
E chega um togado em meio ao caos propondo uma solução, ou uma medida, como você quiser: “Marcus Faver, o desembargador que defende pena de morte para juiz corrupto, é um exemplo para toda a Justiça”. Você há de convir que ficou meio pra Bolsonaro pela radicalidade da proposta, mas faz algum sentido... “O presidente do Conselho Permanente dos Tribunais de Justiça do Brasil, desembargador aposentado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Marcus Faver, defende a tese de que juiz que vende sentenças ‘deve ser enforcado em praça pública’”. Mirabolante, porque não seria nunca por aí. O que vai acontecendo é execução de togados aqui e ali: “Há uma identificação muito grande da situação da Itália com a situação do Brasil. Na Itália, a máfia toma certos setores do governo e, no Brasil, o crime organizado toma certos setores do governo. Então, essa similitude política e social é muito relevante. Há outro fato: da mesma forma como aconteceu na máfia, juízes foram assassinados ao combatê-la. No Brasil, está acontecendo a mesma coisa. Essa similitude faz com que a gente tenha Falcone (juiz que combateu a máfia siciliana) como uma referência muito grande”. Enter.
E chegamos ao óbvio: está tudo perdido. A cruzada moralizadora da ministra Eliana Calmon serve apenas para exibir o câncer no Judiciário, mas não há cirurgia nem quimioterapia que resolva. Veja por quê: “08/02/12, 20h: TJ de SP recusa suspender pagamentos a juízes privilegiados”. Quer mais? Lá vai: 7/02/12 – “A Justiça não se manca, mesmo. É um nunca-acabar de favorecimentos”, e tome lá: “Apesar da saraivada de denúncias sobre favorecimentos a magistrados, o Tribunal de Justiça de São Paulo não fez por menos e criou em janeiro um auxílio para seus desembargadores e juízes no valor de R$ 2.500 para a compra de notebooks, netbooks ou tablets, segundo reportagem de Flávio Ferreira, publicada na Folha de sábado. O mais incrível é que o benefício tem caráter permanente e pode ser usado a cada três anos. Se os mais de 2.500 magistrados do Estado pedirem o auxílio, que será dado na forma de reembolso, o custo para o tribunal será de cerca de R$ 6,2 milhões. De acordo com a direção do tribunal paulista, a criação do auxílio ‘implica medida de economia de recursos financeiros e administrativos’. Medida de economia? Esses desembargadores devem estar de porre. Lei Seca neles!”. Enter final.
“Corte mais cara do País, o TJ-DF gasta com pessoal cinco vezes mais que Supremo – folha de pagamento será de R$ 1,4 bi este ano; contracheque chega a superar R$ 400 mil, no caso de um desembargador”. E, pra ler tomando uma gelada, vai uma “mensagi”, de um certo Ayn Raud: "Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos mais pelo suborno e influência do que pelo trabalho e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que ficam protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício, então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada !" E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, brasil!
Você pode até achar que não, mas o fato é que chegamos ao fundo do poço. O Wando esperava ser salvo por uma enxurrada de calcinhas mandadas por fãs, mas não deu. Pois o Brasil está em colapso, e não há mais o que salve também. Você vê: em Salvador a coisa pegou, e isso é só um comecinho. A turma até já brinca: o abadá do carnaval de 2012 será colete à prova de balas. Danou-se tudo. Pois não há iniciativa nem projeto que mude a degringolada que está aí. A podridão é um fato. Você já viu carne em decomposição regenerar? Pois é isso: o Brasil está em decomposição. Os poderes são uma imensa pústula, os vermes chafurdam, o pus escorre, o povo nada pode, Deus olha, e assim vamos juntos para o beleléu. Enter.
Não há o que dê jeito no festival de favorecimentos que rola no Judiciário. Veja só: “Ao todo, 29 magistrados são alvos de averiguação pelo TJ-SP. Cinco deles são considerados “casos mais graves”. Um desembargador, Roberto Vallim Bellocche, ex-presidente do TJ-SP, recebeu R$ 1,6 milhão. O atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, desembargador Alceu Penteado Navarro, recebeu R$ 420 mil. O TJ-SP procura os motivos que levaram a esses pagamentos antecipados. A cúpula do maior tribunal estadual do País, com 360 desembargadores, afirma que os pagamentos eram devidos, por causa de férias e licenças-prêmios não cumpridas”. A marchinha “Ei, você aí, me dá um dinheiro aí” deve ser o hino de suas excelências.. E de onde vem essa grana toda??? Eles falam em férias não recebidas e licenças-prêmios não cumpridas, e a gente daqui de baixo pergunta: “será que também temos isso aí pra receber e não sabemos?”. Pois a vaca embicou pro brejo: “Tribunal de Contas mandou parar a farra salarial em Brasília, mas os desembargadores inventaram uma desculpa e seguiram adiante”. O resultado não poderia ser outro: nesta quarta-feira, 08 de fevereiro de 2012, às 10h27, saiu a notícia: “Prestígio do Judiciário junto à opinião pública segue caindo, e não faltam razões para isso”. Veja o texto: “Duas em cada três pessoas já consideram o Judiciário pouco ou nada honesto e sem independência, segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo”. A FGV não erraria na pesquisa, mas você, pessoalmente, já sabia. Todos já sabíamos. E suas excelências estão carecas de saber também, mesmo apresentando jubas exuberantes como as do Peluzo, do Marco Aurélio Mello e do Lavandowsky. Mas a verdade é que “quando o ouro fala, tudo cala”. E isso parece calar fundo nas vidonas de suas excelências. Pelo que vemos, “só pensam naquilo”... ou seja: muuuuuuuuuuuuuuita grana! Para que o prestígio chegue ao âmbito da execração total, é só suas excelências do STF inocentarem os mensaleiros. Será uma “grória” nesse país em que o idioma involui para os grunhidos – que já andamos ouvindo pelas vozes das maravilhosas duplas breganejas, pela fala do Tiririca, pela voz estúpida do deformado Michel Teló. Enter.
E chega um togado em meio ao caos propondo uma solução, ou uma medida, como você quiser: “Marcus Faver, o desembargador que defende pena de morte para juiz corrupto, é um exemplo para toda a Justiça”. Você há de convir que ficou meio pra Bolsonaro pela radicalidade da proposta, mas faz algum sentido... “O presidente do Conselho Permanente dos Tribunais de Justiça do Brasil, desembargador aposentado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Marcus Faver, defende a tese de que juiz que vende sentenças ‘deve ser enforcado em praça pública’”. Mirabolante, porque não seria nunca por aí. O que vai acontecendo é execução de togados aqui e ali: “Há uma identificação muito grande da situação da Itália com a situação do Brasil. Na Itália, a máfia toma certos setores do governo e, no Brasil, o crime organizado toma certos setores do governo. Então, essa similitude política e social é muito relevante. Há outro fato: da mesma forma como aconteceu na máfia, juízes foram assassinados ao combatê-la. No Brasil, está acontecendo a mesma coisa. Essa similitude faz com que a gente tenha Falcone (juiz que combateu a máfia siciliana) como uma referência muito grande”. Enter.
E chegamos ao óbvio: está tudo perdido. A cruzada moralizadora da ministra Eliana Calmon serve apenas para exibir o câncer no Judiciário, mas não há cirurgia nem quimioterapia que resolva. Veja por quê: “08/02/12, 20h: TJ de SP recusa suspender pagamentos a juízes privilegiados”. Quer mais? Lá vai: 7/02/12 – “A Justiça não se manca, mesmo. É um nunca-acabar de favorecimentos”, e tome lá: “Apesar da saraivada de denúncias sobre favorecimentos a magistrados, o Tribunal de Justiça de São Paulo não fez por menos e criou em janeiro um auxílio para seus desembargadores e juízes no valor de R$ 2.500 para a compra de notebooks, netbooks ou tablets, segundo reportagem de Flávio Ferreira, publicada na Folha de sábado. O mais incrível é que o benefício tem caráter permanente e pode ser usado a cada três anos. Se os mais de 2.500 magistrados do Estado pedirem o auxílio, que será dado na forma de reembolso, o custo para o tribunal será de cerca de R$ 6,2 milhões. De acordo com a direção do tribunal paulista, a criação do auxílio ‘implica medida de economia de recursos financeiros e administrativos’. Medida de economia? Esses desembargadores devem estar de porre. Lei Seca neles!”. Enter final.
“Corte mais cara do País, o TJ-DF gasta com pessoal cinco vezes mais que Supremo – folha de pagamento será de R$ 1,4 bi este ano; contracheque chega a superar R$ 400 mil, no caso de um desembargador”. E, pra ler tomando uma gelada, vai uma “mensagi”, de um certo Ayn Raud: "Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos mais pelo suborno e influência do que pelo trabalho e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que ficam protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto-sacrifício, então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada !" E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, brasil!
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Judiciário na berlinda e CNJ em plenitude
Frederico Mendonça de Oliveira
É, você está vendo tudo. Não é? Pois os otimistas olham com brilho nos olhos uma mulher-ministro chamar suas excelências de toga às falas como que dizendo: “Quem não deve não teme! Então, excelências, vamos a uma devassa! A magistratura beira o colapso”. Teria sido esse um dos possíveis subtextos para o que ela definiu como tratar de sanear um poder contaminado por “bandidos de toga” vivendo às custas do trabalho do povo que ignoram e sob o manto de intangibilidade fornecido pelo Terceiro Poder. E ocorrem por lá não só crimes, como é sabido, mas também o pecado capital da soberba, por se considerarem suas excelências acima da lei e dos pobres mortais que sob eles penam em audiências normalmente constrangedoras quando não humilhantes! Um politiqueiro montanhês, useiro e vezeiro de maracutaias e já na lista da PF por motivos inconfessáveis, mas agora “blindado” pela condição de membro do Legislativo – você já ouviu algo parecido com isso, não?? –, ao ser inquirido a respeito de um juiz digamos heterodoxo, inclusive quanto a inatacabilidade, disparou que “Juiz não acha que é Deus; tem certeza”. Esse parlamentar, que lembra certos personagens de sambas do Noel, depois comentou, quando cobrado sobre tomar uma atitude diante de uma grossa irregularidade que foi obrigado a cometer: “Eles (juízes) têm muito poder, meu caro!”. A questão era um emaranhado de barganhas em que o Judiciário local estaria envolvido com o Executivo e Legislativo até os ossos. Mas Sua Divindade Peluso salvou a pátria e o País com suas palavras santificantes e com um discurso afugentou o medo de seus pares. Pareceu... E a nação – o pouquíssimo que resta dela – queda cética e impaciente, querendo... justiça!. Por quê?? Porque ninguém mais, com um mínimo de juízo e dignidade, suporta a visão catastrófica da corrupção grassando como uma tempestade apocalíptica sobre esse rincão desgraçado! Enter.
“- Só uma nação suicida ingressaria voluntariamente em um processo de degradação do Poder Judiciário. Esse caminho nefasto, sequer imaginável na sociedade brasileira, conduziria a uma situação inconcebível de quebra da autoridade ética e jurídica das decisões judiciais, aniquilando a segurança jurídica e incentivando a violência contra juízes e exacerbando a conflituosidade social num grau insuportável significaria um retorno à massa informe da barbárie” – discursou. Uau! Que palavrório!... Enter.
Discursar não adianta, excelsa excelência que teve de boneco de aplauso o embalsamado Michel Temer, figura enigmática. Mas o que a nação quer é que suas excelsas excelências sejam cidadãos e abram suas contas para exame, e PUBLICAMENTE. Que têm a temer (sem trocadilho)? Discurso de deidade jurídica em meio a estrutura conflagrada não passa de assunção de temor ou culpa e apelação barata. Ou de tentativa cínica de ganhar tempo no topo da estrutura inexpugnável dos vetustos e/ou aparatosos tribunais. Levantem-se, srs. deuses, e cedam ao clamor dos desafortunados que os sustentam regiamente e que os vêem chafurdando em benesses e penduricalhos milionários enquanto o Judiciário aderna na podridão como barco avariado! Para Marco Aurélio Mello, empossado pelo parente Fernando Collor e com sua voz empostada e arrogante, “Ao contrário do que deveria ser, existe atualmente no Supremo uma preocupação muito grande em relação à repercussão das decisões. O dia em que atuarmos de acordo com o clamor público estaremos mal”, advertiu. “Nos meus quase 22 anos de STF nunca houve isso”. Claro, excelso ministro, ainda não tinha aflorado a vergonha que hoje ameaça o Judiciário. Suas excelências olímpicas não tinham ainda chegado ao grau de impunidade e usufruto de benefícios que hoje escandalizariam um anão do orçamento. Explodindo a farra milionária no Judiciário, é fundamental uma intervenção nesse trem da alegria. E no qual boa parte de suas excelências não se peja em deitar e rolar. Auxílio moradia, atrasados milionários, bônus, gratificações, até insalubridade deve rolar nessa verdadeira saturnal romana. Enter.
E até hoje o único a sofrer perda de cargo e de qualificação foi o emblemático Nicolau dos Santos Neto, vulgo Lalau, por ter desviado 200 milhas e tal do TRT/SP. Fora esse caso, não é sabido do povo algum juiz ter sido realmente punido por crimes: a “pena” é aposentadoria, ou seja, prêmio. “Aposentar juiz corrupto significa legalizar a corrupção”, denuncia o colunista Valteci Lima em www.tribunadainternet.com.br, vale conferir. Então, excelsas excelências, não adianta juridiquês empolado: o povo não está mais disposto a sustentar essa farra de marajás. Como podemos crer em cidadãos – ou um juiz não é um cidadão? – que aplicam as leis e agem ao arrepio delas e estão acima delas? O excelso César Peluso cometeu essa pérola: “Só nação suicida degrada o Judiciário”. A questão é o oposto: só um Judiciário suicida se degrada – como está ocorrendo – e culpa a nação, além de degradá-la mais ainda com se degradar. Enter final.
Pois ontem o STF garantiu por seis votos a cinco os poderes do CNJ que estavam em xeque. Suas excelências perderam sua intangibilidade nessa. E não é só de “Eliana Calmon neles!” que viveremos doravante: a turma acesa vai se mobilizando mais e mais e fazendo crescer o clamor e a militância visando moralizar esse olimpo hoje tão desacreditado, por motivos mais que óbvios. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes.
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ministros-do-stf-decidem-manter-poderes-de-investigacao-do-cnj,830636,0.htm.
É, você está vendo tudo. Não é? Pois os otimistas olham com brilho nos olhos uma mulher-ministro chamar suas excelências de toga às falas como que dizendo: “Quem não deve não teme! Então, excelências, vamos a uma devassa! A magistratura beira o colapso”. Teria sido esse um dos possíveis subtextos para o que ela definiu como tratar de sanear um poder contaminado por “bandidos de toga” vivendo às custas do trabalho do povo que ignoram e sob o manto de intangibilidade fornecido pelo Terceiro Poder. E ocorrem por lá não só crimes, como é sabido, mas também o pecado capital da soberba, por se considerarem suas excelências acima da lei e dos pobres mortais que sob eles penam em audiências normalmente constrangedoras quando não humilhantes! Um politiqueiro montanhês, useiro e vezeiro de maracutaias e já na lista da PF por motivos inconfessáveis, mas agora “blindado” pela condição de membro do Legislativo – você já ouviu algo parecido com isso, não?? –, ao ser inquirido a respeito de um juiz digamos heterodoxo, inclusive quanto a inatacabilidade, disparou que “Juiz não acha que é Deus; tem certeza”. Esse parlamentar, que lembra certos personagens de sambas do Noel, depois comentou, quando cobrado sobre tomar uma atitude diante de uma grossa irregularidade que foi obrigado a cometer: “Eles (juízes) têm muito poder, meu caro!”. A questão era um emaranhado de barganhas em que o Judiciário local estaria envolvido com o Executivo e Legislativo até os ossos. Mas Sua Divindade Peluso salvou a pátria e o País com suas palavras santificantes e com um discurso afugentou o medo de seus pares. Pareceu... E a nação – o pouquíssimo que resta dela – queda cética e impaciente, querendo... justiça!. Por quê?? Porque ninguém mais, com um mínimo de juízo e dignidade, suporta a visão catastrófica da corrupção grassando como uma tempestade apocalíptica sobre esse rincão desgraçado! Enter.
“- Só uma nação suicida ingressaria voluntariamente em um processo de degradação do Poder Judiciário. Esse caminho nefasto, sequer imaginável na sociedade brasileira, conduziria a uma situação inconcebível de quebra da autoridade ética e jurídica das decisões judiciais, aniquilando a segurança jurídica e incentivando a violência contra juízes e exacerbando a conflituosidade social num grau insuportável significaria um retorno à massa informe da barbárie” – discursou. Uau! Que palavrório!... Enter.
Discursar não adianta, excelsa excelência que teve de boneco de aplauso o embalsamado Michel Temer, figura enigmática. Mas o que a nação quer é que suas excelsas excelências sejam cidadãos e abram suas contas para exame, e PUBLICAMENTE. Que têm a temer (sem trocadilho)? Discurso de deidade jurídica em meio a estrutura conflagrada não passa de assunção de temor ou culpa e apelação barata. Ou de tentativa cínica de ganhar tempo no topo da estrutura inexpugnável dos vetustos e/ou aparatosos tribunais. Levantem-se, srs. deuses, e cedam ao clamor dos desafortunados que os sustentam regiamente e que os vêem chafurdando em benesses e penduricalhos milionários enquanto o Judiciário aderna na podridão como barco avariado! Para Marco Aurélio Mello, empossado pelo parente Fernando Collor e com sua voz empostada e arrogante, “Ao contrário do que deveria ser, existe atualmente no Supremo uma preocupação muito grande em relação à repercussão das decisões. O dia em que atuarmos de acordo com o clamor público estaremos mal”, advertiu. “Nos meus quase 22 anos de STF nunca houve isso”. Claro, excelso ministro, ainda não tinha aflorado a vergonha que hoje ameaça o Judiciário. Suas excelências olímpicas não tinham ainda chegado ao grau de impunidade e usufruto de benefícios que hoje escandalizariam um anão do orçamento. Explodindo a farra milionária no Judiciário, é fundamental uma intervenção nesse trem da alegria. E no qual boa parte de suas excelências não se peja em deitar e rolar. Auxílio moradia, atrasados milionários, bônus, gratificações, até insalubridade deve rolar nessa verdadeira saturnal romana. Enter.
E até hoje o único a sofrer perda de cargo e de qualificação foi o emblemático Nicolau dos Santos Neto, vulgo Lalau, por ter desviado 200 milhas e tal do TRT/SP. Fora esse caso, não é sabido do povo algum juiz ter sido realmente punido por crimes: a “pena” é aposentadoria, ou seja, prêmio. “Aposentar juiz corrupto significa legalizar a corrupção”, denuncia o colunista Valteci Lima em www.tribunadainternet.com.br, vale conferir. Então, excelsas excelências, não adianta juridiquês empolado: o povo não está mais disposto a sustentar essa farra de marajás. Como podemos crer em cidadãos – ou um juiz não é um cidadão? – que aplicam as leis e agem ao arrepio delas e estão acima delas? O excelso César Peluso cometeu essa pérola: “Só nação suicida degrada o Judiciário”. A questão é o oposto: só um Judiciário suicida se degrada – como está ocorrendo – e culpa a nação, além de degradá-la mais ainda com se degradar. Enter final.
Pois ontem o STF garantiu por seis votos a cinco os poderes do CNJ que estavam em xeque. Suas excelências perderam sua intangibilidade nessa. E não é só de “Eliana Calmon neles!” que viveremos doravante: a turma acesa vai se mobilizando mais e mais e fazendo crescer o clamor e a militância visando moralizar esse olimpo hoje tão desacreditado, por motivos mais que óbvios. E viva Santo Expedito! Oremos. Bye, babes.
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ministros-do-stf-decidem-manter-poderes-de-investigacao-do-cnj,830636,0.htm.
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